O GATO DO MEU CHEFE. CAP 23
Abro a segunda carta e meu coração acelera, não sei o que de fato pode estar escrito mas algo me diz que alguma coisa de estranha está para acontecer.
Filho agora chegou a segunda parte e quero que abra sua mente, sei que é um pouco tarde mas também sei que tem idade suficiente para entender o porquê de tudo. Tudo que ocorreu foi pensado em você meu menino e em sua segurança. Dentro dessa caixa você encontrará cada resposta para as perguntas que me fazia quando era criança e de alguma maneira não pude responder, elas estão organizadas por datas, então não será difícil entender. Peço que não me julgue, sou apenas uma mãe protegendo seu filho. Beijos, mamãe te ama.
Nossa, fico sem reação. O que aconteceu de fato para ela escrever isso? Minha cabeça fica cada vez mas confusa. Eu jamais seria capaz de julgar minha mãe, sei que tudo que ela fez ou faz até hoje é pensado no meu próprio bem.
Com um pouco de cuidado abro a caixa e ali encontro mais cartas, algumas bem amareladas e outras um pouco mais novas, decido começar pela mais recente. Abro o envelope e vejo uma caligrafia perfeita em um papel de textura um pouco diferente.
Meu filho, vejo que já está um homem. Bom, se está lendo isso sim já é um homem.
Não vou demorar muito, mas quero que saiba que independente de tudo eu te amo.
Eu sou Joaquim Vicente Ribeiro e sim eu sou seu pai.
Como assim? agora eu não estou entendendo mais nada.
Parece estranho mas vou explicar desde o começo.
Eu era só um jovem rapaz filho de um empresário que se apaixonou por uma bolsista do colégio. Nós acabamos nos apaixonando, mas nossas famílias não entendiam isso. Fomos privados de nos amar, mas sempre conseguíamos estar juntos de uma maneira ou outra.
Dizem que quando o amor é verdadeiro não há barreiras.
Até que um dia aconteceu de nos descobrirem, e a melhor coisa pra mim era que minha amada estava grávida, mas para nossas famílias isso não era nada bom.
Eu estava disposto a criá-lo, ser um pai que eu sempre sonhei em ser. Mas novamente fui impedido. Meus pais na época me obrigaram a deixá-los. Eu tinha apenas duas opções, eu poderia criar meu filho junto com minha amada e ter uma linda família e ter a vida destruída por meu pai, ele tinha muita influência e continua tendo, eu jamais conseguiria sustentar uma família a cada porta que eu iria bater eu sabia que iria receber um não. Eu jamais conseguiria sustentar uma família. Eu fui fraco e acabei escolhendo minha segunda opção.
Essa opção era eu ir embora do país com minha família e ter uma vida nova longe de você, e foi o que eu fiz. Poucos dias depois, quando cheguei nos Estados Unidos fiquei sabendo por um amigo que os pais de Annelise tinha expulsado sua filha de casa e a deixado a Deus dará. E foi aí que eu caí na real. Eu passei e cuidar de sua mãe mesmo estando longe. Fazia questão de saber tudo o que estava acontecendo eu jamais deixei que ela ficasse desamparada.
Nove meses depois voltei ao Brasil com a desculpa de que tinha uma reunião muito importante, mas eu iria mesmo te ver meu filho, e quando cheguei naquele berço de hospital, você dormia pequenino. Quando te peguei no colo pela primeira vez eu senti que deveria lhe proteger como se fosse a última coisa que faria na vida e desde então eu o faço.
Lembra quando caiu de bicicleta na rua e se machucou, foi eu quem estava lá e te ajudei a levantar e te ensinei a pedalar e depois te levei para casa.
E também teve aquela vez no primeiro ano do ensino médio em que aqueles garotos estavam te perseguindo, foi eu quem cheguei e dei uma boa lição. Acho que ficaram roxos por umas boas semanas, mas ninguém mexe com meu menino.
Meu filho eu sempre estive por perto, mas devido algumas circunstancias que em breve você ficará sabendo, não podemos viver juntos como uma família.
Peço que nos perdoe filho, eramos muito jovens e facilmente influenciados, mas fizemos de tudo para deixá-lo em segurança. Em breve nos veremos meu filho e tudo ficará melhor.
Um abraço. Joaquim.
Quando termino de ler já estou em lágrimas, então é por isso que minha mãe não respondia quando perguntava de meu pai, e pensar que algumas vezes eu até cheguei a discutir com ela por não ter repostas.
Eles só estavam me protegendo. Mas do quê de fato?
Minha cabeça começa a girar, e começo a cair na real. O que eu minha vida está se tornando?
Estou em meio a duas guerras. Uma com um namorado e os amigos sendo perseguidos seja lá por quem, outra que mal entendi direito que foi capaz de deixar meu pai longe de mim por quase 18 ano.
Mas se te uma coisa me deixa feliz nisso tudo, é saber que eu tenho um pai. Um sorriso se forma em meus lábios até que sinto meu celular tocar.
Vejo que é o Maurício, atendo.
- Oi.
- Como você está?- ele pergunta.
- Estou bem, eu já estou voltando pra casa.
- Ótimo, estamos te esperando.- ele diz.
Nos despedimos e vou até meu quarto, pego minha antiga bolsa do colégio e coloco a caixa dentro, pego alguns documentos e umas peças de roupa.
Saio de casa e tranco a porta, quando chego no portão vejo que Miguel e Maurício me esperam encostados na lateral do carro.
- Eu disse que estávamos esperando.
- Tio, tava com saudade.- Diz Miguel pulando em meu colo.
- Eu também seu sapequinha.- começo a fazer cócegas nele.
- Para.- ele diz entre risos.
- Eu só vou parar porque senão você vai fazer xixi nas calças.- digo.
- Eca tio, eu já sou grandão.
- É sim é um homem bem grandão.- respondo enquanto Maurício abre a porta de trás para que eu coloque Miguel na cadeirinha.
Quando termino ele fecha a porta e me olha.
Aproveito e o beijo.
- Obrigado.- digo.
- Pelo quê?
- Por nada, só obrigado.
Ele sorri e me beija novamente.
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- Nossa isso é um tanto que diferente.- Maurício diz enquanto analisamos as outras cartas.
Isso depois de transarmos feito dois leões famintos.
- Pois é.- digo.- É muita coisa pra digerir.
- Que bom que você entende o lado deles, seus pais passaram um perrengue danado. Benjamim Vicente, esse nome me é familiar.
- Como assim?- pergunto.
- Eu já ouvi esse nome antes, só não me lembro quando nem onde.
Ficamos por mais alguns minutos lendo as cartas, algumas eram apenas memórias das vezes em que meu pai estava por perto e me via fazendo algo, eu me ajudava mesmo que indiretamente. Descobri que estudei na mesma escola que meus pais e que na verdade eu não era bolsista como eu pensava que fosse. Por diversas vezes fui discriminado por isso, mas na verdade não, eu jamais fui bolsista daquele colégio.
Acabo adormecendo, mas em certo momento da madrugada acordo com Maurício se levantando da cama e o vejo caminhando até o closet minha visão está um pouco embaçada mas ainda sim vejo sua silhueta ele abre uma gaveta e de la ele pega algo e fica olhando por um bom tempo.
Minha visão melhora mas ainda não consigo ver direito devido a poca luz, mas consigo ver que ele chora.
Penso em ir até ele mas meu corpo diz que não, a porta se abre e ele se assusta e guarda o que estava vendo na gaveta.
- tio Aithur, tio Aithur.- sinto Miguel me empurrando.
Viro de lado e o vejo de pé em minha frente.
- O que foi meu anjo?- pergunto.
- Eu tava com medo. Dexa eu mimi aqui?
- Sim, vem aqui.
Ele sobe encima da cama e deita no meio, Maurício também se aproxima da cama e se deita.
- Dorme garotão.- ele diz.- Eu to aqui, não precisa ter medo.
Sinto Steve pular na cama e se enrolar em meus pés, é claro como eu poderia esquecer de Steve.
Dormimos ali os 4 naquela cama.
Pessoal, me desculpem por passar esse longo periodo sem postar nada, é que eu quase perdi minha bolsa da faculdade então tive que me dedicar mais, mas tenho uma boa noticia tenho mais 20 capitulos prontos pra vcs tabom. amo vcs. bjs na bunda.