💙♥️EU AMO VOCÊ.♥️💙CAPÍTULO: 14
💙♥️EU AMO VOCÊ.♥️💙CAPÍTULO: 14
📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷
O sábado enfim chegou. Os dois rapazes foram ao Cine Bruni no Méier, esperavam na calçada pela primeira sessão a tarde.
Reinaldo estava impaciente para entrar no cinema, os dois no meio da fila que se formava.
Carlos: - Esta feliz bicho?
Reinaldo: - Vou ficar quando conseguir entrar.
Carlos riu e disse: - Calma apressadinho, daqui alguns minutos a bilheteria reabre e a fila começa à andar.
Quando a fila começou à andar, eles chegaram mais perto do cinema, e Carlos saiu da fila deixando Reinaldo lá e foi comprar pipoca pros dois, em um pipoqueiro que ficava parado na porta do Cinema. Eles entraram e sentaram se no canto direito da sala, na última fileira de cadeiras. As luzes ainda acesas, e Reinaldo olhando tudo maravilhado. Ele até que estava arrumadinho e bem bonito. O sapato social era o mesmo em que ele ia para a escola e o seu único par de sapatos, mas estava engraxado e lustrado. Uma blusa de manga, na cor roxa e uma calça boca de sino de veludo preta, fazia um bonito conjunto e deixava ele lindo. Sua mãe por ser lavadeira, ganhava muitas roupas boas, mas usadas de suas freguêsas para ela e para seu filho. E aquelas roupas mesmo sendo usadas estavam em bom estado e deixavam Reinaldo bonito e elegante. Carlos usava uma blusa de formas geométricas laranja com marrom, que realçava sua pele branca, seu olhos verdes claros e os lindos cabelos castanhos claros que ao sol ou a luz brilhavam como um dourado. Usava ainda uma calça também de boca larga de Tergal Branca. E sapatos plataforma também branco. Os dois estavam impecáveis, e lindos esbanjavam seu charme e sua juventude juntos.
As luzes finalmente se apagaram, o lanterninha passou por entre os corredores vendo se tudo estava de acordo. Se todos já estavam sentados, e então começou a passar os anúncios, alguns até que passavam na televisão. Reinaldo ficou de olhos arregalado. Aquilo era esplêndido. Alguns dos anúncios que ele via em sua pequena TV preto e branca, agora ele estava vendo colorido e gigante. Ele escutava um som diferente também, e se virou pra trás e olhou pro alto pra ver e ficou encantado vendo a luz que saia da cabine por cima dele indo direto pra tela grande. Carlos sacudiu ele, virando ele pra frente e chamou atenção dele:
- Bicho fica queto, o que você tanto olha ai para trás?
Reinaldo: - Eu estava vendo de onde vinha esse barulho. É dali de cima!
Carlos: - Eu sei, é o barulho da fita rodando no projetor. Nós estamos sentado aqui no final e mas perto da cabine de projeção, por isso que da para ouvir o barulho.
Reinaldo falou alto inocente como uma criança encantada com seu primeiro brinquedo: - Há, é dali que saiu o filme então?
Carlos teve vontade de rir, mas segurou o riso, para as outras pessoas não reclamarem e além disso voltou a chamar atenção de Reinaldo sério:
- Fale baixo pelo amor de Deus!
Reinaldo falando baixinho agora: - Me desculpe!
Carlos: - O que você esta achando de tudo?
Reinaldo: - To achando é muito bom... É tudo lindo e diferente, é como se eu estivesse vendo uma televisão colorida mais super grande. É um barato, uma curtição sem tamanho...
Carlos quase engasgou comendo sua pipoca, pois sentiu vontade de rir de Reinaldo falando. Ele pensou rindo por dentro: Uma televisão colorida super gigante... Essa é de rachar o bico. De onde Reinaldo tirava esses pensamentos absurdos...
Carlos estava pensando isso tudo internamente na sua cabeça, e olhou para Rinaldo sorrindo, mas Reinaldo não viu seu sorriso, pois estava olhando pra frente vidrado na tela do cinema, dava a impressão que nem respirava, apenas abria a boca para comer a pipoca.
E então o filme começou, a fita ia rodando, a pipoca deles acabando, e no fim da pipoca Carlos passou a mão por cima da mão de Reinaldo que estava repousada no braço da cadeira. Reinaldo olhou pra ele feliz e pegou em sua mão. Os dois ficam de mãos dadas sobre o braço da cadeira vendo o filme. E aquele filme era lindo, tão romântico que fazia Carlos sentir vontade de beijar Reinaldo, mas ele tinha vergonha e medo de alguém ver. Reinaldo sentiu a mesma coisa, e como ele queria beijar Carlos. Aquele momento pedia um beijo delicioso, mas ele também se conteve por vergonha e medo. Afinal em 1971, dois rapazes se beijando na boca dentro de um cinema seria um escândalo. Com certeza o lanterninha botaria os dois para fora da sala de Cinema e eles nem poderiam ver o resto do filme. Isso se não chamasse a polícia e eles serem fichados por Atentado ao Pudor.
Mas no escurinho do cinema as mãos dos dois se entrelaçavam e se acariciavam, em momentos de amor e ternura enquanto assistiam aquele filme romântico.
E o filme desenrolava contando a saga dos dois pra ficarem juntos. O casamento as escondidas, o pai do rapaz rico que deserdava ele, e o depois quando tudo parecia ser uma eterna felicidade entre os dois, vem a descoberta da doença incurável dela. O fim do filme triste, com o rapaz sozinho sentando se na arquibancada cheia de neve depois de ter perdido sua amada, a música linda e triste de fundo e Carlos e Reinaldo chorando feito crianças.
Eram tempos de mais sentimentos, de filmes e novelas românticas. Tempos em que as pessoas choravam mesmo e eram mais emotivas...
Os dois saíram em silêncio e não só eles mas várias outras pessoas saíam com olhares tristes de quem chorou muito com o filme.
Na rua enquanto iam pegar um Ônibus para voltarem pra casa Reinaldo disse:
- Queria tanto que eles terminassem juntos, sai de coração partido.
Carlos: - Eu também, mas a vida as vezes é cruel e nem sempre podemos ter pra sempre quem agente ama.
Reinaldo: - Será que a vida vai ser cruel com a gente também?
Carlos deu um longo suspiro pensativo caminhando e olhando para frente e respondeu: - Espero que não! - Tomara que agente fique juntos para sempre.
Reinaldo: - Para sempre não vai dar, esqueceu que você leu numa revista ai que o Mundo vai se acabar em dois mil, nos vamos morrer bicho... (Falou rindo, e Carlos riu também, a piadinha de Reinaldo quebrou o clima pesado e triste que pairava sobre a conversa deles).
Os dias e meses foram passando, os dois deram orgulho a suas mãe. Passaram e pegaram seus diplomas do curso de datilografia e ainda no começo de Novembro já tinham passado de ano.
E toda a patota de formando estavam animados já com o final do ano e a formatura deles na escola.
E finalmente chegou o grande dia. Mas precisamente, no Sábado dia 4 de Dezembro de 1971.
A cerimônia foi no Teatro da escola pela manhã. E lá estavam Reinaldo e Carlos, lindos de beca, anel de ouro no dedo e prontos para serem chamados e receber seus canudos. O fotografo fazia parte do pacote pago pelos formandos. Dava direito a uma foto sentado na cadeira de formandos, uma outra com a família e uma terceira com toda a turma junta, eram ainda fotos em preto e branco é claro. Iracema estava feliz e orgulhosa ao lado de Mareze, tinha valido todo o esforço que ela fez. Mas quem estava mais emocionada, era Mareze, ela até chorou quando viu seu filho Reinaldo recebendo o seu canudo das mãos do diretor.
Só Deus e ela sabe o quanto que ela penou para poder proporcionar esse momento ao seu filho. Fora inúmeras lavadas de roupa de baixo de sol e chuva, e algumas vezes entrando madrugada a dentro para dar conta de entregar suas encomendas as freguêsas e poder ter o dinheirinho pra ir pagando a prestação da formatura e do anel de ouro do seu filho. Ela estava toda orgulhosa, vestia um vestido simples estampado de flores. Ganhado dos outros, mas em bom estado deixando ela bem arrumadinha e bonita para a ocasião.
A tarde veio a festa. Todos arrumados. Carlos estava de roupa nova. Reinaldo com sua única calça bonita de veludo preto, seu sapato engraxado e uma camisa verde clara novinha que Carlos nunca chegou a usar e emprestou a ele. Todos reunidos curtiam um som, dançavam, bebiam e comiam. Uma festa maravilhosa. De longe Reinaldo avistou Jorge Luís, um dos seus amigos da escola, o rapaz moreno e boa pinta, tinha em sua mão uma câmera fotográfica kodak Instamatic 11. (Era um modelo de câmera mais simples, muito popular e barata, pois não tinha flash nela. Não usava rolo de filme. Era um cassete de plástico com o filme dentro que bastava encaixar dentro da máquina. E tirar os retratos, que diferente das outras câmeras eram retratos quadradinhos em tamanho menor. Na época era conhecido como filmes Tira Teima).
Reinaldo foi na direção de Jorge e parou perto dele e disse:
- Jorginho, ta com bastante filme ai?
Jorge Luís: - Trouxe três cassetes de filme, esse aqui que estou usando é colorido e tem mais dois preto e branco; porque meu chapa? (O cassete colorido não era bem o colorido de hoje. As fotos saiam mais amareladas, algumas saiam meio roxas, enfim, era o que tinha na época).
Reinaldo: - Queria que você tirasse um retrato meu com o Carlos, pra guardar de recordação. Eu pago pela foto depois que você revelar...
Jorge Luís: - Que isso bicho, imagina se vou te cobrar por um retrato. Só que agora estou gastando esse filme colorido com a família. Depois que eu colocar um cassete preto e branco eu posso tirar. - Tudo bem pra você?
Reinaldo: - Claro amizade, sem problemas, não me importo de ser preto e branco não. É só pra guardar de recordação.
Jorge Luís: - Falou então, daqui a pouco te chamo pra tirar o retrato...
Reinaldo: - OK, bicho, tudo certo. Obrigado meu chapa!
O tempo passou e realmente Jorginho chamou Reinaldo, e ele chamou Carlos. Reinaldo passou a mão pelo ombro de Carlos e saiu na foto abraçando Carlos.
Os dias passaram e Jorge encontrou com Reinaldo na rua. E falou para ele buscar o retrato na casa dele.
Reinaldo pegou e fez uma dedicatória para o seu amor Carlos, quis escrever de lápis, pois tinha medo de escrever de caneta e errar; e rasurar a foto. No fim achou que ficou bom, e que expressava todo o seu sentimento verdadeiro, e foi a casa de Carlos de tarde dar para ele de presente. Carlos ficou tão emocionado e feliz. Adorou a surpresa e a dedicatória vinda com tanto amor. Naquela tarde Carlos se entregou por inteiro a Reinaldo, fizeram amor a tarde toda, Reinaldo gozou três vezes. Duas dentro do cuzinho de Carlos e outra, dando uma bela esporrada na cara de Carlos, deixando o rosto do rapaz todo lambuzado de pingos de esperma.
Foi uma tarde maravilhosa. Carlos guardou a foto, mas tinha medo que sua mãe visse. Por mais que ela aceitasse e intendesse, era melhor ela não ficar vendo coisas íntimas dos dois. Afinal tinha que se ter o respeito. E naqueles tempos tinha. E como tinha respeito, principalmente pelos pais e pela família.
Ele guardou numa antiga latinha de ferro que foi sua lancheira a tempos atrás, colocou dentro de um saco de papel do supermercados Mar e Terra. E resolveu guardar em cima da laje. Na latinha, nesse tempo, ainda só tinha essa foto guardada. E ele ainda não escondia debaixo da caixa dágua. Ele apenas deixava num canto lá encima perto da parede. Sabia que sua mãe, dificilmente iria lá encima.
OBS: Deixo aos meus leitores a indicação do conto:O hóspede do autor Bernardo_conti! E Preciso Dizer Que Te Amo do autor Quim.
Vocês vão gostar muito. Agradeço ao Bernardo_conti! e ao Quim Por esta lendo e comentando no meu conto também.
📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷📷
E no próximo capítulo:
📷📷📷📷📷📷📷📷📷
Tomás já tinha saido do banho, no quarto de Jean, ele já estava vestido com uma blusa e uma bermuda de Jean.
Foi quando Jean entrou ainda com as roupas molhadas, estava vindo da varanda dos fundos e ia pegar uma roupa para ele tomar banho.
Tomás olhou pra Jean, e do nada ficou encantado. Parado segurando a toalha na mão, olhava para o rosto de Jean, moreno e lindo, os cabelos negros molhados e desalinhados. Aquilo tudo exalava uma beleza, até então nuca percebida por Tomás. Eles estava encantado, sentia no ar um perfume de rosas que ele nem sabia de onde vinha, e a boca morena carnuda de Jean convidava ele ao prazer. Pedia para ser beijada novamente. Seu corpo estremeceu, e seu pau cresceu na mesma hora. Na bermuda de tactel fina de Jean ficou evidente sua ereção e Jean percebeu, olhando pra aquele volume considerável. Parecia ser bom...