Igor, seu idiota. IX
* Narrado por Igor *
Como a vida é engraçada, né? Eu, nunca pensei que estaria com um homem, mas olha agora? Gabriel, é tão importante para mim... Conheci ele em menos de uma semana, e já conseguiu entrar na minha vida, deixando tudo da ponta a cabeça. Bom vou contar a história para vocês. No Domingo passado, eu estava comprando maçãs para minha mãe, comprei, e fui embora. Quando cheguei em casa minha mãe pediu para eu passear com meu bebê, o Dylan. Quem me conhece sabe, eu tenho um amor incondicional por cachorros, eles em fazem tão bem... Mas continuando, eu peguei o Dylan, e sai do apartamento. Quando cheguei no portão do condômino, percebi que meu tênis estava desamarrado.
Eu: Espera aí Dylan, deixa eu arrumar meu tênis. - Disse falando com o cão.
Pisei sobre o guia da coleira dele, e fui amarrar meu tênis. Mas ele foi esperto, e saiu correndo.
Eu: Filho da mãe.
Terminei de amarrar meu tênis, e fui atrás dele. Ele estava indo a caminho do mercado. Virei a rua, e encontrei com a Jade e com um garoto.
Eu gritei: Ei, segura meu cachorro.
O menino saiu correndo, quem corre de cachorro, mano ? Dylan pulou nele, ambos caíram.
Jade estava com ele quando eu o alcancei. Eu estava rindo muito, olhei para ele e perguntei.
Eu: Desculpa mano, mas por que você correu ?
Ainda não tinha visto o rosto dele, ele levantou a cabeça e me olhou. E cara, ele tinha algo. Não foi amor a primeira vista, não acredito nisso, mas foi uma conexão que me prendia aos olhos dele...
E foi assim que eu o conheci, depois de vários e vários dramas, pedi ele em namoro. Entretanto, um garoto chamado Lucas flagrou o momento, e eu juro que se eu visse ele eu matava, mas Gabriel é da paz, e fica protegendo ele. Lucas e eu éramos melhores amigos, éramos como irmãos, já que ele é filho do amigo mais próximo do meu pai. Eu sei tudo dele, até quando, onde e como, ele deu o primeiro beijo. Mas depois de umas desavenças, ele se virou contra mim, e desde então só temos rixa. Infelizmente Lucas me conhece bem, e sabe quando eu me importo/gosto de alguém. Por isso ele desconta tanto no Gabriel, apesar de que, como o Gabriel menospreza ele, faz com que ele fique mais furioso. Mas enfim, é aqui que a história começa, quando Lucas mandou uma foto para me pai...
Estava deitado jogando vídeo game, quando meu pai me chama para a sala. Eu estranhei, por que ele não falava no meu quarto? Cheguei na sala, ele estava sentado no sofá com o notebook pessoal dele.
Eu: Senhor?
Pai: Posso saber o que representa isso ?
Eu olhei a foto, era eu e Gabriel. Porém, não dava para ver que era ele.
Eu: Pai...
Pai: FALA IGOR, O QUE REPRESENTA ISSO ? - Gritou.
Eu: Estou namorando um garoto.
Pai: Como isso? Até ontem você só pegava mulher.
Eu: Pai, você não entende.
Pai: Não mesmo, e nem quero entender.
Eu: O que isso quer dizer ?
Pai: Você vai terminar essa loucura que está fazendo, e vai voltar a andar na linha.
Eu: Pai, eu respeito suas decisões. Mas é a minha vida, eu não vou terminar.
Pai: Tem certeza?
Eu: Não há dúvidas.
Tanto eu, quanto meu pai já choravamos. Eu de medo, ele de raiva.
Pai: Eu não admito isso, já te mimei demais garoto, engoli muito sapo, mas isso eu não aceito.
Eu: Você não precisa aceitar o que eu sou, só repente.
Pai: Não é o que você é, é o que você se tornou.
Eu: O QUE EU SOU. - GRITEI.
Pai: Você está ficando louco.
Fiquei com raiva.
Eu: Lamento! Eu não sou o Igor perfeito que você sempre sonhou, mas eu não posso continuar pedido desculpas por isso, pai. Me respeite pelo o que eu sou, ou me esqueça.
Pai: Não vou ter um filho gay.
Eu: Então pai, você não tem mais um filho. - Disse me virando em direção ao meu quarto.
Conversei um pouco com Gabriel, e quando ouvi meu pai griantando na sala, decidi dormir. Acordei 00h30mim, a casa estava escura. No calor do momento pensei, Ele não me quer aqui. Peguei uma bolsa e coloquei as primeiras roupas que eu vi. Me troquei, e sai do quarto. Passei pela sala escura, e sai de casa. Fiquei no saguão durante um tempo, e liguei para Gabriel. Ele desceu com um pijama, e um moletom.
Expliquei tudo para ele, e ele decidiu vir atrás de mim, eu não podia controlar ele, mas eu ia de qualquer jeito. Saímos do condomínio, Jade me ligava, mas eu deixei no silencioso e ignorei. Estávamos andando, eu estava menosprezando Gabriel, queria fazer ele voltar para o condômino, ele não era obrigado a passar por isso. Viramos uma rua e Gabriel já viu um cachorro de longe. O medo dele fez com que ele corresse, ele tropeçou e bateu a cabeça. Desmaiou. Corri até ele, espantei o cachorro, e tentei ajudar ele.
Eu: Gabriel, acorda. Gabriel, não faz isso comigo. - Já estava chorando.
Percebi que ele tinha cortado a cabeça, estava sagrando.
Peguei meu celular e haviam várias ligações do meu pai, eu não tinha percebido. Retornei para ele.
Pai: Filho ??? Por favor volta para casa. Eu te amo filho, só está sendo difícil para mim. Mesmo que eu não aceite, de jeito algum eu vou te abandonar. Você é meu primogênito, meu orgulho, e nada vai me fazer deixar de te amar.
Eu: Pai, depois nós conversamos sobre isso. Preciso de ajuda.
Pai: Se machucou ???
Eu: Meu namorado.
Meu pai ficou em silêncio.
Pai: O que houve ? - Disse seco.
Eu: Ele tentou me impedir de fugir de casa, disse que o senhor me amava, e que estava sendo só uma fase de aceitação. Um cachorro pulou nele, ele caiu e bateu a cabeça.
Pai: Se ele tentou te impedir, ele mora aqui no condomínio ?
Eu: É o Gabriel.
Silêncio de novo.
Pai: Vou chamar a ambulância, qual o endereço?.
Passei o endereço e em menos de 20 minutos a ambulância parou perto de nós.
Eu já estava chorando de mais. Falaram que eu podia subir na ambulância e eu fui com eles, os pais deles já esperavam no hospital que o Gabriel tinha Plano de saúde. E em todo o momento só conseguia pensar A culpa é minha. Fui chorando o caminho inteiro, e quando cheguei no hospital, os pais deles estavam lá, junto dos meus.
Minha mãe me abraçou.
Eu: É culpa minha mãe, se eu não tivesse fugido, ele não teria vindo atrás.
Mãe: Não é hora de pensar nisso agora, temos algo maior para nos preocuparmos.
Jade e Will chegaram no hosopital, havia os avisado quando eles perguntaram como eu estava. Não pedi para virem, mas vieram. Nos afastamos dos adultos e fomos para a praça de alimentação, precisava beber algo.
Jade: Cama amigo, ele vai ficar bem.
Eu: A culpa disso é minha.
Will: Claro que não, você disse que não pediu para ele vir atrás de você.
Eu: Mas...
Will: Para de se culpar, não vai adiantar.
Voltamos para a recepção, e depois de 5 minutos um doutor apareceu.
Doutor: Acompanhantes de Gabriel Campos.
Se aproximando.
Mãe dele: Somos nós doutor.
Doutor: Bom, podem ficarem calmos. O paciente passa bem, e já está acordado. O corte não foi tão profundo, não precisou de ponto. Só tem um problema...
Pai dele: Qual doutor ?
Doutor: O impacto com o chão foi muito forte, precisa ficar de observação durante um tempo.
Ouvir aquilo me deu um alívio imenso, ele estava vivo.
Eu: E as visitas ?
Pai: Igor !!!
Minha sogrinha me defendeu.
Clara: Senhor Eduardo, não tem problema. Eles querem se ver mesmo.
Doutor: Por enquanto, apenas os pais podem visitar. E como ele ainda não foi para o quarto, serão somente 15 minutos. Ele passará 24h de observação.
Os pais dele me olharam.
Eu: Vocês são os Pais, podem ir. Vou para casa que estou cansando.
Abracei meus sogros, e sai junto de Jade, Will, e meus pais.
Eles deixaram William em sua casa, e partimos para nosso condômino. Já eram 4h da manhã, subimos, nos despedimos de Jade e entramos em casa.
Pai: Vamos conversar.
Eu: Pai, amanhã tenho aula. - Disse tirando minha bolsa. - não pode esperar até amanhã para me julgar ?
Pai: Não vou fazer isso.
Sentamos no sofá, meu pai contou a história de como ele cresceu, e que sempre foi ensinado que a Homossexualidade era errada. Contei desde que conheci o Gabriel, como foi e o que eu sentia. Entramos em consenso, ele ainda via como errado, mas se me fazia feliz ele aceitava e respeitava.
Pai: Pode faltar amanhã filho, você deve estar cansado.
Eu: Obrigado pai, te amo.
O abracei e fui para meu quarto.
Peguei meu celular e havia algumas mensagens do Gabriel
* Narrado por Gabriel *
Acordei em um lugar branco, estava com a cabeça enfaixada, e com muita dor. Supus ser o hospital, já que tinha uns enfermeiros no quarto. Um saiu atrás do doutor que me observou e saiu.
Comecei a falar com um enfermeiro, muito gato por sinal.
Eu: O que houve?
- Você bateu a cabeça.
Eu: Ah, sim. Eu acho que eu lembro.
Lembrava de tudo, tinha corrido do cachorro.
Eu: Mas eu estou bem, é só uma dorzinha.
- Você tem que ficar de observação.
Eu: Aí aí, tudo bem.
- Também, onde já se viu sair há essa hora ?
Eu: Você não parece tão velho, deve fazer essas atitudes sem pensar.
- Nada a declarar.
Nós rimos, ele deve estar fazendo estágio.
Eu: Tem quantos anos?
- 20.
Eu: Ah, nem é tão velho.
- Ainda bem. - Disse rindo.
Ele se chamava Fernando, dava para ver no avental.
Meus pais chegaram, e o Fernando saiu.
Mãe: VOCÊ PODIA TER MORRIDO. - A primeira coisa que ela me falou.
Eu: Começou.
Pai: Ela está certa.
Eu: Eu sei, por isso tô quieto.
Começamos a conversar, minha mãe estava se acalmando. A super proteção dela que estava chata.
Eles me beijaram e foram para nosso apartamento. Lembrei do Igor, em nenhum momento me falaram dele.
Eu - Amor? Você está bem ??
Igor - Você que está machucado, e me pergunta se está bem ?
Eu - É que você está se passando pelo processo de se assumir...
Igor - Quanto a isso ? Resolvido.
Eu - Como assim ?
Igor - Meu pai acha errado, mas aceita e respeita nosso relacionamento.
Eu - FAAAAALEI, FOI COISA DE MOMENTO.
Igor - Mas doeu do mesmo jeito.
Eu - E sua mãe?
Igor - Se mantém neutra.
Eu - Aaaah, tô feliz.
Igor - E eu ? Mas ainda temos que pensar o que vamos fazer com o Lucas.
Eu - Nada, deixa aquele babaca para lá, ele quer atenção.
Igor - E vai ter.
Eu - Da minha parte não, e se ele fizer algo contra mim, você não vai fazer nada.
Igor - Não prometo.
Eu - Mas é bom se segurar.
Igor - Tá, não quero brigar.
Eu - Vou dormir lindo, até amanhã.
Igor - Até amor.
Deitei e dormi igual uma pedra, acordei apenas 12:30, escovei os dentes e voltei para o quarto, Fernando estava lá
Fernando: Está com fome ? É o horário do almoço.
Eu: Boy, eu acabei de acordar. Quero café da manhã.
Fernando: Se você tivesse acordado mais cedo.
Eu: É difícil.
Disse me levantando.
Fernando: Preguiçoso. - Disse fazendo nós dois rirmos.
De repente Igor entra e observa eu e o Fernando, nem preciso dizer que o ciúmes bateu, né?
Fernando: Bom, vou deixar vocês a sós. Qualquer coisa me chamem.
Eu: Tudo bem, Fê. - Provoquei.
Fernando saiu, e deixou nós a sóis
Igor: Fê, como vai sua amizade com o Fê.
Eu: Boa, e deixa de ciúmes.
Igor: Sem comentários.
Eu: Para de drama. - Disse o puxando para um beijo.
Igor apertou minha bunda.
Igor: Você é meu e não divido.
Eu: Que lindo.
Igor: Tenho uma coisa para te dar.
Eu: Comida? Quero.
Ele tirou uma caixa da bolsa.
Igor: Não sei se você vai gostar, mas acho que já posso te dar.
Eu abri, tinha uma caixa de aliança, algumas poucas fotos que tínhamos, um pequeno urso de pelúcia, e uma carta escrita: Namora comigo ?.
Eu: Mano... Te amo na moral.
Igor: Você não me respondeu.
Eu: Eu já namoro, né.
Igor: Comigo.
Coloquei a aliança nele, e ele em mim.
Igor: Ponto, agora quero ver o Fê dar em cima de você.
Rimos.
Alguém ligou para Igor.
Igor: É a Jade.
Igor atendeu no viva voz.
Jade: Igor, tenha calma... O Lucas passou dos limites
Continua....
Pessoal, comentem !!! E desculpa eu atrasar o conto, mas essa semana caiu em cima de mim como uma bomba, talvez eu atrase o próximo também.
Repondo os comentários no outro conto.
S2