O elevador subia em silêncio, com Elias e Anya lado a lado, sem trocarem muitas palavras. Anya digitou o código de segurança para abrir a porta de sua suíte, e quando a porta se abriu, ela o conduziu para dentro. A suíte era luxuosa, decorada com bom gosto, com uma vista panorâmica de Moscou através das grandes janelas de vidro.
— Posso oferecer algo para beber? — Anya perguntou, dirigindo-se ao minibar.
— Um whisky, se tiver — Elias respondeu, tentando manter a calma.
Anya serviu a bebida, entregando-lhe o copo antes de se sentar em uma poltrona elegante. Ela cruzou as pernas, inclinando-se levemente para a frente, um gesto que parecia tanto acolhedor quanto desafiador. Elias tomou um gole do whisky, sentindo o calor da bebida enquanto ponderava suas próximas palavras.
— Você mencionou antes que estava interessado em tudo o que Moscou tem a oferecer — Anya começou, seus olhos avaliando cada reação de Elias — mas ainda não me disse qual é o seu verdadeiro negócio aqui.
Elias precisava ser cauteloso e se aproximar o suficiente para ganhar a confiança dela, sem revelar demais.
— A tecnologia médica — ele respondeu, deixando a resposta vaga, mas com um tom que sugeria que havia mais por trás — Estou interessado em como podemos usar as inovações atuais para melhorar a vida das pessoas, mas, infelizmente, esse tipo de pesquisa nem sempre é bem compreendido.
Anya levantou uma sobrancelha, intrigada.
— Interessante. E você acredita que poderia me convencer a apoiar essa causa?
Elias sorriu, inclinando-se um pouco mais perto.
— Acredito que poderíamos fazer uma parceria que beneficiaria a ambos.
Anya sorriu de volta, mas havia algo em seu olhar que mostrava que ela ainda estava em controle.
— Parcerias exigem confiança, senhor Zimmermann. E a confiança não é algo que se constrói em uma noite.
— Mas pode começar em uma noite — Elias respondeu, mantendo o olhar fixo no dela.
O silêncio entre eles se aprofundou, carregado de intenções não ditas. Esse era o momento em que poderia avançar. Ela era uma mulher poderosa, acostumada a estar no comando, e Elias precisaria ser muito mais do que apenas encantador para conseguir o que queria.
Anya se levantou, caminhando lentamente até as janelas, observando a cidade iluminada abaixo.
— Sabe, senhor Zimmermann, eu gosto de homens que sabem o que querem e não têm medo de arriscar para conseguir. Mas também aprecio a honestidade.
Elias se aproximou dela, parando a poucos centímetros de distância.
— Eu sou honesto sobre o que quero. E estou disposto a arriscar, se você estiver.
Anya virou-se para ele, seus rostos agora muito próximos. Havia um momento de silêncio, onde tudo poderia acontecer. Esse era o momento decisivo, o ponto em que sua missão poderia avançar ou falhar.
— Então prove — Anya disse finalmente, sua voz baixa e cheia de expectativa.
Elias não hesitou. Ele deu um passo à frente, fechando a distância entre eles, e tomou os lábios de Anya em um beijo firme, sentindo a resposta dela imediata e intensa. As mãos de Anya subiram até seus ombros, puxando-o para mais perto, enquanto o calor entre eles se intensificava. O beijo se tornou mais profundo, mais urgente, enquanto as mãos de Elias deslizavam pela cintura de Anya, sentindo a firmeza de seu corpo através do tecido fino de seu vestido.
Anya o puxou para mais perto, seus corpos agora colados, e Elias sentiu o desejo dela se igualando ao seu. Ela o guiou pelo quarto, seus passos firmes enquanto se moviam juntos até a cama imponente que dominava o centro do cômodo. Anya o empurrou levemente para que ele caísse sentado na beira da cama, e, em seguida, ela se posicionou sobre ele, sentando-se em seu colo, seus braços envolvendo seu pescoço enquanto seus lábios se encontravam novamente.
— Você sabe o que eu gosto em um homem, Elijah? — Anya sussurrou, seu tom autoritário e cheio de promessa — Eu gosto de alguém que não tenha medo de ser dominado, mas que ainda saiba quando assumir o controle.
Elias podia sentir o coração acelerado de Anya, enquanto suas mãos exploravam o corpo dela, desvendando os segredos que ela parecia guardar tão bem. Anya gemeu suavemente contra seus lábios, um som que o encorajou a continuar, a se entregar ainda mais àquele momento.
— Eu estou aqui para você, Anya. Diga-me o que você quer.
Ela sorriu, um brilho de satisfação em seus olhos.
— Deite-se — ela ordenou, e ele obedeceu, recostando-se na cama.
Ela engatinhou na cama, posicionando-se sobre ele, suas mãos explorando seu corpo com confiança. Elias respirou fundo, focado em manter sua compostura enquanto sentia o toque dela. Anya inclinou-se para beijá-lo novamente, e dessa vez, o beijo foi mais profundo, carregado de uma intensidade. As mãos dela exploravam seu torso enquanto desabotoava sua camisa, traçando caminhos de fogo pelo seu abdômen até sua mão invadir a calça e seus dedos abraçarem sua ereção com força. Um gemido abafado foi inevitável.
Anya montou sobre ele, guiando o membro de Elias por baixo de seu vestido, afastando a calcinha para o lado e esfregando a glande na maciez e umidade de sua carne. Ela deixou seu corpo descer, enquanto o sentia se incendiar. Os movimentos de quadris se iniciaram tímidos, mas cheios de sensações, apoiando-se sobre o peito de Elias, que sentia toda a profundidade dela pressionando seu pau. O ritmo e a respiração de ambos se intensificaram junto com o ardor daquele momento.
Elias se ergueu e a abraçou pela cintura. Todas as barreiras dela desmoronam diante de seu olhar confiante e desafiador.
Anya era uma mulher acostumada a estar no comando, mas ali, naquele momento, ela estava cedendo, permitindo que Elias tomasse a iniciativa, conduzisse a situação. Com um movimento suave, Elias inverteu as posições, deitando Anya sob ele enquanto seus lábios deslizavam pelo pescoço dela, descendo lentamente, enquanto suas mãos continuavam a tocar sua pele.
Anya arqueou o corpo sob ele, os dedos entrelaçando-se em seus cabelos enquanto ela o incentivava a continuar. Elias podia sentir que ela estava completamente entregue, as peças de roupas dos dois começavam a decorar o redor da cama, naquele momento, apenas o tesão os guiava.
Anya apertou os olhos sentindo Elias alargar seus músculos vaginais, introduzindo suavemente seu membro. Seu gemido rouco denunciava sua excitação e a urgência por aquela sensação que há muito tempo não sentia dada sua posição social. Elias, por sua vez, explorava os pequenos seios pálidos de bicos rosados, causando arrepios na pele dela ao deslizar sua língua ao redor das aréolas enrugadas. Sua pele macia e seu cheiro o excitavam, fazendo-o mover mais rápido o seu quadril, sentindo seu membro penetrar em áreas mais profundas.
O momento de inoculação chegava. Elias sabia o que precisava fazer, e enquanto seus corpos unidos se moviam em sincronia e velocidade, com gemidos uníssonos embargados, sentiu desde sua espinha a eletricidade correr pelo seu corpo culminando em jatos volumosos dentro de Anya, que gemia ao sentir o creme quente inundar seu interior. Ele cumpria sua missão, entregando a cura através do ato mais íntimo possível. A sensação de dever cumprido misturava-se ao prazer que sentia, um lembrete silencioso de que, apesar das circunstâncias, ele ainda era humano, ainda era capaz de sentir.
Depois que tudo terminou, Elias permaneceu ao lado de Anya, seus corpos exaustos, mas satisfeitos. Enquanto eles descansavam juntos, respirando pesadamente, Anya virou-se para ele, seus olhos ainda brilhando de desejo e satisfação.
— Você realmente sabe como surpreender uma mulher, Elijah — ela murmurou, sua voz suave.
Elias sorriu, acariciando suavemente o cabelo dela.
— Eu apenas sigo o que sinto, Anya. E agora, sinto que estamos apenas começando.
Anya riu levemente, aninhando-se mais perto dele.
— Eu acho que você está certo. Mas isso é apenas o começo de algo muito maior, não é?
Elias assentiu, consciente de que, apesar do sucesso dessa noite, sua missão estava longe de terminar. Ele tinha outras mulheres para encontrar, outras missões para cumprir. Mas por agora, ele estava exatamente onde precisava estar, ao lado de Anya, iniciando uma mudança que afetaria o futuro de toda a humanidade.
*****
Na manhã seguinte, Elias se levantou cedo, cuidando para não acordar Anya. Ele se vestiu silenciosamente, refletindo sobre a noite anterior e sobre os próximos passos. Ele não poderia permanecer em Moscou por muito tempo, mas também uma conexão íntima com Anya havia sido estabelecida.
Antes de sair, ele deixou uma nota breve na mesa de cabeceira dela, agradecendo pela noite e prometendo que eles se encontrariam novamente. Ele sabia que Anya entenderia a mensagem e, mais importante, que a conexão entre eles ajudaria a garantir que ela continuasse disseminando a cura. Com isso, Elias saiu discretamente da suíte, misturando-se à movimentação da manhã em Moscou. Ele tinha uma nova missão pela frente, mas por enquanto, ele podia sentir um pequeno sentimento de dever cumprido.
Elias saiu do hotel naquela manhã, sentindo o ar frio e cortante de Moscou. O sol mal havia surgido, mas a cidade já começava a despertar, com carros se movimentando pelas ruas e o vapor de suas respirações se dissipando no ar frio. Ele caminhou até encontrar um pequeno café na esquina, o lugar perfeito para se aquecer e refletir sobre a noite anterior.
Ao entrar no café, foi recebido pelo calor agradável do ambiente e o aroma de café fresco. Escolheu uma mesa discreta no fundo, longe das janelas, e fez seu pedido: um café forte e um croissant. Enquanto esperava, sua mente voltou à missão. Havia conseguido, mas a sensação de estar fora de lugar persistia. Estava em um tempo que não era o seu, em uma realidade que se sentia mais como uma prisão. O sino da porta do café tocou, mas ele não deu muita atenção até que uma sombra se aproximou de sua mesa. Levantou os olhos e viu Natalia Ivanova. Ela se movia com a mesma graça e discrição que ele havia notado desde o início, sentando-se em frente a ele sem cerimônia.
— Bom dia — ela disse, sem esconder o tom de ironia em sua voz — Então, você conseguiu.
Elias ergueu uma sobrancelha.
— Você estava me espionando?
Natalia deu um sorriso orgulhoso.
— Eu estava garantindo que a missão fosse concluída. Mas confesso que fiquei impressionada. Não é fácil levar uma mulher como Anya Petrova para a cama.
Elias deu de ombros, pegando o café que acabara de ser servido.
— Foi parte da missão. Nada mais.
— Claro — ela murmurou, com uma ponta de ceticismo — Mas lembre-se, Elias, estamos aqui para cumprir nosso dever, e qualquer outra coisa… é apenas um bônus.
Elias tomou um gole de café, deixando o líquido quente aquecer seu corpo enquanto ponderava as palavras dela.
— Então, qual é o próximo passo?
Natalia puxou um pequeno objeto do bolso e o colocou sobre a mesa. Era um celular, um aparelho que parecia quase arcaico para eles, mas que em 2015 era comum.
— Você vai precisar disso — disse ela, empurrando o celular na direção dele.
Elias pegou o celular, examinando-o. Havia apenas um número salvo, o de Natalia. Ele deu um pequeno sorriso, um gesto de resignação. Era um lembrete de onde estavam e do quão distante estavam de seu tempo.
— Isso tudo é muito… primitivo — ele comentou, olhando ao redor do café e depois de volta para o celular. Pessoas apressadas, carros antigos, tudo parecia uma cena de um filme de época, exceto que agora essa era a vida real para ele.
Natalia soltou um suspiro e assentiu.
— Eu sei. Mas essa é a nossa realidade agora. Precisamos nos adaptar. Vamos viver nessa época pelo resto de nossas vidas. Precisamos fazer parte disso, entender como as coisas funcionam aqui, mesmo que pareça absurdo.
Elias assentiu lentamente, sentindo a verdade das palavras dela.
— Você está certa. Precisamos nos adaptar para sobreviver.
Natalia olhou para ele, seus olhos expressando uma compreensão mútua. Ela se levantou, deixando algumas moedas sobre a mesa para pagar o café de ambos.
— Cuide-se, Elias. E lembre-se, estou sempre por perto.
Ele observou enquanto ela saía do café, desaparecendo na multidão da manhã de Moscou. Ficou um momento sentado ali, refletindo sobre o que ela havia dito. Havia uma nova realidade diante dele, uma que ele precisava abraçar, por mais estranha que fosse. E, de algum modo, saber que Natalia estava ali, enfrentando a mesma realidade, tornava tudo um pouco mais suportável.
Pegando o celular, Elias o guardou no bolso e se levantou, pronto para enfrentar o que viesse a seguir. Havia ainda muito a se fazer.
*****
Elias chegou a Berlim em uma manhã fria e nublada, as ruas molhadas refletindo o cinza do céu acima. O táxi o deixou na entrada de um hotel discreto, mas confortável, situado em um bairro próximo ao centro. Ao passar pela recepção, onde um atendente de rosto neutro lhe entregou a chave do quarto, ele seguiu direto para o elevador, mantendo o olhar baixo. Ao entrar no quarto, um espaço moderno com móveis minimalistas e uma janela ampla que oferecia uma vista parcial da cidade, ele finalmente respirou fundo.
Depois de tomar uma ducha rápida, Elias se acomodou em uma poltrona junto à janela e abriu a pasta que carregava consigo. Dentro dela, documentos, recortes de jornais, e uma série de fotografias formavam um dossiê completo sobre sua próxima missão. No topo da pilha estava a foto de uma mulher de expressão séria, cabelo loiro perfeitamente alinhado, e olhos azuis que transmitiam uma frieza característica. Abaixo de sua imagem, lia-se seu nome completo: Lara Schmidt.
Elias passou os olhos pelas informações gerais. Lara era uma das vozes mais poderosas no cenário midiático alemão. Ela escrevia para o Der Spiegel e apresentava um programa semanal na televisão, onde discutia com veemência as políticas governamentais, muitas vezes criticando aqueles que se opunham ao controle estatal da informação. A jornalista era uma defensora fervorosa das leis que, segundo ela, visavam combater a desinformação e o extremismo, mas que na prática restringiam a liberdade de expressão.
A ficha detalhava eventos recentes dos quais Lara havia participado ou coberto em suas reportagens. Um deles foi a crise migratória europeia, que atingiu seu ápice em 2015, quando a Alemanha, sob a liderança de Angela Merkel, abriu suas portas para milhares de refugiados vindos de países em guerra. Lara apoiou publicamente a política de Merkel, mas criticou duramente os grupos que protestavam contra a chegada dos refugiados, classificando-os como disseminadores de ódio.
Elias continuou folheando as páginas, absorvendo cada detalhe da rotina de Lara. Ela e Ulrich Schmidt, seu marido, eram o casal de ouro da mídia alemã, frequentemente vistos em eventos sociais de alto nível, como jantares de caridade e recepções oficiais. Ambos tinham uma vasta rede de contatos políticos e empresariais, o que tornava a tarefa de se aproximar dela ainda mais delicada. Finalmente, Elias encontrou a informação que buscava: Lara estaria presente em uma conferência sobre segurança nacional que aconteceria em três dias, no Bundestag. Ela seria uma das moderadoras, junto a outros jornalistas e políticos influentes. Este seria o momento ideal para Elias fazer seu movimento, mas ele sabia que precisaria planejar cada passo com precisão.
Fechando a pasta, Elias deixou que seus olhos vagassem pela paisagem urbana lá fora. O peso da missão repousava sobre seus ombros. Antes de guardar a pasta, Elias revisou as últimas páginas, onde constavam as informações sobre Ulrich Schmidt. Embora a missão fosse focada em Lara, seu marido era uma peça importante no jogo. Se Elias não conseguisse separar os dois durante o evento, teria que encontrar outra maneira de se aproximar dela, sem levantar suspeitas. A conexão entre os cônjuges era forte, e qualquer deslize poderia significar o fracasso da missão.
Com o plano começando a se formar em sua mente, Elias fechou a pasta, se levantou e começou a se preparar para o evento.
Na manhã da conferência, Elias se vestiu com um terno sob medida, ciente de que a aparência era crucial para ganhar a confiança dos participantes do evento, especialmente de alguém tão atenta a detalhes como Lara Schmidt. Ao olhar no espelho, ele viu um homem diferente de quem havia sido apenas algumas semanas atrás. “Elijah Zimmermann”, o nome falso que adotara, parecia um verdadeiro empresário americano, com um leve toque europeu.
Ao chegar ao Bundestag, o edifício estava cercado de seguranças, jornalistas, e políticos, todos se preparando para a conferência sobre segurança nacional. O salão principal era grandioso, com fileiras de assentos de couro e uma vasta mesa redonda no centro, onde os principais debatedores se reuniriam.
Elias se posicionou estrategicamente perto da mesa central, onde poderia observar Lara de perto. Ela chegou pouco depois, cercada por colegas e assessores. Sua presença dominava o ambiente, cada movimento calculado, cada sorriso direcionado apenas a quem ela considerava importante. Elias notou o modo como ela segurava o braço de seu marido, Ulrich, como se não apenas estivesse exibindo o status de seu relacionamento, mas também solidificando sua imagem pública como o casal poderoso da mídia alemã.
O evento começou e Elias manteve sua postura, se envolvendo em conversas superficiais com outros participantes enquanto aguardava a oportunidade certa para se aproximar de Lara. Quando a conferência finalmente chegou ao fim, os presentes começaram a se dispersar para um coquetel reservado no salão adjacente. Elias seguiu para o coquetel, misturando-se à multidão enquanto seus olhos permaneciam fixos em Lara. Ele aguardou o momento em que ela se separou brevemente de Ulrich, ocupada conversando com um grupo de políticos locais. Aproveitando a oportunidade, Elias se aproximou, pegando uma taça de champanhe de uma bandeja que passava.
— Senhora Schmidt — ele começou, com um sorriso confiante — Sou Elijah Zimmermann, representante de uma empresa americana de tecnologia. Gostaria de parabenizá-la pela moderação excepcional no painel de hoje.
Lara virou-se para ele, avaliando-o com um olhar crítico, antes de responder com um sorriso profissional.
— Obrigada, senhor Zimmermann. Espero que tenha apreciado as discussões desse tema tão importante.
Elias acenou, mantendo o tom de voz casual.
— Certamente, segurança nacional é um pilar crucial. Nos Estados Unidos, estamos observando de perto as políticas europeias, especialmente as da Alemanha. Eu diria que o mundo tem muito a aprender com o seu trabalho e as suas ideias.
Lara sorriu, visivelmente satisfeita com o elogio.
— É sempre bom ouvir que nossos esforços são reconhecidos além-mar. Mas me diga, senhor Zimmermann, o que exatamente sua empresa faz?
Elias aproveitou a deixa para começar a discorrer sobre tecnologia médica, um campo que intrigaria Lara. Ele falou sobre avanços na área de biotecnologia, usando informações sobre o futuro de forma sutil, evitando anacronismos que poderiam revelar mais do que o necessário. Conforme a conversa fluía, Elias notou o interesse crescente de Lara.
Ela o analisou por um momento, avaliando suas palavras.
— Você parece ter um entendimento profundo do assunto. Onde adquiriu essa experiência?
Elias estava preparado para essa pergunta. Ele apresentou sua história falsa, mencionando seu trabalho com grandes corporações americanas e sua recente transferência para a Europa. Lara mantinha-se sólida como uma muralha.
Mais tarde, durante o evento, Elias encontrou outra oportunidade para se aproximar de Lara, desta vez em um intervalo. Ele a abordou com um comentário casual sobre a última palestra, e logo os dois estavam novamente envolvidos em uma conversa. Ele a manteve interessada, oferecendo insights que pareciam novos e relevantes, mas que na verdade eram baseados em conhecimentos que ele possuía sobre o futuro.
Lara não era uma mulher fácil de impressionar. Ela mantinha uma distância emocional, uma barreira que Elias reconheceu imediatamente. Ele percebeu que, diferente de Anya, Lara não estava em busca de aventuras ou conexões pessoais. Ela era completamente dedicada ao seu trabalho e ao seu marido, e sua mente estava sempre ocupada com questões profissionais. No entanto, ele estava determinado a encontrar a vunerabilidade de Lara.
Enquanto a noite avançava, o evento se transformou em um jantar de gala. Elias fez questão de se sentar em uma mesa próxima à de Lara e, ao final do jantar, conseguiu se juntar a ela em uma conversa mais descontraída. Eles falaram sobre a conferência, sobre política, e eventualmente sobre a mídia. Elias, sempre cuidadoso para não parecer invasivo, mas sim interessado e respeitoso, fez perguntas que permitiram a Lara falar sobre suas crenças e convicções.
— É raro encontrar alguém com uma visão tão clara sobre o papel da mídia na sociedade — comentou Elias em um momento — Você realmente acredita que a censura é a melhor forma de proteger a sociedade?
Lara deu um leve sorriso, mas seus olhos não mostravam nenhum humor.
— Censura é uma palavra forte, senhor Zimmermann. Prefiro pensar que é uma questão de responsabilidade. Como jornalistas, temos a responsabilidade de proteger o público de informações falsas e prejudiciais.
Elias assentiu, mantendo sua expressão neutra.
— Entendo. E como você equilibra essa responsabilidade com a necessidade de transparência e liberdade de expressão?
— É um equilíbrio difícil, mas necessário — respondeu Lara, claramente acostumada a defender sua posição — A liberdade de expressão é importante, mas não pode ser um pretexto para disseminar o ódio e a desinformação. Nossa função é proteger a verdade, mesmo que isso signifique tomar decisões impopulares.
Elias soube que precisaria de mais tempo para conquistar a confiança de Lara. Ela não era o tipo de pessoa que se deixava levar por palavras fáceis, e ele teria que ser extremamente cuidadoso em seus próximos passos. Ele percebeu que a chave para quebrar suas defesas seria demonstrar que compartilhava de seus valores e convicções, que ele era alguém em quem ela poderia confiar, tanto profissional quanto pessoalmente.
Ao final da noite, Elias e Lara trocaram contatos. Lara, ainda que reservada, parecia intrigada por Elias e pela sua visão sobre o futuro da tecnologia e do papel da mídia. Elias sabia que, para ter sucesso, precisaria continuar ganhando a confiança dela, pouco a pouco, até o momento certo de agir.
AUTOR: Mais um capítulo terminado. Não esqueçam de deixar suas ⭐ e de comentarem.