Excelente!
Aluado Cavalcante pistolado
Aluado Cavalcante está voltando mais excitado do que nunca para casa. Após ter acabado de se tornar um CAC, finalmente conseguiu comprar sua primeira arma: uma pistola Taurus 917C 9mm. Obcecado, rompera com a mulher, com os filhos e com o restante da família para cumprir tal missão. Agora, é só ele com a Taurus e sua crença cristã em Deus.
Aluado é um homem de meia idade, careca, barba sempre por fazer e com um maltratado corpo que lembrava a antiga geladeira Prosdócimo cor de barro. Ele trabalha como funcionário público de nível médio, e mora numa casa ampla — inclusive seus muros tomavam ilegalmente partes do terrenos dos vizinhos dos lados —, num bairro periférico da zona oeste de Terra Quente. Chegou em casa numa manhã quente no seu carro com financiamento e regularização anual atrasados.
Ao entrar em casa, o corpo de Prosdócimo, que não largara a Taurus desde que saiu da loja, sentou satisfeito no sofá da sala e ficou a venerando. Em seguida, empunhou-a, testando sua mira: apontou para um retrato empoeirado de sua família em cima de uma cômoda; para um quadro fajuto com uma replica da pintura "Jesus carregando a cruz", de El Greco; e, por fim, para a lâmpada central apagada que possuía um prato que estava imundo. Aluado pensou que agora não tinha mais limite algum. Ele logo planejou que ajustaria contas Benjamin Arrola que o zoou no boteco por conta de time de futebol, assim como nenhum "esquerdista" ousaria mais ganhá-lo em qualquer debate.
Ainda no sofá com o trabuco na mão, Aluado percebeu que estava de pau duro. Talvez tivesse vindo desde a loja de armas assim. Então, começou a apalpar o próprio cacete sob a calça com a mão desocupada; depois, incluiu o cano da Taurus. Com cara de bocó, teve a ideia de comparar o tamanho da giromba com o da arma. Desabotoou a calça, pegou no seu membro circuncidado que tinha diversas cicatrizes de sífilis que tivera uma vez, é grosso e com quase os 20 cm do cumprimento total da Taurus. O corpo de Prosdócimo ficou inflamado de tesão e bateu um punhetão rápido, olhando para a arma. Quando ficava prestes a gozar, espremia a cabeça do pinto para aguentar um pouco mais, e voltava a se punhetar. Ele repetiu esse procedimento por quase meia hora, até que, numa atitude histérica, começou a beijar e a chupar o cano da Taurus. Assim, gozou, e gozou muito.
Como ele havia se sujado muito, resolveu tomar banho com a Taurus. Seu cacete ainda não havia abaixado. Entrou no frio chuveiro, mas ainda estava vulcânico. Desse modo, começou a se punhetar novamente. Dessa vez a perda de controle total: deixou-se ser fudido pelo cano do trabuco. O cano da arma entrava e saía energicamente da bunda cabeluda de Aluado, enquanto ele mantinha a punheta turbulenta e ululava colérico feito um cão raivoso. Então, veio o gozo tresloucado: primeiro, pela bunda; depois, pelo pau. Suas pernas deram espasmos tão fortes que mal tinha forças para se manter de pé. Estava feliz e satisfeito junto à Taurus.
Recompondo-se, Aluado e a Taurus terminaram o banho, secaram-se e arrumaram-se. Ele acendeu um cigarro e foi animado ao quintal praticar tiro ao alvo com algumas latinhas secas de cerveja. Carregou e destravou a arma, mirou na primeira, apertou o gatilho e nada. Incrédulo, tentou de novo, de novo e de novo e nada do mesmo jeito. Resolveu apontar a arma para si para olhar se tinha algo obstruindo o cano da arma e inconscientemente apertou o gatilho para testar mais uma vez e BAM!... A Taurus não nutria sentimentos pelo corpo de Prosdócimo.
Comentários
Nota mil. Esse conto deveria indicado para as escolas de segundo grau de tofo Brasil. Envia ele para um concurso de contos. Inclusive vou adotar este termo "zona oeste de Terra Quente" kkkkkkkk. Teu texto destoa dos demais do site.
Ôpa, disruptivo, belo trabalho.
Uma obra de arte dessas digna de um Rubem Fonseca. Não sei se o público desse site está preparado pra isso! Parabéns! 10/10