Sim, nós podemos 34

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Acordei e ele não estava mais na cama, eu ainda estava um pouco quebrado da viagem, mas não passaria a mesma dormindo. Saí de baixo das cobertas tremi um pouco de frio e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal. A água esquentou meu corpo e eu relaxei um pouco.

Eu me esqueci de levar as roupas para o banheiro e tive que sair enrolado na toalha, o Cadu tava sentado encostado na cabeceira da cama.

- Dormiu bem patri? - perguntou se levantando e vindo na minha direção.

(Acho que nunca expliquei, mas o Patri dele é em inglês, pétric. Fresquinho burguês hahaha)

- Muito bem... - ficamos em silêncio e ele colocou suas mãos nos meus ombros e foi descendo suavemente até chegar nas minhas mãos, acompanhando tudo com seus olhos e depois olhou para o meu rosto. Fiquei arrepiado.

- Você mexe muito comigo e eu gosto muito de ti, como amigo e também além. Mas nós sabemos que isso é ilusão, Patri. Uma hora você vai ter que ir e eu fico... Não sei se vou querer repetir o que aconteceu ontem, você me entende?

Claro que eu o entendia, ele estava passando o que eu passei, e foi nesse o momento que eu percebi. Ele me esperou, porém sabia que eu partiria, e pior ainda, ele sabia que eu amava outra pessoa. Eu era apaixonado pelo Carlos, isso é certeza, a nossa amizade colorida me fazia feliz, mas isso mexia com os sentimentos dele. Eu não seria egoísta de não aceitar o que ele estava tentando dizer, eu devia isso a ele, por ele ter me aturado tanto.

- Entendo sim, Cadu. Vou levar minhas coisas pro quarto de hóspede, tá bom?

- Ok, obrigado. Tem café na cozinha, vai lá que eu vou me arrumar e te espero terminar para sairmos.

Concordei e levei minhas malas para o outro quarto, as paredes eram todas brancas, com uma cama de solteiro, um criado-mudo branco e vermelho e com uns livros próximo ao abajur que também era vermelho, além de uma cômoda com gavetas vazias.

Me arrumei, com calça jeans, camisa de manga comprida e moletom, estava frio para mim, em seguida guardei minhas roupas nas gavetas antes vazias. Fui em direção a cozinha e o César estava na sala apenas de short e regata, imaginei que já estaria mais do que acostumado com o clima. Ele também estava mais bonito, mais forte e branco.

- Oi Patrick, tá frio ae? Haha.

- Nossa, muito haha.

- Não se preocupe que já acostuma.

Ele me acompanhou até a cozinha e me fez companhia enquanto eu comia. Falamos da minha viagem, da vida deles aqui, e algo que me deixou feliz, ele comentou sobre a possível volta para o Brasil que poderia ser dentro de 2 anos no mínimo, ele voltaria com um cargo bem maior, de diretor, logo, ganhando mais.

Não demorou e o Cadu chegou de bermuda jeans e camisa azul de manga comprida também.

- Viu César? Não sou o único que ta com frio. Olha o gringo ae também.

- Na verdade eu sabia que você estaria assim, estou te acompanhando pra não passar mico só haha. Nem está tão frio, bebê - disse o Cadu brincando com a minha cara.

- Relevem para mim, ontem mesmo eu estava no inferno que é o Brasil de tão quente e no meu estado então. E hoje aguentando treze graus aqui, só os guerreiros conseguem haha.

- Ta certo, trick. Só vê se não se apaixona, porque aqui a cada esquina é um bofe maravilhoso - disse César piscando e saindo da cozinha.

- É verdade... - falou o Cadu.

- O que? Que dá para se apaixonar fácil? Tá apaixonado por algum gajo, gajo? Haha eu só conheço gajo, mau's.

- Percebi que tu só conheces gajo, gajo haha. E respondendo, dá para se apaixonar sim, mas aqui não há a pegada do brasileiro, aqui eles não tem molejo, não dançam o tchutchatcha bem haha.

*(EU QUERO TCHUUU, EU QUERO TCHAAA, EU QUERO TCHUTCHATCHUAHXUHSU... Deu saudade... Mentira! haha)*

- haha verdade, não toca nem um funk, um sertanejo raiz, um brega... Acho que não suportaria! Haha.

Conversamos rindo sobre as diferenças dos países, e ele se queixando que tudo que chegava do Brasil era música bosta. Pelo menos não chegavam todas, aqui somos obrigados a escutar de qualquer maneira.

- Enfim, vou te levar à alguns lugares hoje, depois ficamos rodando pra você turistar, tirar fotos para provar que veio mesmo. Você faz questão de conhecer museus?

- Não, passeio chato, eu to fora.

- Obrigado por me poupar dessa haha

Terminei de comer e fomos turistar por Lisboa. Primeiro visitamos o Castillo (Castelo :O) de São Jorge por ser mais perto. Tiramos algumas fotos. A vista era muito linda, víamos o bairro todo de lá de cima. Enquanto caminhávamos pelo castelo o Cadu tentava me explicar as coisas, mas nunca conseguia porque esquecia e falava qualquer coisa relacionada a castelos, reinos e contos de fadas, só para rir mesmo. Para um passeio chato se tornou legal por ele ficar fazendo as suas palhaçadas.

Voltamos para o carro. E seguimos para o Elevador de Santa Justa, subimos tudo, até uma escada em formato de caracol. Tirei várias fotos também, era uma vista linda, lembra bastante o Elevador Lacerda, na Bahia. Porém o de Lisboa é mais clássico no quesito design.

- E ae, já estás com vontade de comer? - perguntou-me Cadu enquanto caminhávamos até o carro.

- Um pouco. O que o senhor guia sugere que façamos?

- Vamos na Torre de Belém para tirar umas fotos, depois para o Mosteiro dos Jerônimos e por fim, almoçar no restaurante Pastéis de Belém. Dizem que você não pode sair de Portugal sem antes comer alguns. Topa?

- Claro, quero ver se é bom mesmo.

Ele deu partida no carro e fomos para a Torre, demorou uns vinte minutos para chegarmos. Tirei umas fotos na entrada e em seguida adentramos a mesma. Certa hora, ainda no primeiro andar, o Cadu me puxou pelo pulso dizendo que queria me mostrar algo. Entramos em uma sala que era do governado e fomos para a sacada. Estava batendo um vendo ótimo, a brisa do Rio Tejo.

- Muito lindo mesmo, Cadu.

- Não é o Rio que eu quero mostrar, besta. Olha para a esquerda - eu olhei e só vi a continuação da Torre.

- Não tô vendo nada de impressionante, Cadu.

- Ali embaixo, olha! - falou apontando e eu finalmente enxerguei, era uma cabeça de rinoceronte.

- Eita, tu sabe o significado? - perguntei.

- Foi porque eles... haha tá bom, não sei, só sei que quem desenhou esse rinoceronte foi um tal de Durer. Não é nada impressionante, só o fato que ele fez uma gravura fiel de um rinoceronte sem nunca ter visto um se quer, pois não tem esses animais exóticos aqui.

- Nossa, muito legal.

- Afê, não sou mais guia, tu fica desprezando as minhas histórias - fez beicinho.

- Eu achei legal mesmo, bebezão haha - rimos e ele se virou de costas para mim e colocou suas mãos no parapeito.

Eu fiquei só o observando, ele estava muito pensativo (lindo!), queria lhe abraçar, mas não sabia se ele iria querer depois da nossa conversa.

- O que foi, meu anjo? - perguntei pondo a mão no seu ombro.

- Sei lá, olha onde estamos e como estamos. Depois de tempos... - ele se virou para mim - É bom te ter aqui, lesado! - disse e me abraçou.

Ainda andamos toda a Torre e eu pedi para irmos direto comer porque não queria mais turistar haha. Chegamos no restaurante e tivemos que esperar para entrar, o atendimento é lento devido a quantidade de pessoas que visitam. Era enorme e aconchegante, as luminárias me chamaram atenção (costumo prestar atenção em luminárias não sei o porquê). Pedimos um prato de bacalhau, vinha com umas saladas. Após terminarmos, o Cadu pediu quatro pastéis de Belém, eu achei muito, mas quando chegou vi que era o suficiente.

- Olha, são tipo empadas.

- Você esperava pastéis, Patri? Mesmo? Haha.

- Claro, puxa. Tu não avisa nada!

Ele ainda me zuou enquanto terminávamos os pastéis. E realmente, é uma maravilha, eu ainda sou fã. Rachamos a conta, ele queria pagar tudo só, mas nunca vai conseguir me convencer de deixá-lo pagar tudo.

Decidimos voltar para o apê, para sairmos de noite, ele disse que iria me levar em lugares badalados e os passeios chatos haviam terminados ali, que o resto da viagem seria curtição. Eu aceitei de pronto, claro.

...

E ae, negada? Consegui postar hoje, todos comemoram haha.

Eu estava lendo os comentários e fiquei tentando adivinhar a idade de vocês, mas infelizmente sou desprovido das bruxarias. Se vocês quiserem falar a idade de vocês só por uma pesquisa super importante da facul (mentira), eu ficaria grato! Haha.

. Thiago Silva: Realmente, aquela minha amizade com Carlos nunca muda, independente das voltas que o mundo dá, uma das coisas mais importantes da minha vida é a amizade dele (:. Obrigado pelas palavras e por comentar!

. Dani3l: Ok, dani! Haha. Sobre a nossa amizade colorida haha, é ótimo, porém confuso, só quem vive entende essa parada. Você namora? Tem quantos anos? Responda só se quiser. Obrigado pelos elogios, a única troca que posso dar são os textos, e se você gosta já me deixa feliz também.

. Fabi26: Obrigado pela compreensão, eu adoro escrever, queria ter mais tempo, porém é o que há. Obrigado pelas palavras!

. Geo Mateus: Obrigado! (;

. Gabee: Que bom você gosta, é bom compartilhar com vocês. Obrigado por ler e comentar!

. Erick Souza: aaaaah Rick! Haha. A história ainda tá pelo começo, as coisas mudam, às vezes, talvez! Haha. Obrigado por acompanhar, tô tentando escrever sempre que posso.

. Ru/Ruanito: Obrigado! (;

. JGA: Obrigado por acompanhar! Estou sempre tentando melhorar. E eu é quem agradeço, imagina.

Desculpem-me os erros, e obrigado aos que leram.

Abraços a todos!