Friendship: um noivo de aluguel EP01 - PRÓLOGO

Eu tenho muita vontade de publicar um conto legal aqui. já tentei algumas vezes mas não deu certo. Sempre faltava motivação para escrever e principalmente uma história que eu gostasse de escrever. No entanto, surgiu uma ideia na minha cabeça que ganhou e está ganhando forma e eu decidi escrevê-la. Esse é apenas um capítulo teste, só para apresentar a história, por isso, é curto. Espero que possam me dar a opinião de vocês. desde já, obrigado pela leitura. E falando nela... vamos lá!

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31 DE DEZEMBRO, 2006, ESMERALDA, MINAS GERAIS (cidade fictícia)

23h55min

As pessoas estavam felizes, todas vestidas com cores alegres. Bebiam, riam, conversavam, outras dançavam. Os mais gulosos não saiam de perto da mesa de comida, mas afinal de contas, já era quase ano novo e todo mundo sempre enche o rabo de comida nas festas de final de ano mesmo. Eu não estava muito preocupado em beber, conversar ou dançar. A noite estava sendo boa, só queria achar o Anderson antes que a queima dos fogos começassem, mas ele tinha sumido. Meus tios, avós, até meus pais e a maioria dos primos estavam muito bêbados e felizes. Era a maior gritaria, todos querendo aproveitar os últimos minutos do ano.

- mamãe você viu meu amigo por ai, o Anderson? – falei alto perto do ouvido dela, pois o som e as pessoas tornavam quase impossível falar alguma coisa sem gritar.

- o som tá tocando, tá escutando não? – ela disse com a típica voz de bêbada

- EU DISSE O ANDERSON ,NÃO O SOM – gritei um pouco mais alto

- NÃO ABAIXA O SOM NÃO SEU CHATO, DEIXA O POVO DANÇAR! – disse ela gritando de volta e dando altas gargalhadas.

- eu desisto! - disse para mim mesmo enquanto saia e perguntava para os primos, mas aparentemente estavam todos bêbados e ninguém sabia. Faltavam 3 minutos para a virada e ele ainda não tinha aparecido.

Decidi procurar nos quartos da casa no andar de cima. Não tinha ninguém por ali, mas não custava nada procuarar. Escutava a bagunça do povo que estava lá fora, mas numa intensidade muito menor, até que comecei a escutar outra coisa. Gemidos.

Vinham do quarto da minha irmã. Quem seriam os safados? Ela não era, pois estava lá fora morta de bêbada. Fui me aproximando. Os gemidos eram fortes e comecei a escutar palavrões e estalos de beijo.

“cachorro... nossa que boca gostosa”

“tá gostando?”

“isso, me chupa gostoso seu viadinho”

“ahhhhh”

Era a voz do Anderson e do Vinicius, meu irmão. Meu coração pareceu parar de bater. Sentia frio e medo e uma profunda e esmagadora tristeza inundando meu corpo e destruindo cada órgão. Prendi a respiração. Dei mais alguns passos. A porta do quarto estava entreaberta. Com muito cuidado a empurrei, e o que eu vi dilacerou meu coração. Vinicius estava ajoelhado no chão enquanto chupava Anderson, que estava sem camisa e com a cueca e as calças arreadas aos pés e meu irmão pelado. Ele estava de olhos fechados e gemia, segurava a cabeça do meu irmão e puxava seus cabelos. Vinicius parou de chupar e começou a subir dando beijos na barriga até chegar à boca e então iniciar um beijo enquanto rebolava em cima dele. Era horrível e nojento. Meu irmão e meu namorado. Traição dupla.

- QUE PORRA É ESSA? – gritei o quanto pude. As lagrimas já desciam como uma queda de cachoeira pelo meu rosto sem que eu precisasse fazer nenhum esforço.

Eles se assustaram e Anderson empurrou meu irmão, que quase caiu da cama. O cretino se levantou desesperado, tentando vestir as calças, e meu irmão continuava lá, deitado. Se cobriu com um lençol e um sorriso se fez desenhar em seu rosto.

- Jota não é nada disso que você está pensando, eu..eu achei que ele era...

- CALA A BOCA SEU FILHO DA PUTA!

Vinicius deu risada.

- por que você fez isso? – perguntei chorando.

Ele deu outro sorriso.

- Feliz ano novo irmãozinho!

Uma explosão deu inicio à queima de fogos que se sucedeu de várias outras explosões que coloriam o céu iluminando a noite, o novo ano que chegava e o quarto. Iluminava aquela cena nojenta e mórbida enquanto todo meu coração jovem e apaixonado mergulhava na escuridão.

- SEU DESGRAÇADO EU VOU TE MATAR! – gritei e parti pra cima dele. Anderson tentou impedir, mas o babaca estava tropeçando na própria calça. Com um empurrão ele foi parar no chão e eu me atraquei em cima do Vinicius começando a desferir seguidos socos no rosto dele com toda minha raiva.

- SEU DESGRAÇADO DE MERDAAA COMO PÔDE FICAR COM MEU NAMORADO DESSE JEITO EU VOU TE MATAR SEU MERDAAA

Ele não tentava revidar, apenas se defendia. Eu gritava, cuspia e o esmurrava. As explosões dos fogos abafavam qualquer barulho que denunciasse uma briga, e o bando de bebum que estavam lá fora não paravam de gritar.

- EU VOU MATAR VOCÊ

Então, senti Anderson me agarrando por trás e me imobilizando, enquanto me tirava de cima do cretino do meu irmão.

- Para Jota, para, por favor!

- ME SOLTA SEU VIADO DE MERDA NÃO ME CHAMA DE JOTA EU MORRI PRA VOCÊ SEU BOSTA

- para, eu só vou soltar se você parar!

- ME SOLTA, ME SOLTAA.. –consegui me desvencilhar e dei um soco na boca dele, que foi de encontro ao chão. – EU NÃO VOU MAIS TOCAR EM NENHUM DE VOCÊS, NÃO VOU MAIS SUJAR MINHAS MÃOS SEUS NOJENTOS.

Vinicius estava com muitos cortes na cara. Um olho muito inchado e os lábios cortados. A cara dele era um mar de sangue e o desgraçado ainda assim, todo lascado, ainda me afrontou com um sorriso. O desgraçado do meu EX namorado, pois agora era ex, estava sentado no chão, limpando o sangue da boca com os olhos arregalados e assustado.

- O ano começou agitado, não é irmão? – disse Vinicius mais uma vez sorrindo, enquanto tentava conter o sangue que saia da cara com os lençóis da cama.

Senti nojo. Meu estomago embrulhou e toda a janta veio goela abaixo. A decepção tinha gosto de escondidinho de frango e rabanada e estava sujando todo o tapete do quarto da minha irmã. A merda dos fogos de artificio não paravam de explodir nunca. A pior virada de ano da minha vida.