Simone, 5 - Desencontros

Um conto erótico de AribJr
Categoria: Heterossexual
Data: 08/02/2009 21:46:56

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<tt><Center>Simone, uma história de amor – 01.13</Center></tt>

<center><strong><b>DESENCONTROS</b></strong></Center>

<Center><tt><b>Sábado, 13 de dezembro de 2003</b></tt></center>

– Porra, pai... – Simone estava chateada, o que não era de todo de se estranhar – Não agüento mais ficar em casa...

<blockquote><i>Estava decidida a esquecer aquela loucura que sabia sem pé nem cabeça e, além do que, colocava em risco a amizade de quase quarenta anos do pai com Lira.</i></blockquote>

– Que posso fazer, filha? – Reginaldo bem que tinha tentado encher o tempo – Só se tu topares ir pro mato! – sabia que a filha tinha verdadeira aversão ao campo.

Não era bem o que queria, mas na falta do que fazer até que poderia ser uma saída.

– Pra onde? Pro Bem Bolado não tem graça, é muito perto!

– Vou ver se o Zé vai pro Muriçoca... – lembrou da fazenda do primo – Topas?

Simone pensou um pouquinho antes de se decidir.

– A mãe vai?

Talvez fosse, só bastava conseguir convencer a esposa metropolitana a se embrenhar no mato e resistir as mutucas – peste que pica sem ao menos avisar.

– Vou ver se ela topa! Queres levar mais alguém? – pensou em convidar o Lira, mas sabia que a filha não aceitaria de bom grado a sugestão – Podias convidar a Sheila, ela ia adorar passar uns dias longe desse calor miserável e... – parou quase sugerindo o amigo.

Ela entendeu o por que do pai interromper a sugestão e o coração acelerou.

– Tu estais pensando em levar ele, não está? – não teve coragem de encarar o pai com medo que ele notasse a ansiedade estampada no rosto.

– Não! É melhor não! – perderia o companheiro de papo e cana – Esse final de semana é teu. – concluiu já imaginando o que faria além de deitar-se na rede debaixo da tamarineira.

A dúvida cruel se abateu sobre ela, não poderia dizer ao pai que não se importaria em tê-lo como companheiro – até adoraria – sem que pusesse em risco a decisão tomada.

– O senhor é quem sabe... Vou ligar pra tia Sheila! – levantou e correu para o quarto.

Raimunda tinha ouvido a conversa e imaginou que a garota aproveitaria para terminar o que começaram, sabia que Simone estava cada dia mais envolvida naquele gostar estranho e entrou no quarto fechando a porta com chave.

– Ele vai? – perguntou ansiosa.

– Acho que não... – respondeu procurando na caderneta de endereços o numero do celular da tia – Esse negócio não ia dar certo mesmo... – falou entristecida.

– Liga pra ele! – sentou na banqueta do toucador – Tu poderias...

Simone se virou para ela e Raimunda percebeu que a garota estava vivendo um dilema terrível.

– Pode dar galho, Raimunda! – continuou folheando a caderneta – Não sei se conseguiria continuar escondendo o que sinto... Já pensou? – riu imaginando uma traquinice – Aquele mato cerrado, o rio, os pastos e a noite sem lua...

– É só ter cuidado! – torcia de verdade para que os dois conseguissem se ajeitar – Ele eu sei que não daria bandeira... Não se é se tu não ia meter as mãos pelos pés!

– Tu achas mesmo? – largou a caderneta na cama – E se o papai desconfiar?

Era um risco grande que não tinha certeza se teria coragem de correr, mesmo tendo quase forçado Lira a assumir um igual na noite da sexta-feira passada.

Raimunda pegou o telefone e discou um número. Esperou que atendessem.

– Ôi! – falou sapeca – A Simone quer falar com o senhor...

Passou o telefone para Simone que não entendeu nada. Olhou a mulata perguntando quem era.

– Atende logo, garota! – incentivou.

Ela pegou o telefone, encostou no ouvido e ficou escutando sem falar nada. Do outro lado da linha só uma respiração e o som de baforadas – quem quer que fosse estava fumando.

– Alô!

Gelou ar reconhecer a voz dele e olhou espantada para Raimunda que tinha destrancado a porta e estava parada com um sorriso moleque no rosto.

– Alô! Simone?

Fez cara de contrariedade pra mulata que saiu e puxou a porta.

– Hei, amor... – o coração disparado e as mãos suando – Tô morrendo de saudades... Tu estais aonde?

– Ia ligar agora mesmo pra ti... Estou em Patos!

Murchou como se houvessem esvaziado as esperanças.

– Tu foste hoje?

– Saí daí quatro e meia... Tem uma reunião aqui! – escutou vozes discutindo – Ia ligar logo que acabasse! Quais as novidades?

– Só saudade doída e vontade de estar contigo... Tu voltas hoje?

Tirou o celular do ouvido e ela ficou escutando ele falar com as pessoas da reunião, parecia que os ânimos acirrados terminariam em confusão, uma gritaria generalizada.

– Alô! Simone? – ela não respondeu de imediato – Alô! Ainda estais aí?

– Estou... As coisas estão meio brabas por aí, né? – começou a arrepender-se em ter aceitado a ligação – Faz assim! Quando terminar esse fole me liga, tá?

– Não! Espera só um instante... – ele voltou a falar, falou de um tipo de construção – Espera! Não desliga!

Ficou esperando e levantou para trancar a porta com chave, voltou e deitou-se de papo pro ar na cama.

– Pronto! Saí da sala... – não mais escutou a gritaria – Que foi Simone, aconteceu alguma coisa?

Ela riu da preocupação dele.

– Não! É que bateu saudades, quis escutar tua voz... – fazia já três dias que não o via – Tu vais voltar hoje?

– Acho que não... Parece que essa reunião vai varar a noite... Estamos fechando o plano anual de investimentos – ela não entendia nada daquilo, mas escutá-lo fazia sentir-se bem – Cadê o velho?

– Deve ter saído com a mamãe... Tu voltas quando?

– Parece que vou ter que ir a Caxias, porque?

Puta merda! Lá se vai a chance de ficar com ele no final de semana, mas era o trabalho dele.

– É que a gente vai pro Muriçoca... – já que ele não estaria mesmo lá, poderia falar – Se tu fosses...

– Até que seria uma boa... Estou precisando mesmo de uns dias enfurnado no mato... – mas por certo ela não iria só, pensou – Quem vai?

Se tocou estranhando, Simone não gosta nem um pouco do mato.

– Eu, o papai, não sei se a mamãe e vou convidar a tia Sheila! – escutou a respiração dele – E tu...

– Se você tivesse avisado antes... – lembrou que não a via desde a terça-feira – Vai ser meio difícil desmarcar os compromissos... O interventou vai estar lá amanhã à tarde...

– Como eu ia te avisar? Só decidimos ir há pouco? – entristeceu – E tu não apareceste mais...

– Desde ontem estou girando pelas agências... Teu pai não falou?

Lira sabia que dificilmente o Regis diria para ela sobre ele, tamanha a aversão que ela encena todas vezes que se encontram.

– Não! Não disse nada... Tu sabes, né?

Sabia. Claro que sabia e aquela situação já estava lhe incomodando.

– A gente tem que dar um jeitinho nisso! – imaginou como estaria ela – Estais no teu quarto?

– Estou!

– Vestida?

– Por que?

– Nada! Só queria saber...

– Como é que queres que eu esteja? – riu baixinho.

– Tu sabes...

– Pelada?

– Só pra mim!

– Espera! Vou tirar a roupa... – há algum tempo já estava com a mão dentro da calcinha e bolinava a xoxota melada – Queres?

– Quero!

Silêncio...

– Pronto!

– Queria estar aí contigo...

– Que farias?

– Meteria a língua nessa buceta perfumada e saborosa...

– Só a língua?

– Queres outra coisa?

– Tu sabes o que quero...

– E tu sabes que te desejo! – o cacete duro espremia a cueca.

– Tu vais sair à noite, depois da reunião?

– Não! Vou direto pro hotel... Estou quebrado... – silêncio – Faz uma coisa?

– O que?

– Faz?

– Faço!

– Bate uma siririca pensando em mim!

– Tô batendo... – e estava, e sentia que o gozo não demoraria a chegar – Pensando em teu cacete duro entrando e saindo – Hum! Vou gozar... Vou gozar...

Gozou!

– Hei!

– Ôi!

– Vocês vão que horas?

– Lá pelas duas ou três... Depois do almoço, acho! – a respiração, ainda acelerada, dava um manto de prazer na voz, escutou batidas na porta, se espantou – Espera! Tão batendo na porta... Não desliga!

Pegou o lençol azul claro e se embrulhou, abriu a porta, era a mãe.

– O que tu fazes trancada? – notou que a filha estava nua – Já vai dormir?

– Vou! – sentou novamente na cama e empurrou, com o pé, a calcinha melada para baixo da cama – Cadê o papai?

Rosangela entrou e viu o telefone fora do gancho.

– Tá falando com quem?

– Com uma amiga... – respondeu pedindo aos céus que a mãe não tentasse escutar o telefone, como era costume.

– Quem é? – pensou em pegar o telefone, mas refreou o instinto – É daqui mesmo?

– Não! É de São João dos Patos... A Larisse! – mentiu ficando de prontidão para desligar caso a mãe tentasse falar.

– Teu pai falou que vocês vão pro Muriçoca – mudou de assunto – Que idéia foi essa?

Nem ela mesmo sabia o porque de ter aceito a sugestão do pai.

– Vou fazer uma coisa diferente! A senhora vai?

– Vou nada! Lá só tem mutuca e carrapato! – cada dia que passava sentia que a filha ficava mais esquisita – Tua tia vai?

– Vou ligar convidando... Ela se amarra nessas coisas, na certa vai aceitar o convite.

– Tá bom... – resolveu sair – Vê se não dorme de luz ligada... Boa noite!

Saiu e fechou a porta, Simone fechou com chave e correu pro telefone.

– Alô! Lira?

– Alô! – não era Lira, era voz de mulher.

– Cadê o Lira?

– Dona Simone?

– Sim!

– O doutor Lira teve que voltar pra reunião... Falou que depois liga pra senhora...

<Center>─────────────────────────────────────────────────────</Center>

<center><b>Para melhor entender esse relato, leia os episódios anteriores</b></center>

<blockquote><tt>Episódio 01: O chato</tt>

<tt>Episódio 02: O Sítio</tt>

<tt>Episódio 03: Instituto do instinto</tt>

<tt>Episódio 04: Simone vai ao mato</tt></blockquote>


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Comentários

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08/02/2009 23:01:17
É uma pena existirem leitores como esse tal Pastor que de severo apenas o que escreve. E, puta, é sua mãe. Portanto, você que é filho dela sabe bem o que e quem é.


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