1muito bom de novo, inventivo e até com situações cômicas!!! Gostei muito.
Colecionador de Calcinhas: Dei Para o Melhor Amigo do Meu Marido e Tudo Desandou – Parte 3
O meu nome é Sônia, tenho 29 anos e sou recém-divorciada. Depois de quatro anos casada com o Antônio, descobri que ele me chifrava há anos com a esposa do melhor amigo. Olhando em retrospectiva deveria ser óbvio, pelo tanto que eles viajam juntos a trabalho. Mas a galhada misturada com a incapacidade dele em assumir isso e sua vitimização me fizeram chutá-lo. Tive um amante temporário, na figura do nosso porteiro seu Francisco. Mas esta é a história de como conheci uma nova pessoa. Mais ou menos.
Primeiro, falando sobre mim. Sou uma engenheira que trabalha home-office para uma multinacional holandesa. Então, eu vivo no fuso horário de Amsterdã, acordando às 03:45 para começar a trabalhar às quatro da madrugada e bato ponto no começo da tarde e passo quase todo meu tempo em casa. Tenho 1,68, sou peituda, cabelos escuros, levemente bronzeada. Minha bunda é pequena e suas coxas, discretas, mas proporcionais. Posso não ser um mulherão como a Érica e a Penélope, mas deve estar na média.
Por causa dos meus horários malucos, emprego domiciliar e um pouco de falta de traquejo social, tenho pouquíssimos amigos. Dois deles foram importantes na época da degradação do meu casamento.
O primeiro, seu Francisco, era o meu “amante” com aspas. Ele tinha sessenta e poucos anos, gordinho, calvo, muitíssimo gente e com um pau pentelhudo e grosso. A gente transava toda semana (quando começou a parecer estranho o meu apartamento ter tantos problemas de encanamento, passamos a usar o quartinho dos funcionários, que depois descobri ser o motel improvisado dos moradores), mas tínhamos um acordo não-verbal de que isso tinha prazo de validade. Eu o via como uma alternativa simples para obter sexo fácil, rápido, discreto, confiável e sem sair do prédio. Ele me achava gostosa, queria me comer e ponto.
Minha outra amiga era a dona Mirosmar, a outra amante do seu Francisco. Uma senhorinha simpática de 66 anos, que tinha os cabelos grisalhos, gordinha e com seios médios, mas um pouco caídos. Nos dois primeiros meses, o seu Francisco até pediu por ménages, mas percebeu que não conseguia dar conta das duas ao mesmo tempo e isso parou. Ela se tornou uma boa amiga e me aconselhou várias vezes a chutar o Antônio de vez (fiz isso) e também terminar o lance com o seu Francisco.
— É complicado porque eu não tenho nem perspectiva de arrumar outro. Então, é o seu Francisco ou um vibrador.
— Abre o Tinder! Você é jovem, é bonita, é gostosa.
Era um pouco estranho ser elogiada assim por uma amiga que já tinha chupado minha buceta algumas vezes, mas sabia que não tinha flerte.
— Vou pensar em uma ideia melhor. Alguma coisa que me faça sair de casa e conhecer novas pessoas.
— Parece uma boa ideia também. Até para conhecer novas amizades também. Sabe, eu tenho outra amiga que me lembra muito você.
— Gosta de sexo a domicílio?
— Trabalha tanto que não tem muitos amigos aqui. E o marido viaja muito e é bem babacão.
— Quem é?
— Minha vizinha do lado, Penélope.
Conheci a Penélope, embora ela não tenha me conhecido em uma dessas tardes visitando a dona Mirosmar. Também testemunhei algo bem inusitado. Após o final do meu expediente, a dona Mirosmar me convidou para ir ao seu apartamento para tomarmos chá e conversarmos.
Não deu uns vinte minutos, a campainha tocou e era o seu Francisco. Era o aniversário dele, nós demos um abraço e um selinho de “parabéns”, mas eu não estava no pique para sexo naquela hora. E ele realmente estava lá para resolver um problema da torneira de um dos banheiros.
Mais um tempinho e eu precisei fazer o número um. A dona Mirosmar sugeriu que eu usasse o do banheiro da suíte deles. Fiz isso e, quando voltei, outra pessoa tinha chegado ao apartamento.
A Penélope era uma médica vizinha da dona Mirosmar. Tinha 1,71m, pele amendoada, cabelos castanho-claro indo até quase a cintura. Bem magrinha, seios pequenos, uma bundinha firme e coxas bem torneadas. Usava uma calça legging e uma regata, suada como quem tinha chegado da academia.
Fiquei na minha observando a conversa no corredor para não atrapalhar ninguém.
— Estou dizendo, dona Mirosmar, a gente precisa mudar todo o encanamento do prédio — dizia a Penélope. — O material que é ruim, não tem conserto que segure muito tempo assim.
Nisso, o seu Francisco cumprimentou ambas e a Penélope o parabenizou de longe. Era visível como o porteiro olhava fixamente e com desejo para o volume da xoxota dela, que aparecia na legging. Ela também reparou e sorriu de um jeito safado.
— A dona Mirosmar me contou tudinho, viu seu Francisco? — ela disse. — Você transou com ela no meu apartamento. No meu sofá. E ainda levou a calcinha dela de recordação.
— E o que você achou disso?
— Vocês combinam como casal. Eu diria que saber que vocês são um de verdade me excita.
— Te excita, é?
Seu Francisco e dona Mirosmar deram um sorriso com esse último comentário e deram um longo beijo de língua para ela assistir.
— Isso te excitou? — perguntou o porteiro.
— Me deixou molhadinha...
— E quando eu vou ter a sua calcinha de recordação?
A Penélope nem piscou.
— Quer a calcinha que estou usando agora?
— Quero.
Bastou ouvir isso que a Penélope foi ao banheiro que estava quebrado e voltou pouco depois com a calcinha na mão para entregá-la ao porteiro.
— Eu sabia que hoje era o seu aniversário. Então dormi com ela e a repeti para ir à academia. Queria deixar ela bem cheirosinha para você.
Achei meio nojento da parte dela, mas o seu Francisco ficou alucinado ao ouvir isso. Ele passou a comer a médica com os olhos.
— E você vai mesmo ficar a tarde toda assim?
— O dia todo — Ela respondeu sorrindo. — Até a hora que eu for me arrumar para o plantão.
— E se você tiver que descer para resolver algo no estacionamento ou na portaria?
— Eu vou sem calcinha.
Ele não acreditou. Ela sorriu com safadeza.
— Estou curiosa com o que você vai inventar para me convencer a descer mais tarde.
— Acho que você ainda não foi pegar as encomendas hoje...
Os dois riram e a Penélope saiu em seguida. A tensão sexual entre os dois eram palpável, mas também não me parecia que eles já tivessem transado. Era mais como se ela adorasse provocá-lo.
Pouco depois, eu soube que o Antônio voltara para a cidade de outra viagem de trabalho e estava morando junto com a Renata, a tal ex-esposa do Assis, o melhor amigo dele que me comeu de vingança. Fazia sentido. Ele e a Renata trabalhavam juntos no mesmo setor da mesma empresa. Muitas vezes, viajavam juntos. Se ele assinasse logo para me deixar em paz, eu diria que eles até combinavam um com o outro.
Nessa época, eu passei a ter um novo hobby para ocupar a minha mente. Sempre gostei de arte, seja música clássica, cinema e pintura. Comecei a frequentar mais cinemas, teatros e museus para sair mais vezes de casa. Em uma das minhas idas, descobri um grupo no bairro que se organizava para fazer mostras de cinema de arte toda semana. Cinema europeu, japonês, iraniano, sul-coreano, latino-americano. Todo mês, um estilo, temático ou país diferente. Éramos poucos e não tínhamos patrocínios para o aluguel das salas de exibição, de forma que tudo era custeado pela gente. Mas era algo divertido, um momento para aproveitar a arte e encontrar amigos toda semana.
Nisso, rolou um daqueles eventos sociais chatos porém obrigatórios para se evitar dores de cabeça. Em um domingo de manhã, o pessoal da torre-A estava comemorando o aniversário do meu ex-sogro Joaquim com uma festinha com churrasco e tudo. Eu não queria ir, mas a dona Amélia veio ao meu apartamento e comentou algo que fazia sentido: poucos sabiam do divórcio e eu estava sem paciência para gente chata perguntando da minha vida. Se eu fosse vista, mesmo que por pouco tempo, menos pessoas iriam falar de “por que a Sônia não apareceu?”.
Botei um biquíni preto bem-comportado e uma canga e desci com o notebook. Peguei uma mesa mais afastada e dei parabéns de longe para aquele safado sem-vergonha do meu ex-sogro e fiquei trabalhando na mostra de cinema.
Estávamos com sérios problemas. Um voluntário tinha desistido de última hora e outro havia adoecido. Estávamos com menos pessoas que o necessário para conseguirmos atender tudo. O pessoal estava com sérios problemas para arrumar substitutos. Quem iria querer trabalhar de graça em um domingo de noite?
Olhei as minhas opções. O problema era que eu vivia enfurnada no meu apartamento e não conhecia muitas pessoas com quem pudesse contar nessa hora. Érica e Lucas estavam fora de cogitação. Eles não sabiam do divórcio. Dona Mirosmar aceitou, mas o marido dela estava fora da cidade. Ela tentou a vizinha dela, a Penélope, mas ela estaria de plantão. E eu definitivamente não queria recorrer ao seu Francisco.
Quando estava quase desesperada, uma voz conhecida surgiu bem tímida, me trazendo à realidade.
— Posso me sentar?
Reconheci por alto. Era um senhorzinho cinquentão magro e de rosto bem esquecível. Mas eu sabia o nome dele. Achava. Me esforcei ao máximo para tentar lembrar o nome.
— À vontade — respondi sem tirar os olhos do notebook para que ele percebesse que eu não reconhecia.
— O Antônio não veio. Onde ele está?
A minha cabeça estava ocupada rodando um verdadeiro algoritmo de reconhecimento facial para eu poder associar aquele rosto ao nome correto e ele me vem falar do próprio demônio em pessoa?
— No inferno, espero.
Tão nervosa que esqueci de usar a resposta política do “não veio, viajando” sem dar mais detalhes. Notei que ele ficou com uma expressão confusa e assustada. Talvez eu tenha sido grosseira sem querer. Baixei a tela do notebook e olhei para ele tentando disfarçar que ainda procurava seu nome mentalmente.
— Desculpe. É que eu não queria estar aqui agora. E, por favor, seja discreto com o que vou contar. Ele e eu estamos nos divorciando.
Ele foi pego de surpresa pela minha explicação e não sabia como reagir. Não era o décimo a reagir dessa forma confusa. Resolvi ser franca.
— Essa é a segunda razão pela qual eu quero discrição sobre isso. Todo mundo tenta me ler antes de reagir, a sinceridade some.
Lembrava dele. Era da torre-A. Costumava andar com os amigos do Joaquim. Já o vi nas reuniões de condomínio.
— A primeira, suponho, é o motivo. O qual não perguntarei.
RÉGIS! Isso! O nome dele era Régis!
— Você é um velhinho esperto, seu Régis.
Ele pareceu tremer por algum motivo estranho.
— Mesmo assim, é meio estranho trabalhar em um domingo, não?
— Isso não é trabalho. É o meu hobby. — Abriu o notebook e virei para ele. — Nos próximos dois meses, todo domingo de noite, vamos ter uma amostra de nouvelle vague em um cinema perto daqui. Eu participo da organização. Conhece nouvelle vague?
— Claro. Truffaut, Godard, Resnais... Assisti vários de seus filmes.
Na hora veio o estalo. E se eu chamasse ele para ser voluntário? Pelo menos, o nome dos diretores ele sabia. Não costumava tentar. O pior que ele diria seria “não”.
— Por que não vai assistir lá hoje? Eu tento chamar o pessoal daqui e quase ninguém se anima.
— Adoraria. Mas não tenho carro.
Ou o Régis era muito pão-duro ou estava com a grana bem curta porque nem considerou a possibilidade de Uber e táxi.
— Bom, se o senhor quiser, ainda tenho três vagas livres no meu carro. Eu posso te dar uma carona. Mas aí você iria ter que ir mais cedo e ajudar a arrumar.
Ele me olhou nos olhos por um momento. Depois olhou para os peitos. Era quase como se me imaginasse pelada por um instante e depois voltou ao normal. Estranho.
— Claro. Se quiser, posso ser um voluntário permanente.
A esmola parecia grande demais, principalmente depois dessa secada nos meus peitos, mas eu estava sem opções.
— Maravilhoso.
Trocamos contatos de WhatsApp. De noite, ele foi pontual ao nos encontrar na portaria. O seu Régis foi bastante solícito e ajudou bastante naquela noite. Nos meses que se seguiram, ele continuou atuando como voluntário. Era o verdadeiro pau-para-toda-obra, ajudando quem precisasse e trabalhando em prol do time.
Nós conseguimos um patrocínio muito bom depois de um tempo e a mostra saiu do domingo para a quinta. Eu ainda dava caronas para ele na ida e na volta e conversávamos bastante. Ele parecia muito simpático. Era quase como se estivesse se esforçando para se aproximar de mim.
Quase cinco meses havia passado e nada do safado do Antônio assinar o divórcio. Os nossos pais ainda tinham aquela esperança irrealista de nós dois nos reconciliarmos, mas a verdade era que ele queria parte do apartamento. Alegava que o apartamento também era dele, que ele tinha escolhido o condomínio para ficar perto dos pais, etc.
Minha vontade era a de mandar ele se catar. Ele sabia direitinho como se fazer de vítima e reescrever a história para favorecer ele. Eu tinha escolhido o apartamento, eu quem ainda pagava as prestações e o condomínio, eu quem tinha investido na organização dele, as contas e os contratos estavam no meu nome porque ele mal parava em casa. Agora, ele queria forçar ser dono da metade do apartamento para lucrar em uma possível venda ou me obrigar a comprar a parte dele.
Por causa dessa merda, eu continuava sendo uma divorciada tecnicamente casada e gastava mais tempo do que eu gostaria conversando com advogados e vara da família. Queria conhecer alguma advogada foda pacaralho que vestisse a camisa junto comigo e botasse esse filho da puta para mamar nos tribunais.
Claro que eu sabia com quem o meu ex-marido tinha aprendido a ser assim. Mesmo depois de meses e meses que tinha visto a minha buceta por invadir a privacidade do meu quarto, o Joaquim não desistia de tentar me cercar e querer me comer. Era irritante.
Outra de suas tentativas foi durante o churrasco de aniversário do Anderson, da torre-B. Eu nem fazia parte da festa em si, estava apenas aproveitando o sol para me bronzear, de bruços. A Penélope estava do meu lado, mas mal trocávamos palavras.
Foi quando aconteceu uma coisa constrangedora. Ela acenou pedindo alguma coisa para o marido e ele, que estava na churrasqueira fazendo absolutamente nada além de assistir e dar pitaco, gritou para todo mundo ouvir que não era garçom e ela que se levantasse.
Se eu, que não tinha nada a ver com a história, não sabia onde enfiar a minha cara, imagina ela. Quando eu estava para me levantar e pegar a Smirnoff para ela, chegaram o Alberto e o Joaquim foram primeiro. O Alberto entregou para a Penélope e eles trocaram sorrisos, pareciam bons amigos. O Joaquim entregou uma para mim e eu fiquei sem entender nada.
Quando dei por mim, o Alberto estava passando protetor solar nas costas da Penélope e o Joaquim montou em cima de mim e começou a passar protetor solar. Sendo que tanto eu quanto a Penélope já tínhamos passado! Fiquei com vontade de fazer um escândalo, estava completamente contrariada ali, mas tentei ser educada.
Nem ele e nem o Alberto estavam realmente passando protetor solar, mas se aproveitando para apalpar nós duas. A diferença era que a Penélope ou não se importava ou estava curtindo. (Também pudera, com um marido escroto daqueles, eu também iria querer me vingar com o primeiro que topasse).
As mãos do Joaquim percorreram todo o meu cangote, descendo pelas costas e indo até as minhas coxas. Eu dizia baixinho que já estava bom e não precisava continuar, para ver se ele saía de forma a não chamar atenção. Nisso, a mão dele começou a apalpar a minha bunda. Na piscina. Na frente de todo mundo. Aquilo foi demais para mim e inventei que estava atrasada para uma reunião de trabalho e me levantei, quase jogando ele na piscina.
Como desgraça pouca nunca vem sozinha, no dia seguinte, os meus pais decidiram me visitar. Por “visitar”, entenda “eles vieram passar um mês aqui, talvez mais”. Eu não tinha problema que eles passassem uns dias, mas a questão era que eles eram muito amigos do Joaquim e da Amélia e ainda guardavam esperanças de juntar eu e o Antônio mais uma vez.
Mesmo ele morando com a amante há cinco meses!
Como desgraça nunca vem sozinha foi graças a ele que eu soube da versão que o Antônio contou para todos sobre o final do nosso casamento. Ele espalhou para todo mundo que eu tinha traído ele com o Assis, com quem eu teria tido um caso tórrido que deixou ele e a esposa do Assis abalados. E por isso, eles ficaram juntos.
Olha, eu sei que não sou uma santa. Tecnicamente, eu transei com o Assis enquanto era casada com o Antônio, mas ele me seduziu para se vingar da galhada. Tecnicamente, eu tinha um amante (seu Francisco), mas só comecei a transar com ele quando eu já estava cogitando o divórcio. Ok. Tecnicamente eu cometi adultério e não nego isso, mas eu não fiz da forma como ele me acusou. Eu só queria paz, mas ele queria ser a vítima injustiçada. Ódio.
Os meus pais acabaram ficando mais tempo do que eu esperava. Eles disseram que viriam pelo final de semana, eu imaginei que ficariam a semana toda, mas eles continuavam na minha casa após quase um mês.
E me vigiando marcação colada, mas “discreta”. Fingiam que estavam trazendo um cafezinho enquanto eu trabalhava, mas era para ver o que estava fazendo. Eu não podia sair sem aquelas perguntas sobre onde iria, com quem e voltava que horas. Inventavam coisas para eu não conseguir passar na dona Mirosmar e implicavam quando eu ia à mostra de cinema com ela e o Régis.
Eu tinha a cabulosa sensação de que eles queriam me pegar no flagra, descobrir se eu tinha um amante ou algo assim. Provavelmente, eles tinham certeza de que era o Assis, para validar a versão do Antônio, mas a essa altura desconfiariam até do coitado do Régis. O resultado disso é que eu fiquei quase um mês sem transar com o seu Francisco. Para piorar, no segundo dia, a minha mãe achou o meu vibrador e jogou fora. Imagine o quão constrangedor foi eu perguntar “Onde está o meu vibra... Está faltando umas coisas no meu guarda-roupa. Sabe onde estão?”.
Quase um mês sem sexo. Eu não estava mais me aguentando por umazinha! E mal podia me contentar em fazer uma siririca com o meu travesseiro porque ela testava sistematicamente se a porta do meu quarto estava trancada. E ficava batendo e insistindo até eu abrir quando a percebia trancada. Eu estava pirando e querendo expulsar eles de qualquer maneira do meu apartamento!
Foi no meio dessa loucura toda que, em um dos meus raros momentos de paz em casa, quando meus pais tinham ido ao supermercado, a campainha tocou. Atendi e era o Régis.
Nós tínhamos nos tornado amigos por causa da mostra de cinema e gostava de conversar. Mas nunca tínhamos ficado íntimos a ponto de um visitar o outro, embora ele parecesse um pouco ansioso em se aproximar de mim pelo WhatsApp vez por outra, puxando vários tipos de assunto.
Não vi problema em deixar ele entrar. Se meus pais tivessem em casa e me vissem receber um homem da mesma idade deles, eles teriam falado um monte e eu teria que dar mil explicações de onde o conhecia. Os dois queriam tornar a minha vida insuportável até eu me render à vontade deles e me arrastar de joelhos de volta para o Antônio.
Perguntei o que o Régis queria e ele começou a falar sobre um livro interessante que tinha lido e queria conversar com alguém sobre. Pensara em mim porque era um tema que eu gostava. Sabia que isso era uma desculpa, mas dei corda para saber até onde ele iria. Fomos conversando e, de vez em quando, ele iria me elogiando aqui e ali. Uma hora, os elogios deixaram de ser apenas intelectuais, mas também do meu físico. Um “você é uma mulher muito atraente” aqui, outro “você tem um corpo incrível” ali...
— Aposto que você deve estar acostumada a receber sempre muitos elogios, não?
— Não tanto como imagina.
Eu já tinha sacado que o Régis tinha um tesão nem tão enrustido por mim. Sabia que ele era viúvo e eu, divorciada. Então, teoricamente estaríamos desimpedidos, mas não era muito o meu tipo de homem. Não que eu estivesse seguindo meus critérios à risca.
— Você sabia que muita gente usa o quartinho dos funcionários como um local para transas? — Ele comentou meio que do nada. — Casos extraconjugais e tudo mais. Muitas condôminas costumam entrar lá com o seu Francisco e sair depois de uma hora.
Na mesma hora, eu gelei.
— Eu fico imaginando quem seriam elas... — disfarcei.
— Acredite. São condôminas que você nunca imaginaria.
O pior é que eu era ingênua naquela época e achava que ele estava falando apenas de mim e da dona Mirosmar. Mas ele realmente estava falando de várias mulheres e mais da metade delas eu nunca acreditaria.
— Há quanto tempo você sabe disso?
— Uns cinco meses.
Safado. Desde que começou a ser voluntário na minha mostra de cinema. Por isso, se aproximou de mim. Queria uma casquinha também.
— Você foi muito gentil em manter o silêncio todo esse tempo.
— Mas isso nunca saiu da minha cabeça.
Eu já estava com problemas demais com os meus pais na minha cola e o Antônio inventando que eu era uma traidora. Tudo que eu não precisava naquele momento era que descobrissem que eu realmente trai o Antônio com o seu Francisco e transava com ele nos últimos meses.
— Esse tipo de coisa é bom tirar dar cabeça. E deixar para lá. Nunca tocar no assunto com ninguém.
— Concordo.
Eu sabia onde essa conversa ia parar e já estava me preparando para o que iria acontecer.
— Tem alguma coisa que eu possa fazer para que te ajudar a tirar isso da cabeça?
— Faz tanto tempo que eu não sinto o calor de uma mulher...
Sim, ele era PÉSSIMO nesse nível para flertar com mulheres, mas eu precisava comprar o silêncio dele de maneira rápida. Então, decidi enfiar o pé nessa jaca com força.
— Talvez eu possa te ajudar quanto a isso...
Nos levantamos sem falar mais nada, fiquei em frente a ele, sem resistir, senti a sua mão no meu ombro me descendo. Ajoelhada em frente às pernas dele, a minha mente ainda pensava dar um basta nisso. Acabei fazendo um acordo comigo mesma que se fosse um cacete fedido e pentelhudo, expulsaria ele da casa.
Abri o zíper e coloquei o pau dele para fora. Era mediano, mas com a cabeça grossa. E, para minha surpresa, totalmente raspado, incluindo o saco. E bem-asseado, parecia que ele tinha acabado de tomar banho antes de vir aqui em casa.
Fechei os olhos e logo senti a cabeça do caralho procurar abrigo dentro da minha boca. Pensei na ironia de começar o ano como uma esposa casada e fiel e, meses depois, esta ser a quinta genitália que chupava no ano. Dei algumas mamadas de leve e ele logo se eriçou todo, erguendo o que antes estava meia-bomba.
Senti a mão dele pressionar a minha nuca contra sua pélvis, mas logo me desvencilhei dela como quem dizia “deixa comigo que eu sei o que estou fazendo”. Antes do meu tempo com o seu Francisco, não sei se agiria assim. Com o Antônio, eu deixava ele tomar mais o controle. Logo, comecei a lamber a cabeça enquanto punhetava com uma mão e massageava suas bolas raspadinhas com a outra.
O Régis estava em outro mundo, revirando os olhos e suando frio. Foi quando eu recoloquei as mãos dele na minha nuca, como um sinal para que ele começasse a foder a minha boca. Não durou muito e ele estava quase explodindo.
— Vamos parar, vamos parar, senão eu gozo aqui mesmo.
Eu realmente não queria que ele gozasse no meio da minha sala. Parei, me levantei e o conduzi ao meu quarto.
Nos despimos um de frente para o outro. Ele tinha um corpo tão mediano e sem pelos quanto o seu pênis. O seu Francisco era peludo e visceral. O Antônio era gordinho e engraçado. O Régis era mediano, era como se o diferencial do corpo dele era não ter um diferencial.
Já ele quase babou ao ver o meu par de peitos grandes, com mamilos marrom escuros bem pronunciados e comentou que eram até maiores do que imaginava. E a minha bucetinha não estava tão depilada quanto eu gostava de deixar por causa de toda a confusão e falta de privacidade das últimas semanas, mas não que ele tivesse importado.
O Régis foi logo se sentando na cama, com as costas na cabeceira da cama e com seu pau para cima. A mensagem era clara e não precisava de palavras. Parte de mim ainda achava aquilo tudo uma loucura completa. A outra parte dizia “foda-se” e só queria foder depois de tantas semanas sem nem uma siririca adequada.
O tesão venceu a razão e logo estava sentando, sentindo aquele cacete inédito na entradinha da minha buceta.
— Não faz ideia do que sonhei com esse momento, Sônia...
Não houve muita dificuldade enquanto me agachava e fui deslizando no seu pau até sentir o seu colo.
Nos olhamos nos olhos. Ele estava louco para me beijar na boca, mas isso parecia demais. Aos poucos, comecei a cavalgar. Era um cacete novo e eu estava há semanas sem uma trepada, mas retomei o jeito. Logo, já estava subindo e descendo em seu colo, em um movimento de vai e vem no seu pau.
Ele já estava suando frio e tive que ele transava com muito menos frequência que eu. Querendo testar a resistência dele, comecei a cavalgar cada vez mais depressa nele e percebi que ele adorou. Foi como se tivesse acordado e decidido que não ia se deixar gozar rápido ou me deixar fazer tudo sozinha. Logo, estava chupando meu pescoço, apertando minhas nádegas com força, me abraçando, mamando meus seios e passou a socar com força.
Eu estava começando a me empolgar também e comecei a mandar ele meter com mais força. Ele passou a dar estocadas com mais força e eu a gemer sem me importar em ser ouvida. Eu rebolava e cavalgava, sentindo cada centímetro daquele pau. E ele só metia como uma máquina. Era como se não estivéssemos interessados em gozar logo, só em aproveitar aquela cavalgada enquanto fosse possível.
Estávamos nesse ritmo gostoso quando ouvimos o barulho de alguém abrindo a porta do apartamento. Gelei na hora. Só podiam ser os meus pais e, se eles me vissem transando com o Régis (ou qualquer outro homem), iriam fazer um escândalo e complicar mais a minha vida.
Eu estava no desespero e o Régis percebeu o meu estado e parou de meter por um instante. Ele pensou mais rápido que eu, me tirou do seu colo, pegou suas roupas e as minhas rapidamente e sinalizou para entrarmos no banheiro da suíte, onde ele ligou o chuveiro. Então, sussurrando, contextualizei da dor de cabeça que eram meus pais.
— Vamos terminar isso outro dia?
— Ou você pode foder com eles dentro de casa só para provar que eles não podem controlar sua vida.
Antes que eu pudesse responder, ele já veio agarrando minha bunda com força. Seu dedo já estava na portinha do meu cu e, sem cerimônia, foi penetrando lentamente. Acabei não resistindo em dar uma piscada ao sentir o invasor dentro.
— Bem apertadinha...
— Meio ousado demais para uma primeira vez, você...
— Isso significa que vamos ter outras vezes?
Ele tirou o dedo de dentro, brincou um pouco na entradinha e começou a enfiar dois dedos. No começo, achei que não ia entrar, mas entrou.
— Era o que você queria desde o começo, né?
— Sim... Posso?
Pisquei o cuzinho em resposta, sentindo aqueles dois dedos dentro de mim. Não sei onde estava com a cabeça, mas decidi com tudo e topar aquela loucura.
Depois disso, me reclinei na pia do banheiro, empinando a bundinha. Abri mais as pernas, empinando o bumbum e procurei relaxar para a invasão anal. Ele veio para trás de mim, já direcionando o cacete no meu buraquinho. Foi empurrando aos poucos até que uma dor forte me fez perceber que a cabeça havia passado. Soltei todo o ar dos pulmões e por sorte não dei um gemido ou grito.
— Que delícia, Sônia...
— Vai mais devagar, ai, devagar — sussurrei, sentindo ele avançar dentro de mim cm a cm.
Esperamos um pouco até eu me habituar com aquele cacete inédito em um buraco que ele desconhecia até poucos instantes e logo ele começou a foder. Do espelho da pia, eu via nossos corpos colados em um movimento de vai-e-vem. Os dois trincando os dentes, fazendo força para não gemer. Ele me segurava pela cintura e o meu corpo balançava a cada metida. Fomos nos empolgando demais e o barulho do choque dos nossos corpos passou a ser audível apesar do barulho da água caindo no chuveiro.
Foi quando ouvimos a porta do meu quarto abrir.
— Sônia?
Era a voz da minha mãe no quarto. Não sabia o que responder e ela já veio bater na porta do banheiro.
— Sônia? Você já está há sete minutos tomando banho, no mínimo. Você não acha que está gastando água demais? Você tem dinheiro para pagar uma conta de água tão cara com esse empreguinho de ficar dentro de casa no computador o dia todo?
— O chuveiro está com defeito! — tentei responder sem ofegar.
— Então por que não liga para o encanador? Não tem como pagar? Se não pode se sustentar sozinha, por que se separou?
A minha maior raiva era que o meu salário sempre foi várias vezes maior que o Antônio, ainda mais por ganhar em euros, mas tinha que aguentar essa mentalidade tacanha deles.
— Estou com diarreia agora! Me deixa em paz!
— Isso que dá só comer besteira! Nunca aprendeu a cozinhar direito!
Nesse momento, senti o cacete do Régis ficar ainda mais grosso dentro de mim ele aumentar a velocidade das estocadas. Deixei escapar um gemido um pouco mais alto e minha mãe ouviu.
— Sônia? — Ela perguntou do quarto e ainda tentou girar a maçaneta.
— Nada! — gritei.
Olhei para ele e entendi que o gozo estava perto. Ele deu uma última estocada, profunda, despejando em jatadas seu orgasmo na camisinha dentro de mim.
Ouvimos minha mãe fechando a porta do quarto.
O Régis me levou para o boxe e permanecemos engatados debaixo do chuveiro por um tempo, antes dele tirar o pau de dentro de mim. Eu sentia uma sensação de vazio na minha bunda, um misto de ardência e cócegas. Ele me encarou em silêncio até que segurou o meu queixo e disse:
— Meu Deus! Você é belíssima.
Senti suas mãos nas minhas costas e colamos nossos lábios, enfiando nossas línguas dentro da boca do outro em um beijo intenso. Permanecemos abraçados debaixo do chuveiro, com a água caindo sobre nossos corpos colados. Ele lambia meu queixo, chupava meu pescoço, mamava meus seios e voltava a beijar minha boca. Me sentia entregue quando ele disse:
— Eu te amo!
Na hora, eu parei e recuei de novo. Aquilo tinha escalado rápido demais. Como algo sai de “sexo por silêncio” para “eu te amo”? Eu tinha confundido naquela conversa cifrada? Era mesmo cifrada? Ele percebeu que tinha pisado na bola e acabado com o clima. Não tentou nada depois disso.
— Teu celular está no teu bolso? — perguntei e ele confirmou. — Vou fazer eles entrarem no quarto deles daqui a dez minutos. Assim que eu conseguir, vou te ligar e tu sai correndo daqui.
Ele assentiu, aceitando a ideia. Nós terminamos nosso banho. Quando sai do quarto, eu estava andando meio torta por causa da trepada, mas eles pensaram que era a diarreia.
Isso acabou sendo a gota d’água e eu decidi fullpistolamente arrumar cada aspecto da minha vida. O primeiro passo foi educadamente pedir para os meus pais voltarem para a casa deles. De preferência, naquela mesma tarde. A minha mãe ainda tentou enrolar e inventar uma desculpa, mas o meu pai aceitou imediatamente. Ela demorou só mais alguns minutos antes de ler a expressão no meu rosto que eles sairiam por bem ou por mal. Eles levaram menos de uma hora para arrumar as malas.
Depois, eu fui à casa da Renata e bati de frente com o Antônio. Deixei claro que ou ele desistia de querer metade do meu apartamento e assinava logo o divórcio ou eu demandaria cada segundo da minha vida para destruir a vida dele em cada mísero aspecto. Bom, eu blefei bastante porque nem sabia direito o que faria. Mas eu estava tão raivosa que ele assinou o divórcio no mesmo dia.
Em seguida, eu aproveitei uma ida à portaria para conversar com o seu Francisco. Disse para ele que queria por um fim amigável em nosso relacionamento. Ele aceitou de forma tranquila e foi a resolução menos complicada. Nos abraçamos de forma carinhosa e ele desejou sorte no meu futuro. Tempos depois que eu fui saber que ele trepava com tantas mulheres do condomínio que uma a menos não importava tanto assim.
A última ponta solta que restava era o Régis. Sabia que nos veríamos em alguns dias, na mostra de cinema e teríamos a carona da ida e da volta para conversarmos, mas quis resolver isso logo. Chamei ele pelo WhatsApp e marquei um jantar com ele para aquela noite mesmo.
Como fazíamos toda quinta-feira, ele me esperou na portaria. A diferença era que, desta vez, o Régis estava bem mais alinhado, com uma roupa social que lhe caía tão bem que eu até pensaria ter sido feita sob medida e eu ainda assim o deixei de queixo caído. Eu me arrumei como não fazia desde o último encontro romântico com meu marido, há quase um ano. Um vestido preto longo, justo o suficiente para marcar minha cintura e bumbum, e que deixava meus ombros à vista, embora sem decote.
Linda e elegante. Admito que queria intimidá-lo um pouquinho. Ó o suficiente para ele entender que eu era areia demais para o caminhão dele.
Entramos no meu carro e fizemos o trajeto em silêncio. Escolhi um restaurante bem elegante, em uma parte nobre da cidade. Metade das mesas eram casais em encontros e a outra metade, empresários em jantares de negócios. Gostava de lá e já tinha o frequentado pelos dois motivos. Em um primeiro momento, me pareceu que o Régis nunca tinha entrado lá. Ele parecia assustado pelo local que escolhi. Nesse momento, lembrei que eu ganhava em euro e ele devia estar desempregado ou recebia aposentadoria precoce sabe-se-lá-por-que. Decidi tranquilizá-lo assim que nos sentamos em uma mesa à dois.
— Eu sei que aqui é meio caro, mas é um restaurante muito bom. Não se preocupe que o jantar fica por minha conta hoje. Ou você tem algum problema com isso?
— Não, não, em absoluto. Se eu tivesse, não aceitaria todas as caronas até hoje.
— Faz sentido.
Pedimos os pratos, era um restaurante italiana muito bom, e pedimos vinho para acompanhar. O Régis começou a conversar como se fôssemos grandes amigos em vez dele ser apenas um tarado sacana que tinha um tesão escondido por mim. As massas chegaram e comecei a perceber uma movimentação estranha. O maitre e o gerente conversando. O maitre apontou para a nossa mesa e o gerente confirmou. Em seguida, o gerente veio até nós, cumprimentou o “senhor Sousa” (que parecia querer enfiar a cara debaixo do chão de tão constrangido) e perguntou se estávamos sendo bem atendidos e bem servidos.
— Eu já trabalhei aqui — explicou Régis.
— Pelo visto, você era bem-querido.
Ele logo desconversou de que o maitre e o gerente eram da época dele e estavam apenas sendo corteses. Conversamos mais amenidades antes de eu entrar no assunto.
— Você disse que me amava.
— Desculpe.
— E eu não te amo. E a gente se conhece pouco ainda.
Ele parecia constrangido e com vergonha. Pelo menos, estava óbvio para os dois que a declaração de amor foi só um homem emocionado DEMAIS com um orgasmo.
— A gente começou com o pé esquerdo e eu acabei de terminar um relacionamento bem longo. E sinceramente não estou na vibe para namorar ou procurar romance ou me apaixonar. Então, só queria deixar claro que a minha resposta a qualquer proposta de namoro sua vai ser “não”.
— O problema é o romance? E se não tivesse romance, apenas sexo?
Ok. Ele não era um romântico, mas um tarado sacana que tinha um tesão escancarado por mim. Pelo menos, falava baixo.
— Como?
Ele levou vários e vários minutos de uma linguagem complicada e cheia de vai-e-voltas para descrever uma amizade colorida ou algo bem perto do acordo que eu tinha com o seu Francisco. Deixei ele explicar tudo por educação, mas estava decidida a dar um fim naquilo e dizer um definitivo “não”. Mas ele explicava tudo com uma cara de cachorro que se perdeu da mudança que comecei a ficar com pena. Comecei a pesar as vantagens. Tal qual seu Francisco era sexo fácil, rápido, discreto, confiável, sem sair do prédio e só quando eu estivesse interessada. Diferente do seu Francisco, o andar dele só tinha ele de morador e teríamos privacidade completa. E ele raspava o saco. E eu iria precisar comprar um vibrador novo.
Também fiquei curiosa. Ele praticamente estava colocando todas as vantagens para mim e nenhuma para ele exceto o fato de transarmos. Queria saber de onde ia vir o golpe.
Acabei aceitando.
— Então, só queria pedir um favorzinho. — Chega falou mais baixo ainda. — Você toparia realizar um pequeno fetiche meu uma vez por mês. Se não quiser depois da primeira vez, entenderei perfeitamente.
Sabia que tinha um golpe. Provavelmente iria ser o “dia do anal” ou coisa assim. Não estava entre os meus fetiches, mas já sabia que estava entre os dele. Olhei para a cara dele e alterei a minha resposta.
— Ok. Esse primeiro mês vai ser um trial. A gente mantém quando eu souber que fetichezinho é esse.
Ele bebeu o resto do copo de vinho de nervoso. Depois disso, mudei o assunto e conversamos sobre cinema europeu pelo resto do jantar. Uma nova coisa estranha rolou quando eu chamei o garçom e pedi a conta. O garçom ficou olhando para a gente por muito tempo antes de ir buscar. E quem voltou foi o gerente.
— Não há conta. É uma cortesia ao senhor Sousa.
Olhei para o Régis. Ele parecia constrangido com tudo isso, quase com vontade de dizer que a cortesia seria nos permitir pagar a conta. Para encerrar logo isso, aceitei a cortesia e fomos ao estacionamento.
— Eles realmente gostavam de você quando trabalhava lá — disse apenas na privacidade do carro. — O próximo jantar fica por minha conta.
— Isso significa que teremos um próximo.
— Se você passar pelo trial e eu estiver solteira no seu aniversário, vai ser o meu presente.
As semanas passaram e nós transamos apenas uma vez. Uma coisa que ele cumpriu era nunca pedir ou tocar no assunto, deixando à minha vontade. Então, chegou o dia que eu estava esperando morta de curiosidade: o dia mensal do pequeno fetiche. Combinamos um horário no sábado começo da tarde.
Subi para o andar dele, sempre deserto e sem barulhos, abri a porta e me deparei com duas moradoras da torre-B, Melissa e Laura esperando no sofá. Meu coração disparou na hora. Que maluquice era aquela? Estava sem entender nada quando a porta se abriu de novo e uma quarta mulher entrou.
Só então entendi que a porcaria do “pequeno fetiche” do Régis era um harém com quatro mulheres. Quatro moradoras do prédio, quatro casadas (“ex” no meu caso) que tinham pulado a cerca com seu Francisco.
Eu estava muito, muito puta da vida com o Régis e queria detonar tudo e fazer a revolução. Mas a Melissa juntou nós quatro numa conversa em particular e contou que foi ela quem fez a cabeça do Régis para ele nos juntar se conseguisse. Em seguida, ela praticamente nos convenceu a topar a ideia por enquanto porque nos seria vantajoso a curto prazo e ela tinha um plano para dar um troco bem pesado a médio prazo. Então, ela nos contou o que tudo o que tinha descoberto, inclusive a (que me decepcionou um pouco) extensa lista de amantes secretas do seu Francisco, e o plano que ela tinha em mente.
— Juntar nós quatro ou foi a ideia mais brilhante da vida do Régis ou foi a decisão mais suicida que ele já tomou — definiu Laura. — Não tem meio-termo.
Com quem vocês torcem que eu fique no final desta saga? Que eu acabe oficializando um relacionamento (poliamoroso ou não) com o Régis? Que eu volte para o seu Francisco (ou, pior, o Assis)? Ou que eu acabe cedendo ao assédio do meu ex-sogro tarado?
Como a Melissa nos convenceu a aceitar o harém no começo? Qual era o plano dela para dar o troco por toda a invasão de privacidade? Quem era o amante secreto da Penélope? Tudo isso nos próximos contos.
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Coleção de calcinhas do seu Francisco:
* Dona Amélia; 49 anos, em "Fui Chifrado Mas Me Vinguei em Seguida".
* Dona Michelle; 40 anos, em "Eu Armei para Ela Dar Para o Porteiro".
* Dra. Penélope; 26 anos, em "Comi a Vizinha Gostosa e Casada Numa Aposta".
* Dra. Sônia; 29 anos, em "Dei Para o Melhor Amigo do Meu Marido e Tudo Desandou".
* Dona Mirosmar; 66 anos, em "Ela Deu Para Outro Na Sala Enquanto Eu Dormia".
* Melissa; 30 anos, em "Comi a Esposa do Meu Melhor Amigo e Depois Ele Comeu a Minha".
* Laura; 31 anos, em "Comi a Esposa do Meu Melhor Amigo e Depois Ele Comeu a Minha" e "Aquele Safado Descobriu que Eu Transava Com o Porteiro".
* Clarisse; 28 anos, em "Convertendo os Vizinhos Evangélicos à Putaria".
* Larissa; 23 anos.
* Cristina; 32 anos.
* Dona Florinda; 52 anos.