Férias no Caribe - Capítulo II
Muitos se perguntam o que leva um homem a perdoar um chifre. E a minha resposta é: o amor.
Quando Ana e eu começamos a namorar na faculdade, transávamos diariamente. Nosso fôlego sexual era infinito e as chamas da paixão eram intensas. Porém, como em todo namoro, as coisas esfriaram depois de um tempo.
Os compromissos da faculdade aumentaram, e fazíamos amor com menos frequência. Assim, passávamos muito tempo brigando. Um certo dia, eu saí da aula mais cedo para ir ao apê dela. Como tinha a chave, entrei sem avisar, para fazer surpresa.
Foi então que a encontrei aos amassos com outro cara no sofá dela. No meu estado de choque, puxei briga com o homem desconhecido, mas acabei levando uma surra. Quando ele saiu, Ana veio em lágrimas me pedir perdão. Mas meu coração era puro ódio e eu irrompi de lá, terminando tudo entre nós.
Nos nossos 6 meses separados, eu via Ana com outros caras. Eu também fiquei com uma ou outra guria, mas não conseguia parar de pensar nela. Um dia tomei coragem e a pedi novamente em namoro. Emocionada, ela aceitou. Eu sabia que meu pudinzinho ainda tinha sentimentos por mim.
Ela prometeu me tratar melhor naquela nossa segunda chance. Que nunca mais me trairia. Ela manteve a promessa... mas só por alguns anos. Na semana do nosso casamento, eu encontrei um relógio na nossa cama.
Quando fui confrontá-la sobre isso, ela calmamente falou:
- É do Fernando.
- Que Fernando?!
- O nosso funcionário. - Na época, havíamos recentemente montado nossa pequena firma. Fernando era nosso secretário.
Meu pensamento inicial foi de matá-lo, mas ele parecia mais forte do que eu. Em vez disso, decidi que a primeira coisa que eu faria na segunda-feira seria demiti-lo.
- Como você pode fazer isso comigo de novo?!
Ana parecia genuinamente chateada, mas ainda assim se recusava a pedir desculpas. Em vez disso, manteve a compostura:
- Nós não transamos há meses!
- Porque estamos focados no trabalho! Quer dizer que a saída pra isso é transar com outros?!
- Só estou dizendo que uma mulher tem necessidades. E se você não me dá a atenção que eu preciso... Eu procuro em outros lugares.
Sentei-me na cama para não chorar de raiva. Ana manteve-se de pé.
- Eu pensei que você me amava...
- E eu amo, tolinho. Meu coração é todo seu. Mas meu corpo... Sente atração por outros caras também. Se você não pode lidar com isso, eu acho melhor cancelar o casamento.
Ela dizia isso de pé, acariciando meu rosto, como se eu fosse uma criança. De algum modo, aquilo me tranquilizou.
- Eu preciso de tempo para pensar.
Fui ao bar com meus amigos pra relaxar a cabeça. Minha ideia era dar o troco na traição. Só que eu não consegui chegar em nenhuma mulher. Eu percebi que somente minha noiva era atraente para mim.
Era uma pena que ela não pensasse em mim com essa mesma exclusividade, mas pelo menos ela ainda gostava de mim. E isso era algo pelo qual eu estava disposto a lutar.
Embriagado, eu voltei tarde para casa e acordei Ana para um sexo selvagem. Naquela transa, redescobri como minha mulher era gostosa. Não era à toa que chamou a atenção do Fernando. Aquela traição serviu para eu valorizá-la ainda mais.
Quando terminamos o sexo, aceitei-a de volta. Não sem antes ouvir um pedido dela:
- Por favor, não desconte no Fernando!
Eu respeitei seu pedido, e Fernando continuaria trabalhando conosco por anos. Do meu conhecimento, Ana não voltaria a ter relações com ele.
Nos casamos e fomos muito felizes. Ana ficou um tempo tendo olhos só pra mim, até que, depois de anos de casados, me contou que estava tendo um caso. Seu amante se chamava Paulo, e eu não o conhecia. E nem pretendia.
Saía de casa pra jogar bola e fingia não saber de nada. Um dia, quando voltei pra casa, passou por mim um homem negro, que estava saindo de lá com uma caixa de ferramentas. Disse que era o encanador.
Quando perguntei à Ana se aquele era o Paulo, ela me confirmou. Eu fiquei assustado com o tamanho do homem. Me perguntava se ela não a estaria machucando. Porém, Ana era uma mulher livre e capaz de escolher por conta própria.
Fiquei chateado, mas não era mais capaz de brigar com ela. Ana ficou nesse triângulo por um tempo, até que um dia ela veio com a notícia: estava grávida!
A notícia nos pegou de surpresa e Ana prometeu que terminaria com Paulo. Mas isso de nada adiantou. Continuou a flertar com outros caras na minha frente, principalmente em festas. Depois, em casa, ela me contava das traições. Talvez como uma forma de se sentir melhor sobre isso, ou talvez para se gabar.
Quando nossa filha nasceu, veio o alívio. Jéssica era uma menina loira de olhos verdes! Ela era mesmo minha. Fiquei emocionado que Ana ainda tivesse consideração por mim.
Nossa filha seguinte foi planejada, e também era minha. Cuidar das crianças dificultava nossa vida sexual, mas Ana achou a solução. Ela me deixava em casa como babá, enquanto ia ao motel com seus amantes.
Nos nossos 10 anos de casados, ela transou com mais ou menos uns 15 caras diferentes. Eu mantinha a conta de cada um deles, mas ainda não estava seguro se ela deixava de me contar de alguns. Enquanto isso, ela foi minha única mulher.
Ela sempre foi muito ciumenta, mas eu, obviamente, não sofria de ciúmes. Me acostumei a vê-la com outros homens, e nunca falei nada. Um dia, porém, meu ego finalmente foi ferido. E isso foi no nosso 2º dia de cruzeiro.
- Acho que seu amigo Tom anda malhando... - Ela me contou, enquanto tomávamos o café da manhã.
- É... Eu acho que sim... - Eu respondi, desconfortável.
- Eu me pergunto se o pau dele é tão grande quanto o bíceps.