Letra B. Conto sempre ótimo!
Clube da Brotheragem - Cap 7 - Efeito Perigo
— Tá bom. Eu vou contigo então — respondi sem ter certeza se aquela era a melhor opção.
Mal respondi e Ricardo já mudou a direção do carro. Pegou o retorno e começou a fazer o novo caminho. Em poucos minutos já estávamos na subida daquele que seria o morro. Eu nunca havia subido uma favela. Fiquei apreensivo olhando para todos os lados enquanto Ricardo dirigia.
De repente, apareceu a poucos metros do carro, um rapaz branco, magro e de cabelo raspado. Ele estava de bermuda tactel, regata, óculos escuro e tinha algo que me aterrorizou: estava armado de fuzil.
— Corre, Ricardo! Volta — disse desesperado — O cara tá armado!
Ricardo parecia calmo observando o rapaz. Não tirava os olhos dele.
— Caralho, Ricardo! Você não está me ouvindo? Volta porra! — gritei.
— Não tem mais como voltar, Caio. Vai ser pior — ele aproximava o carro. Abaixou os vidros a pedido do bandido armado. Ainda fixava o olhar nele como se estivesse buscando algo ali.
— Falae, Crapinha! — cumprimentou ele com a cabeça para fora do carro.
"Pronto! Chegou a minha hora", pensei na hora.
— Brunão? Mano! Quanto tempo!
O bandido se aproximou do carro do lado de Ricardo e o cumprimentou com um aperto de mão de amigos de longa data. Trocaram alguns cumprimentos verbais.
— É meu amigo, Crapinha, Caio. Não precisa ficar com medo! — disse Ricardo me olhando.
— Aê, irmão! — disse ele para mim — Fica tranquilo. Se está com o Bruno, está em casa. Eu faço qualquer coisa por este moleque aqui.
Crapinha disse aquilo dando uns tapinhas no peito de Ricardo. Eu assenti com a cabeça, mas não lhe disse nada. Não sabia se eu ficava tranquilo pelo fato de Ricardo ser amigo do bandido ou mais preocupado ainda.
— Tá indo na Dona Eunice? — perguntou Crapinha.
— Isso, vim trazer os remédios que meus pais pediram para eu entregar a ela.
— Beleza, mano.
— Está tudo tranquilo por aqui hoje?
— Tá sim, Brunão. Vai na fé!
Eles se despediram. Ricardo avançou o carro e olhou para mim. Começou a rir.
— Tua cara está engraçada, Caio!
Eu não o respondi.
Passamos por várias ruas irregulares e estreitas e finalmente paramos em frente à uma casa grande de dois andares com a fachada toda em azulejo marrom com caramelo.
Descemos do carro. Fomos em frente à casa onde Ricardo chamou a avó. Quando dona Eunice o viu, sorriu animada e abraçou o neto imediatamente.
Embora Ricardo fosse levar remédios para ela, a idosa não tinha aparência de precisar daquela sacola cheia de medicamentos. Dona Eunice era robusta e de aparência saudável.
Sua avó me tratou muito bem e, mesmo eu não falando muito, ela me convidou para entrar e lanchar. Comi um pedaço de bolo para não fazer desfeita.
Não demoramos muito em sua casa, pois fomos lá apenas levar os medicamentos.
Descemos o morro tranquilamente, pois, pelo visto, Ricardo era conhecido na favela. Ele me perguntou se eu estava bem, disse que sim, mas não disse muita coisa.
Quando estávamos já perto do shopping eu disse a Ricardo que ele poderia me deixar ali que eu atravessaria andando. Ele me olhou sério e não disse nada. Não parou o carro para eu descer e, quando dei por mim, ele estava entrando no estacionamento do shopping.
— Ricardo, por que você está entrando? Era só me deixar lá fora que eu entrava de boa, po!
Ricardo estacionou o carro em uma das vagas.
— Você está mudo, Caio! O que está acontecendo?
— O que está acontecendo? Quem é você, Ricardo? Por que você é melhor amigo de um cara armado de fuzil em uma favela? Por que ele disse que faria qualquer coisa por você? Você já pediu para ele matar alguém? Você é um deles?
Ricardo me olhou sério por alguns instantes e depois começou a rir.
Não gostei. Óbvio!
— Já chega! — disse eu.
Desci do carro às pressas e fui em direção à entrada do shopping.
— Calma aí, Caio! — Ricardo veio andando em minha direção.
— Sai fora, Ricardo. Você faz, graça de tudo, cara. Não quero ficar andando perto de você não. Sei nem quem você é!
— Caio, eu não sou bandido! — disse ele me segurando os dois braços — Eu cresci no Morro dos Confidentes. Por isso que eu subo lá sem medo. O Crapinha é amigo meu de infância. Não que eu ande hoje com ele. Não que eu faça as mesmas coisas que ele. A gente só cresceu juntos, brincávamos juntos na rua. Acabou que meus pais melhoraram de vida e pudemos sair do morro. O Crapinha não teve a mesma sorte que eu.
Talvez eu tenha me excedido? Sim, mas acho que qualquer um agiria como eu. E, confesso que foi excitante ver Ricardo dando satisfações para mim.
— Tá bom, Ricardo. Eu entendi. Agora vou lá dentro procurar um tênis pra mim.
— Ei — ele me chamou me fazendo olhar para trás — Você vai encontrar alguém aí?
— Não, Ricardo! Não vim encontrar ninguém. Vim só comprar um tênis. O que você quer, hein?
— Não, sei. Lanchar, talvez!
Ricardo estava agindo muito estranho comigo, mas eu estava gostando. Acabei não opondo e aceitei sua companhia para lanchar comigo no shopping.
Enquanto a gente andava em frente às lojas, eu aproveitava para ver alguns tênis em destaque nas vitrines.
— Mas o que você quer lanchar? Acabamos de vir da casa da sua avó e você não quis comer quase nada lá.
— Sei lá. Acho que eu quero só um milk-shake com batata frita.
— Hum. Milk-shake é bom! Confesso que fiquei com vontade agora que você falou.
Por hora, paramos a busca pelo tênis e fomos à fila da lanchonete na praça de alimentação. Observei que o atendente era todo bonitão. Ele era moreno e estava com o boné do estabelecimento para trás. Talvez seu chefe não ligasse para o boné ao contrário ou não estivesse no local naquele dia.
Eu ficava olhando para o rapaz enquanto conversava com Ricardo na fila. Em certo momento, o atendente reparou em mim e trocamos sorrisos. Ricardo reparou o flerte, olhou para ele, depois para mim e continuou conversando comigo com um olhar mais sério.
Quando chegou a nossa vez, o funcionário me olhou bem fundo e me perguntou o que queria.
— Vou querer um milk-shake de manga com maracujá.
— O meu é um milk-shake de ovomaltine e uma porção grande de batata frita — disse Ricardo entrando em minha frente e olhando todo marrento para o rapaz.
— Vocês estão juntos? Coloco junto aqui no pedido? — perguntou ele enquanto anotava os pedidos no computador.
— Sim, coloca. Ele está junto comigo — enfatizou ele.
— Não precisa colocar o meu junto do seu, Ricardo.
— Relaxa, cara. A gente tá junto! Eu pago aqui! — disse ele me olhando e logo depois deu o cartão de crédito para o atendente.
Pegamos os lanches e nos sentamos em uma das mesas para que ele pudesse comer.
— Que ceninha foi aquela, Ricardo?
— Qual ceninha?
— Ali pro atendente, entrando na minha frente, falando que ia pagar tudo.
— O cara tava te olhando cheio de graça pra tu. Nem respeita!
Naquela hora foi a minha vez de dar o troco e eu ri sem nenhuma cerimônia.
— Qual é, Caio!
— Qual é. Digo eu. O moleque é bonitão, po!
Ricardo mostrou uma cara de surpresa.
— Nem vem com essa cara, Ricardo! Você já sabe sobre mim. Ouviu toda a minha conversa com meu primo lá no banheiro da festa e já gozou feito uma fonte com a minha mão no seu pau. Não venha fazer essa cara de surpresa agora não — pronto, falei!
— Tá, mas dá pra falar baixo? — ele olhou para os outros lados preocupado com a reação das pessoas, mas ninguém parecia ter ouvido nada. Todos continuavam lanchando e rindo entre si. A praça de alimentação estava lotada e estava o maior alvoroço.
Ri mais uma vez com a reação dele. Ricardo continuou comendo tentando ignorar minha ironia.
— Valeu, Ricardo. Vou procurar meu tênis — disse eu me levantando assim que terminamos de lanchar.
— Você não quer ajuda?
— Vem cá, você não ia sair pra resolver um monte de coisa na rua?
— Ia. O mais importante eu resolvi: os remédios da minha avó. O resto eu posso resolver outro dia.
Olhei desconfiado para ele, que corou sem graça.
— Okay. Vou nessa, então!
— Calma, Ricardo. Me ajuda ae po.
— Acho que é melhor eu ir.
— Acho que é melhor você ficar e me ajudar dando uma opinião, sei lá.
Ricardo e eu rodamos o shopping e, na segunda loja, eu encontrei o tênis que pareceu perfeito para mim. Quando estávamos indo embora, passamos em frente a outra loja que tinha uma bermuda na vitrine que chamou minha atenção. Entrei para dar uma olhada. Ricardo entrou comigo.
Quando me dei conta, estávamos colocando algumas roupas no cesto para experimentar. Tanto ele quanto eu. Depois fomos ao provador e ficamos trocando de roupa. Abrimos várias vezes as portas para poder mostrar as combinações das peças de vestuário que escolhemos.
— Essa aí ficou maneira! — disse ele assim que eu abri a porta de um dos reservados do provador para mostrar-lhe uma calça jeans com uma camiseta branca.
— Acho que vou levar — concordei me olhando no espelho mais uma vez.
Entrei no reservado para experimentar a última peça. Quando abri para mostrar a bermuda que eu vesti, Ricardo estava em sua cabine só de cueca slip branca. Ele me olhou sorrindo e com uma cara de safado.
— Que isso, Ricardo?
— Quer pegar? — perguntou com a mão em seu volume.
— Para de safadeza, cara! — disse eu falando baixo.
Ao mesmo tempo em que estava com medo de que alguém nos visse, eu estava com vontade de ceder àquele convite. Ricardo era um tesão!
— Vem cá! — chamei ele.
Ricardo colocou a mão na porta e olhou para os dois lados. Viu que estava sem ninguém e atravessou rápido de sua cabine para a minha. Fechei a porta.
— Vai! Me chupa aqui rapidão. Essa coisa de perigo me deixa com o maior tesão!
Ricardo tinha razão. Aquele lance de perigo e sermos pegos, dava uma adrenalina a mais e triplicava o tesão.
Depois de me dizer aquilo, Ricardo sorriu com olhar de desejo. Aproximei minha mão de sua cueca e apertei seu volume com vontade. Puxei seu pau contra o meu corpo para dar-lhe um beijo, o que eu já desejava fazer desde que o vi pela primeira vez.
Meus lábios mal tocaram os seus.
— Não, Caio. Beijar não!
Ricardo me empurrou contra a parede da cabine.
— Foi mal, cara! — disse eu envergonhado.
— Eu só beijo garotas.
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Agora é contigo, VOCÊ DECIDE!
O que Caio deve fazer depois que Ricardo rejeitou seu beijo no provador da loja?
A) Entender que ele não beija garotos, mas nada vai impedir Caio de chupar Ricardo;
B) Ir embora com vergonha da situação.
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Comentários
B, acho que o desenrolar pode ser interessante , quero ver o Caio mais imponente
RICARDO É MUITO BABACA E VC MAIS AINDA EM ACEITAR O QUE ELE FAZ COM VC. FAZER ELE GOZAR, SPEGAR NO PAU DELE NOS PROVADORSS SEM BEM BEIJAR É SINAL DE MACHISMO. PÉ NA BUNDA DELE. ELE ESTÁ APENAS TE USANDO. CAI FORA ANTES QUE COMECE A SOSFRER. ELE JÁ SABE DE VC ENTÃO CAIA FORA.
De uma chance ao Ricardo
No momento letra A, este conta vai se desenrolar e logo algo mais vai acontecer.
Seria um sonho que Caio fosse o ativo?
Caramba, seria maravilhoso, eu adoro quando existe a quebra de expectativa. Apesar de ainda não ter ficado definido que o Caio é passivo, tudo estava levando para isso, em relação ao Ricardo.