Coração Indeciso - Capítulo XI

Um conto erótico de Arantes, Henrique
Categoria: Homossexual
Contém 1730 palavras
Data: 20/12/2013 01:02:50

-Boa Leitura!-

Estava em no táxi a caminho para Hospital Geral Nossa Senhora de Fátima (HGNSF), o taxista pegou alguma rua que não me recordo o nome, mas se não me engano fica no Bloco do comercio, passamos na frente do Banco Central e da Sede da Caixa Econômica Federal.

— Mocinho, aconteceu um acidente ali, irei pegar o caminho pela Praça dos Três Poderes, ok? — disse um senhor com cerca de cinquenta anos.

— Tá, tudo bem. — disse com minhas mãos no colo.

“Já é um tempinho para arejar”, pensei.

— Como essas ruas evoluíram cresceram. Eu nasci aqui nessa nossa cidade seca, mas cheia de esperanças e glamoures. O mocinho nasceu aqui?

Ele pegou a descida onde tem um pequeno espaço arborizado e do outro lado deste, uma placa verde com instruções:

“S. Bancário Sul

S Autarquias Sul

Pça dos Tribunais

Via L2 Sul”

— Sim, nasci aqui. Dá-me muito orgulho de morar aqui, a sua beleza... E demonstra que se nós quisermos algo, nós conseguimos.

“Eu li que essa cidade demonstrava uma visão de um futuro melhor para os brasileiros. Muitos não acreditavam, falavam que J.K não conseguiria tirar do papel. Mas ele mostrou que com fé e determinação, tudo se consegue. Como dizia ele, nosso presidente bossa nova:

“O otimista pode até errar,

Mas o pessimista já começa errando...”.

(Juscelino Kubitschek)

— Sabe garoto, mal te conheço, mas já te acho bem inteligente. Sempre quis colocar meus filhos no colégio em que estudas, mas este é muito caro! — Esfregou os dedos um no outro — Sempre achei esse colégio muito bom, mas depende do aluno. Não que meus filhos sejam vagabundos, pelo perdão da palavra. Mas vai de cada um não é mesmo?

Lembrei-me do Bruno e sua turminha, que só viviam farreando, transando e avacalhando com as outras pessoas (eu), estes querendo ser bambambãs “do pedaço”.

— Ah, sim, concordo plenamente em cada letra, ponto, palavras e vírgulas. Conheço vários dessa espécie...

Depois de passarmos por vários prédios importantes do DF, finalmente chegamos ao Hospital. Uma viagem exaustiva, mas bem simpática.

— Tchau, senhor. Foi um prazer, viu? Obrigado, boa Tarde. — falei com um sorriso no rosto, pagando-o.

— Digo o mesmo meu filho. Boa Tarde. — E revelei-me ao Sol em meu sair do carro.

Ao chegar à entrada do hospital, logo a porta automática se abre. Estava tocando baixinho uma música que amo na recepção “Antonio Carlos Jobim – Brazil”. Vejo um atendente, com um daqueles fones que encaixa na orelha. O atendente caucasiano, forte, com olhar – tinha um óculos que dificultava os seus olhos, mas aumentava seu charme - penetrante e cabelo meio eriçado.

— Boa Tarde? — disse ele olhando para cima.

— Eu gostaria de falar com o Doutor Augusto Carrão, da ortopedia e traumatologia.

— Sobre? — Num tom desinteressado.

— Particular. — disse no mesmo tom.

— Espere um momento. — Se virou para tirar digitar os números do teclado telefônico.

“Alô? Tereza, o Doutor Augusto Carrão se encontra? Não, não o Almeida, é o Carrão! Ãn, tá, tá bom então.”

— Me desculpe, mas o Doutor Augusto Carrão não se encontra.

— Você saberia me informar onde ele estaria consultando agora?

— Não, não.

— Então, tá. Boa Tarde.

— Boa Tarde.

Quando, desavisado, me virei esbarrando em alguém.

— Ai meu Deus, me desculpa! — Depois, olhei e reconheci, era “Clá”, toda louca e segurando alguns papéis que eu não conseguira derrubar.

— Eu te conheço! Henrique? — Olhou-me, torcendo o nariz tentando me reconhecer.

“Isso foi porque ela me conheceu ontem, imagina se tivesse mais tempo...”, pensei.

— É, sou eu. Tô procurando teu amigo!

— Ah, Guto, o gato galanteador? Hahahahahaha — ela riu. Pareceu-me até que ela era meio afim dele.

— É, acho que sim. — disse rindo.

— Ele tá afim de ti, né? — Quase cai duro, de vergonha. — Hoje ele não trabalha aqui. — Ainda rindo.

Ignorei o “Ele tá afim de ti, né?” e voltei à conversa.

— Onde ele trabalha hoje? Por favor! — perguntei.

— No Hospital São Bernardo, Ortopedia e Traumatologia. — disse ela com um sorrisinho.

Eu ia saindo, mas vi que ainda tava com uns papéis dela.

— Ah, desculpa, aqui. — Entreguei-os para ela.

Sai e logo percebi que “Clá” estava mexendo em seu telefone, certamente estava enviando uma mensagem para “Guto”. Fui para o ponto de ônibus mais próximo e comecei a devanear.

“Tô correndo atrás de um cara?” pensei devaneando. “Não, eu só estou sendo educado e levando o jaleco dele, tanto que nem peguei táxi!”, pensei. “Claro, ia acabar todo meu dinheiro!”, rebati como se eu fosse outra pessoa. “Meu Deus, estou louco!”. “Vou para casa!”, pensei. Mas o ônibus para casa não parou.

E passou um ônibus que levava até o São Bernardo, acenei e subi. Paguei minha passagem, me sentei e lembrei-me do meu ipod, que eu deixei na minha mochila desde o dia de minha “fuga” ao Parque da Cidade, havia escutando-o de manhã.

Comecei a escutar “Tom Jobim – Chega de Saudade”, sou meio das antigas, amo história, acho tão belas as coisas que o Brasil passara, nossas superações, nossos brilhos aclamados e ovacionados pelos estrangeiros.

“Chega de saudade

A realidade é que sem ela não há paz

Não há beleza

É só tristeza e a melancolia

Que não sai de mim, não sai de mim, não sai”.

Cheguei perto do Hospital São Bernardo onde várias bandeiras de países e do DF eram onduladas pelo vento forte. Desci do ônibus que havia passado um pouco do São Bernardo, mas logo eu já chegara à recepção fechada e pequena.

— Bom dia — falou uma atendente, ruiva e com um terninho branco e seios fartos e apertados naquele tubo.

— Bom dia, teria como você verificar se o Doutor Augusto Carrão está? A especialidade dele é ortopedia e traumatologia.

Era um hospital muito enfeitado, cheio de paisagens e entretantos. Enquanto a atendente checava. Eu estava olhando ao redor, não tinha ninguém nas cadeiras da sala de espera; estava frio lá, eu apoiado no balcão, sinto um toque e me viro.

— Procurando por mim? — Ele diz com sua voz grossa, me arrepiei, estava com seu mesmo estilo de ontem a não ser pela camisa preta de manga longa até os pulsos, de algodão, abotoável, com quatro botões e folgada no pescoço e seu sapato agora um Converse.

“Ele deve ter saído de um daqueles monstros”, pensei olhando para o hall dos elevadores que estava um pouco escuro.

— E se não for? — disse o desafiando, mas logo abri um sorriso.

— Eu sei que é. — disse ele também rindo. — Já até sei o porquê dessa visita tão especial para mim. Vamos à lanchonete? Quase não me pegas aqui, eu ia te perder e ia ter que te procurar e carregar no colo.

— Me enchendo de elogios? Assim eu venho todo dia! Só que não, nunca! — disse rindo.

— Hum, vou amar, ter você almoçando comigo... Até o dia de você virar o lanche chegar. — Me olhou safado, ignorou a parte do “Só que não, nunca!”

— Seu obsceno, canibal! Já vou, só por causa disso!

Fingir ir embora. Logo ele veio caminhando correndo atrás de mim. “Como estou tão ridículo com esta bota ortopédica de um lado e o sapato do outro!!”

— *Continentes andam mais rápido que você *. — disse ele rindo. — Se tu quiseres eu peço desculpas de joelhos.

— Não precisa tanto... Que original essa frase da FOX*, né? Vamos que minha barriga tá roncando aqui. Graças a ti!

— Tá, mas quem te disse que eu tava aqui?

— Tenho minhas fontes, inclusive me disseram que tu és muito galinha!

— Que droga de fonte é essa? Que droga que disse isso? — Ficou meio irritado, mas logo se acalmou. — Pois saiba que agora quero uma pessoa ai. — Me olhando pelo canto do olho. — Mas o que tu queres comer? — Ficando em pé enquanto eu me sentava.

— Advinha... Usa a criatividade... Como diria alguma estrangeira “surprise me” — disse a ele.

— Tudo bem... — disse hesitante — Depois não reclama.

Depois de ficar tamborilando os dedos na mesa por uns dois minutos, ansioso. Ele vem com uma torta salgada, duas coca zero (parece que tinha adivinhado, e tinha ahahhahahaha) e uma torta nega maluca.

— Qual que é para mim? — perguntei com certo charme.

— A que tu quiseres.

— Vou ficar com a salgada.

Enquanto ele terminava de mastigar sua primeira garfada disse:

— Tudo bem, mas é de camarão.

— O quê? Meu Deus! Eu não posso comer camarão! — Arregalei meus olhos, que ficaram assim (efeito da alergia). Minha garganta estava começando a dar sinais da minha super alergia a mariscos.

Na mesma hora ele me pegou minha mochila e guiou-me como uma gestante, me levando à emergência, que estava mais ou menos lotada. Eu segurava minha garganta, minha glote estava fechando-se, eu me lembrara da horrível lembrança de quando eu era criança e passara por esta mesma.

— O que ele tem? O que ele tem? — perguntou um médico, enquanto ele me sentava na maca da enfermaria.

— Ele comeu uma torta, torta — falou meio desorientado, nervoso. — Era de camarão. Ele é alérgico! Droga, por que tu não me avisaste!

Ele tava brigando comigo enquanto eu passava mal? Que porra é essa? Eu não tava conseguindo respirar. Apertava a beira da cama e tentava respirar fundo. O médico veio com uma injeção, Fenergan, quando vi que era Fenergan.

— NÃO... — respirei fundo — POSSO.

“Que droga! Por que eu vim aqui?!!! Que raiva, que ódio de mim!”, pensei.

Ele pegou outro frasco Dexclorfeniramina

Com minhas últimas forças, eu disse:

— Tira ele. Cortina. Fecha. — Não consegui falar mais nada. Mas ela entendeu. Fechou a cortina e tirou Augusto, resistente de lá.

Virei-me de bunda para cima e ele abaixou minha cueca e minha calça (que humilhante) me aplicou. Senti a “picadinha” que só me fez enfiar mais minha cara no travesseiro.

— Pronto. — disse o médico, ajudando-me a recompor-me. — Logo irá passar. Irá ficar de observação. — Abriu a cortina, foi conversar com Augusto.

Realmente, me senti bem melhor, mas logo cai no sonoEhhhhhh, tô totalmente de volta à ativa, voltarei a escrever meus contos enormes!! Hahahahahahahahaha. Hummmmm, tô conhecendo hoje mais um dos meus magníficos leitores Caduuh°, também sou um novo “no cadastro” aqui (mas sou um antigo leitor, que ama também escrever). Bom, seja bem-vindo Caduuh°.

*Desculpem por quebrar a cronologia com essa frase de algum filme que não me lembro de onde tirei e onde vi. Vi num comercial acho que na FOX.

E quanto os comentários aos fatos históricos brasileiros, contos também são educativos hahahahahhahahahahahhahahahhaha.

Um beijo aos leitores em geral, espero que tenham gostado!!!! Até mais!


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Comentários

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Legall. Kkkkkk o cara tem alergia a um monte de coisas tadinho

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