Me apaixonei por meu amigo hétero e me fudi... pt.3

Um conto erótico de Bruno Senra
Categoria: Homossexual
Data: 23/01/2021 17:27:54
Última revisão: 23/01/2021 17:41:16

Fala, mulekada, blzinha?

Já vou pedindo desculpa pela demora em postar essa pat da história. Muita correria do trabalho e família rsrs...

Fiquei muito feliz com a interação de vocês [Geomateus, Bynho7, Favo, Arrow, Lebrunn, Caduo6, Ypii, THEO, Alegostoso, Vitinho165, Nai1678,], o que me motivou a continuar essa história. Devo fechar em até 6 cap., blz?

Se curtirem, deixem comentários...Isso motiva pakas. Vcs são D+

Bora lá? Boa leitura!

Capítulo 3

Sim, obedeci ao sinal de cabeça do Leonardo como um cachorrinho faz ao ouvir o estalar de dedos de seu dono. Pelo menos foi assim que me senti. Queria distância dele, mas obvio que não tinha outra opção senão segui-lo, estando nós a mil quilômetros de casa. Eu também sabia que tinha sido covarde em não fazer nada diante da bestialidade dele, e aquilo me corroeria por dentro. De novo, eu estava me anulando por meu amigo?

Na moto, fui pensando em tais coisas enquanto Leonardo arriscava várias ultrapassagens perigosas entre um caminhão e outro. A noite sem lua ainda dominava o céu, com os faróis dos carros sendo as únicas faíscas de luz no meio de tanta treva. A raiva que pulsava em mim apenas crescia. Estava planejando ter uma conversa séria com ele e nada mais tirava da minha cabeça aquela ideia.

Então a manhã veio se anunciando e Leonardo parou a moto num encostamento. Talvez meu silêncio tenha o incomodado. Desci da garupa e fui pegar um ar. Andei de um lado pro outro com um nó na garganta. Leonardo permanecia encostado na CB300, naquela pose de motoqueiro ridícula. Resolvi ir até ele e destilar toda minha dor e ódio. Ele me viu se aproximando e apenas continuou parado com aquele olhar extremamente cínico. Eu tinha certeza que terminaríamos envolvendo um ao outro numa troca de socos horrível. Ele descruzou os braços e…

– Que porra foi aquela ehm, animal? Que caralho te deu? – crocitei mesmo.

– Posso explicar?

– Você tem demônio, cara? Você virou milico só pra bancar machão na traiçoeiragem?

Leonardo franziu o cenho, desconcertado.

– Do que você tá falando? Nada a ver, viado!

– Viado meu pau. Tenho nome, seu porra.

– Pode me deixar falar?

Engoli seco e calei-me, ofegante.

– (esperou um pouco) Aquele frango tava te secando e você na mó intimidade com ele, irmão. Porra...ele é barata de banheiro.

Quando Leonardo falou “barata de banheiro”, entendi onde ele queria chegar e ferveu em mim uma vontade enorme de partir pra cima dele. Mas me detive.

– Que merda, agi por impulso. Tô arrependido, mas já era, não posso voltar no tempo, Bruno!

Na hora, várias perguntas surgiram na minha cabeça. Perguntas do tipo “por que você não bateu no Danilo quando ele te chamou pro menage?” “por que uma reação daquela se o Dan conversava comigo sem maldade?”... E isso ficou se repetindo até que uma incógnita mais perversa invadiu minha mente “e se ele soubesse de mim o que faria?”

– Aí, Bruno, viajou, foi? – voltei a escutar a voz dele e me assustei.

Ele ficou me olhando, esperando uma reação. E diante dele eu havia voltado a me sentir tão inseguro como no nosso tempo de ensino médio. Mas agora eu era adulto, realizado, orgulhava-me de ser a versão masculina de ‘A Feia mais Bela’, e já não aguentava mais aquela máscara, então juntei o resto de dignidade que eu ainda tinha, suspirei e comecei a pensar nas palavras. Quis chorar, mas não fiz isso.

– Léo... tu me conhece desde os 12 anos, é como um irmão pra mim, te amo do fundo do meu coração, cara; mas eu lutei muito pra ser quem sou hoje, e não quero me esconder de ninguém, nem de você. Quando você arrebentou o Danilo por ser gay, me senti no lugar dele, porque eu sou gay também, tu aceitando ou não!

Leonardo perdeu a ar de arrependimento e ficou sério.

– E aí, quer ainda ser meu amigo? – indaguei, com os lábios trêmulos.

– (pensou no que responderia) Você quer continuar sendo meu?

– Se achar que pode viver perto de mim sem querer me ferir...

Ele procurou ironia no meu rosto.

– Quando já te feri?

– Não me agrediu porque não sabia de mim.

– Eu não tinha certeza, mas às vezes desconfiava.

Surpreendeu-me dizendo isso.

– O que tu quer diz/

– (me cortou) Você nunca pegou uma mina do colégio, me disse que tinha namorado umas mulheres, mas não tem nada no Facebook/

– (interrompi) Você pensa assim de mim desde quando?

– Cara... desde que nos tornamos amigos.

Ri nervoso.

– Não leva a mal, tu não tem jeito afeminado, mas às vezes eu pensava isso mesmo. Como você nunca se abriu comigo, sempre fiquei na dúvida.

– E por que eu levaria a mal?

– Me expressei errado, me perdoa...

– Alguma vez tu já quis me bater por eu ser gay?

– De onde você tirou essas ideia aí, viado? Eu sempre tive contigo, pow.

– É, e por que você espancou o Dan como um animal?

– Já respondi, cara, e já te pedi perdão? Me perdoa, por favor?

– Não fui eu quem você pisou de pé – retruquei.

– Quer voltar até ele pra eu me desculpar?

– Pergunta isso porque sabe que estamos muito longe...

– Você quem sabe. Só não quero mais brigar, muleke! – disse ele por fim.

Olhei-o como se olha alguém em posição de superioridade emocional. Percebi que havia saindo um peso de uma tonelada do meu peito. Eu ainda não tinha processado tudo aquilo, então preferi não instigar mais nossa conversa. Subimos novamente na moto e seguimos pro RJ sob um céu pálido e pouco amigável.

Sendo o garupa, eu não tinha nada a fazer além de pensar. E as lembranças que me vieram à tona eram, exatamente, as que incluíam o Leonardo. Claro. Lembrei dos tempos da escola, das nossas brincadeiras e das conversas que eu tinha com a minha irmã sobre ele... Eu me sentia envergonhado por gostar tanto de alguém que me via como um irmão. Tudo era um misto de emoções. Acho que fiquei assim após ele “confessar” que foi violento com o Dan por ter flertado comigo. Mas não podia ser ciúmes. Eu não tinha dúvidas de sua sexualidade.

Mesmo assim, minha mente tentava brincar com meus sentimentos me levando à nossa adolescência, quando ele praticamente me isolava dos outros amigos. Recordo que certa vez minha irmã me disse que considerava estranho o comportamento dele. Sempre fomos muito íntimos, embora ela seja mais velha que eu alguns anos. Não há segredo entre nós. Foi com essa liberdade que a Bea soltou o comentário de que o Leonardo tinha uma paixão louca por mim. Coisa que nunca levei a sério, embora fosse verdade que inúmeras vezes ele tratou mal amigos meus ainda mais antigos que ele. Fazia isso só pra chamar atenção, eu pensava.

Enquanto Leonardo pilotava, percebi que minha amizade com ele sempre foi desigual. Com os outros até eu me sentia em paridade, mas com ele eu era sempre mais feio, mais magro, menos namorador, menor em tamanho e perdia sempre nos argumentos. A biologia chama isso de “características dominante e recessivo”.

Leonardo era um típico Macho Alfa. Sempre convencia todo mundo a fazer suas vontades. Às vezes ele ouvia um sonoro não de mim, mas de alguma maneira ele conseguia reverter o jogo. Eu colocava a culpa nos seus dentes perfeitos, nos seus olhos castanhos claros, nos seus cabelos cor de cânhamo, nos seus músculos, no seu sotaque e naquela mala que eu sempre evitava olhar. Quando o cara voltou de Manaus eu fiquei maravilhado. Meu Deus, como alguém consegue ficar ainda mais bonito?

Ao iniciarmos uma curva sinuosa na subida de uma serra bastante arborizada, a estrada desapareceu debaixo de um manto branco de neblina e ar frio que se espalhavam por quilômetro à frente. O ar gelado do nevoeiro me fez lembrar que eu sequer havia tido o cuidado de comprar uma mísera jaqueta dessas de motoqueiro.

– Você tá bem aí, cara? – perguntou Leonardo, vendo-me tremer.

– Tô de boa. – quis ser firme.

Os pensamentos voltaram, e voltaram com força. Percebi mais uma coisa que me fez ver como eu era o maior idiota do mundo, e, se vocês tiverem prestando atenção a esta história, já devem estar pensando isso há algum tempo... Bem, como havia dito, Leonardo tinha algumas atitudes dominadoras em relação a nossa amizade. Mas se ele agia como um amigo possessivo, eu correspondia inconscientemente sabotando meus próprios relacionamentos.

...

Muitos meses antes de Leonardo falar comigo de novo no Facebook, eu era um cara que curtia muito uma balada swingueira aos sábados e um treino intenso na academia durante a semana. Sentia orgulho do meu corpo e do meu desempenho na pista da boate. Foi numa dessas que conheci o Cleiton, um médico (pois assim ele se apresentava, com orgulho) que, reversando comigo os aparelhos de musculação, começou a soltar alguns indícios de que buscava minha conquista.

Cleiton, por quem inicialmente eu senti um cordial amizade e nada mais, tinha 1,95 de altura, branco, musculoso, mas sem exageros, com pernas grossas e braços fortes, olhos pretos e cabelos cortados na máquina dois. Como eu, ele não tinha traços que me levassem a perceber que o meu colega de treino curtisse uma brincadeira entre machos. Mas a forma como ele passou a amassar o volume do short sempre que estava comigo e os toques nos meus ombros, abdômen e coxas, não deixa dúvidas. Também não demorou muito para me propor uma social em algum bar ou ir ao show de algum artista famosinho. Ofertas que recusei uma dúzia de vezes.

Sempre que nos despedíamos na academia, eu prometia a mim mesmo não voltar a treinar no mesmo horário, porque não queria feri-lo. Mas Cleiton, impermeável a qualquer negativa, voltava ao ataque, convidando-me para uma balada, um treino crossfit ou um açaí na orla da cidade. Vaidoso, confesso que achei intrigante seu entusiasmo, sua companhia e sua devoção.

Bastava olhar para ele para saber que nunca poderia retribuir ao sentimento. Não do jeito que eu tinha pelo Leonardo. Mas os resquícios da minha baixa-autoestima juvenil não me permitia recusar o sorriso enfeitiçado do médico. Assim, por ânsia ou fraqueza, aceitei sua última investida: ir a casa dele tragar uma massa de alta qualidade.

Nunca tinha experimentando aquilo, porém, não queria mais ficar preso à minha autossabotagem. Cleiton morava num condomínio de certo luxo em que o monumento de uma anja nos dar as boas-vindas. Estacionei o carro na garagem enorme de seu casarão e o vi me esperar, da porta de vidro.

– Achei que você nunca viria – disse ele.

– Eu pensava a mesma coisa – tartamudeei.

Continuou parado, muito ereto, de calça moletom cinza e sem camisa, com um dos cotovelos apoiado na parede. Perguntei-me como era possível sentir alguém tão distante e, no entanto, poder ler cada intenção de sua mente.

– Venha, vamos comer algo antes de subir pro quarto. Sinto muita fome quando dou uns tragos na mary jenny – referindo-se à maconha.

– Pensei que a gente ia fumar aqui na sala.

– E eu pensava que você tivesse vindo porque queria me ver. – respondeu-me sorrindo.

Apenas assenti tímido, até.

– Estou brincando – ele tergiversou. – Verdade mesmo é que preciso comer antes de a gente subir pra fumar, como eu disse...

Eu o observava em silêncio. Ele passou a falar por nós dois e, também, a tomar meu espaço físico, como se estivesse demarcando território. Ao terminar o lanche, ele me levou para seu quarto totalmente branco, com uma cama redonda e grande. Suspirei. Ele foi ao guarda-roupa e trouxe um saquinho com a massa.

– Essa, sim, é das boas.

– Legal.

– Você fuma um comigo ou prefere o seu?

– Pode ser um pros dois.

Ele enrolou o cigarro e me ofereceu o primeiro trago. Tossi no primeiro sinal da fumaça entrando nos meus pulmões. Cleiton riu.

– Tô ligado que tu não fuma.

Se eu fosse branco, teria ficado vermelho. Constrangi-me

– Relaxa. Só curta a lombra.

Fumei mais uma vez e ele pediu o cigarro. Vi-o dar o maior trago que seus lábios podiam puxar, e seus olhos se voltaram pra mim. Sinalizou que iria transferir a fumaça de sua boca para a minha. Sorri, besta. Já tinha visto isso antes, mas nunca pensei que um dia eu também faria. E assim ficamos até que minha pele começou a arder feito chamas e nós rirmos como crianças.

Deitei-me naquela cama macia e ele se deitou junto. Passou mais uma tragada pra minha boca e dessa vez me deu um beijasso. Ele olhou para mim com uma cara de tesão que visivelmente dizia sua preferência na transa. Seu abraço era forte. Eu queria transar com ele de verdade, e não era só um capriço. Queria poder experimentar coisas com ele, fazê-lo descobrir outras comigo, e que nós pudéssemos criar várias juntos. E aquele beijo foi o ponta-pé inicial pra isso.

Os lábios do Cleiton eram deliciosos para beijar. Carnudos, quentes, fazia movimentos sincronizados... O cheiro dele tinha se concentrado no meu nariz e a sua língua no meu pescoço levavam-me a loucura. Suas mãos firmes foram passando pela minha nunca, pelas minhas costas, pela minha bunda, enquanto as minhas apenas em sua bochecha, alisando seus cabelos. Porra, aquele beijo tinha sido o mais foda da minha vida. Senti seu pau duro e ele apertou mais firme meu bumbum, me sarrando com sofreguidão. Tudo ali foi ficando quente. Ele fazia movimentos mais fortes contra mim e seu pênis pressionava minha barriga. Seu mastro pulsava enquanto ele me beijava mais, mais, e mais. Minhas mãos passeavam pelas suas costas e ele mordia meu pescoço e minhas orelhas. Tirei seu moletom e dele pulou um cacete babado, grande, reto e veiúdo, o clima esquentou de vez.

Eu sabia onde aquilo tudo iria me levar, mas estava tudo muito gostoso. E o Leonardo? Nunca fui passivo porque constrangedoramente me sentia pertencente ao meu amigo. Seria dessa vez que me entregaria por completo a um homem, afinal?


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