Entre Primos e Militares III

ENTRE PRIMOS E MILITARES III

MAIS UMA VEZ GOSTARIA DE AGRADECER E ME DESCULPAR COM AQUELES TODOS QUE LEEM OS MEUS CONTOS, SEI QUE É MEIO INJUSTO COMEÇAR E NÃO TERMINAR UMA HISTÓRIA.

CONFESSO QUE EU ESTAVA TENTANDO FUGIR UM POUCO DE TUDO, TENTANDO CONTROLAR UM POUCO ESSE LANCE DA MINHA HOMOSSEXUALIDADE, MAS AGORA COMPREENDI QUE ISSO FAZ PARTE DE MIM, É QUEM EU SOU E NÃO DEVERIA ME ESCONDER MAIS, DEVERIA MOSTRAR A TODOS QUEM REALMENTE SOU, EMBORA NADA TENHA MUDADO NA MINHA POSTURA E JEITO DE SER.

UM DIA ENQUANTO VASCULHAVA ESSA CONTA DE E-MAIL HÁ ALGUM TEMPO ESQUECIDA ENCONTREI OS COMENTARIOS DOS AMIGOS jhonyx, Bruce W., Jack J.E OUTROS E FOI O QUE ME MOTIVOU A VOLTAR A ESCREVER.

ESPERO QUE DEPOIS DE TODO ESSE TEMPO VOCÊS AINDA GOSTEM DA HISTÓRIA DE AMOR DE THIAGO E HUGO.

VAMOS AO CONTO:

HUGO:

Enquanto dormia minha mente me forçou a reviver aqueles momentos novamente. E lá estou eu lado a lado com Thiago, sentado naquele banco sob a luz do luar, prestes a declarar todo o meu amor, mas que de alguma forma não aconteceu quando Thiago levantou-se e com palavras duras saiu correndo pelo jardim, eu tento ir atrás dele, mas não consigo me mexer. Agora eu estou naquele aeroporto cercado por meus familiares, busco desesperadamente um olhar de Thiago, um sinal de que meu amor é correspondido, qualquer coisa que possa trazer esperança ao meu coração, mas nada consigo. A última chamada para meu vôo é anunciada, o que aumenta o meu desespero, a minha agonia, todos me enchem de beijos e abraços, mas naquele momento eu só quero estar nos braços do Thiago, eu luto para me soltar daqueles que segundos atrás pareciam ser meus pais e tios e que agora se tornava um mar de gente me empurrando pra longe dele, eu grito que o amo, mas já é tarde, não vejo mais Thiago. Acordo encharcado de suor dizendo pra mim mesmo que tudo aquilo não passava de um pesadelo.

Finalmente chegara o dia de viajar e passar as férias de verão com minha família, finalmente iria ver o Thiago e colocaria tudo em ordem, eu havia prometido pra mim mesmo no dia em que entrara naquele avião, que na primeira oportunidade a sós com Thiago eu declararia o meu amor de forma mais explicita, da forma que ele realmente merecia.

Finalmente havia chegado. Estava passando pelo portão de desembarque quando avistei de longe meu pai e minha mãe que aguardavam ansiosos a minha chegada. Abraçá-los naquele momento fez com que eu me sentisse realmente em casa, foi bom vê-los depois de todos esses meses.

Passamos o caminho todo até nossa casa conversando como havia sido a viagem, como havia sido o meu ano, mesmo nos falando todos os dias, meus pais sentiam necessidade de saber mais detalhes do ano que eu considerei ser o mais longo e chato da minha vida, pois passei longe do meu amor. Ao nos aproximarmos de casa percebo que o carro dos meus tios, pais do Thiago, está estacionado em frente de casa.

- O Thiago está lá em casa? – perguntei a minha mãe.

- Não, seu primo só chega amanhã. – disse.

Quando cheguei na sala de estar encontrei meus tios, minha avó, alguns empregados mais antigos que me viram nascer, todos aguardando a minha chegada. Foi aquela chuva de beijos e abraços. Ficamos um tempo conversando, eu contei por alto como havia sido o ano, como era a Escola, mostrei algumas fotos de manobras que havíamos realizado, de alguns amigos que eu havia feito, da cidade onde eu estava e de algumas cerimônias que eu havia participado.

Como já estava ficando tarde e a viagem havia sido longa, resolvi deitar mais cedo e descansar, pois queria estar bem quando Thiago me visse novamente.

- Gente, foi ótimo vocês terem vindo me ver, mas se vocês não se importam já vou dormir, a viagem foi longa e cansativa , preciso recarregar as baterias. Boa noite e durmam com Deus. – e assim beijei minha avó, minha mãe e minha tia.

- Ahh tio!! Tudo bem pro senhor se eu for ao aeroporto amanhã com vocês receber o Thiago?

- O Thiago vai adorar te ver, vai ser ótimo meu filho, eu passo as 08h pra te buscar hein!

- Tudo bem, boa noite!

Como havia prometido as 08h já estava de pé aguardando meu tio que mal encostou o carro em frente de casa e eu já estava abrindo a porta e indo em direção ao carro. Passei a viagem toda imaginando o momento que eu encontrasse o Thiago.

Ficamos aguardando cerca de 30 minutos até que o avião em que Thiago estava pousasse. Naquele momento meu coração já estava a ponto de saltar pela minha boca. De longe no portão de desembarque eu avistei alguém familiar, mas quando se aproximou mais não pude acreditar, aquele era o meu Thiago? Daquele jeito?

THIAGO:

O ano que eu passei na Marinha forçou a mudar muito, me tornei mais responsável, mais maduro, valorizando minha família, me ensinando a ser homem de verdade, embora eu ainda amasse Hugo com todas as minhas forças. Não foram só mudanças por dentro que ocorreram, a Marinha me fez mudar por fora também devido a todos os exercícios e ao estilos de vida mais saudável eu deixei aquela forma que sempre me entristecia e passei a possuir um corpo de causar inveja a muitos.

Durante todo o ano, a maior parte das minhas horas vagas foi passada na academia ou na piscina nadando, tentando de alguma forma amenizar a dor que a distancia de Hugo me fazia. No final daquele ano lá estava eu com meus 1,83, pele bronzeada devido as horas que eu passava na piscina, cabeça raspada, a barriga que antes era cheia de gordurinhas, agora dava lugar a um belo tanquinho que eu fazia questão de exibir, peitoral bem trabalhado, costas largas, coxas grossas, braços fortes com um tribal que iniciava no peitoral esquerdo e se estendia ate o braço e um belo bumbum.

Não acreditei ao passar pelo portão de desembarque e ver o Hugo ali me esperando junto com meus pais, a minha vontade naquela hora foi de correr na direção dele, cair em seus braços e beijá-lo intensamente, mas como aprendi na Marinha controlar meus impulsos, me contive em manter a caminhada na velocidade que estava ate chegar aonde eles estavam.

Minha mudança havia sido tão grande que meus pais mal me reconheceram, as vezes acho que ate o Hugo demorou a me reconhecer. Minha mãe me agarrou chorando, se esforçando ao Maximo para alcançar meu pescoço com os braços, eu só conseguia olhar para Hugo por cima dos ombros dela, louco para que ela me soltasse e eu pudesse abraçá-lo e sentir o calor de seu corpo junto ao meu novamente. Quando minha mãe me soltou, me aproximei de Hugo e o abracei.

- Você não sabe o quanto eu senti a sua falta. – sussurrou ao meu ouvido.

Passamos a volta pra casa toda conversando, eu, Hugo e meus pais. Quando nos aproximávamos de casa, meu pai segue o caminho e para em frente a casa de Hugo.

- O que houve pai? Por que não paramos em casa?

- Ahh meu filho! Isso é uma longa história!! Resumindo, a casa ta cheia de rato, nós esperávamos dedetizar antes de você chegar, mas a empresa teve um problema lá e só foram a parecer hoje, justo hoje que você estava chegando. Agora vamos ter que passar uns dias na sua avó.

- Poxa tia, o Thiago bem que podia ficar aqui em casa, né? Pelo menos essa noite por que a casa da vovó só tem um quarto de hospedes vazio, por que nos outros só te bagunça dela. – disse Hugo.

- Você quer ficar aí Thiago? – perguntou minha mãe.

- Pode ser. – tentei ao máximo não demonstrar o quanto eu realmente queria dormir ali.

Passamos o dia todo na casa de Hugo e quando anoiteceu meus pais e minha avó foram embora. Ficamos eu e Hugo na sala de vídeo vendo TV.

- Meninos, nós vamos sair pra um jantar de trabalho do seu pai, a gente só volta amanhã por que vai terminar tarde e vai ficar muito tarde pra nós voltarmos. Hoje é o dia de folga dos empregados, mas tem comida na geladeira caso vocês sintam fome. Vocês vão ficar bem sozinhos? – perguntou minha mãe, se esquecendo de que nós já éramos adultos.

- Vamos sim mãe, valeu. Beijos e boa viagem. Te amo!!

- Tchau tia!!

Uns 10 minutos depois que meus pais saíram, Hugo se levantou do sofá e sentou ao chão de joelhos entre as minhas pernas, pegou minha mão e a beijou.

- Você não faz idéia do quanto eu senti a sua falta Thi. Meu ano foi infernal sem você! Havia momentos que eu pensei estar ficando louco, eu revivi varias vezes aquela noite no jardim e depois a despedia no aeroporto, foi horrível ter que te perder todas essas vezes e por mais que eu tentasse não conseguia impedir. – disse com lágrimas se formando nos olhos.

- O que importa é que estamos juntos agora! E em resposta ao que você me disse naquele dia no aeroporto, eu também te amo!!! Te amo com todas as minhas forças!!! Eu sempre te amei!!!

Nos beijamos como se não houvesse amanhã. Sei que é meio clichê, mas foi mágico. Ficamos abraçados ate o fim do filme, quando o mesmo terminou fomos para o quarto.

Depois de tomar meu banho me deitei na cama de roupão aguardando Hugo sair do banheiro. Eu não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo naquele momento, que eu tinha beijado Hugo e ele tinha me beijado, que eu o amava e ele me amava também. Fiquei tão perdido em meio aos meus pensamentos que não reparei na saída do banho de Hugo, quando percebi ele já estava do meu lado deitado alisando meus cabelos.

- No que você esta pensando?

- Em nós dois, nessa loucura toda que esta acontecendo. – disse com um sorriso bobo no rosto.

Hugo se aproximou de mim e me beijou novamente, só que desta vez o beijo foi um pouco mais quente, tinha um gosto mais safado. A cada toquei das mãos de Hugo fazia meu corpo se arrepiar, como se por elas passasse uma corrente elétrica.

Naquela noite não rolou sexo entro nós dois, decidimos que seria mais devagar a nossa relação, por isso ficamos apenas agarradinhos nos beijando. Muitos podem não acreditar e julgar meio infantil, mas aquela noite foi mágica, significou a união de nossos espíritos em um só, naquela noite nos tornamos um só.