Tinha que ser logo ele? P.4/S.T

Depois de finalmente o Fernando consegui dormir, com dificuldade me soltei de seus braços, desci e encontrei meus país na sala.

Eles pediram explicações, infelizmente eu tive que reviver tudo aquilo novamente.

Lhes contei o mais rápido e simples possível, meu pai até ameaçou começar uma discussão mas eu não dei espaço. Minha mãe, como sempre, com seu oufato de ninja já desconfiava que havia algo errado à muito tempo.

Por sorte eles se ofereceram pra cuidar do Rafa no hospital, já que precisaria pagar e assinar algumas coisas que eu por ser de menor não poderia.

Eu fiquei em casa com o Fê, e logo a Julia apareceu e dormiu por lá.

O Fernando acordava quase toda hora, a maioria das vezes era por conta dos pesadelos.

- Tudo bem... Vai ficar tudo bem, meu amor... Eu vou te proteger, eu prometo...- Disse beijando seus lindos cabelos.

- Ele tá muito abalado, né?- Julia estava na porta do quarto nos observando.

- Tá sim... Qualquer um no lugar dele ficaria.

- E os país deles, onde estão?

- Viajando. Eles não fazem a mínima idéia do que aconteceu com os filhos deles...

- Hum... Sorte dele ter você, sério mesmo...

- É... Eu jamais abandonaria ele assim...

Ficamos mais alguns minutos ali conversando e depois fomos nos deitar. No outro dia, assim que acordei fiz minha higiene e me prepare para ir ao hospital. Por mais que não quisesse eu precisava ver o Rafa, e de certo ponto eu me sentia até feliz pelo Rafa ter tido a atitude de contar ele mesmo, me fazia ter esperança de que ele poderia mudar.

- Onde você vai..?- Perguntou Fê ao acordar e me ver arrumado.

- Hum... Bom dia.- Fui até ele e dei um beijo leve em seus lábios.- Vou ver como o Rafa está.- Os olhos dele se arregalaram rapidamente e ele deu um pulo da cama.

- Não, você não vai!

- Amor, eu não posso deixar ele lá sozinho. Os meus país estavam com ele, mas já vieram pra casa.

- Não! Eu não quero que você chegue perto dele nunca mais!!!- Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

- Amor, eu preciso. Sei que tá difícil pra você, mas ele precisa de alguém, e seus país...

- Outros desnaturados. O que eu fiz pra merecer uma família dessas?- Disse ele chorando. Eu me aproximei, limpei seu seu rosto e o abracei.

- Você não fez nada, nem sempre temos a família que queremos... Mas é família...

- Não, a sua é família. A minha é só um buraco cheio de cobras!

- Amor, não fala assim... Vem cá, deita aqui que eu vou buscar alguma coisa pra você comer.

Desci e encontrei a Julia e minha mãe na cozinha. Dei bom dia as duas e pedi que a Julia levasse o café para o Fê e que tomassem conta dele.

Sai sem que ele soubesse e fui para o hospital.

Cheguei lá e quase morro do coração.

Os pais dele estavam sentados na sala de espera. Seus rostos pareciam de zumbis, sem cor e sem ânimo.

- Bom dia...- Disse meio receoso.

Eles me olharam rápido e dona Vera logo veio até mim.

- Kayo, como você deixou isso acontecer?!!- Ela me segurou pelos braços e começou a me sacudir feito um boneco de posto.

Eu não conseguia nem falar, estava tão assustado com a reação dela que minha língua travou.

- Vera, para!!!- O Douglas a tirou de cima de mim e a prendeu em seus braços.

- Por quê?!!! Por quê?!!! Porque você fez isso?!!!- Ela gritava descontrolada.

- Eu... Mas eu não fiz nada...

- Claro que fez!!! Eles brigaram por sua culpa, meus filhos se odeiam por sua causa!!!- Eu não sabia nem o que dizer. De certa forma era realmente minha culpa. Mas o verdadeiro motivo daquela briga especifica, não foi eu.

- Desculpa, eu falo com vocês depois...- Disse passando pelos dois e indo em direção ao corredor.

- Não deixa ele chegar perto do meu bebê, Douglas!!! Não deixa!!! Segurança!!! Segurança!!!

Dois homens de preto me cercaram e tentaram me fazer voltar, mas eu continuava andando.

- Desculpe, mas você precisa voltar.

- Se encostar em mim, eu dado o maior escândalo que esse hospital já viu!!!- Ele me olhou nervoso e um médico surgiu no corredor.

- O que está acontecendo aqui?- Era um senhor de aparência entre 45, 50 anos.

- Eles não querem me deixar passar, é o meu cunhado e eu preciso ver ele!

- E quem é o seu cunhado?

- O nome dele é Rafael Albuquerque.- Ele olhou em uma caderneta e se dirigiu à mim.

- Não tenho permissão de deixar ninguém passar sem a autorização da família. Mas qual é o seu nome?

- Kayo, Kayo Ribeiro...

- Hum... Ah, eu te conheço.

- Hã? Nunca nos vimos ante.- Ele deu uma risada baixa e se aproximou.

- Cá entre nós, ele falou tanto o seu nome durante a noite, que é como se já fôssemos íntimos!- Ele novamente sorriu.- Venha comigo. Seguidos pelo corredor e paramos na última porta, à esquerda.- Aqui está ele.

Ele estava com uma faixa no rosto e olhando pro teto.

Entro rápido e me aproxime da sua cama. Ele ainda olhava ipnotizado pra cima.

- Oi...- Disse baixo. Ele virou super rápido a cabeça e sorriu.

- Você veio... Achei que nunca mais ia te ver de novo...- Que drama.

- Como você está?

- Quebrei o nariz, mas fora isso... Sabe né? Vaso ruim não quebra tão fácil.- Começamos a rir e ele segurou na minha mão.- Eu te amo...

Eu queria responder o mesmo. Mas se o fizesse, não seria justo, pois, o meu amor por ele não era inteiro. Em parte eu estaria mentindo.

Então eu apenas sorri.

- Você não me ama, né?- Perguntou ele desapontado.

- Não tenho certeza... Eu estaria mentindo se dissesse que não, e traindo o Fernando se dissesse que sim...

- Entendi... Você é doido!- Ambos rimos.- Como você consegue amar duas pessoas ao mesmo tempo?

- Acredite, me faço essa pergunta desde que conheci vocês...- Ele olhou dentro dos meus olhos e apertou minha mão.

- Posso te pedir uma coisa?

- Sim.

- Eu cumpri com a minha palavra, provei que eu te amo de verdade... Então... Me dá um beijo...

- O que?

- Um beijo...

- Rafa, eu não posso...

- Por favor... Eu te imploro...- Genteeee!!!! E agora?!!! Beija ou não beija?

Respirei fundo e fui ao encontro de seus lábios. (Fernando se você tiver lendo isso, me desculpa, pelo amor de deus!!!) Nossos lábios se tocaram suavemente. O gosto me lembrava muito o do Fê, na verdade de olhos fechados eu juraria ser ele, se não soubesse que era o Rafa.

Ele segurou em meus cabelos e o beijo foi avançando. Logo senti sua língua quente revirando tudo. Era uma sensação inebriante. Quanto mais tempo o beijo demorava, mais me dava tesão. Minha vontade era de pular em cima dele. Eu sei, sou um cachorro, pervertido e galinha.

Eu não mereço o Fê, mas, vejam pelo meu lado. O que vocês fariam se um gato, gostoso desse te implorasse um beijo? Afinal, eu sou feito de carne também.

Meus pensamentos impuros foram se dessipando e o romance novamente tomou conta do lugar.

Quando me afastei lentamente, pude ver que ele ainda estava de olhos fechados e lágrimas escorriam pela lateral de seu rosto.

- Porque você tá chorando?- Perguntei passando os dedos e limpando o filete que caía.

- Eu esperei tanto tempo por isso... A única pena é que eu nunca vou ter você inteiramente, só pra mim.

- Desculpa...

- Pelo menos, um beijo eu consegui.- Ele sorriu como uma criança, e eu retribui.

Nos despedimos e eu sai do quarto. Me sentia estranho. Era como se uma corrente elétrica tivesse passado por todo o meu corpo.

Notei que na frente do quarto do Rafael havia um outro corredor. Estava super escuro, visibilidade zero.

Então senti meus corpo todo se arrepiar, meus cabelos ficaram de pé e era como se minha cabeça pesasse uma tonelada. Fiquei encarando o escuro, paralisado. Um jato de ar quente pairou sobre meu rosto, como se fosse uma baforada. E minhas pernas ficaram tremulas. O que era isso??? Eu não sei explicar, as vezes a mente nos prega peças por conta do medo. Mas aquilo, era diferente. Eu sentia a presença de algo naquele vão. Podia ver uma sombra borrada na parede. E o pior é que mesmo que eu fizesse força eu não saia do lugar.

Então senti algo gelado encostar no meu ombro. Dei um pulo pra trás, olhei e era o médico. Ele estava ao meu lado me olhando como se eu fosse um alien.

- Está tudo bem?- Perguntou ele preocupado.

- Está sim, eu só...- Olhei novamente para a escuridão e não vi mais a sombra.- Achei ter visto uma coisa...

- Hum, o que?

- Nada, deixe pra lá. Deve ser o estresse.- Sorri e segui meu caminho.

Sabe quando você tem aquela sensação de estsr sendo seguido? Pois é, eu estava sentindo isso. Sentia uma presença atrás de mim mas quando me virava pra ver, não havia ninguém. Tá amarrado!!!

O que uma pessoa normal faz numa hora dessas? Ora, reza, fãs macumba, pepeô... Eu mandei o que tava atrás de mim se fuder! Não sei se ia me matar mas foi o que eu fiz.

Passei pela sala de espera e nem me lembrei dos dois, de tão dislexo que eu tava.

- Kayo!- Me virei e era o Douglas. Percebi que a dona Vera não estava com ele.- Olha... Desculpa a Vera, ela tá muito abalada com o que aconteceu, na verdade eu também estou. Eu nunca esperaria isso do Rafael...

- Pai nenhum espera isso de um filho.

- É... Mas e o Fernando, como ele tá?

- Ele tá suportando. Tá sextremamente difícil mas ele vai superar... Eu espero.

- Onde ele está?

- Na minha casa. Ele não quis ficar na de vocês.

- Hum... Entendo... Eu posso ir ver ele?

- Claro...

- Ótimo, irei à tarde.

- Tudo bem. Agora eu preciso ir.

- Ah, sim. Tchau.

- Tchau.- Fui pra casa e ao chegar lá, por incrível que pareça o Fernando estava na sala assistindo tv com minha mãe e a Julia. Concerteza minha mãe o arrastou pra fora do quarto. Ele não havia mudado o ânimo e nem o rosto depressivo, mas ao menos saiu do quarto.

Passamos o resto da manhã agarrados e ele me fez cantar até minha língua ficar com caîmbra. Meu pai não escondia nem um pingo do ciúme de nós dois. Acho que se o Fê não tivesse passado pelo que passou, ele ia lá e botava ele pra fora.

Quase de noite o Douglas apareceu em casa. Ele parou pra falar com o Fê, e ao ver ele o Fernando deu um pulo do sofá e foi em sua direção.

- O que você está fazendo aqui?!! Vai embora, eu não quero olhar pra tua cara, pra nenhum de vocês!!!

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Olá gente. Mais um capítulo pra vocês. E agora responderei algumas perguntas que me fizeram.

Nando*: Mais ou menos. Ele teve que mudar pro rio e eu fiquei fazendo faculdade. Decidimos que um relacionamento à distância não ia dar certo. Então combinados de esperar um ao outro. Se até eu terminar a facul, ele ou eu não encontramos outra pessoa, eu irei morar com ele. Mas se depender de mim eu vou esperar a vida toda. O mesmo eu digo do M(a)rcelo que fez quase a mesma pergunta.

Xauxau e comentem eim!!!