Bom.
O presidiário e o Advogado: Meu advogado é mais folgado que eu.
A prisão não é um local que vamos para passear, se você acha que temos vida boa aqui? Se engana, aqui só tem vida boa se você tiver um status lá fora, e eu tinha. Eu era o Rei lá de fora e rei aqui de dentro. Minha ordens eram supremas e não tinha ninguém que poderia ir contra mim.
Só tem uma pessoa que foi contra mim e até hoje é o único que ele manda e eu obedeço. Meu advogado preferido Diego Motta.
Eu poderia muito bem sair daquele lugar a hora em que eu quisesse. Eu tinha guardas que trabalhavam para mim, tinha facções que tinham medo do meu nome, eu era onipotente. Mais uma coisa que ninguém conseguiu foi me domar, mulheres choviam na minha, por eu ser o bad boy, o garoto que fazia qualquer um enlouquecer na cama. Elas eram sempre bonitas, interesseiras, mais nenhuma nunca passou de uma noite comigo, sempre foi assim, uma noite e nada mais, algumas morreram porque fingiam estarem gravidas de mim e eu mesmo matei.
Que foi? Eu disse que não seria um romance habitual que vocês verias, o menino rico se apaixonando por um pobre e no final eles viveriam felizes para sempre, sou realista, sou uma pessoas que viu e provou do inferno e a única coisa boa que me o mundo me fez foi de levar minha mãe embora, sendo morta na minha frente e trazer o Diego para mim.
Quarta-feira, era o dia do banho de sol, eu sempre ficava na quadra levantando peso ou jogando bola, eu gostava de ser artilheiro devido a minha agressividade no ataque, eu passava o carrinho em vários e tirava alguns direto para enfermaria da prisão.
Hoje eu ficaria apenas assistindo o jogo, o time era divididos entre os com camisas e os sem. No chão quente, era uma das nossas diversão que tínhamos. O jogo começou e naquele dia não queria torce para ninguém, estava com minha camisa roxa do Corinthians, era devoto fiel de são Jorge. Meu calção branco e minhas havaianas azul escura.
- Senhor. – disse um dos guardas. – O Senhor tem uma visita.
Olhei estranho para o guarda, ele era um dos meus contratados. Pedro era seu nome, um cara baixo, que andava com anéis em metade da mão. Seu olhos escuros e bigode o faziam parecer mexicano, ainda mais com o rosto triangular e sobrancelhas grossas. Ele sempre gostava de me trazer novidades, mais sabia que aquilo era apenas um toque, dizendo que queria esta vivo, caso acontecesse algo.
- Quem é? – perguntei me levantando.
Vejo nos olhos de Pedro o medo que se formou e um nó na garganta. Ele me divertia as vezes, quando ficava nervoso, virava gago.
- Um, ad.ad.ad.ad...
- Vamos. – gritei.
- Um advogado senhor, disse que foi pago para lhe soltar. – ele enxugou seu rosto que estava pingando de suor.
- Onde ele esta? – perguntou
- Na sua cela senhor.
Olho feio para Pedro que faltou implora pro sua vida. Eu tinha me mudado de cela, agora estava ficando numa cela solitária, depois do incidente, me transferiram, para a cela que eu queria. Coloquei tudo que eu queria nela, uma tv de led, um ps 4 para jogar, um cama e até mesmo um banheiro descente, a pena que ainda não pude colocar um Split.
A minha cela era coberta de um pano preto, onde ninguém poderia me ver, assim que Pedro abriu a porta eu vi um rapaz sentando na minha cama, com roupa social. Assim que o vejo, me passou duas coisas na mente, “Serio que essa criança vai me defender?/Como eu ficaria bonito de social”
- Boa tarde, deve ser o meu cliente Francisco. – disse o engomadinho se levantando.
- Me chame de Pitbull. – respondi seco ao aperta sua mão.
Ele deveria ter seus 23 anos de idade. Cabelos encaracolados pretos, da pele branca, seu corpo ainda era de uma criança, mais deveria ter alguns músculos dentro daquele terno, ele era um pouco mais baixo que ele. acho que uns 15 centímetros, seus olhos castanhos encararam os meus e senti confiança nele. O rosto era redondo, com uma barba por fazer, seu rosto era de home, mais acho que seu corpo não acompanhou a evolução, sua boca era carnuda e bem vermelha.
Seu terno era novo, ele era azul marinho, ele tinha uma pequena pasta ao seu lado preta, com os sapatos pretos que tinham sido engraxados recentemente. Sua camisa branca e a gravata vermelha, descartavam com o suspensório marrom. Aquele menino mais parecia um modelo do que advogado. Eu ri.
- O senhor esta bem? – perguntou o garoto.
Sua voz era macia e paciente, como um cantor de música romântica.
- Estou, só pensava que meu advogado era digamos, mais experiente.
Ele entendeu a mensagem que queria dizer e logo fechou a cara fazendo beicinho.
- Senhor Francisco. Eu me chamo Diego mota, tenho 23 anos e me formei em primeiro lugar na minha turma. E passei com muito suor na Oab. Posso ter 23 anos, mais eu sei bem onde estou me metendo. – disse Diego me lançando um olhar feroz.
Eu ri virando o rosto e coçando minha barba, volto e encosto ele na parede.
- Então se sabe onde esta se metendo, sabe que sou perigoso o bastante e se não fizer algo bem feito, eu mesmo mato você. – disse olhando bem no fundo dos seus olhos.
Aquele garoto era audacioso, que em nenhum momento seus olhos tremeram ou parte do seu corpo. Seus olhos ainda tinham o mesmo tom de feroz que me lançou.
- Claro que sei onde estou, e quem esta na minha frente. Mais pelo que estou vendo. Você é quem precisa de mim, não eu de você.
Eu ri, meus punhos fecharam, não gostava de gente abusada me defendendo, que poderia dizer o que eu poderia fazer e eu aceitar calado, não sou cachorro para aceitar ordens de ninguém. Ali na parede, ainda encostado nossos corpos deram choque com o contato, como dois elétrons se encontrando.
- Da para me soltar.
Eu o solto e ele ajeita seu palito.
- Estamos presos um ao outro. – disse ele se sentando na cama.
- Quem te mandou? - pergunto.
- Não te interessa. - disse ríspido - O que interessa e que estou sendo pago para te salvar desse muquifo.
Ele colocou a mão em volta. Mostrando a cela. Olhei fixo para ele intrigado. Isso tinha cara do Chakal.
Chakal era meu braço direito, ele era cego de um olho, devido a uma briga de rua que teve, com uma cicatriz em seu lado esquerdo. Da pele parda e cabelos pretos lisos longos, que os prendiam em um rabo de cavalo. Ele sempre gostou de preto e ouvia muito rock, Chakal tinha ombros largos e um corpo machucado de várias brigas que se envolveu e a única tatHagen que cobria seu corpo era o nome da filha de 9 anos, Isabella.
A garota herdou a mesma paciência e cautela que ele tinha, com os mesmo olhos castanhos escuros, alegres mais ao mesmo tempo perigosos.
Chakal era o típico cara que brincava contigo para saber quem era você.
- Quem te mandou? - perguntei novamente em pé.
Diego bufa mais uma vez.
- Esse é um dos termos que tenho que cumpri em meu contrato. Agora para de quere saber e me conta sobre você.
A pergunta foi tão direta que me deixou vermelho. O garoto mesmo com 23 anos, não se comportava como alguém de sua idade. O observar e descobri quem era ele, era a única saída que tinha para descobri quem comprou seus serviços.
Enquanto eu contava como parei aqui na cadeia, porque tinha matado um rival meu e posto o seu corpo na Praça principal de seu comando. Aquele dia pareceu ontem.
Sentir aquele ódio que eu tinha por ele, por ter me humilhado e querer tomar aquilo que não era dele.
Foi incrível ver em seus olhos o desespero da morte, como foi bom em ouvir o disparo da arma.
Já disse para vocês, se querem algo romântico, vai procura em outro lugar. Não sou romântico, sou un assassino cruel e sanguinário.
Diego nao demonstrou repulsa ou qualquer outra coisa. Por um momento eu vi em seus olhos pena. O jeito como ele observava a cada detalhe me lembrava muito alguém que conheci em meu passado. Alguém importante que eu deveria lembra, mais minha memória era traiçoeira.
Ele cruzou as pernas e gravava nossa conversa. A casa pergunta que ele fazia eu tinha que ter uma resposta plausível e concreta. Explicando cada detalhe.
- Já tem tudo? - pergunto tomando uma cerveja.
- Sim Francisco. Já tenho tudo que presciso. Por hoje é só. - ELE colocou suas coisas na pasta .
- Não me chame de Francisco. Me chame de pit...
- Já sei. Deixe de ser uma criança mimada. Você é meu cliente e tenho que chamar pelo seu nome. - disse Diego me lançando outro olhar feroz.
Fiquei calado? Claro que nao.
- Você é abusado. Odeio gente abusada. - disse chegando perto dele.
- Que bom. Eu odeio gente que acha que é o rei do mundo. Empate. - Disse Diego esbarrando em mim. - Da próxima vez, não fume para conversa comigo. Não gosto de sentir o cheiro de cigarro em uma pessoa.
Ele se virou de costa e saiu, me deixando ali sentado olhando para o nada.
A noite na cadeia sempre é a pior parte. Para quem tem família, ficar ali toda noite sem vê-los é uma tortura. A primeira noite, se você é inocente de algo, você grita que nunca fez nada. Mais as regras aqui sao outras. Nos tratamos todos na mesma forma. Todos aqui vai pagar, de uma maneira ou de outra.
Eu me sentia só, olhava a foto de minha mãe, a única que eu tinha, ela na porta de casa e eu do lado dela. Deveria ter sete anos de idade. Com os cabelos cortados em cuia. Os olhos fechados devido ao sorriso de feliz por receber minha primeira bike.
Minha mãe era faxineira mais sempre quis o melhor para mim. Jogou meu pai fora quando eu tinha três anos, porque ele traía ela com uma amiga de infância de minha mae.
Dona rosa era uma mulher gueirra, até que o filho da puta de um traficante a matou na minha frente.
Ela fazia falta, ela faz falta até hoje. Por um instante me peguei pensando no Diego. Em como ele não tinha medo, em como me tratou.
Era o único depois de Chakal, que me tratou assim. Aquele garoto era especial. Mais não ia demonstra isso. Eu gostei dele. Ele daria um ótimo braço esquerdo.
Naquela noite, foi a primeira em que eu dormi na cadeia e não me senti sozinho. Agora eu tinha alguém em que me colocaria nos trilhos.
Comentários
Continua adorando
Pq bandido é tao atraente? Apaixonado pelo Pitbull kkk
Tô gostando mto desse conto!