Modern Romance Parte 9
Nossa aventura na sexta deixou muitas dúvidas no ar, dúvidas que eu teria que esperar até a segunda pra solucionar. Sim, existem meios e mais meios de comunicação. Mas estranhamente, eu e Edu costumávamos nos falar mais pessoalmente. Ele como um garoto do interior, estava mais interessado em álcool e festas locais do que no seu celular, e isso era bom. Enquanto isso eu tentava me distrair com o que podia, trabalho, treinos na academia e tudo mais. Se algo seria discutido, seria olho á olho. Sim, por causa disso o final de semana foi uma eternidade. Eu me sentia um viciado em abstinência, eu queria mais daquilo, não precisamente o sexo, mais o Edu. Eu finalmente o tive, não da forma como eu fantasiava, mas em uma das maneiras que eu queria. Tudo me voltava ao momento em que eu tocava sua pele, e sentia seu cheiro. Tudo era sobre a forma como eu dava prazer a ele, pouco me importava se ele estava apenas se aproveitando. Este seria um grande passo desde nosso último beijo. Edu, porque não namoramos de vez? Eu vou te dar carinho, sexo, e ainda podemos seguir a mesma carreira juntos, ter uma casa e um cachorro.. Eu sei, é engraçado ou talvez doentio você fantasiar coisas assim. Mas eu posso, são 3 anos em que esse garoto é uma meta de consumo, acho que estamos quase lá.
Enfim, a segunda-feira. Chega de dúvidas, e masturbações. Eu nunca me levantei com tanta vontade de ir á faculdade, e ao mesmo tempo e vinha receio. Mas seja o que viesse, eu me vi na teoria pronto pra tudo. E lá estava eu sentado no fundão esperando meu lindo garoto atrasado atravessando a porta. Mas ele estaria bastante atrasado, sendo que uma das aulas já estava acabando e nada. E assim foi o resto do dia..
Minha teoria de que eu estava preparado pra tudo se desmanchou com sua ausência. Várias inseguranças me vieram, até por que ele não era apenas um crush, ele era meu companheiro ali. Nós enfrentávamos aquela coisa toda juntos, e isso funcionava muito pra mim. Nas piores notas, eu não me sentia sozinho com ele kkkk eu pensava nisso rindo, mas com vontade de chorar. Tive de mandar mensagens, que só foram respondidas de tarde enquanto tava no trabalho.
- Acorda vagabundo *08:20*
- Macho, bebi até tarde ontem e não consegui acordar. Teve algo importante hoje? *13:16* - Edu
E assim eu dei um suspiro de alívio. O gelo parecia ter sido quebrado. Isso era tão típico dele, beber até não poder mais. Algo que nunca entendi porque é considerado tão 'legal'. Mas isso me voltou a questionar se mais uma vez não falaríamos sobre o ocorrido. Se correr um risco de eu perder ele, talvez seja melhor. Mas isso iria me corroer por dentro definitivamente, eu concluí que eu decidiria quando o visse. E na terça-feira, era o que eu estava prestes a descobrir. Lá estávamos nós, ele havia chegado mais cedo que eu, o que era raro. O olhar que ele fez quando me viu foi como se me pudesse me atravessar. Ele estava meio vermelho e olhando pros lados enquanto falava, e tentava parecer normal. Algo tinha realmente mudado desde aquela sexta. Não houve nenhuma piada, nenhum comentário sobre. Apenas um silêncio gritante que eu não pude suportar.
- Edu cara, não faz isso comigo. Droga, eu gosto de você, e você sempre me usa. - Eu estava realmente emocional, com olhos tristes, mas segurando as lágrimas bem firmes. Eu podia ver seu rosto desconcertado com o que fizemos, podia ser arrependimento, podia ser falta de aceitação, podia ser tudo. E o silêncio dele, sua falta de resposta naquele corredor me fez balançar a cabeça e sair andando, o deixando lá sozinho seja lá com qual pensamentos á respeito.
Eu gostaria de ser alguém que não liga, mas droga, como eu gostava daquele garoto. O seu jeito, suas implicâncias, as vezes que ele exibia seu bíceps pra me zoar. A forma como ele sempre me olhava nos olhos com aquele olhar intenso, que nesse momento mal conseguia me encarar. Era isso que nós seriamos depois de tudo? eu apenas torcia que não, com meus fones de ouvido indo pro elevador pra ir embora, com músicas no aleatório que não estavam contribuindo pra eu me recompor. O elevador como sempre estava lotado, e eu fiz todo esforço pra não demonstrar. E quando a porta estava pra fechar com sua lotação, pude ver o Edu me encarando com olhos tristes enquanto a porta fechava. Eu segui tentando dar o tempo dele, dessa vez ele teria de se decidir, o invés de me usar mais uma vez e fingir que não aconteceu.
Havia deixado a moto no estacionamento ao ar livre, fica um pouco mais afastado, mas é o menos usado já que os outros estão sempre ocupados. Enquanto ia no caminho, o tempo nublado ameaçando chuva me pedia pra me apressar.
- ALEC, espera. - Ouço a voz de Edu lá atrás.
- Oi. - Disse enquanto ele se aproximava.
- Cara, o que a gente fez, a gente tava excitado, sei lá o que deu em mim, eu quis, não vou mentir. Eu não queria que ficasse bravo comigo.
Eu o encarava calado querendo desabar naquele momento, mas me mantendo firme. E eu podia ver que meu silêncio fazia ele querer se explicar mais e mais.
- A verdade é que, eu não sei mesmo o que deu. Sabe, eu não gosto de homem. E você é o primeiro cara gay que me aproximei, e eu te acho muito legal, e bonito, e eu.. Eu..
Eu estava tipo ??
- Edu, tud... - E de repente ele me interrompe com um beijo. Sim, um beijo, um impulso dele. Aquilo era mais que intenso. Eu podia jurar que eu iria explodir ali, minha cabeça doía, meu coração estava acelerado, e eu estava começando a ficar levemente excitado em meio aquilo tudo. Ele me beijava lentamente, e provava dos meus lábios com tanta paixão, enquanto eu retribuía. Ele era mais do que bom, ou eu estava perdidamente apaixonado por ele, talvez os dois.
- Foda-se se eu sou viado que nem você, isso foi bom - Disse Edu quebrando o gelo como sempre
- KKKKK acho que você é mais viado que eu. - Respondi puxando ele pra mais um beijo.
Sim, eu não estava num sonho. Aquilo passou tão rápido, e ao mesmo tempo tão devagar. Lá estava eu no trabalho em meios ás prateleiras sonhando com o que tinha acontecido. Nós sequer falamos sobre o que seria daqui pra frente, nós apenas nos beijamos, e depois nos despedimos. Eu me pegava rindo a toa lembrando dele ajeitando as calças por ter ficado excitado também, ele acha que não vi, mas vi muito bem. Eu me sentia completamente fodido, porque eu precisava de mais e mas, e eu estava completamente e perdidamente apaixonado. Eu não quero perdê-lo, nem me distanciar, pra mim não existe outro senão ele nesse momento. Nada mais pode me completar