Correntes que me Prendem ao Chão - Capítulo III

Um conto erótico de marc.elo
Categoria: Homossexual
Contém 1182 palavras
Data: 21/05/2014 17:40:45

Um silêncio tomou conta do quarto. Eu não tinha preconceito contra os gays, longe disso, mas agora era diferente.

- Algum problema pra você? - ele perguntou seriamente.

- Não, nenhum. - Sorri, sem graça.

Depois disso não trocamos mas nenhuma palavra, então ele disse que já ia pra casa. Claro, eu me sentia um estúpido por estar fazendo aquilo com ele, mas naquele momento era o que eu julgava o certo a fazer. Enquanto eu levava ele até a porta, minha mãe apareceu primeiro e logo abriu um largo sorriso.

- Então, meninos, como foi o trabalho? - ela perguntou enquanto vinha em nossa direção.

- Já terminamos, mãe. O Mark já tá indo, inclusive. - respondi.

Caleb nada respondeu, mas ele me conhecia bem, sabia que algo estava errado.

- Não, não, não! Você vai ficar pra pizza - minha mãe praticamente o arrastou pra mesa.

- É... não, tá tarde e eu vou andando - Mark respondeu ainda meio constrangido.

- Não tem problema, a pizza já deve tá chegando porque pedimos assim que entramos na cidade, e nós te deixamos lá. - minha mãe continuou insistindo.

- Tudo bem, só vou ligar pros meus pais, com licença - ele deu um sorriso. - Você vem comigo, Marcelo? - ele perguntou.

Apenas afirmei que sim com a cabeça e fomos pra fora.

- Tudo bem pra você eu ficar? - ele perguntou.

- Claro, uai, por que não? - respondi.

- Sei lá, você ficou diferente depois que eu disse que eu era... gay - ele falou baixinho.

- Você tá com paranoia. Vamos logo - dei um soquinho em seu braço.

Voltamos pra mesa e então ficamos conversando sobre coisas aleatórias e insignificantes a serem descritas aqui. A pizza chegou, nós comemos e então deixamos o Mark em sua casa.

Era uma casa muito bonita e bem iluminada, tinha dois andares e era em um tom amarelo, com as bordas das janelas em um tom marrom madeira. O muro era todo coberto por uma planta que acho ser trepadeira (não sou bom com nome de flores).

- Bom, aqui é minha casa - ele disse.

- Linda! - minha mãe respondeu.

- Obrigado... então, já vou indo. Será um prazer apresentá-los a minha família - ele respondeu.

- O sentimento será recíproco, querido - minha mãe respondeu, lhe dando um beijo no rosto.

Voltamos pra casa e então fui dormir, já que o dia seguinte seria um dia cansativo. No dia seguinte, acordei com uma dor de cabeça terrível. Tomei meu banho, fiz minha higiene, vesti o uniforme do colégio e fui a cozinha tomar um café. Minha mãe e meu irmão já me esperavam, então fomos até o colégio.

Assim que cheguei na sala, a primeira aula era justamente a de literatura. Olhei pros quatro cantos da sala mas nem o Mark e nem o Lucas haviam chegado, então me sentei ao fundo da sala.

- Quero todos os trabalhos na minha mesa em até um minuto. Quem não entregar, só lamento - resmungou o professor.

Após a turma entregar o trabalho, o professor começou a falar da vanguarda européia e blá blá blá, assunto que não me interessava nem um pouco. A aula demorou quase um século pra acabar e, assim que o professor saiu da sala, eis que entram alguns atrasados, incluindo Mark e Lucas.

O Lucas não estava com uma cara muito boa e então eu tive que perguntar.

- E aí, o que rolou? - perguntei.

- Meu pai quer que eu saia da escola pra trabalhar, vê se pode - ele demonstrava indignação.

- Ué, mas você saindo daqui ou não, vai ter que estudar de manhã mesmo - Mark se entrosou na conversa.

- É, mas aqui tem as aulas extra-curriculares que são obrigatórias... você não sabia? - ele perguntou.

- Sim, eu estudo aqui desde que me entendo por gente. - ele respondeu, chocando todos nós.

- Como assim? E nesse tempo todo você não fez nenhum amigo? - Lucas perguntou.

- Não, eu sempre fui meio privado... todos me conhecem, mas não falam comigo. Combinemos, eu tenho uma puta cara de metido - nós rimos.

Aquela foi a primeira vez que eu tinha visto o sorriso do Mark e: como era lindo. Brancos e bem alinhados, assim era o seu sorriso.

A professora chegou na sala e então ministrou 2 tempos de física, matéria que sempre me dei muito bem. Sem querer me gabar, mas dei um show naquele dia, ganhando a admiração da professora. Antes do intervalo, eis que o diretor do colégio entra na sala com algumas folhas na mão.

- Bom turma, vim aqui pra dizer que as vagas pras atividades extra-curriculares já irão abrir. Como sabem, nós iremos oferecer Karatê, Capoeira, Natação, Judô, Jiu Jitsu, Coral Unissex, Futsal, Handebol, Basquete, Vôlei de Areia... - e continuou citando várias outras atividades...

- Vocês devem escolher, obrigatoriamente, quatro atividades pra realizarem ao longo do ano. Quero que todos assinem os nomes e vejam se os horários das atividades batem com os de vocês. Não haverá, em hipótese nenhuma, troca de atividades. - O diretor terminou e saiu da sala.

Fui até lá e coloquei meu nome em Natação, Coral, Oficina de artes cênicas e Informática.

Após isso, fomos liberados pra irmos pra casa, já que a escola participaria de um evento e blá blá blá.

- Marcelo? - era o Mark.

- Oi? - respondi.

- Minha mãe tá numa reunião, será que tem como você me dá uma carona?

- Claro, sem problemas - respondi.

Logo minha mãe chegou e nos pegou. Antes passamos em um supermercado e compramos sorvete, bolo e muita besteira. No final, acabei convidando o Mark pra ver alguns filmes e ele só saiu de casa as 11 da noite. Conversamos sobre a nossa vida, cantamos, falamos de coisas passadas, acontecimentos recentes e etc. Minha mãe já o considerava como membro da minha família. Como no dia seguinte era sábado, logo veio o convite da parte de minha mãe.

- Querido? - ela perguntou.

- Oi, dona Stella - ele respondeu.

- Amanhã vamos passar o dia na chácara do meu namorado, você gostaria de ir conosco? - ela perguntou.

- É... não sei, eu tenho que ver com a minha mãe, daí digo pro Marcelo, tudo bem? - ele respondeu.

- Claro. Se você poder vir, venha antes do almoço, por volta das 10, ok? - minha mãe estava animada.

- Sim senhora! - ele respondeu.

Minha mãe finalmente havia saído do quarto.

- Tudo bem pra você? - ele perguntou.

- O que? Você ir pra chácara? - perguntei.

- Sim... é que a gente só se conhece ha dois dias e eu já vou pra chácara com você, sei lá, me sinto estranho.

- Oxi, claro que eu não me importo. Aliás, ia gostar se você fosse, geralmente fico sozinho, já que o Rodrigo fica namorando e o Caleb de cara nos livros. - nós dois rimos.

- Então eu já vou, amanhã por volta das 10 estarei aqui pra te pertubar.

- Fazer o que, né... boa noite - dei um abraço meio que automático nele.

- Boa... noite - ele falou pausadamente.

Quando ele saiu, fui ao quarto da minha mãe dar a confirmação e então fui dormir pensando naquele abraço... sentir seu corpo musculoso em contato com o meu foi uma das coisas mas prazerosas que eu já havia sentido, e uma coisa estava óbvio pra mim: eu estava me apaixonando pelo garoto misterioso que eu havia conhecido há dois dias.


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