Após uma manhã pra lá de estranha, fiquei sozinho em casa depois que Ana saiu para trabalhar.
Usei esse tempo para pensar nas coisas. Havia muita coisa rolando ao mesmo tempo, e minha cabeça estava a mil.
Não vou negar meu interesse por Ana. Para muitos que vissem a situação, poderiam pensar que esse era o momento perfeito para conseguir ficar com ela.
Mas isso não estava no meu coração. Sempre admirei Ana, gostei dela calado esses anos todos, sem fazer menção.
Mas isso tinha um motivo, e esse motivo estava longe de acabar. Esse motivo era o Vitor...
Quando vi Ana me olhando com olhar de desejo dentro daquele quarto, ver o corpo dela nu ali na minha frente... Queria dar um passo à frente e pegá-la em meus braços.
Mostrar a ela um prazer que tenho certeza que o Vitor não consegue. Mas quem eu seria se fizesse isso? Vitor era um grande amigo, mais que isso: era família. E um homem que trai sua família não pode ser chamado de homem.
Então minha decisão foi a mesma que venho tendo todos esses anos: me calar, deixar a vida seguir seu curso...
Eu, sentado na sala sozinho, refletindo sobre isso, mas com a imagem de Ana nua gravada na minha mente...
O dia continuou. Passei a manhã e a tarde vendo TV e pensando na vida... Nada produtivo, kkkk.
Vitor chegou mais cedo em casa, estava meio abalado, quieto...
Carlos:
E aí, mano? Tudo bem?
Vitor:
Conversei com a Ana por telefone... Ela disse que vai continuar dormindo na casa da amiga.
Carlos:
Que merda, mano. Mas isso vai passar.
Vitor:
Eu não sei, amigo... Dessa vez ela... Ela... Cara, ela tá chateada.
Carlos:
É... Mas vocês já passaram por coisa assim, né?
Vitor:
Assim não. Vi o olhar dela, mano. Ela nunca me olhou assim. Nunca falou que eu poderia perdê-la... Dessa vez tá diferente. Sinto que ela quer terminar, mas não sabe como falar.
Carlos:
Kkkk, mano, para de paranóia. Isso é coisa da sua cabeça. A Ana não...
Vitor:
Interrompe.
Quando você passa muito tempo junto de uma pessoa, começa a conhecer certos comportamentos... A Ana, quando quer falar algo sério, fica assim: evitando contato. Às vezes, ela começa a falar e para no caminho... Eu sei do que estou falando.
Carlos:
Tenso...
Vitor:
Kkkk, você nunca foi bom com esses assuntos, mas é a vida. Não vou desistir. Faço o que for preciso para não perder a Ana.
Carlos:
Isso aí, mano! Tem que ter confiança.
Vitor:
Preciso de você pra isso, mano... Quero que você me ajude.
Carlos:
E como eu vou fazer isso?
Vitor:
É fácil: converse com ela, tente sondar o ambiente, entendeu?
Carlos:
Ah, beleza, mano!
Depois da conversa com o Vitor, fui até a casa da Natália conversar com a Ana.
Ana:
Carlos!! Tá fazendo o que aqui?
Carlos:
Vim ver como você está, Ana. O Vitor falou que você não tá querendo voltar.
Ana:
É... Não tô querendo...
Carlos:
Vamo lá, Ana. Tem que sentar e conversar. Ficar nisso não vai dar certo.
Ana:
Olha, Carlos, você sabe que gosto de você, te respeito e te tenho em grande estima — ainda mais depois de você me salvar daquele monstro... Mas tem coisa que não cabe a você. Eu e o Vitor estamos passando por um momento decisivo. Somos casados e vamos decidir, mas preciso de um tempo... Um tempinho para me decidir.
Carlos:
Se decidir?
Ana:
Sim... Olha, eu tenho que sair, mas nos vemos depois, ok?
Carlos:
Ah, ok...
Ana saiu, e Natália veio falar comigo. Ela estava na cozinha ouvindo tudo.
Natália:
Carlos, sei que não devo me meter, mas... O Vitor sempre foi legal comigo, então vou te contar para que você diga a ele.
Carlos:
Ok, pode falar, Nat.
Natália:
A Ana vai pedir divórcio ao Vitor. Ela já se decidiu. Na verdade, só está procurando um lugar para ficar... Um amigo dela tá ajudando nisso.
Carlos:
Um amigo?
Natália:
Sim, um cara que trabalha com ela. Na verdade, ele já deu em cima dela várias vezes, e parece que ela está cada dia mais propensa a esses flertes. Antes, ela não dava bola e ainda brigava com ele, mas depois das últimas brigas com o Vitor, começou a achar engraçado e às vezes responder. Depois do que aconteceu, quando ela veio ficar aqui, esse “amigo” veio ontem. Ficaram conversando...
Carlos:
A Ana não faria isso com o Vitor, Nat, faria?
Natália:
Trair? Acho que não, mas ela vai terminar. E isso é certeza.
Saí de lá sem entender. A Ana sempre pareceu amar o Vitor... Passaram por tanta coisa...
Quando contei ao Vitor, ele desabou. Ficou quieto, só com lágrimas descendo. Trancou-se no quarto e não saía de lá — só para trabalhar.
Foi uma semana assim: os dois sem contato direto. Ana já tinha falado que não continuaria o casamento.
Notícias de que Ana estava saindo com o tal amigo começaram a chegar: festas, jantares... Todos já sabiam, o que deixou Vitor pior.
Ana me ligava, mas resolvi que não era hora de ficar entre dois mundos. Entendo que ela possa ter se decepcionado com Vitor, mas isso estava passando dos limites. Ela já tinha avisado que não continuaria o casamento, mas ainda era casada. E mesmo assim estava saindo com outro homem.
Eu estava na padaria quando ela chegou com o tal amigo...
Ana:
Carlos...
Olhei pra trás e vi Ana. Ela estava de mãos dadas com o cara, mas logo puxou a mão.
Carlos:
E aí, Ana?
O cara saiu para pegar umas coisas, e ela ficou.
Ana:
Te liguei várias vezes... Mas pelo visto já escolheu um lado, né?
Carlos:
Não se trata de lado. Trata-se de respeito. Você pode ter avisado que vai se divorciar, mas isso ainda não aconteceu. E já está com outro enquanto o Vitor tá na merda. E eu não sou idiota: pra ser tão rápido, sinal que já tinha algo acontecendo.
Ana:
O quê? Claro que não! Ele flertava comigo, mas nunca dei bola. Você não sabe as coisas que aguentei com o Vitor. Qualquer mulher já teria terminado há anos: uma vida sem futuro, um homem inseguro... Mas eu não larguei. Depois do que aconteceu... Não dava mais. Estou seguindo minha vida, Carlos, mas não fiz mal a ninguém.
Carlos:
É... Pra alguém que jurava amar, você muda de ideia muito rápido. Não vou dizer que ele está certo... Mas ele não é completamente culpado do que te aconteceu. Vocês brigaram, e você não falou pra ele que queria que te acompanhasse para falar com aquele cara... Tudo aconteceu, mas ele não fez por querer. O Vitor não é inocente, mas sua atitude me surpreende. Depois de tudo que passaram, você está jogando ele na lama.
Ana:
Eu... Não vou discutir isso com você. Se não quer mais ser meu amigo, entendo.
Carlos:
Passe bem, Ana.
Saí de lá e fui embora... Entendia as razões dela, só não aceitava a forma como estava fazendo aquilo.
Mais alguns dias se passaram, e eu fui notando uma melhora no estado do Vitor.
Carlos:
Mano, por que tá felizinho?
Vitor:
A Ana... Ela disse que não quer mais se separar, quer um tempo pra pensar.
Carlos:
Como assim? Mano, ela tá com outro. A cidade toda sabe.
Vitor:
Eu sei, mano. Mas ela me disse que precisava mudar um pouco as coisas, sentir coisas novas.
Carlos:
Mano, "sentir coisas novas"? Tá ligado que essas coisas "novas" é rola de outro, né?
Vitor:
Acha que não sei? E posso culpar ela?
Carlos:
Claro, mano! Seja homem, porra! Ela te deixou e passou pra outro já, sabe, cara?
Vitor:
Sim. E ela ficou comigo depois de eu broxar várias vezes, depois de decepcioná-la. Mesmo assim, ela ficou comigo na pobreza, nos problemas... Dessa vez, ela não aguentou. Saiu, viveu e quer voltar. Mas eu aceito sim. Aceito ela do jeito que for, porra!
Carlos:
Eu não te entendo...
Vitor:
É, eu sei, mano. Olha, Carlos: pensa em você, noite após noite com sua esposa. Você olha nos olhos dela e vê pena, vê que ela tá lutando pra ficar ao seu lado enquanto você a priva dos prazeres que ela merece. Qual o motivo pra uma mulher linda como a Ana ficar com um cara broxa como eu? Um cara que não satisfaz ela, que não tem confiança? Dinheiro? Nem isso eu tenho. Mas ela ficou anos lutando ao meu lado. Uma vez que ela não aguenta, vou recusar que volte? Acha que vou encontrar outra como ela?
Carlos:
Ok, mas...
Vitor:
Sem "mas". Só quero que ela volte, mano.
Eu não conseguia entender. Não queria o mal da Ana, mas como ele aceitava isso tão fácil?
---
Depois de alguns dias, era tempo de eu me apresentar no trabalho pela primeira vez.
Vitor:
Hoje você começa, né?
Carlos:
Sim, mano. Já tô me preparando.
Vitor:
Quero te informar uma coisa... A Ana volta pra casa hoje. Não quero que você a trate diferente de antes, ok?
Carlos:
Relaxa. A escolha é sua, mano. Não tenho nada contra a Ana, sempre fui amigo dela. O que fiz foi tomar suas dores. Mas se nem você se importa, por que eu vou me importar?
Vitor:
Entendo... Bem, era só isso. Boa sorte no trabalho, mano. Passa lá no meu e conta como tá indo, ok?
Carlos:
Pode deixar, parceiro.
---
Fui trabalhar. O dia foi puxado... Pior coisa é ficar um tempo parado: você perde o ritmo, e quando volta, seu corpo dói inteiro.
Eu tava acabado. Passei no trabalho do Vitor e voltamos pra casa juntos. Quando chegamos, já notei que Ana estava de volta: a casa limpa, tudo arrumado...
Ela saiu do quarto, e logo nos encontramos.
Ana:
Ah... Oi, Carlos. Tudo bem?
Carlos:
É... Tá tudo bem.
Ana:
Ok... Eu, eu...
Carlos:
Olha, tô cansado, Ana. Vou tomar um banho, ok?
Ana:
Ah... Tudo bem.
Saí pra tomar banho. Quando entrei, Vitor veio logo atrás...
Vitor:
Porra, hoje tá quente, hein? Kkkk.
Carlos:
Tá fazendo o quê aqui?
Vitor:
Vou tomar banho, ué!
Carlos:
Mas eu entrei primeiro.
Vitor:
Kkkk, esqueceu? Agora a Ana tá em casa. Temos a regra do banho, mano.
Carlos:
Ah, é... Que merda. Kkkk.
Vitor:
Kkkkk, bora lá. Quero passar um tempo com ela.
Vitor ficou pelado e entrou no chuveiro sem parar de falar — bem diferente da primeira vez.
Vitor:
Essa noite tem que ser especial, mano. Vou levar ela pra jantar e depois tenho que tratá-la bem, se é que me entende. Kkkkk.
Eu tinha era pena dele. Não entrava na minha cabeça como alguém aceitava aquilo. A mulher dele acabou de voltar dos braços de outro...
Vitor:
Vou dar meu melhor. Hoje à noite, ela vai ver um novo Vitor.
Num descuido, Vitor deixou o sabonete cair. Ao se abaixar pra pegar, escorregou no chão molhado. Seu rosto bateu direto na minha rola. Ele se levantou rápido, envergonhado.
Vitor:
Kkkk, merda. A gente tem que dar um jeito nesse esquema do banheiro. Kkkk.
Carlos:
Agora, eu trabalhando, vou conseguir ajudar, mano. Logo saímos dessa. E como vai levar a Ana pra jantar? Com qual dinheiro?
Tentei mudar de assunto.
Vitor:
Pedi um adiantamento. Mas relaxa, tá tudo bem. Kkkk.
Notei que o pau dele estava endurecendo, e ele fazia de tudo pra não mostrar. Será que foi por...? Não, kkkk. Que ideia.
Carlos:
Bem... Boa sorte, mano.
---
Acabamos e saímos. Dei um migué e saí de casa antes deles. Ana ficava me olhando, querendo falar algo, mas eu não dava brecha.
Quando voltei pra casa, já bem tarde, eles já estavam lá... Me ajeitei no sofá pra dormir, mas antes de deitar, Ana veio falar comigo.
Ana:
Oi... Podemos conversar?
Carlos:
Tenho que acordar cedo amanhã, Ana. Deixa pra depois.
Ana:
Não. Vou falar. Quero saber por que você tá me tratando assim.
Carlos:
Ana, você dizia que era mulher de respeito e tal, que não gostava de ser tratada de qualquer jeito. E olha o que fez nesse último mês: saiu com um cara qualquer, deixou sua casa, seu marido... Ah, sei lá. Parece que não te conheço.
Ana:
E não conhece mesmo. Olha, eu aguentei muito até chegar nesse ponto. Você só sabe pegar uma aqui, uma ali, e depois nada. Não sabe o que é um relacionamento de anos. Não sabe como é desgastante — ainda mais o meu e do Vitor. Temos problemas, ok?
Carlos:
Quer saber? Vocês se merecem mesmo. Olha o Vitor... Ele te aceita de volta mesmo... mesmo.
Ana:
O quê? Fala!
Carlos:
Você deu pro cara, não deu?
Ana:
E isso importa?
Carlos:
Deveria, porra! Você é esposa dele, caralho!
Ana:
Mas isso importa pra você?
Carlos:
O quê?
Ana:
A verdade é que parece que você tem ciúmes, Carlos. É isso? Tá com ciúmes de mim?
Carlos:
Ah, vai à merda, garota. Não tenho ciúmes do que não é meu.
Ana:
Então por que importa se eu dei ou não pro cara?
Carlos:
Pro Vitor deveria importar! Pra ele deveria, porra!
Ana:
Mas não importa. Entende por que temos problemas? Não importa pra ele se eu tivesse dado pro cara e depois voltasse pra casa toda imunda. Não importa, contanto que eu volte.
Carlos:
Você não deu?
Ana:
Não! Juro por tudo que não dei. A verdade é que... Se eu tivesse dado... Não ia conseguir voltar. Quase dei, mas sabia que era um caminho sem volta. Se eu me deixasse sentir algo que o Vitor não me proporciona, não encontraria o caminho de volta. Precisava de um tempo e tinha esperança de que ele tivesse outra reação. Mas ele é o que é.
Carlos:
Entendo...
Ana:
Mas isso não explica sua reação comigo. Se ele é seu amigo, eu também sou. Mas você não quis nem saber e agiu como se eu tivesse te traindo.
Carlos:
Olha, esse lance de vocês eu não entendo... Não entra na minha cabeça.
Ana:
Eu entendo, Carlos. Sério. Só quero voltar ao normal com você. Não quero que seja estranho. Prometo que não vou mais te deixar, ouviu?
Ela olhou dentro dos meus olhos quando disse aquilo.
Ana:
Mas quero que seja sincero comigo.
Carlos:
Como assim?
Ana:
Naquele dia, no quarto... Nós dois ficamos parados um tempo nos olhando... Notei que você queria vir até mim, mas...
Carlos:
Olha, tá ficando tarde... Melhor você ir dormir.
Ana:
Hmm... Quando você tiver coragem de me falar a verdade, sabe onde me encontrar. É só pra confirmar o que eu já sei!
Ela saiu e levou meu sono com ela, pois não consegui dormir. O que ela já sabia?
---
Os dias passaram. Fui me adaptando ao trabalho, mas minha convivência com a Ana ficou estranha. Eu a evitava a qualquer custo.
Ela e Vitor pareciam estar numa boa fase: viviam conversando, cochichando coisas, rindo. Não entendia como, mas pareciam bem.
Meus banhos com Vitor estavam cada dia mais estranhos. Ele se soltava demais, sempre falando demais. Eu só queria tomar banho e vazar.
Faltavam dois dias pro aniversário de casamento deles. Vitor me chamou pra conversar depois do trabalho. Me pagou uma bebida e conversamos.
Vitor:
Olha, Carlos. Meu aniversário de casamento tá chegando. Pensei que já teria acabado quando essa data chegasse... Mas não. Estamos juntos e bem. Quero fazer algo pela Ana, algo totalmente diferente.
Carlos:
O que é?
Vitor:
Pra isso, vou precisar de você... Vou te pedir algo que nunca pensei que pediria. Mas suplico que aceite, amigo. Em nome da nossa amizade...
Carlos:
Fala logo, mano. Kkkk.
Vitor:
Eu quero que você...
Carlos:
Vamos falar, mano? Kkkk, quer que eu faça o quê?
Os olhos dele estavam vidrados, a mão tremendo ao segurar o copo.
Vitor:
Quero que você durma com a Ana.
Carlos:
O quê? Tá bêbado, porra?
Vitor:
Não! Eu tô… tô bem.
Carlos:
Dormir com a Ana? Como assim, cara? Tá querendo me foder?
Minha boca secou, e o pau já tava latejando contra a calça. A imagem dela pelada no quarto voltou...
Vitor:
Mano… depois de tudo, eu só quero ela. Não ligo se ela der pra outro. Só quero que ela volte. Mas se ela sair de novo… Ele engoliu seco. Preciso que você faça isso. Uma vez só. Ela vai sentir o que nunca sentiu comigo. Vai ficar tão grata que nunca mais vai querer ir embora.
Carlos:
Tu tá me pedindo pra meter na tua mulher? Tá achando que isso é GTA, filho da puta? As coisas não são assim mano.
Vitor:
Ela já topou.
Carlos:
Topou o quê?
A voz dele tava fina, igual criança prestes a chorar.
Vitor:
Falei que… se ela quisesse experimentar outro cara… só uma vez… ela disse que só aceitaria se fosse você.
Carlos:
Você enlouqueceu mano...
Vitor:
No seu pior momento, eu te dei um teto. Tô te pedindo uma coisa simples, Carlos. É só foder ela. Eu não confirmei nada, quero fazer uma surpresa
Carlos:
Vitor, isso é…
Vitor:
Sim ou não, caralho?! Você come a Ana ou não come?
O silêncio pesou. Eu olhei pro meu copo, imaginando ela gemendo meu nome. Apertei o zíper da calça pra disfarçar o volume. Mas eu nao sabia se aquilo era certo, o que poderia vir daquilo ? Eu tinha que dar uma resposta, eu sabia que aquiilo mudaria nossas vidas...
Carlos:
Mas…
Continua.