Anjo da Guarda

Um conto erótico de Aluna Fantasma
Categoria: Homossexual
Data: 02/08/2012 21:50:23
Última revisão: 21/12/2013 20:31:52

Essa história começou numa noite fria de sexta-feira, o dia em que minha namorada terminou comigo pelo celular. Nosso relacionamento durou sete meses, o mínimo que ela podia fazer era, pelo menos, ter a consideração de me dar um fora pessoalmente. Agora não lembro se o frio vinha do tempo ou se vinha de mim, mas com certeza o sofrimento surgia de todas as partes.

Tudo que fiz foi deitar na cama, me comprimir nos lençóis e chorar descontroladamente. Acredito que qualquer menina, sensível e boba como eu, choraria na mesma intensidade.

Por que Melissa me deixou? Eu não sabia.

O que eu sabia era da dor. A agonia letal que me devastava com rápida eficiência. Eu não podia suportar tanta angústia sozinha. Sou fraca.

Foi Clara, minha melhor amiga, que me deu forças o tempo todo. Ah, e também chocolates. Ela morava em outro bairro com sua família, mas minha mãe resolveu acolhê-la em nossa casa e eu, rapidamente, fiz questão de oferecer o meu quarto. Isso tudo aconteceu porque os pais de Clara não eram nada bons. Um usuário de drogas, violento, e uma desnaturada, negligente. Duas pessoas imorais, capazes de prejudicar a filha de todas as formas imagináveis.

Logo, minha mãe fez a coisa certa e eu, bem, eu me sentia alegre. Nada melhor do que viver com sua melhor amiga, afinal de contas. Eu estava superando a perda graças a ela, que fazia o possível para levantar meu ânimo.

— Eu disse que você ficaria melhor. — Ela comentou, uma semana depois. Deixou uma caixa de bombom aberta sobre a cama.

— É, você disse. — Peguei um bombom e desembrulhei. — Obrigada pelo apoio.

— Eu sou sua amiga, é o mínimo que posso fazer. — Ela murmurou.

— Você é o meu anjo. Só falta um par de asas e uma auréola sobre a cabeça. — Brinquei.

Seu rostinho ruborizou e ela sorriu em resposta, com a simplicidade e o mistério que somente Clara possuía. Deitou sua cabeça de cachos loiros sobre minhas pernas e cerrou os olhos.

Eu sentada, ela deitada.

Não sei quanto tempo havia passado, pois me distraí com a televisão. Só sei que, de repente, senti seus dedos magros na aba do meu short.

Eu sabia o que estava acontecendo e, sinceramente, estava bastante acostumada àquilo. O número de vezes que fizemos coisas além da amizade era incontável. Nossas brincadeiras chegaram ao ponto de serem constantes e, após muito medo e receio, elas se estabeleceram como uma parte natural em nossas vidas. Não precisávamos compartilhar desconforto ou medo da amizade esfriar ou coisa parecida. Eu gostava, ela gostava.

Eu comia outro bombom, quieta.

Enquanto isso, Clara puxava meu short um pouco para baixo, sorrateira e hábil. Puxou-o até a altura das coxas. Foi então a vez do seu polegar. O senti arrastar minha calcinha branca para o lado e minha respiração acelerou, o calor entre minhas pernas era intenso. Um resfôlego escapou de mim, mas fiz o possível para disfarçar.

Ela suspirou ao me ver depilada e ajeitou-se entre minhas pernas, que tratei de abrir cuidadosamente. Assim, deitada, minha amiga iniciou sua carícia, com beijos secos e roçar de lábios. E finalmente, ela me provou com sua língua maldosa.

Sem falar nada. Era sempre assim.

A pressão da língua aumentou. Batia e rastejava contra meu clitóris com mais força, o melando com sua saliva. A minha sensação de prazer também foi às alturas. Nossos suspiros excitados se tornaram altos e minha respiração se descontrolou.

Agarrei seus cabelos com ansiedade e Clara continuou me sugando. Não dá para descrever com exatidão como é ter uma boca quente e arfante entre suas pernas, mas posso garantir que é uma das sensações mais arrebatadoras do universo.

Um tanto inquieta, eu a afagava, puxava os fios. Sem demorar, ela introduziu os dedos em mim, com força, mas prosseguiu chupando com fervor. Uma combinação injusta. Não resisti, me aprumei e gemi um pouco alto. Quando minha mãe imaginaria que a menina que ela acolheu fodia sua filha?

Ela parou quando viu que comecei a estremecer fortemente na cama. Foram os espasmos involuntários. Eu estava tendo um orgasmo profundo.

Discreta, ela levantou meu short novamente.

— Deixa pelo menos um bombom pra mim. — Ela avisou, sentando-se ao meu lado.

— Eu só comi um!

Não comentamos sobre o assunto, foi como se nada tivesse acontecido.

Era sempre assim.

O tempo passou. Continuei seguindo com a vida, dessa vez sem Melissa. Quando eu ia às aulas, voltava sem a companhia dela, meu celular já não tocava mais como antes. Eu não recebia e-mails românticos ou comentários apaixonados no Facebook. No início, foi estranho ter essas lacunas vazias, as feridas por ter sido rejeitada ainda me magoavam, mas após muito lutar, por fim eu me acostumei a vida de solteira. Já não pensava em Melissa.

Sempre me animando e incentivando, Clara teve a maior culpa nisso. E como por recompensa, ela recebeu um presente.

Eu soube que os pais dela se cansaram e aceitaram que ela, agora, morava conosco, protegida contra suas imbecilidades. Foi ótimo! Eu já estava exausta de diariamente atender aos telefonemas deles. Eu e mamãe ficamos felizes, obviamente.

— Tudo está uma maravilha. — Mamãe disse à Clara, enquanto todas jantávamos na cozinha. — Seus pais não ligam mais, você agora é minha filha. Combinado?

— Sim... obrigada. Obrigada por tudo. — Clara disse, totalmente corada. Seus olhos se umedeceram pela emoção.

Naquela noite, quando transamos, me diverti com a ideia de estarmos praticando incesto.

Certo dia fui ao centro da cidade dar uma olhada numas lojas de roupas e pagar umas contas atrasadas. O dia tinha tudo para ser lindo. Mas rapidamente tive uma indignação profunda assim dobrei a esquina. Avistei Melissa, minha ex-namorada, atravessando a rua no meio de uma massa de pessoas. Meus pés gelaram no chão, plantados como estátua.

Não pude fugir do seu campo de vista, já que eu não estava tão longe assim dela. Porém assim ela me fitou de relance, aconteceu o que eu suspeitava. Ela não teve coragem de me encarar. E eu, naquele momento, soube exatamente o motivo.

Ela não estava sozinha.

Uma linda e alta mulher de vestido florido se portava orgulhosamente ao lado dela. Morena e de olhos verdes, a misteriosa chamou a atenção de todos na rua. A primeira sensação que senti foi a de confusão por não saber se elas eram somente amigas ou se estavam juntas. Mas se estivessem juntas, o que eu faria? Nada. Até porque eu não tinha mais nada com ela e meus momentos com Clara não me tornavam a menina mais santa da cidade.

De qualquer forma, a inveja e o ciúme se armazenavam em mim. Antes de Melissa e sua nova namorada - ou amiga - sumirem no meio da rua, eu tive a impressão que essa última me olhou de soslaio.

Depois da confusão e do choque, consegui me mover e entrei numa livraria. Parei no balcão, meu coração estava disparado. Fiquei por uns instantes com a cabeça nas nuvens. Pensava em Melissa - mas de um jeito não apaixonado -, e indagava sobre a mulher com ela. Com o olhar vago, eu reorganizava meus pensamentos. Até que uma mulher, notando minha lerdeza, se aproximou de mim, sorridente e prestativa.

— Posso ajudá-la?

— Ah, sim! Desculpe. Procuro por um romance de Agatha Christie, O Assassinato De Roger Ackroyd.

Paguei pelo livro e saí da livraria.

E a partir deste ponto, uma série de coisas estranhas e misteriosas começaram a acontecer comigo. A primeira delas foi a surpresa que tive uns três dias após ver Melissa e sua namorada (ou amiga, eu não sabia) no centro da cidade.

O telefone da sala tocou.

Minha mãe atendeu e disse que era para mim. Eu peguei o telefone e estranhei o número desconhecido, mas atendi mesmo assim. Quem poderia ser?

— Oi! Meu nome é Rebecca. — Apresentou-se a voz melódica. — Você me viu na cidade com Melissa. Ela me falou de ti, eu soube que você entende muito de gráficos e design. Podemos conversar?

Era ela! A mulher que estava com Melissa.

— Hum... Tudo bem. — Eu disse.

Rebecca era professora de História de uma escola primária no subúrbio da cidade. Ela estava organizando uma dessas festas de sala de aula para uma de suas turmas e precisava de um cartaz gráfico em 3D, bem colorido e chamativo, para anunciar o evento. Questionei se ela realmente não preferia uma profissional formada, uma vez que eu não passava de uma universitária. Ela disse que Melissa falara bem das minhas habilidades e que ter um diploma preso na parede não significa nada. Depois de muito relutar, concordei em fazer o trabalho para ela.

Passamos uma semana inteira falando do trabalho. Ela era sempre pontual, me ligava às 13h, pois queria saber todos os detalhes do andamento do gráfico que eu estava produzindo para ela. Em resposta, eu avisava que estava enviando por e-mail um esboço do que eu tinha inventado até o momento, para que ela avaliasse a qualidade e me desse um veredito. Sincera e imparcial, ela fazia a crítica:

— Não gostei muito.

Vaca idiota, pensei. No fundo, eu queria odiá-la por tanto negativar os meus esboços. Mas eu falhava nessa missão, não conseguia nutrir antipatia, muito menos ódio por ela. Rebecca era simpática apesar ser muito crítica. Era doce e inteligente. O tipo de pessoa que gostamos de conversar.

Percebi que nossas conversas ficaram mais frequentes, com ela me encurralando mais e mais a respeito do bendito gráfico. Eu me sentia pressionada para fazer um desenho de qualidade. Agora não sei se foi por ela ter percebido esse meu nervosismo ou se foi apenas algo que deveria acontecer, mas numa certa ligação a conversa escorregou para o lado pessoal.

— O quê? - Perguntei assustada ao celular.

— Você me acha chata? — Rebecca tornou a questionar.

— Não, não acho você chata, dona Rebecca.

Houve uma gargalhada nervosa do outro lado.

— Dona? Você acabou de me deprimir, eu ainda sou jovem. Gosto das mesmas coisas que toda mulher jovem gosta.

E com isso, pela primeira vez, tivemos uma conversa longa, mas não sobre gráficos, e sim sobre diversos temas que rendem bem o diálogo. Como cinema, música e livros. Eu não me lembrava de ter conversado tanto assim com uma pessoa que mal conhecia, o que de certa maneira me surpreendeu.

Quando desliguei o celular, Clara veio em minha direção com um ar curioso e me cercou como uma abelhinha.

— Era uma professora. — Eu expliquei e cocei um pouco as costas, na altura do cós. — Estou fazendo um desenho para ela.

— Tá certo. Mas você não está esquecendo nada?

Pensei bastante, tentando lembrar o que podia ser. Ela estreitou os olhos resplandecentes sobre mim, então eu lembrei.

— O cinema! — Eu olhei o relógio. Clara me convidara para pegarmos a sessão das seis e estávamos em cima da hora. Por conta da conversa não planejada com Rebecca, eu tinha esquecido completamente desse detalhe. Já esperava pela bronca, porém ela somente riu com doçura.

— Não se preocupe. — Garantiu, sacolejando os ombros. — Eu não vou poder ir, uma das empresas onde eu deixei meu currículo me ligou. Tô indo lá.

— Meus parabéns. Espero que dê tudo certo. — Eu a abracei brevemente e depois me afastei, então novamente me cocei.

— Obrigada. Você pode ir sem mim, sei está ansiosa para ver o filme.

Eu pensei bastante, pois não gostava de ir ao cinema sem Clara. Mas pela primeira vez, decidi ir.

Me despi para vestir algo, mas Clara me interrompeu assim que fiquei nua e abri o armário.

— O que foi? — Perguntei.

— Vire-se. — Ela pediu.

Confusa, me virei.

— Você estava coçando essa área. — Ela disse e passou o dedo na parte de trás da minha cintura. — Está doendo? Está um pouco vermelho.

— Não, só está formigado.

Clara não respondeu. Cobriu minhas nádegas, uma de cada vez, com os dedos em forma de concha.

— Está vermelho aí também? — Perguntei.

Novamente, não respondeu. Fiquei curiosa e a espiei por sobre o ombro. Vi o momento em que ela ergueu a mão e aplicou um tapa.

— Clara! — Eu a repreendi. — O que está fazendo?

— Sua pele é linda, branquinha. — Ela disse, mas percebi que falava mais para si do que para mim.

Seus dedos me acariciaram, como quem toca um gato. Mas novamente fui presenteada com um tapa e senti a ardência. Com certeza havia deixado uma marca vermelha na pele. Logo outros tapas surgiram, fortes e estalados.

— Está ardendo. — Eu murmurei.

— Quero que arda bastante. Quando não aguentar mais, darei um beijo.

Ela distribuiu muitos tapas e, finalmente, soltou uma pancada forte e violenta. Sem querer, eu libertei um gemido. Quando me dei conta, estava gostando daquela punição sem causa.

— Dê um beijo. — Pedi.

Minha carrasca obedeceu e me deu um beijo suave. Momentaneamente, a dor se dissipou, ocasionando meu suspiro de alívio e prazer. Clara levantou, se posicionando de frente para mim. Era tão lindo ver seus olhos inocentes e pueris observando meus seios. Eu sou nova e segura com o meu corpo. Meus seios firmes e roliços são bonitos, atrativos, mas bastava Clara me olhar que eu me sentia encantada e tímida ao mesmo tempo.

Ela mordeu meus mamilos, um de cada vez, depois recuou e espremeu meus seios com os dedos, rudemente. Fez tudo isso enquanto observava, fascinada como um anjo que cai em pecado. Como eu a conhecia, sabia que gostava de apertar para sentir o quão pesado eles eram. E ela, me conhecendo, certamente sabia que eu estava provando de uma satisfação intensa naquele momento.

— Isso é tão bom. — Confessei, totalmente entregue.

Clara deu um sorriso morno, ainda me tocando com possessão e, depois, a coisa esquentou. Começou a me estapear, delicadamente. Meus seios se moviam e sacudiam como duas esferas golpeadas, para o deleite dela, que os encarava atenciosamente.

Eu não pensava em mais nada. Aquilo me dava prazer, eu estava louca, tão perdida que esquecera do tempo e da vida.

Ela se inclinou e me deu um beijo no rosto, conservando a bochecha colada na minha. Sua mão desceu, dos seios ao umbigo. Foi conduzindo carícias bem próximas ao lugar onde eu estava realmente pegando fogo, mas parou antes de efetivamente me tocar. Eu quase podia sentir seus dedos no clitóris. E ele pulsava, formigava, esperançoso pelo estímulo que viria.

Respirando pesadamente, me contorci impaciente e rocei as pernas compridas umas nas outras, inquieta demais. Molhada demais.

Deus, como eu a desejava.

— Me toque. — Eu gemi uma súplica.

— Minha nossa! — Ela se afastou, logo após me ouvir, e tapou a boca com as mãos. Sua face angelical denotava culpa. — O cinema! A entrevista! Sinto muito, eu acabei me distraindo.

— Ah... sim. — Eu estremeci querendo morrer.

E quando disso isso, quero dizer que não fiquei toda aliviada por ela ter me lembrado, embora eu desejasse muito ir ao cinema e ela, obviamente, precisava ir à entrevista. Não foi apenas uma provocação simples, ela me deixou com vontade de ir além. Mas ela estava certa, no final das contas.

Clara correu para tomar banho e se aprontar para a entrevista. E eu, com alguma dificuldade e ainda excitada, me vesti e saí de casa.

Como eu disse, após sair da livraria, aconteceram muitas coisas estranhas e misteriosas comigo, e a cena a seguir definitivamente foi uma delas. Quando entrei no ônibus para ir ao cinema, de cara senti um arrepio bem bizarro. Por alguma estranha razão, e que jamais compreendi, tive a nítida sensação de estar sendo observada por alguém — que me vigiou durante todo o percurso. No meu ponto de destino, eu saí do ônibus quase nauseada de medo.

É estranho ir ao cinema sozinha quando estamos habituadas com a presença de nossa melhor amiga. Para piorar, embora eu estivesse animada com o filme, o local estava lotado de pessoas. Quando você é um pouco antissocial, isso não é tão empolgante assim, não é? Muitas pessoas, com suas conversas paralelas se acumulando no ar e eu me sentindo apreensiva, sequer tínhamos entrado na sala ainda.

Em certo momento, olhando em frente, em direção as várias cabeças de pessoas que aguardavam entrar na sala e assistir ao filme, tive a impressão que uma mulher de rosto encantador e olhos verdes me olhou rapidamente, para logo sumir na multidão. Sem sair do lugar, eu a procurei. Corri os olhos pelo lugar, mas o movimento era tão grande que julguei ter sido somente impressão.

Então foi permitido que o povo, depois de quase uma hora, entrasse na sala. O filme foi bom, mas na sua metade eu me cansei. Não foi exatamente o que eu esperava. Comecei a considerar levantar e sair dali, eu estava sentada numa das cadeiras das extremidades afinal, seria fácil.

Finalmente me cansei e deixei a sala.

Contudo, antes de sair do cinema, caminhei pelo corredor à esquerda e entrei no banheiro. Lavei o rosto com a água fria e olhei o reflexo no espelho por um momento. Um rosto molhado de menina.

A porta atrás de mim se abriu. Pelo espelho, vi uma mulher alta se aproximar da pia. Usava um vestido preto, tinha um desses corpos bem sensuais e cheios de curvas como as de modelos de revistas. Rosto incrivelmente belo, meio selvagem e agressivo, mas com olhos verdes bem pacíficos. Olhos verdes.

Aquele rosto, eu pensei. Eu conheço, mas de onde?

Tentei disfarçar, mas ela notou.

— Deixa eu adivinhar... — Ela disse, deixando sua bolsa sobre a pia. Olhou-se no espelho e depois para mim. — Você veio assistir o filme e o achou uma chatice sem fim. Acertei?

Eu sorri, assentindo com a cabeça, olhando-a de volta. A voz dela me soou familiar.

— Na verdade, eu até gostei do começo, mas ele perdeu a consistência quando chegou no metade.

Ela virou-se e encostou a cintura na pia, depois sentou-se na mesma. Achei bem espontâneo da parte dela, coisa de moleca.

— Sabe qual é o problema? — Ela analisou, balançando as pernas no ar. — Eles mentem. Os atores, diretores. Nas matérias e entrevistas eles prometem uma história fascinante e intrigante, mas quase sempre isso não passa de uma ilusão para que pessoas venham para o cinema e gastem seus dinheiros.

— Concordo.

— Bom, eu preciso ir. Na terça eu te ligo.

Minha barriga gelou.

— O quê?

A mulher riu, quase gargalhando. Sentada na pia, sacudia as pernas feito uma menina. Que mulher, eu pensava admirada.

— Você é distraída. Quero dizer... — Ela armou uma expressão brincalhona. — Você me viu de longe somente, então posso te dar uma folga por não lembrar do meu rosto. Mas e da minha altura?

Após perguntar, ela saltou da pia e, do meu lado, fez uma pose. Foi um convite para eu observá-la e foi exatamente o que eu fiz. Alta, sexy, olhos verdes flamejantes e um corpo escultural. Ela brincou e deu um giro suave, seus cabelos negros ondularam com o gesto.

— Rebecca?

— Ding, ding, ding! Resposta certa! — Ela exclamou, divertida. — Nos vimos naquele dia na cidade. Eu gravei o seu rosto e você não gravou o meu. Sou tão feia assim?

Eu não conseguia parar de olhá-la. Estava prestes a responder, mas o que ela fez em seguida me deixou em choque.

Rebecca simplesmente meteu uma das mãos por dentro do vestido, no meio das pernas. Depois puxou a calcinha por entre as coxas torneadas, descendo-a até os pés.

Era preta, de renda.

O que estava acontecendo? Uma professora tinha acabado de tirar a calcinha na minha frente. Dentro de um banheiro de cinema. Todo meu corpo emitia sinais de confusão e perplexidade.

Ela aguardava uma resposta. Segurava a calcinha nas mãos. Eu não lembrava o que ela havia dito. Com toda aquela situação, como lembraria? Se eu me olhasse no espelho, com certeza me veria com a face tonalizada. Toda tímida.

— Ah, desculpe, é que...

A calcinha. Eu estava com a atenção fixada na bendita calcinha nas mãos dela. Rebecca percebeu e deu um sorriso singelo.

— Isso estava me incomodando. — Explicou e a guardou na bolsa.

— Oh, sim. Desculpe novamente, mas não lembro o que você disse.

— Você é mesmo distraída. — Ela brincou. — Perguntei se sou tão feia assim.

Eu queria dizer que eu era sim distraída e que ela não era feia coisa nenhuma. Muito pelo contrário, mas preferi ficar quieta.

Saímos do cinema em silêncio. As pessoas a observavam, é claro. Me considero bonita, mas perto daquela mulher alta e de vestido, com olhos de esmeralda e cabelos longos, eu não passava de uma menina invisível.

Na rua, Rebecca olhou ao redor e suspirou o ar da noite.

— Estou indo. — Eu avisei. O ponto de ônibus ficava a alguns metros de distância.

Enquanto chegava perto de um carro cinza, ela voltou-se para mim.

— Quer uma carona?

Esperar o ônibus significava ficar por pelo menos meia hora, junto a um grupo de pessoas, com a expectativa voltada para o final da rua, de onde surgiria um ônibus quase lotado. Eu odiava a lotação mais do que a espera.

Aceitei o convite. Ainda que um pouco incerta.

Para uma sexta-feira, o trânsito não estava ruim. Dentro do carro, conversamos um pouco sobre livros e música, foi bom. Tão bom que, sem que eu me desse conta, o carro já estava estacionado na calçada em frente a minha casa. A rua encontrava-se deserta.

A noite era fria e estrelada. Uma lua cheia solitária flutuava na escuridão.

— Obrigada. — Eu agradeci.

— Vamos marcar de ir ao cinema. Pegar um filme de aventura ou ação, talvez.

— T-tudo bem.

Lá estava eu. Uma professora atraente e bem sucedida ao meu lado. Uma nova colega. A namorada da minha ex. Eu olhei-a por um momento antes de sair do carro. Seus olhos verdes faiscantes me hipnotizaram brevemente.

Não sei exatamente por que fiz isso, só gostava de admirar a beleza dela. Sua aparência sensual e madura me agradava. Não dava para negar.

— Você quer me beijar? — Ela perguntou e riu, fazendo uma cara engraçada.

— O quê? - Disparei, saindo do meu transe e entrando numa atmosfera de medo. Meu rosto se enrubesceu prontamente.

— Você está me olhando estranho. Primeiro pelo espelho do banheiro do cinema, agora aqui no carro. Não sei... é suspeito.

Nunca me senti tão atônita e desconfortável em toda a minha vida. Para que a encarei por tanto tempo, também? Meu coração tamborilou no peito.

Antes que eu explicasse que só estava distraída, ela se inclinou na minha direção. Selou meus lábios com sua boca grossa e suculenta. Um selinho rápido.

— Prontinho. — Ela disse. — Tenha mais atitude.

Fiquei paralisada. Rebecca arqueou o cenho e esperou uma reação minha. Seu rosto de mulher, com traços firmes e belos, me deixou extremamente tímida. Olhei-a sentindo-me uma gatinha acuada, meus lábios formigavam. Agora meu coração quase explodia com suas batidas frenéticas.

— O que e-está fazendo? - Eu gaguejei assustada.

— Está tudo bem. Foi só um selinho.

— Mas e... você não... — Me me enrolei. Ela me estranhou. Seu rosto ficou confuso, como quem tenta compreender uma nativa. — E Melissa?

— O que tem? — Ela perguntou, paciente.

— Vocês duas não estão juntas?

Ela gargalhou ao ouvir minha pergunta. Admito que foi uma gargalhada tão suave que eu formei um sorriso trêmulo. Rebecca se recompôs, a luz do luar caiu sobre seu rosto e em cima do seu corpo sexy e bem delineado. Passei os olhos rapidamente pelo relevo que os seios fartos formavam em seu vestido.

— Melissa é uma amiga do meu irmão, não tenho nada com ela. E nunca teria pois ela não faz o meu tipo.

Rebecca com certeza notou que eu havia ficado satisfeita com sua revelação, embora eu não lembre de sorrir ou de sumir com a expressão de choque que estava estampada em meu rosto. Talvez meus olhos, que não paravam de observá-la, tenham entregado.

— Boa noite. — Ela desejou e me deu um novo beijo. Quando seus lábios se afastaram dos meus, meus olhos permaneceram fechados. Estava sonhando.

Naquela noite quente e silenciosa, o vento uivava do lado de fora. Eu custei a pegar no sono. Olhei para a cama ao lado e vi Clara dormindo, tão perfeita e bela. A menina com quem eu vinha conhecendo novas experiências e sentimentos. Então lembrei de Rebecca e do beijo.

O que estava acontecendo comigo?

Muitos pensamentos confusos sobre Clara e Rebecca invadiram minha cabeça. Precisei ligar a televisão para me distrair, nem que fosse por dois segundos, só para afugentar as emoções dentro de mim. Não adiantou. Só depois de muito tempo, as pálpebras pesaram pela exaustão e fui caindo no sono. Mas logo tornei a abrir os olhos cansados e tive um sobressalto.

Uma forma alta, nua e escura estava de pé. Parada na porta do meu quarto.

A sombra avançou e seus cabelos negros esvoaçaram. Assim que deitou-se do meu lado na cama, eu a reconheci de imediato. Mesmo que não pudesse vê-la, o perfume a acusaria.

— Como você...

— Não diga nada. — Ela sussurrou.

Ela rasgou minha camisa com as unhas e meus seios saltaram. Eu me assustei. Mas foi tão agressiva e audaciosa que meus mamilos eriçados imploraram pelo toque dela. Usou os joelhos para abrir minhas pernas e colocou-se entre mim. A mulher estava me dominando e eu não tinha forças para reagir. Assustada e excitada, espiei o outro lado do quarto. Clara dormia tranquilamente.

— Sua vagabunda! — Rebecca rosnou.

Eu imaginei que ela havia lido a minha mente, pois eu adorava ser humilhada. Jogou seu corpo em cima do meu e mordeu minha clavícula, depois meu pescoço. Tive uma vontade enorme de gemer e gritar. Mas mordi meu lábio inferior e abafei os sons, pois a última coisa que eu queria era que Clara acordasse e me visse sendo dominada por outra mulher.

— Me olhando daquele jeito no banheiro. Não sabe disfarçar? — Rebecca me acusava, tinha a respiração forte e um hálito inebriante. Um perfume delicioso. — Estava praticamente me implorando para que eu te tomasse nos braços. Você não passa de uma puta!

Eu me senti quebrada em mil pedacinhos.

Pois embora ela fosse voraz ao fazer aquela afirmação, estava totalmente certa. Instintivamente, eu quis que ela fizesse tudo que desejasse comigo e eu obedeceria todas as suas ordens sem questionar. A atitude de Rebecca me deixou toda molhada. Queria que ela me transformasse em sua escrava.

Queria ser a puta dela.

Suas mãos firmes se arrastavam sobre mim e tocavam meu corpo escaldante, seus olhos verdes me devoravam com invasão. Seu corpo delicioso e nu, se projetando sobre mim, os seios redondos e macios, os cabelos desgrenhados e sedosos. O rosto belo, mas emoldurado com um sorriso malvado. Deitada sob ela, eu me sentia numa jaula de prazer. Ela parecia um predador devorando sua vítima.

Comecei a me desesperar.

— Me fode.

Ela sorriu, satisfeita.

— Pede por favor. — Ordenou, fechando seus dedos em meu pescoço. Me sufocando.

— Por favor, Rebecca... — Eu pedi fracamente, sem ar.

E tornei a pedir.

Estava em estado de frenesi, com o coração a ponto de sair pela boca. Fechei os olhos no instante em que ela passou a me violar com os dedos firmes, enquanto a boca sedenta cobria meus seios, puxando os mamilos com os dentes. Eu estava tão excitada, tão entregue, que desejava mais.

Precisava de mais.

Como se ela soubesse perfeitamente as necessidades do meu corpo, ela beijou meus seios, arranhando-os com os dentes e desceu com os lábios para meu umbigo. Sua boca seguia para onde eu mais queria.

Entre minhas pernas, ela esboçou o sorriso mais perverso ao me encarar.

— Feche os olhos. — Ela mandou.

Eu obedeci. Sua respiração quente ia contra minha fenda, que ansiava umidamente pelo toque dela. Eu aguardei, desesperada.

Subitamente a língua rosada me lambeu, uma única vez. Todo meu corpo estremeceu de imediato, vibrando na cama. Quando eu abri os olhos, porém, minha amante havia evaporado.

Uma fantasma que nunca estivera ali.

Já não era noite. O sol amanhecia calmamente, seus raios adentravam pelas persianas da janela do meu quarto. Coloquei a mão na testa suada e girei a cabeça para o lado. Percebi que não havia mais ninguém no quarto além de mim. Clara já havia levantado.

Senti-me um pouco traidora por ter tido um sonho erótico com Rebecca, mas a verdade é que eu havia gostado. Eu levantei e reparei algo pegajoso entre minhas pernas. Minha calcinha estava completamente encharcada.

Mais tarde, Clara entrou no meu quarto, eu ainda estava alterada. Pensava na noite anterior, especialmente, em tudo que aconteceu dentro do carro de Rebecca e no sonho que tive.

— Mais uma semana de férias. — Ela lamentou, parada à porta. Segurava na mão dois sacos do Bob's, cujo o interior soltava um aroma saboroso de comida que impregnava o ar.

— Nem me fale...

Peguei o meu lanche e tivemos nosso café da manhã. Passamos o restante do dia no meu quarto. Clara ficou na cama usando meu notebook, e eu fazia algumas anotações no meu caderno, bem ao lado dela.

— Novo e-mail. — Ela avisou.

— Ah, deve ser propaganda. Veja aí.

Clara abriu o e-mail e não comentou nada. Segundos depois, saltou da cama bruscamente e saiu correndo do quarto. Eu estranhei e me estiquei para olhar o e-mail e, para a minha infeliz surpresa, era da Rebecca.

Me espere quinta-feira na porta de sua casa, às 21h. Vou pegá-la de carro e iremos passear por aí.

Ps: Não tenha medo de me beijar.

Clara e eu não nos falamos mais aquele dia. Apesar das minhas tentativas de tentar me explicar, existia uma barreira entre nós. Ela ficou o tempo todo na sala e me evitava a todo o custo.

A noite veio e eu não consegui dormir. Como conseguiria?

Então, pela primeira vez na vida, concluí que ela e eu sentíamos algo forte uma pela outra. Éramos amantes com medo de assumir nossas emoções. Por outro lado, havia Rebecca, a mulher que me deixava louca. Eu não sabia o que fazer, as duas enfestavam a minha cabeça e minhas emoções. Me envenenando docemente.

No dia seguinte eu acordei e me deparei com Clara sentada na beira da minha cama. Estava assustada, os olhos azuis apavorados, a pele pálida. Os cabelos loiros pareciam ter perdido a vida. Veio na minha direção e pegou-me pelos braços, me apertou com apreensão.

E foi aqui que aconteceu outra situação misteriosa, talvez a que mais me deixou atônita.

— O que aconteceu?

— Você tem que ficar longe dessa mulher! — Ela balbuciou.

— O quê?!

— Eu... eu entrei no notebook dela.

— Você o quê?! Você hackeou? — Ela se agarrava a mim. Agia feito uma menina.

— Eu estava com ciúme! Mas isso não é importante...

Ciúmes?

Eu senti um choque. Como um banho inesperado de água fria. Era a afirmação que eu inconscientemente aguardava, ela realmente sentia algo por mim. Ao mesmo tempo, houve uma espécie de desordem e raiva que se alastrou velozmente por todo meu corpo. Minha mente se perturbou. Uma inconformação dolorosa nasceu em mim. Clara sabia que eu odiava invasão de privacidade.

— Qual é o seu problema?! — Eu vociferei.

— Ela não presta! Tem coisas no notebook dela que não fazem sentido.

O clima ficou pesado. Dentro de mim, principalmente. Meu coração palpitou de fúria e meu sangue borbulhou em minhas veias, simplesmente não podia estar acontecendo. Encarei Clara com ira, mostrando toda a minha desaprovação.

Ela obviamente leu todos os e-mails que eu enviei à Rebecca, inclusive o último. Clara me conhecia, na certa soube através das minhas palavras como eu estava afim de Rebecca e foi isso, especialmente, que me deixou mais irada ainda.

Eu me senti exposta.

— Eu vou te mostrar! — Ela gemeu.

Ela ligou o notebook, parecendo uma lunática. Começou mexer desesperadamente, agindo com pressa e aflição, eu jamais a vira daquela forma antes. Mas ela parou de repente e colocou as mãos no rosto. As mãos tremiam. Virou-se para mim, com lágrimas brotando de seus olhos azulados, uma a uma, escorrendo pelo rosto assustado.

— Eu não consigo! E-eu acho que ela descobriu o vírus.

— Vírus?! - Eu gritei.

— Me escuta, ela...

— Não! Sai da porra do meu quarto, Clara! Sai logo! - Eu gritei com ódio, me afastando.

— Por favor...

— Eu posso sair com quem eu quiser!

O rosto dela se enrugou com a tristeza. O choro histérico a fez soluçar incontrolavelmente. Ela irrompeu pela porta e saiu do quarto aos prantos. Eu me joguei na cama, fechei os olhos com lágrimas.

O que eu mais queria era desaparecer.

Na noite de quinta feira, eu me olhava no espelho do banheiro. Estava bem arrumada, como nunca estivera antes. Só que eu ainda não sabia se ia ou não me encontrar com Rebecca. Como Clara estava passando uns dias comigo -, ou melhor, morando comigo -, ela estava na sala. Porém não nos falávamos. A barreira feita de dor e silêncio, que nos mantinha separadas, continua de pé.

Pensei por um segundo nas coisas confusas que ela disse a respeito de Rebecca e revirei os olhos com desgosto quando lembrei da invasão de privacidade.

E assim, tomei a decisão. Eu me encontraria com Rebecca.

Caminhei em direção à porta de casa, e ao passar pela sala, vi Clara deitada no sofá assistindo televisão. Saí e fiquei esperando por Rebecca na calçada. Estava um pouco nervosa, excitada e, ao mesmo tempo, confusa. Foi a mesma confusão que me fez olhar para a janela da minha casa. A luz fora apagada, mas o reflexo da televisão incidia no vidro da janela.

Só Deus sabe o quanto eu odeio brigar contigo, Clara. pensei, olhando a escuridão da sala.

Respirei fundo e soltei o ar. Olhei para o fim da rua, depois para o relógio.

Rebecca estava atrasada.

Conforme o tempo passava, eu me perguntava se aconteceu algum imprevisto ou se ela simplesmente havia desistido de me ver. Eu bem sabia que ela era muita areia pro meu pobre caminhãozinho, de maneira que seria normal caso eu só estivesse me iludindo com ela, afinal. Algumas pessoas passavam pela rua, a noite ficava mais densa e escura. O céu fechou-se com nuvens carregadas.

Duas horas se passaram, eu sorri. Um sorriso amarelo de decepção.

Rebecca não vinha.

Voltei para casa. Na sala, eu parei na metade do caminho e olhei para Clara adormecida no sofá. Seus cabelos loiros, lisos com cachos nas pontas. A expressão de tristeza no rosto de ninfa. Embora desaprovasse a atitude dela de invadir o computador de Rebecca, senti uma pontada no coração. Ajeitei sua coberta com todo carinho, arrependida por ter sido tão grossa. Ela suspirou e torceu os lábios, provavelmente sonhava. Sem razão alguma, meu coração bateu mais forte. Eu acariciei o rostinho dela. Realmente, eu estava apaixonada, naquele instante conseguia encarar o fato.

Antes de seguir para o meu quarto, notei que passava uma reportagem ao vivo sobre um acidente de trânsito. Um motorista de caminhão dormiu ao volante e fechou um carro que vinha na direção oposta. O carro capotou várias vezes e acabou entrando em chamas depois de colidir com uma árvore. O motorista do caminhão sofreu ferimentos leves. Mas a motorista do carro, uma mulher de aproximadamente vinte e cinco anos, morreu na hora com o impacto. Foi encontrada carbonizada.

O curioso foi o que o reporte disse. Segundo ele, foram encontradas coisas bizarras dentro do carro da mulher. Como diversas facas e uma arma de porte médio, além de cordas, ganchos e diversos frascos de veneno. Tudo dentro de uma maleta prateada, pouco afetada pelo fogo do acidente. Um arsenal completo.

Eu vibrei. Um calafrio me gelou a espinha.

Desliguei a televisão.

— Boa noite, anjo. - Desejei e dei um beijo no rosto de Clara.

Fim.


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Comentários

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25/02/2013 02:26:46
Lindo conto surpreendente nota 10
15/08/2012 16:27:51
Caracaaas!! Que conto menina!! PARABÉNS! Espero que continue escrevendo.
03/08/2012 15:51:32
Nossa, que genia você, esse conto é pura emossaum. Se eu fosse lésbica teria gostado mais.
03/08/2012 10:39:49
COMO CONTO É REALMENTE LINDO E INTERESANTE. MEUS PARABÉNS!


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