Em busca da felicidade (60) Penúltimo Capítulo

Boa noite pessoal.

Bom, esse é o penúltimo capítulo. Esse conto ficou gigantesco, mas não poderia pular algumas etapas. Desde ja quero começar a agradecer a presença de todos vocês que sempre prestigiaram a história. Grande beijo a vocês.

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luy95, ola minha querida fico feliz por estar curtindo, é uma pena mesmo estar acabando. Grande beijo.

Willyan, eu que agradeço você pelo carinho, obrigado por sempre aparecer por aqui.

Dalia_florzinha, já ouviu aquela expressão que “no fim tudo da certo”, então, vamos pensar assim. Beijos.

grimm, é exatamente isso, o Fernando está querendo decidir por todos, da mesma maneira como o João fez la atrás.Quando se trata de amor, somos ótimos para resolver o caso dos outros, mas o nosso complicamos tanto mesmo, criamos coisas que nem precisariam existir.

japa_boy, não chore não meu caro, o importante é que os dois se amam.

sonhadora19, o Fernando nunca vai conseguir se separar do João, a algo que os ligam, mesmo que estejam longe. Nesse capítulo o Felipe e o João acertam de vez o lance deles. Gostaria sim de postar outro, mas tenho que pensar numa história legal, até tenho algumas idéias, mas pra isso preciso esquecer o João, Fernando e Felipe de vez, difícil né, rsrs.

, o João não vai precisar provar nada para o Fernando pois ele irá perceber isso sozinho. Ele sairá de casa sim, mas na verdade ele nunca viu o Felipe como um problema.

C. T. Akino, pode ficar tranqüilo meu caro, o final já esta pronto e acredito sim, que será um grande final, a altura de cada personagem.

Ryuho, obrigado meu caro, quero agradecer sua presença constante aqui. Obrigado pelo carinho.

Alê12, o Fernando é tudo isso que você falou elevado ao cubo. Sim, essa história me tomou tempo demais mesmo, mesmo tendo o final dela desde o começo, era necessário desenvolve-la e as vezes tinha a falta de criatividade, onde não saia nada na hora de digitar, rs. Claro que pode me chamar de amigo, mas apesar de todo trabalho, foi prazeroso demais escrever uma história despretensiosa e que agradou muitas pessoas. Acho que o que todo mundo quer ler é uma história onde os personagens não sentem vergonha de sentir o que sentem, mostrar o amor. Quero aproveitar pra dizer que não pude acompanhar outras histórias aqui, não iria conseguir acompanhar todas que queria ler, mas seu conto foi um dos poucos que acompanho, você escreve muito bem. Grande abraço.

iurymarlon, obrigado garoto, quero um dia voltar e trocar essas idéias com vocês, e bom escrever e interagir ao mesmo tempo.

JuuGaucha, ola lindona, obrigado pelo carinho, rsrs, infelizmente está chegando ao fim, mas vamos torcer pra todos serem felizes. Beijão.

Silver Sunlight, sim o Fernando esta tomando essa atitude mas não por raiva, ciúmes, ele acha que esta agindo certo, dando a opção para o João escolher, esta abrindo mão da sua felicidade em nome do Joao e do irmão. Você esta certíssimo em suas colocações, esse tempo só vai servir pra ele perceber que o João é o cara da sua vida.

Sergipana, você esta certíssima, o que existe entre os três é bonito demais, mas eles só precisam entender qual é o lugar, a posição de cada um. Também estou triste pelo final, se pudesse ficaria escreve um capítulo por dia, por mais uns 5 anos, mas já chegou a hora do fim né. Obrigado pelos elogios, grande beijo.

por do sol, ele não deixou, apenas deu um tempo para eles refletirem. Obrigado pelo carinho.

Anjo ciumento, o Fernando morrer? Até vai, mas não na minha história, rs. Calma, ele acha que esta fazendo o certo, tomando a melhor decisão, mas ele vai cair em si. Obrigado pelo carinho meu caro, grande abraço.

frannnh, oi, pronto nada, tem muita coisa ainda pra acontecer. Beijão.

stahn, sem problemas meu caro, adoro seus comentários, espero que leia os últimos posts e que de sua opinião final. Obrigado por todos esses meses juntos.

Geo Mateus, calma, a solução já esta na cara deles, eles que ainda não pararam pra analisar as coisas, como elas devem ser vistas. Obrigado pelo carinho.

Mô, Decepcionar vocês??? Jamais, preparei um final lindo pra todos eles, só precisamos acompanhar os caminhos que eles percorrerão até o fim. Beijão minha linda, obrigado pelo carinho que você sempre demonstrou desde o começo da história.

Harlesson, ola meu caro, não esquente com isso, o importante é que você esta acompanhando a história. Não xingue o Fernando, tadinho, ele só esta meio confuso, achando que esta tomando a melhor atitude.

wanderrrr, o João já aumentou coisa pior, ele vai tirar de letra e o Fernando logo vai cair em si. Obrigado pela presença, grande abraço.

diiegoh', a única coisa com que o Fernando se xapa é com o amor do João, rsrs, brega isso né? Abração meu amigo.

L.P, hahahahaha, obrigado pelos elogios, eu também adorei a vingança contra o Pedro, e olhe que ela nem estava prevista. Beijão.

Miguel Ferreira, sim, o Fer só esta fazendo isso por amar demais os dois, mas depois ele vai descobrir que não era esse o caminho.

Danguito, ola querido, o Alex já era, a participação dele acabou aquele no Hospital, ele só será citado no ultimo capitulo. Agora a história só se concentra nos protagonistas.

kelly , ola minha queria, obrigado pelo carinho, fico feliz que tenha gostado. Mas vou pensar em algo novo sim, fique tranqüila. Grande beijo.

Foguinho, Bruno, grande abraço pra vocês.

CrisBR, obrigado pelo carinho de sempre, te gosto muito viu lindão!!!

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Fernando – Eu vou deixar vocês para pensarem, pode acreditar, não estou triste. Vou deixar vocês refletirem e vamos deixar o tempo decidir o que é melhor.

Fernando – Eu vou embora dessa casa.

João – Você o que???

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Capítulo 60

Fernando comunicava sua decisão ao irmão no momento em que João chegava em casa.

João – O que você esta falando Fernando?

João – Ir embora pra onde? Sua casa é aqui. João falava já fora do tom, um pouco nervoso.

Fernando – Calma João, eu vim aqui pra conversar com vocês.

João – Não tem o que conversar, eu achei que já estava tudo resolvido.

João – Vamos jantar? Estão com fome? João começou a agir como se o assunto estivesse encerrado.

Fernando foi até seu ursinho, tentando iniciar novamente a conversa, mas João desconversou, indo para o quarto.

Fernando – João...

João – Eu esqueci umas coisas no escritório. Você conseguiu.. João começou a puxar assunto, não dando chance de Fernando falar.

Fernando – João, pare, me ouve. Fernando o segurou pelos braços, olhando em seus olhos.

João – Eu não quero conversar, não Fernando. João já estava com os olhos cheios de lágrimas.

Fernando – João, eu preciso te explicar...

João agarrou-se ao peito de Fernando, abraçando seu amor tão forte, não dando chance a ele de escapar. Fernando correspondeu aquele abraço, envolvendo seus braços em volta do corpo de João.

Fernando foi sentando na cama, puxando o corpo de João, até que os dois se acomodassem no colchão. Em nenhum instante João soltou seu corpo do peito de Fernando, era como se qualquer distração, seu amor fosse desaparecer, escorrer entre seus braços. Ainda abraçados, Fernando começou a falar:

Fernando – João, tente me entender...

João – Me perdoe, eu nunca quis te trair.

Fernando – Não é questão de perdoar, nós precisamos de um tempo, colocar as idéias em ordem.

João – Não Fernando, nós somos homens adultos, já passamos dessa fase de dar tempo.

João – O que eu preciso fazer pra você mudar de opinião?

Fernando – João, eu só quero o seu bem, só quero lhe ver feliz.

João – A minha felicidade está ao seu lado Fernando.

Fernando – Você e o Felipe estavam se entendendo, eu estraguei tudo.

João – Não Fernando, você esta enganado, é você que eu quero.

Fernando – Se eu nunca tivesse voltado, vocês dois teriam tido algo muito legal.

Fernando – E eu tenho que admitir, eu ficaria muito feliz em saber que vocês dois estavam se dando bem. As duas pessoas que eu mais amo, um ajudando o outro.

Fernando estava irredutível, acreditava ter estragado algo entre Felipe e João e não conseguia ver outros pontos de vista, achava estar tomando a melhor atitude.

Fernando continuou conversando com João, até que seu ursinho pegou no sono, ainda grudado em seu peito.

Fernando ficou um bom tempo com João dormindo em seus braços, ficou alisando os pelos do braço de João, cheirando as mexas dos seus cabelos, acariciando levemente sua face, sentindo seu cheiro misturado com aquele perfume amadeirado que só ele tinha.

Com um pouco de dificuldade, Fernando soltou João com cuidado, para que ele não acordasse, ficou mais um tempo olhando para seu rosto, beijando seus lábios com muito carinho.

Fernando – Eu te amo tanto meu amor, me perdoe se eu estiver tomando a decisão errada, só quero te ver feliz.

Fernando beijou novamente os lábios de João e em seguida pegou suas coisas e deixou aquele quarto.

Fernando viu o irmão deitado, dormindo no colchão que ficava na sala e em seguida foi embora. Já estava abrindo a porta quando Felipe se levantou, indo até ele.

Fernando – Não queria te acordar.

Felipe – Eu não estava dormindo, estava esperando você sair do quarto, pra conversar.

Fernando – Já conversamos meu irmão.

Felipe – Não concordo com o que você está fazendo, você esta errado.

Fernando – Está sendo muito difícil pra mim Felipe, pode acreditar.

Felipe – Deixe eu ir com você então!!

Fernando – Não, não é o momento, você precisa entender o que você quer para sua vida.

Felipe – Eu já sei o que eu quero pra mim.

Fernando – Não Felipe, o João precisa de você.

Felipe – Ele precisa é de você Fernando.

Fernando abraçou Felipe, beijando seu rosto, se despedindo.

Fernando – Cuide dele, eu confio em você mas se precisar de algo sabe onde me encontrar. Fernando apressou aquela despedida, já estava se sentindo fraco, com medo de não conseguir manter sua decisão.

João estava deitado, todo encolhido na cama, na mesma posição que Fernando o deixou. Já era madrugada quando despertou, tocando de imediato toda a cama e vasculhando com os olhos cada canto daquele quarto, a procura do seu amor.

João – Fernando!!! João o chamava, mas sabendo que não seria ouvido. Com há voz um pouco embargada, voltou a chamar por seu amor.

Quem apareceu na porta do quarto foi Felipe, também com o olhar triste pela despedida do irmão.

João – Porque ele me deixou novamente?

Felipe se aproximou de João, ficando ao seu lado na cama, estendendo seu braço em volta do ombro de João.

Felipe – Não fique assim, tente entender meu irmão.

Felipe – Ele está confuso, ele acha que está nos protegendo. Não adianta tentar argumentar com ele agora, vamos deixá-lo refletir um pouco.

João – Você esta certo.

Felipe passou o resto daquela noite, abraçado a João, o consolando. Como faziam enquanto Fernando estava em coma, Felipe estava novamente consolando João. Os dois tinham uma sinfonia incrível, talvez não fosse a intenção de Fernando jogar João nos braços de Felipe, mas involuntariamente era isso que estava acontecendo, novamente os sentimentos se misturavam e mesmo sofrendo com a partida de Fernando, João se sentia mais confortado, estando ali ao lado do cunhado.

A primeira noite sozinho no ape em que foi morar, foi mais difícil do que esperava. Fernando acordou, virando seu corpo, achando que encontraria o corpo de João. Estava tão acostumado em acordar de manhã e já ir apalpando seu ursinho e mesmo estando longe dele, sua presença era tão viva, ainda sentia o cheiro do seu príncipe em sua roupa, em seu corpo.

João aceitou a decisão de Fernando e seguiu sua vida, trabalhando cada vez mais, como forma de diminuir sua saudade.

Cíntia – E ai meu lindo, como está?

João – Estou bem.

João – Não, nada verdade não estou bem não, apenas estou levando. Dói tanto Cíntia, sinto tanta falta dele.

Cíntia – Calma meu querido, tudo vai se resolver, de tempo ao tempo.

Cíntia – Bom, vamos ir embora? Chega por hoje né?

João – Vamos sim, só vou enviar esses e-mails e esperar o Felipe.

João – Ele comprou uma moto, combinamos que ele passaria aqui, nossos horários estão iguais.

Cíntia – Sei.

Cíntia – João, me diga uma coisa, seja sincero. João parou no mesmo instante, olhando para a amiga.

Cíntia – O que está rolando entre você e o Felipe?

João – Como assim?

Cíntia – Você entendeu minha pergunta.

João – Não está acontecendo nada entre eu e ele Cíntia.

Cíntia – Mas o que você sente por ele?

João – Eu sinto carinho, afeto, só coisas boas. Desde que o Fernando saiu de casa, o Felipe tem sido um amigão, não mede esforços pra me ver feliz, me distrair.

Cíntia – Só isso que você sente por ele?

João – O que mais seria?

Cíntia – Tesão, paixão.

João – Não Cíntia, você esta enganada, diferente da outra vez, eu o Felipe agora estamos como dois grandes amigos, como irmãos.

Cíntia – O Felipe se tornou um belo rapaz, másculo, viril, gostoso. É impossível você negar essas qualidades dele.

João – E não nego, ele é tudo isso sim, mas hoje só o vejo como o irmão do Fernando, como um cara que eu aprendi a amar, mas como irmão.

Cíntia – E ele sente o mesmo por você? João ficou pensativo, poderia responder por si, mas não responder por Felipe.

Felipe – Boa noite. Felipe entrou no escritório, interrompendo a conversa de Cíntia e João.

Cíntia – Bom, como você já tem sua carona, vou indo embora.

Cíntia – Pense no que falamos João. João apenas a encarou, mas em sua cabeça ficou aquele questionamento: “O que Felipe sente por você?”

Felipe – Vamos embora?

João – Vamos, mas devagar com essa moto cara.

Felipe – Xiii, não de palpite não, você sabe a diferença entre uma moto e um carro né? Felipe tirava sarro de João.

João – Sou habilitado para dirigir moto seu palhaço.

Os dois já estavam na rua, rindo, se divertindo, um ficava tirando o outro.

Felipe – Tome, ponha o capacete. Felipe ajudava João a ajustar o capacete.

João – Onde ponho o pé aqui? Onde vou segurar?

Felipe – Ajuste o pé ai e pode segurar na minha cintura.

João – Po, vai ficar gay demais isso. João mal terminou de falar e Felipe arrancou com a moto. João não teve alternativa, abraçou Felipe, segurando firme em sua cintura, reclamando o tempo todo para ir devagar.

Felipe – E ai, gostou?

João – Acho que vou comprar um carro e me aventurar a guiar por São Paulo.

Felipe – Exagerado, amanhã passo lá e te pego novamente.

A cada dia que passava João e Felipe estavam mais próximos. Felipe agradava João o tempo todo, era difícil não fazer comparações com Fernando. Os dois irmãos, apesar da diferença de idade, estavam cada vez mais parecidos, tanto fisicamente como na personalidade.

Sempre quando dava, os dois saiam a noite para comer uma pizza, iam juntos ao supermercado ou mesmo andar atoa.

Felipe – O que foi?

João – Estou com uma dor nas costas, acho que estou trabalhando demais, estou até tenso.

Felipe – Você esta sim trabalhando demais, já tenho lhe falado isso. Felipe se aproximou de João, que estava sentando no sofá, e sem que o ursinho esperasse, Felipe começou a fazer uma massagem em suas costas.

Felipe – Você vai relaxar. João até pensou em se esquivar, mas estava tão gostoso aquele toque, acabou cedendo a sua massagem.

João sentia as mãos fortes de Felipe tocando suas costas, acariciando, enquanto conversavam.

Felipe – Esta melhorando?

João – Sim, onde aprendeu fazer massagem? Felipe apenas riu, mas agora os toques já não eram tão firmes, suas mãos começavam a tocar de forma mais carinhosa as costas de João. Felipe se aproximou ainda mais do corpo dele, tocando seus ombros com as duas mãos. João fechou os olhos e segurou uma das mãos de Felipe.

Felipe – João...Felipe tentou dizer algo, mas os dois já estavam de frente, um para o outro.

João – Não fala nada. João tocou o queixo de Felipe, se aproximando dos seus lábios.

Felipe também fechou os olhos, tocando seus lábios nos de João. Seus braços envolveram o corpo do outro, aproximando ainda mais seus corpos. João e Felipe já estavam abraçados, dando um beijo calmo e sereno.

João abriu os olhos, ainda beijando Felipe, segurando seu rosto. Foi afastando lentamente seus lábios, seguido de dois selinhos. Felipe também abriu os olhos, olhando fixamente para João, esperando ele dizer algo.

Felipe – O que nos dois estamos fazendo? João apenas ria.

Felipe ficou sério, estava se sentindo tenso, mas o sorriso no rosto de João acabou por tranqüilizá-lo e não se conteve, começou a rir também.

Felipe – O que foi?

João – O que você sentiu?

Felipe – Nada...ou melhor, não sei.

João – Felipe, se nós tínhamos alguma duvida, hoje ela se foi.

Felipe começou a sorrir para João, com os olhos brilhando, se ele ainda tinha alguma duvida do sentimento que tinha por João, aquele beijo esclareceu tudo. Felipe sentiu um grande carinho por João, um carinho de amigo, irmão, mas nada que fosse carnal, sexual, agora sim tinha entendido realmente qual era o sentimento que tinha por ele.

Felipe – João, eu gosto muito de você, te amo, mas é como um irmão.

João – Sim, sim, me desculpe se por algum momento não correspondi a algo que você esperava, mas agora eu tenho certeza, alias eu sempre tive. O grande amor da minha vida é o Fernando.

Felipe abraçou João com toda sua força, beijando lhe o rosto, ainda rindo muito.

Felipe – Não precisa se desculpar, você não sabe o peso que esta saindo das minhas costas. Eu senti sim algo muito forte por você, mas não podia ser o mesmo que você sente pelo meu irmão.

João – Nós dois confundimos nossos sentimentos.

Felipe e João ficaram o resto daquela noite conversando, colocando todos os pingos nos i’s. Acabaram com todo tipo de constrangimento que poderia abalar a amizade que rolava entre eles, pela primeira vez estavam se sentindo livres, sem culpas.

João – Você pra mim é mais do que o irmão do Fernando, é como um irmão que eu nunca tive.

Felipe – João, no começo eu não ia muito com sua cara não, mas quando fui morar com vocês isso foi mudando. Meu irmão vai ser o maior dos idiotas se deixar você escapar.

João – Ele não vai ser isso não, amanhã mesmo vou atrás dele.

Conforme prometido, no dia seguinte João saiu do trabalho e foi visitar seu amor. Desde que tinha indo embora, era a primeira vez que João visitava Fernando em seu novo lar.

Fernando – João!!! Fernando olhava com surpresa para seu amor.

João – Posso entrar? Atrapalho?

Fernando – Claro que pode, você nunca atrapalha.

João – Como você nos abandonou, vim ver como você está. João falava brincando, não tinha ido até Fernando para fazer cobranças, criticas.

Fernando – Ah, deixa disso, estou trabalhando demais, viajando bastante.

Os dois conversaram por um bom tempo colocando o assunto em dia. João queria se jogar nos braços dele, mas ainda sentia que tinah que respeitar o tempo que o Fernando havia pedido. De qualquer maneira estava muito gostoso estar ali ao lado do seu amor, só isso já era o suficiente pra deixar João mais do que feliz.

João – Legal aqui.

Fernando – É pequeno mas é ajeitadinho. Fernando falava enquanto mostrava o apartamento para João.

Sem perceber, João começou a se preocupar com Fernando, querendo saber como ele estava comendo, como estava cuidando da casa. Os olhos de Fernando brilharam, ele adorava aquela sensação de cuidado e carinho que João tinha por ele, depois de sua mãe, João era a pessoa que mais se preocupava com ele. Quando moravam juntos, só faltava João lhe pentear os cabelos, tamanho era o excesso de cuidados que seu ursinho tinha por ele.

Fernando – Já jantou?

João – Não.

Fernando – Aceita jantar comigo?

João – Sim, mas tem algo pra comer nessa casa, alem de bolacha? Fernando ria de qualquer coisa que João falava, parecia uma criança.

João pediu licença e foi para a cozinha ajudar Fernando, que teve que intervir, pois seu ursinho estava quase fazendo uma faxina em sua casa.

Os dois jantaram juntos, conversaram mais um pouco, falaram de Felipe e quando começaram a ficar em silencia, João percebeu que era a hora de ir embora.

João – Preciso ir, já esta tarde.

Fernando – Eu te levo.

João – Não precisa, obrigado pelo jantar.

Fernando – Obrigado pela visita, fiquei muito feliz em lhe ver. Fernando abraçou João, lhe dando um beijo no rosto.

João – Eu também fiquei.

Após João sair, Fernando sentiu seu peito apertar, quanto mais o tempo passava, achava que seria mais fácil ficar longe do seu amor, mas era o contrário, percebeu que nunca iria conseguir ficar longe de João, e o que era pior, tinha colocado uma barreira entre eles e agora não sabia como derruba-la.

Naquela noite João dormiu muito feliz, em sua cabeça só vinha a imagem de Fernando, do seu sorriso, dos seus gestos.

João – Porque você não esta aqui comigo Fernando? Por quê?

Desde que se acertou com João, Felipe era só alegria, distribuía sorrisos por onde passava, agora só faltava João e Fernando se acertarem de vez para sua felicidade ser completa.

Felipe – Bom dia garotada, o médico preferido de vocês chegou. Felipe adorava estar com as crianças do Hospital, sempre quando dava, ficava ali conversando com a garotada.

Felipe – E você minha princesa, vamos ver como esta esse dodói?

Felipe agia como se fosse íntimos de todos eles, brincava, não tinha vergonha alguma de pagar micos, quando ele conseguia arrancar sorrisos daquela criança era como se tivesse ganho o maior prêmio da loteria.

Menina – Tio, quando eu crescer vou casar com você.

Felipe – Ah é mesmo?

Menina – Sim, você é muito bonito.

Felipe – Conhece minha noiva Drª Paula? É essa gatinha aqui. Paula também se divertia com as palhaçadas de Felipe.

Paula – Muito linda sua noiva Doutor.

Felipe – Mas você não pode se casar comigo. Quando você crescer eu já vou estar velhinho e feio.

Menina – Então porque você não casa com a tia Paula? Felipe e Paula apenas riram.

Enfermeira – Dr. Felipe, tem um homem lhe esperando. Felipe olhou e viu o irmão, lhe observando de longe.

Felipe terminou rapidamente seus afazeres e foi ao encontro de Fernando.

Felipe – Que saudade cara, você aqui!!

Fernando – Ué, vim ver meu mano trabalhando. Não posso?

Felipe – Claro que pode.

Fernando – Estava observando você com essas crianças. Quem diria hein, o Felipe com aquela cara marrenta, agora é o rei da criançada.

Felipe – Essa criançada são meus amores.

Fernando – Bom, vim matar a saudade do meu irmãozinho, que pra mim é um bebezão ainda. Fernando segurava Felipe pela cabeça, bagunçando seus cabelos.

Felipe – Para Fernando. Os dois se divertiam enquanto matavam a saudade um do outro.

Felipe – Como você esta?

Fernando – Estou bem.

Felipe – Quando você vai voltar pra casa?

Fernando – Felipe... Fernando tentou dizer algo mas Felipe o interrompeu.

Felipe – Você é o irmão mais velho aqui, mas tem horas que tenho vontade de lhe dar umas porradas.

Felipe – Se você quis deixar eu e o João sozinhos, para que nós tivéssemos certeza do que sentíamos um para o outro, fique sabendo que já fizemos isso.

Felipe – Eu amo o João da mesma maneira que amo você, como um irmão.

Felipe – O João ama você, eu estou ao lado dele todo dia, ele não fala nada mas sei o quanto ele sofre em estar longe de você. Se você fez tudo isso achando que era pra nos ajudar, isso agora esta nos fazendo sofrer.

Fernando ouvia tudo sem falar nada, Felipe não deu trégua ao irmão, passou um sermão daqueles.

Felipe – Ei mano, não deixe essa chance passar, vai em busca da sua felicidade.

Fernando – Você acha que eu ainda tenho chances?

Felipe – Você tem alguma duvida? Fernando apenas riu para o irmão.

Cíntia – João, a escola ligou novamente oferecendo para nós aquela bolsa.

João – Aquele curso em Sidney?

Cíntia – Sim, estou tão balançada em ir, mas não posso deixar o Léo agora, ele precisa de mim aqui.

João – Confesso que também estou balançado em ir viu.

Cíntia – Como assim balançado em ir? E o Fernando?

João – Ah Cíntia, eu amo ele, amo tanto que chega a doer, mas não tem mais o que eu fazer.

João – Bom, vou encerrar por aqui, tenho uns compromissos.

Cíntia – Sei, você e seus mistérios.

João saiu mais cedo do escritório, embora sua situação com Fernando ainda estar indefinida, insistia em reconquista-lo novamente. Resolveu fazer uma surpresa para Fernando, iria convidá-lo pra dar uma volta e depois sair pra jantar a noite.

João bateu na porta de Fernando, mas ninguém atendia, já estava desistindo e indo embora, quando a porta se abriu e teve uma péssima surpresa.

Pessoa – Boa tarde.

João foi atendido por um cara muito bonito, apenas enrolado numa toalha com o cabelo todo molhado.

João – Boa tarde. João olhava aquele homem com surpresa e também com muita tristeza.

João – Você é quem?

Rodrigo – Meu nome é Rodrigo, esta procurando o Fernando?

João – Sim, mas já estava indo embora.

Rodrigo – Entre, você não quer esperar? Rodrigo era muito educado e sempre com um sorriso estampado no rosto.

Rodrigo – Acho que o Fe não vai demorar, ficamos de sair pra jantar. Ele já deve estar chegando.

João não acreditava no que escutava, Fe? Sair pra jantar? Aquele cara ali quase nu, tomando banho na casa de Fernando.

João – Eu volto amanhã.

Rodrigo – Amanhã não estaremos aqui, vamos viajar bem cedo. João olhou no chão da sala e viu algumas malas.

João – Obrigado, volto outro dia.

Rodrigo – Espere, qual seu nome?

João saiu o mais rápido que pode, suas lágrimas já inundavam seu rosto.

João – Ele não me ama mais. Repetia pra sim mesmo.

João tinha entendido tudo errado, Rodrigo era apenas um amigo de trabalho de Fernando, tinha vindo de uma filial pra fazer um trabalho de alguns dias e Fernando gentilmente ofereceu sua casa para ele se hospedar. Rodrigo era casado, pai de dois filhos e nem sabia da sexualidade de Fernando.

Fernando – Oi minha lindona.

Cíntia – Ola, que surpresa você por aqui. Cíntia abraçou o amigo, lhe dando beijos.

Fernando – O João esta ai?

Cíntia – Ele saiu mais cedo, tinha algo pra resolver.

Cíntia – Mas já que você está aqui quero ter uma conversa com você.

Cíntia – Não é da minha conta, mas me intrometo sim onde não sou chamada. Até quando vocês irão ficar com essa palhaçada de ficar longe um do outro?

Cíntia – Será que você não percebe o quanto João te ama?O que ele e o Felipe tiveram já foi superado, os dois estavam carentes e você sempre foi tão importante aos dois, que o que aconteceu entre eles foi apenas uma maneira de diminuir a dor que eles sentiam com sua ausência.

Fernando – Calma minha amiga, eu vim aqui justamente porque eu quero conversar com ele.

Fernando – Eu o amo tanto. Fernando sorria ao falar de João.

Cíntia – E esta esperando o que pra dizer isso a ele? Vai em busca da sua felicidade.

Fernando – Já lhe disse que você é o cara Cíntia? Fernando beijou a amiga, indo embora em seguida, rindo igual uma criança. Precisava ver João o mais rápido possível.

Fernando tentou varias vezes mas não conseguia falar com João no celular, pensou em ir até seu apartamento mas não teria tempo, iria sair de manhã pra uma viagem a trabalho e precisava ir embora.

Rodrigo – Veio um cara aqui te procurar, mas não quis deixar recado, nem sei o nome.

Fernando nem deu ouvidos para o amigo, apenas ficou pensando no que iria dizer para João, quando retornasse de viagem.

Cíntia – Bom dia.

João – Bom dia.

Cíntia – Que cara é essa?

João – Cíntia, eu aceitei aquela bolsa para estudar fora.

Cíntia – Você o que? E o Fernando?

João – Nós já nos acertamos, não da mais, melhor cada um para seu lado. João mentia para amiga, já estava decidido a se afastar de vez do seu grande amor.

Cíntia – Não é possível João, eu tinha certeza que vocês iriam se entender.

Cíntia – Espere mais um pouco, acho que você esta sendo muito precipitado.

João – Não, já tomei minha decisão, cheguei mais cedo hoje e já vi com a agência, embarco nesse sábado. João começava a falar e não se conteve, suas lágrimas começavam a cair, mas mesmo assim manteve sua decisão.

Cíntia – E o Fernando sabe, o que ele disse?

João – Ele me apoiou.

Cíntia abraçou o amigo, não teve alternativa se não respeitar sua decisão.

Cíntia – Estou triste demais, triste mesmo.

João – Não fique minha amiga, vai dar tudo certo.

A semana praticamente voou, João adiantou todos os assuntos do escritório para Cíntia, tirou um dia da semana pra ir até sua cidade, se despediu de sua mãe, irmãs. João fez sua mala e deixou no escritório, não contou a Felipe sobre sua decisão, muito menos a Fernando, apenas Cíntia sabia de sua viagem e acreditava que todos também soubessem.

Fernando voltaria de viagem também no sábado, no dia em que João embarcaria. Em sua ultima noite na cidade onde estava trabalhando, teve um sonho muito esquisito.

Fernando estava deitado, tudo estava escuro, apenas escutava algumas vozes, vozes essas que rapidamente ele reconheceu.

Doutor Rui – Você pode vê-lo mas ele não pode te escutar, ele esta em coma.

João – Fernando, acorde. João chorava muito enquanto tocava seu corpo.

João – Porque você me abandonou, por quê? Você mentiu pra mim, disse que nunca me deixaria, nunca.

João – Não me deixa Fernando.

Fernando acordou todo suado, assustado, não sabia explicar mas conseguiu se lembrar da primeira vez que João o viu, quando ele estava em coma. Ele estava em coma mas ouviu João chorando, sentiu João lhe abraçando, suplicando para ele voltar.

Fernando – João, o que eu fiz?

Fernando – Como fui burro.

Fernando – Calma meu amor, eu vou cumprir, não vou te abandonar pela segunda vez.

Fernando – Me espere meu ursinho, eu estou voltando.

A vontade de Fernando era pegar o carro e ir embora para São Paulo naquele instante, tentou dormir novamente mas não conseguiu. Agora só iria ter sossego quando visse João novamente.

Felipe – Vai sair?

João – Sim, tenho que resolver uma coisa.

Felipe – Estou de folga hoje, vou preparar algo pra nós, esta bem?

João – Obrigado por tudo, obrigado. João abraçou Felipe, deixando o rapaz sem entender nada.

João deu um beijo no rosto de Felipe e saiu do apartamento, pegou um táxi e foi para o escritório pegar suas malas.

João – Cíntia!! O que você esta fazendo aqui?

Cíntia – Você acha que não iria se despedir do meu grande amigo? João começou a chorar, mas de felicidade.

João – Obrigado por tudo que você fez por mim, você é uma grande amiga. Não sei o que seria de mim nessa cidade se eu não tivesse lhe conhecido.

Cíntia – Meu querido, vai com Deus.

João – Cuide de tudo aqui. Cuide do Fernando, do Felipe, do nosso escritório.

João nem conseguia mais falar, seu choro impedia, estava muito emocionado. Cíntia queria ir com ele até o aeroporto mais ele não quis, já estava emocionado demais.

Fernando chegou em casa naquela tarde, não via a hora de ver João, acertar tudo com ele e voltar a ser feliz. Jogou suas malas no sofá e já pegou o telefone, mas o celular de João só dava caixa postal, já ia sair de casa mas sua campainha tocou.

Fernando – Maurício!!! Que surpresa, acabei de chegar de viagem.

Maurício – Eu sei, na verdade estou a dias querendo falar com você.

Fernando – O que foi cara, você parece ansioso.

Maurício – Você se lembra daquela terrível tarde? Quando fomos assaltados?

Fernando – Claro, nunca vou esquecer aquele dia. Fernando respondia mas ainda sem entender onde o amigo queria chegar.

Maurício – Você lembra que naquele dia almoçamos juntos? Você lembra o que você me mostrou? Fernando fez uma força, mas logo sua memória deu sinal de vida.

Fernando – Claro, eu mostrei as alianças que comprei, ia dar para o João naquele dia. Fernando estava com um brilho nos olhos ao se lembrar daquilo.

Fernando – Mas aqueles desgraçados roubaram.

Maurício – Não Fernando, eles não roubaram. Maurício tirou aquela caixinha de veludo do bolso, colocando diante dos olhos de Fernando.

Maurício – Quando os médicos chegaram, eu peguei do seu bolso, com medo que fosse perdido. Tive várias chances de entregar ao João, mas nunca o fiz. Quem tem que fazer isso é você.

Maurício – Você comprou essas alianças, e eu sempre acreditei que você sairia daquele coma, mas o tempo foi passando, e não sabia o que fazer com elas.

Maurício – Quando você acordou, a primeira coisa que eu iria fazer era lhe dar elas, mas eu as perdi. Me torturei por isso, mas você nunca tocou nesse assunto.

Fernando pegou a caixinha da mão de Maurício, tocando aquelas duas jóias.

Maurício – Essa semana por acaso, encontrei elas, a empregada deve ter guardado por engano em outro lugar. Quando encontrei não tive duvidas, quis entregá-las pra você o mais rápido possível.

Fernando – Obrigado meu amigo, obrigado.

Maurício – Meu amigo, continue de onde você parou, de o destino que você queria dar a elas, vá em busca da sua felicidade.

Fernando abraçou o amigo, saindo rindo, feito um louco do apartamento. Maurício ficou lá parado, sem entender o entusiasmo de Fernando.

Fernando – Cíntia, tudo bem?

Fernando – Estou tentando falar com o João, não consigo falar no celular dele. Ele esta visitando alguma obra? Esta trabalhando nesse sábado?

Cíntia – O que? Do que esta falando?

Cíntia – O João esta embarcando agora.

Fernando – Embarcando? Como assim?

Cíntia – Ele esta indo para a Austrália, ficara dois anos lá. Não acredito que ele não te contou? Fernando sentiu uma pontada no coração, um aperto tão grande.

Fernando nem deixou Cíntia terminar de falar, acelerou como um louco seu carro, indo para o aeroporto.

João já tinha feito o check in, estava na sala de embarque aguardando. Em seus pensamentos só vinha Fernando, só vinha as coisas boas que viveram juntos, o dia em que se conheceram, o primeiro beijo, a primeira transa, as viagens, as declarações de amor. Suas lágrimas voltaram a descer como cascatas, não dando trégua.

Fernando custurava o transito da cidade, correndo o mais rápido que podia, por pouco não provocou alguns acidentes. Olhava no banco do carona, para as alianças que iria entregar para João.

Fernando parou o carro na primeira vaga que encontrou, nem se dando ao trabalho de fechar as portas. Saiu correndo feito um louco, esbarrando entre as pessoas no saguão, tentando encontrar o terminal que João embarcaria. Pediu algumas informações e correu até o terminal correto.

Fernando – Boa tarde, o próximo vôo pra Sidney.

Atendente – Boa tarde, o avião já esta na pista.

Fernando – Preciso falar com uma pessoa é urgente. Por favor, peça pra chamar....

Atendente – É impossível.

Fernando – Por favor, é muito importante, peça pra chama o passageiro João...

Atendente – Impossível, o avião acabou de decolar.

A atendente virou-se para o vidro que mostrava toda a pista, apontando o avião.

Fernando – O que?

Fernando se aproximou do vidro, se afastando da atende, encostou seu rosto no vidro, tocando com as mãos, como se pudesse alcaçar aquele avião.

De longe viu o avião sair do solo, tomando o céu. Fernando começou a chorar, sentindo seu peito doer de tanta tristeza. O avião ia se afastando cada vez mais, sumindo no céu.

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Fernando – Adeus João, Adeus meu ursinho.

Fernando – Eu te amo.

Fernando - Adeus meu amor.

Conitnua.