A noite caiu sobre a fazenda, trazendo consigo o cheiro de um jantar caseiro que prometia ser um momento de tranquilidade. Clara e eu estávamos sentados à mesa com Renato e Thiago, as lamparinas criando uma atmosfera íntima e acolhedora. Eu não podia negar que havia uma parte de mim que ainda estava tensa pelo dia, pelo ciúme que senti ao ver Clara e Thiago interagindo. O jantar foi muito bom – carne de porco assada, feijão com bacon, arroz e salada fresca com várias verduras da horta, tudo preparado com carinho pela vovó. Enquanto comíamos, Thiago começou a puxar conversa.
"Mas e aí, como é Erick como namorado, Clara?" perguntou ele, com um tom que parecia inocente, mas que eu sabia ser cheio de intenções.
Clara, sempre educada e um pouco tímida, respondeu, "Ele é muito legal. Muito atencioso comigo. Amo o Erick."
Thiago sorriu, inclinando-se um pouco mais, "Hm, legal, e como ele é na cama?"
A pergunta me pegou muito desprevenido, a naturalidade que ele a fez. Clara corou, claramente desconfortável, e eu senti a necessidade de intervir antes que as coisas fossem longe demais. "Cara, isso não te diz respeito na verdade, não se mete nisso," disse, tentando manter a voz firme.
"Ihh, primão, que isso, pô. Só tava querendo saber, que que tem?" ele continuou, sem se abalar. "Mas e aí, já rolou algo, conta pra mim, Clara."
Ele olhava para Clara com um interesse que me incomodava. Clara, olhando para a TV, respondeu com uma voz baixa, "Ainda não..."
"Que isso, gente, quase cinco meses de namoro e nada?" Thiago parecia genuinamente surpreso.
"Isso não é da sua conta," eu disse, sentindo meu sangue ferver.
"Claro que é, primo, que isso. Vocês tão namorando esse tempo todo e nem chegaram a... Não rolou nem um dedinho a mais, Clara?" Ele fez um gesto, imitando um beijo, seu sorriso sacana me deixando ainda mais irritado.
"N-não..." Clara respondeu, visivelmente envergonhada.
Eu não podia mais tolerar aquilo. Me levantei, a raiva evidente em minha voz, "Agora já chega, primo. Não queremos falar sobre isso. Dá um tempo."
Thiago levantou as mãos em um gesto de rendição, mas seu tom era de deboche, "Ihh, que isso, primo. Só queria ajudar vocês, calma lá. Vou até sair daqui. Que stress é esse."
Ele se levantou e foi para a cozinha, deixando-nos sozinhos na sala. Eu estava furioso, mas também preocupado com a reação de Clara. Ela não disse nada, apenas olhava para o chão, a vergonha ainda presente em seu rosto. Tentei quebrar o gelo, "Você acredita na cara de pau dele, ficando perguntando essas coisas?"
Clara, no entanto, surpreendentemente, respondeu com um tom de reprovação, "Também não precisava falar assim, não tinha pra que brigar com ele, né?"
Aquela resposta me pegou desprevenido, quase como um soco no estômago. Ela parecia estar tomando o lado de Thiago, sendo que eu estava apenas tentando protegê-la. "Não faz mais isso," ela disse, com uma seriedade que me fez engolir minha raiva e calar-me.
A noite continuou, e depois do jantar, todos saíram para resolver pendências na fazenda, deixando-nos sozinhos na sala. Eu e Clara ficamos no sofá, a tensão ainda pairando no ar, quando Thiago voltou, com um ar de quem tinha algo a provar. Ele sentou-se em uma poltrona ao lado, um sorriso malicioso em seu rosto. "Pelo menos uns beijos vocês dão né, naqueles bem molhados?" perguntou ele, de um jeito provocador, passando a língua pelos lábios, os olhos fixos nas pernas de Clara, que vestia um short curto.
"Só uns beijinhos..." Clara respondeu, dessa vez com um pouco mais de desinibição, seus olhos encontrando os de Thiago por um momento antes de desviar.
"Nem amasso vocês dão? Tá fraco as coisas, hein, primo, que isso. Não tem vontade de beijar o meu primo, Clara?" ele insistiu, seu olhar agora mais intenso.
Clara olhou para mim, com uma expressão de dúvida e vergonha, "Até tenho, mas... não sei direito."
Thiago riu, "Não sabe beijar? Ih, então achou a pior pessoa pra te ensinar. Meu primo nunca beijou direito, você tem que aprender com alguém experiente, que saiba te ensinar essas coisas. Alguém que já beijou muito e sabe do que uma mulher gosta," ele disse, ajustando-se na poltrona de uma maneira que parecia intencionalmente provocante.
Eu estava perplexo com a audácia de Thiago, pronto para interromper, mas senti a mão de Clara na minha, me segurando com força, pedindo silenciosamente para que eu não reagisse. Minha raiva crescia, mas eu não queria parecer descontrolado na frente dela, ou pior, dar a Thiago a satisfação de me ver explodir.
"Vem que eu te ensino," disse Thiago, estendendo a mão para Clara.
Eu fuzilei ele com meu olhar, mas em silêncio, incapaz de encontrar palavras, a boca aberta de incredulidade. Clara, para meu choque, hesitou apenas por um momento antes de soltar minha mão. Meu coração batia forte, uma mistura de raiva e um estranho sentimento de curiosidade.
Thiago, percebendo minha reação, disse, "Calma, Erick, só vou mostrar pra vocês como é cara."
Clara e eu fizemos o que ele mandou, ambos constrangidos. Thiago então se levantou, e com uma atitude quase fraternal, começou a explicar. Ele então pegou minha mão, guiando-a pelo corpo de Clara, mas eu não sabia o que fazer. "Pega nela assim," ele disse, passando a mão pela cintura dela ou apertando sua perna com um pouco de força, e depois colocava minha mão onde ele tinha tocado, para que eu repetisse o movimento. Clara parecia mais animada com cada toque, mas Thiago sempre interrompia, dando mais uma dica ou dizendo que ainda estávamos beijando errado.
Clara, tentando entender, perguntou, "Mas beijando errado como, Thiago? Beijo é beijo, é tudo igual."
"Não é não. Licença priminho, vou só mostrar pra vocês como é que se faz," ele disse, puxando Clara para perto dele. Ela deu um gritinho de surpresa, mas não resistiu quando Thiago a beijou com uma intensidade que eu nunca tinha visto. Ele a segurou com força, suas mãos percorrendo seu corpo, passando pela cintura, apertando sua bunda, mordendo seus lábios antes de voltar a beijar com tesão. Clara retribuiu, sem fôlego, seus olhos fechados, entregando-se ao momento.
Thiago parou, olhando para mim, "É assim, mano, tá vendo?" e logo voltou a beijar Clara, mostrando como se fazia com uma maestria que eu não possuía. Depois de uns cinco minutos, assistindo a essa cena, percebi que meu corpo reagia de uma maneira que misturava raiva, inveja e um tesão que eu não queria admitir. Ele finalmente soltou Clara, que parecia ofegante, e disse de forma muito natural, "Tentem pra ver."
Clara, em um pulo, veio em minha direção, me agarrando com uma vontade que eu nunca tinha sentido nela antes. Começou a me beijar com tudo o que tinha aprendido, me puxando para o sofá, onde nos deitamos em um roça-roça incrível. Eu tentava não pensar no que tinha acabado de ver, tentando me convencer de que ela apenas queria aprender, mas o jeito como ela me beijava agora, a intensidade e a paixão, eram completamente diferentes. Ela estava mais solta, mais presente, como se tivesse sido despertada para algo que eu não sabia como oferecer.
Eu estava perdido entre o desejo e a frustração, meu corpo respondendo a cada toque dela, enquanto minha mente ainda processava o que tinha acabado de acontecer. Clara parecia outra pessoa, seus beijos mais profundos, suas mãos mais ousadas, explorando meu corpo de uma maneira que me fazia esquecer, por um momento, a presença de Thiago, mas eve não estava quieto; ele observava com um sorriso, quase como um mentor orgulhoso de seu pupilo. "Viu, Erick, é assim que se faz," ele disse, com um tom que misturava provocação e satisfação. "Você tem que aprender a ter pegada, a dominar, a fazer ela querer mais."
Eu não sabia se deveria agradecê-lo ou xingá-lo. Uma parte de mim estava grata por Clara estar tão envolvida comigo agora, mas outra parte sentia um ciúme ardente, uma sensação de que ele havia mostrado a ela algo que eu não podia. Quando finalmente nos separamos, Clara estava com os olhos brilhando, um sorriso que parecia diferente, mais confiante. "Nossa, não sabia que podia ser assim… tão bom." ela disse, olhando para mim..
Thiago, vendo a cena, se levantou, "Bom, vou deixar vocês praticarem mais. Mas lembra, Erick, é tudo sobre confiança e dominância. Clara merece um cara que saiba o que está fazendo."
Ele saiu da sala, deixando um rastro de incerteza no ar. Clara se aconchegou ao meu lado, sua cabeça no meu ombro, mas eu não podia evitar pensar no que tinha acabado de acontecer. Havia algo de novo entre nós, algo excitante, mas também perigoso. Aquele beijo, aquele toque, havia mudado a dinâmica, e eu não sabia se estava pronto para as consequências que poderiam vir com essa nova descoberta.
Enquanto estávamos ainda imersos na nova intensidade do nosso beijo, a porta da sala se abriu com um rangido, e Renato entrou, sua presença imponente interrompendo o momento. Ele olhou para nós com um olhar de desaprovação, "Ei, vocês dois, parem com essa agarração no meio da casa. A fazenda não é um motel."
Clara e eu nos afastamos rapidamente, o rubor em nossas bochechas evidenciando nossa culpa. Renato continuou, com um tom que não admitia discussão, "Clara, você vai dormir no quarto de hóspedes. Erick, você vai dormir no chão do quarto do Thiago. É hora de ir para a cama."
Nós dois assentimos, sem palavras, a realidade da situação nos atingindo como um balde de água fria. Clara me deu um olhar que misturava desculpas e um desejo reprimido, antes de se levantar e seguir Renato, que já estava a caminho do quarto de hóspedes para mostrar onde ela ficaria. Me levantei, caminhando para o quarto de Thiago, onde sabia que teria que enfrentar não apenas o chão duro, mas também a presença de quem havia colocado em cheque minha confiança.
O quarto de Thiago era uma mistura de sujeira e desordem juvenil, com uma cama de solteiro encostada na parede, uma mesa de estudo coberta de roupas e papéis. As paredes tinham pôsteres de bandas de rock e fotos da de mulheres com pouca roupa. Uma janela grande dava vista para os campos escuros, onde apenas a luz da lua iluminava o caminho.
No chão, onde eu deveria dormir, havia um colchão fino, quase mais um tapete do que um lugar para dormir, com uma fronha velha como travesseiro.
Thiago já estava deitado em sua cama, com um sorriso que parecia guardar segredos. "Então, primo, aprendeu alguma coisa hoje?" ele perguntou, seu tom carregado de provocação.
Eu não sabia como responder, ainda estava processando tudo. "Não sei, Thiago, acho que sim," disse, tentando soar despreocupado, mas minha voz traía minha confusão.
Ele riu, "Clara é uma garota legal, Erick. Você tem sorte. Mas lembre-se, tem que saber usar essa sorte."
Eu apenas grunhi uma resposta, deitando-me no colchão, que era duro e pouco confortável. O silêncio caiu sobre o quarto, mas estava longe de ser tranquilo. Minha mente girava com as imagens dos beijos, com a sensação dos lábios de Clara, com a maneira como ela respondeu ao toque de Thiago.
Ficamos em silêncio por um tempo, mas o ar estava carregado de tensão. Eu não podia deixar de pensar no quanto Clara parecia ter gostado da lição de Thiago, e isso me deixou inquieto. Me virei de um lado para o outro, tentando achar uma posição confortável, quando ouvi um som baixo, quase imperceptível, vindo da cama de Thiago. Era um gemido, suave, mas claro o suficiente para me fazer parar e escutar.
Eu me virei, tentando entender se era o que eu pensava. E lá estava, outro gemido, seguido pelo som inconfundível de alguém se masturbando. Thiago, provavelmente pensando na cena que havia orquestrado ou talvez em Clara, estava se entregando ao prazer.
A situação me encheu de uma mistura de raiva e excitação. Minha própria mente começou a vagar para o beijo, para o corpo de Clara, para a maneira como ela parecia diferente, mais viva. Sem pensar muito, minha mão deslizou para baixo, encontrando o caminho pelo meu corpo, até que comecei a me tocar.
A fricção, o ritmo, tudo isso era uma tentativa de recuperar um pouco do controle, de encontrar prazer no meio daquela confusão de sentimentos. Meus pensamentos estavam todos em Clara, mas também havia uma curiosidade mórbida sobre Thiago, sobre como ele estava se sentindo, se estava imaginando o mesmo que eu.
Eu me masturbei com uma urgência que não tinha sentido antes, o som dos gemidos de Thiago servindo como uma trilha sonora indesejada, mas inevitável. O prazer veio rápido, e eu gozei em silêncio, tentando abafar qualquer som que pudesse escapar, sentindo a vergonha e a excitação se misturarem.
Depois, enquanto tentava me acalmar e encontrar o sono, os gemidos de Thiago continuaram, um lembrete constante do que tinha acontecido, do que poderia significar. Ele estava claramente pensando na mesma coisa que eu, e isso me fazia sentir uma estranha conexão, uma rivalidade silenciosa, mesmo que eu não quisesse admitir.
O sono veio eventualmente, mas foi um sono inquieto, cheio de sonhos confusos onde Clara, Thiago e eu nos misturávamos em cenas que eu não tinha certeza se queria esquecer ou reviver. A fazenda, que deveria ser um lugar de paz e descanso, havia se transformado em um campo de batalha para minhas emoções, e eu sabia que a manhã traria novos desafios, novos confrontos com meus próprios medos e desejos.