A Nossa Historia 19

Depois do banho, me visto e vou até a cozinha.

Caio - Vem amor, a comida tá pronta.

Eu - Ehhh... Eu tô sem fome...

Caio - Qual é Celo, deu maior trabalho pra fazer. Come pelo menos um pouco.

Eu - Desculpa, mas eu não quero. Come você.

Caio - Mas eu fiz pra nós...

Eu - Mas eu não quero, que droga! Para de insistir! Não vou uma coisa só por que você quer!

Falo alterado.

Caio - Calma Celo, não precisa ficar bravo também... Não é pra tanto.

Ele pega o prato dele e vai pra sala chateado.

Vou atras dele. Sento ao seu lado.

Eu - Caio...

Caio - Que é?

Fala enquanto come.

Eu - Eu não queria ter gritado com você...

Caio - Beleza.

Eu - Você me desculpa?

Caio - De boa cara.

Eu - De boa cara?

Caio - Que você queria que dissesse? Queria que eu chorasse e dissesse que fiquei profundamente magoado por que você gritou comigo? Eu não sou assim vei.

Eu - Você não ficou bravo?

Caio - Bravo não, chateado. Pô, eu detesto cozinhar, mas mesmo assim vim fazer pra te agradar e você vem e diz que não quer e não vai comer e pronto. Eu fiz perder meu tempo então... Eu poderia ter comido qualquer bobagem que ia ficar tudo bem.

Eu - Desculpa... Eu vou comer.

Caio - Não precisa comer só pra me agradar.

Eu - Não. Não é por isso. Olhando você comer, até parece que esta gostoso.

Digo forçando um sorriso. Ele retribui.

Vou até a cozinha, pego meu prato no microondas e volto a sala.

Começo a comer.

Eu - Nossa! Tá realmente gostoso. Você cozinha muito bem.

A comida tava mesmo muito boa, mas o que estava pensando mesmo era em quanto tempo levaria pra aquilo começar a ser digerido.

Caio - Eu falei que detesto cozinhar, não, que não sabia.

Ele diz com um lindo sorriso.

Depois que acabo de comer, ele me chama de volta pro quarto, mas foi só pra dormir.

Nos deitamos e ele me agarra.

Caio - Você quer mesmo ir nessa balada hoje?

Eu - Querer, querer, eu não quero. Mas não custa nada dar uma passada por lá. Só pro pessoal parar de encher o saco.

Caio - É, uma horinha não vai matar ninguém...

Continuamos a conversar até que ele dorme. Tento me levantar sem que ele acorde. Com um pouco de dificuldade consigo e corro pro banheiro.

Lá, provoco o vômito novamente.

- Amor, cê tá bem?

Caio fala abrindo a porta do banheiro.

Eu - Tô bem sim. Desculpa ter te acordado.

Caio - Esquece isso. Quero saber o que você tem.

Eu - Nada demais. É só um enjôo, daqui a pouco passa.

Caio - Eu vou até a farmácia compra um remédio pra ti.

Eu - Não Caio...

Caio - Não, vou te levar no médico.

Eu - Não precisa, eu só quero ficar quieto. Acho melhor eu ir pra casa.

Caio - Eu te levo.

Eu - Não precisa.

Caio - Não vou deixar meu namorado sair por aí doente. Por mim você ficaria aqui!

Eu - Eu tenho uma medica em casa, esqueceu?

Caio - Não, só por isso que vou deixar você ir.

Me senti culpado por ver ele todo preocupado comigo sem motivo.

Quando chegamos a minha casa, por sorte, Vanessa ainda estava no trabalho , se não teria que inverta uma doença qualquer.

Caio queira ficar em casa comigo, mas pedi pra ele ir embora. Disse que estava com dor de cabeça e queria descansar um pouco.

Ele cedeu, mas me fez prometer que ligaria pra ele se me sentisse pior. O que não iria acontecer, já que eu não estou doente.

Assim que ele foi embora, troquei de roupa, calcei meus tênis e fui me matricular numa academia que tem próximo a minha casa.

Alguns dias se passaram, eu estava malhando pesado, raramente comia alguma coisa e quando o fazia, logo depois botava pra fora.

Sei que algo nojento e que tenho que parar, mas sempre que fico nervoso, tenho que vomitar.

Caio e eu sempre discutimos. Ele fala que eu não dou mais atenção pra ele. Que só quero saber da academia.

Será que ele não entende que eu faço isso por nos dois? Que eu quero ficar bonito pra ele?

Ele morre de ciúmes do Lorenzo. Lorenzo é um dos meus ex. Ele trabalha como modelo, nos reencontramos por acaso na academia. Falei pra ele que queira perder peso e ele ficou de conseguir pra mim uns inibidores de apetite. Só isso.

Sim, ele é meu ex, sim, ele é muito bonito, sim, ele fica dando em cima de mim, mas é o Caio que eu amo. Ele não tem a menor chance.

Certo dia Caio aparece lá em casa.

Caio - Nossa! Faz dias que não nos vemos, você some depois da aula... Vive com aquele Lorenzo. Vocês não estão...

Eu - Não começa com paranóia Caio César.

Caio - Paranóia? Tá na cara que ele tá afim de te comer. Se é que já não comeu...

Ele fala bravo.

Eu - Você tá me ofendendo.

Falo com os olhos marejados. Estava com o humor péssimo, mesmo antes dele chegar.

Caio - O que é que você quer que eu pense? Meu namorado vive por aí com outro cara. Qualquer um pensaria que você tá dando pra ele!

Eu - É isso que você pensa? Que eu tô te traindo? Eu te amo Caio, eu nunca seria capaz de fazer um coisa dessas...

Sinto minha cabeça girar.

Eu - ...Contigo.

Ele vem até mim e me abraça forte.

Caio - Eu sei... Me perdoa... Nossa como você tá gelado, pálido. Você tá se sentindo bem?

Minha vista escurece.

Caio - Amor? Amor? Celo? Marcelo!

Foi a ultima coisa que ouvi antes de perder a consciência.

Continua.