Ou poderia dizer que o Rafael inventou toda uma história e escapou do Dr. Leopoldo, todavia este não seria o meu Rafael. Vocês poderão constatar isso ao longo da narrativa. Agradeço aos comentário e sem mais delongas ao conto.
Parte 40
Sinceramente não sei como escapar de uma situação dessas, se eu estivesse no lugar de Rafael acho que desmaiaria com a pressão, no entanto ele estava bem calmo e apenas respondia a todas as perguntas. Ele segurava minha mão com muito carinho, e sei que no mundo, eu era a única coisa que restava, aja visto que sua família está morta e ele não tem nem um amigo, então não importava nada exceto minha opinião.
Rafael – eu posso responder as perguntas, entretanto o que eu falar não deve sair dessas quatro paredes.
Leopoldo – tudo bem. Como falei isso não é um interrogatório, somente quero saber os detalhes para ajudar vocês, e não se preocupe, pois se você não é responsável pela morte dos garotos, pode me contar que manterei sigilo.
Rafael – pois bem! De uns tempos para cá meu corpo tem passado por algumas transformações e dentre elas descobri que sou muito bom em embates físicos, sou muito forte.
Leopoldo – sei. Não precisa me contar as transformações do seu corpo, tenho meu filho e sei o que acontece – ele disse com uma cara esquisita que não eu soube identificar – prossiga.
Rafael – eu estava em casa, quando começou tudo, eu senti que Lucas precisava de mim, foi muito forte, então fui voando até onde Lucas estava. As câmeras não registraram minha entrada, pois eu cheguei por cima do beco, fora do alcance das câmeras e sai também por lá com Lucas.
Leopoldo – não me lembro de ter visto nem uma escada para você poder entrar e sair, era um beco fechado, como você fez isso? – agora não tinha escapatória, ou o Rafael contava a verdade, ou ele teria de inventar uma boa mentira e como eu sabia que Rafael ao gostava de mentiras, provavelmente diria a verdade.
Rafael – eu não usei escadas, eu entrei voando e sai voando também. Quanto aos machucados, eu aprendi algumas técnicas de cura e achei num livro algumas indicações de plantas que auxiliavam para um efeito bom com menos esforço. Finalmente, eu estava sem camisa, pois quando senti Lucas eu tirei para poder voar.
Leopoldo – como? Você tem um helicóptero? Mas para que tirar a camisa?
Rafael – não um helicóptero, voei com minhas asas mesmo – ele disse como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.
Leopoldo – asas, eu estou tentando ajudar e você fica fazendo piadinhas, bem, no interrogatório que você passará terá de revelar a verdade – ele parecia que realmente achava que era uma piada mais percebeu que Rafael e eu continuávamos sérios.
Rafael – não é piada, eu posso mostrar, mas isso não pode sair daqui.
Dito isso ele levantou e tirou à camisa, o Dr. Leopoldo continuava com cara de cético. Então Rafael abriu as asas, elas eram esplendorosas.
Leopoldo – como você faz isso? – ele olhava para elas de maneira deslumbrada, era claro o espanto em seu rosto.
Rafael – eu não sei direito, simplesmente faço – disse Rafael recolhendo as asas, colocando a camisa e sentando ao meu lado novamente.
Leopoldo – você é uma espécie de anjo? – disse ele tentando recuperar o juízo.
Rafael – não sei ao certo, sei que estou humano, embora tenha esses adornos – disse Rafael em tom meio duvidoso.
Leopoldo – então, você curou o Lucas com alguma espécie de habilidade?
Rafael – foi.
Leopoldo – eu tentarei digerir tudo do melhor modo que puder e como prometi manterei sigilo, visto que sempre mantenho minha palavra, alem do mais ninguém acreditaria em mim, eu mesmo ainda não acredito.
Depois disso ele se despediu e foi embora, falou que eu deveria ir à delegacia nos próximos dias e disse que Rafael deveria ir também, visto que presenciou o acontecimento, mas alertou e disse que deveríamos omitir as partes de voar e curar. Ainda falou que a morte dos garotos era misteriosa e teria que investigar melhor, não deu detalhes, pois era tarde e disse que nos falaríamos em outras ocasiões. Era realmente tarde e eu precisava dormir. Ia me encaminhar para o quarto com Rafael quando meu pai aparece.
João – então... Como foi a conversa com o delegado filho – ele disse escorado na poltrona, claramente estava preparado para dormir.
Eu – até que foi boa, ele nos aconselhou e vai nos ajudar, afinal não fui o culpado – eu estava segurando a mão de Rafael.
João – outro dia quero que você me conte o que aconteceu melhor. Temos que conversar para verificar se ouve algum trauma – eu não precisava sair de casa para ir ao psicólogo, meu pai cumpria essa função muito bem, bem até demais – agora é tarde e amanhã tem aula e você tem que acordar cedo, Rafael tem que voltar para casa, pois ele estuda também – eu não queria que Rafael fosse. Minha vida estava um turbilhão e precisava dele ao meu lado, principalmente porque amanhã era o dia em que eu entraria assumido na escola, ou melhor, exposto.
Rafael – eu vou dormir com o Lucas – ele disse e me agarrou por traz deixando claro que não sairia de perto de mim, meu pai olhou para ele com...
continua...
Qual será a reação do pai de lucas? Sera que ele vai botar Rafael para fora? Comentem, critique e deixem suas opiniões a cerca o conto e desses últimos questionamentos. Ao final não deixem de atribuir uma nota. Até a próxima.