O Menino Do Blue Hair Cap.3

Thiago me olhou e eu para ele. Nos levantamos e seguimos para a direção da porta. Um garoto gritou lá do fundo, um tal de Hugo.

Hugo: Se ferrou bixa.

Eu: Falou comigo?

Hugo: Sim aberração.

Aquilo doeu, mas já havia me acostumado.

Eu: Mesmo assim sou mais bonito que você.

Hugo: É ? nem ligo, prefiro ser feio e normal.

Eu: Cala a boca, todos já perceberam que você tem inveja.

Professor: Os dois, chega, você foi chamado, pode ir Gustavo.

Hugo: Vai voltar para o circo?

Fui responder mais uma vez, mas não deu tempo, Thiago correu até ele e gritou.

Thiago: Fala mais alguma coisas dessas, que eu dou um soco tão forte na sua cara, que você nunca mais vai falar nada.

Hugo: Ele é uma Aberração.

Thiago de um soco tão forte na cara dele, que cortou seu lábio, e seu nariz começou a sangrar.

Thiago: DIZ ISSO DE NOVO, SEU MERDA.

Professor: CHEGA! OS TRÊS JÁ PARA FORA.

E assim nós três, junto com a moça fomos para a direção. Descemos entre os laboratórios e chegamos no mesmo local onde eu havia pedido informações. Ela ficou de frente para uma porta.

- Esperem Aqui.

Bateu e entrou.

Thiago sussurrou no meu ouvido: Não seja legal com ele, e não acredite nas conversas.

Eu não entendi nada.

Hugo: Provavelmente vai sair impune.

Thiago: Ou você cala a boca, ou eu termino o serviço.

A mulher voltou e disse para Hugo.

- Venha comigo. A enfermeira está a sua espera.

E se virou para nós.

- Enquanto a Vocês, podem entrar.

Engoli em seco, aquilo tudo estava me deixando tenso. Entramos, parecia um grande escritório, mas era só a sala do diretor, haviam quadros de diretores passados na parede, atrás da mesa do diretor, tinha um sofá branco ao lado da sala, e um grande tapete com o símbolo da escola.

Diretor: Sentem-se. - Disse apontando para as cadeiras a frente de sua mesa.

Olhei para Thiago, ele não estava com medo, parecia que nem se importava. Se sentamos, eu com postura, já Thiago ficou largado, achei aquilo tudo estranho. Então reparei um quadro em sua mesa, tinha três pessoas, uma linda mulher que aparentava 34 anos, o diretor que não mudava nada com o diretor que estava me olhando, e no meio deles Thiago. Acabei esquecendo que estava na sala do diretor e acabei falando alto de mais.

Eu: Thiago, Você é filho do diretor???

Thiago: Infelizmente, sim.

Diretor: Filho, sente-se direito.

Thiago se arrumou de má vontade.

Thiago: Por que nos chamo ?

Diretor: Aceitam algo ? Água ou chá ?

Eu: Não senhor, Obrigado.

Thiago: Para de enrolar.

Diretor: Bom, Tem uma coisa que não me agradou muito. - Disse pegando um iPad. - Você sabe que eu não tenho nada contra sua sexualidade, mas as regras dizem, proibido qualquer relação afetiva, nos limites do colégio, e você vai lá e quebra a regra?

Thiago: Mas as regras dizem - Disse com uma voz debochada. - Deus fez a regra de amar as pessoas, e você não ama nem seu próprio filho, logo, está quebrando uma regra.

Diretor: THIAGO, você sabe muito bem que eu te amo.

Thiago: Claro, você sempre brincou comigo, você viu eu andar pela primeira vez, você ouviu as minhas primeiras palavras, ops, esqueci que contratou empregados para isso.

Diretor: Você sabe muito bem ,que fiz isso para poder dar tudo do bom e do melhor para você.

Thiago: Claro, esqueci que amor não é algo Do bom e do melhor para você.

Diretor: Amor não enche barriga. Dinheiro sim!

Thiago se levantou, pegou sua carteira, retirou uma nota de 100 e disse conforme rasgava.

Thiago: Isso é um pedaço de papel, as pessoas acham que isso é importante, mas não vale o que as pessoas faz por ele. - E jogou na cara do diretor.

Diretor: Não começa Thiago.

Thiago: Quer mais alguma coisa, senhor?

Diretor: Que você me chame de Pai.

Thiago: Isso eu não vou conseguir nunca!

E se virou.

Thiago: Vamos Guto.

Eu: Posso ir senhor?

Diretor: Sim, Foi bom conhecer meu genro, até mais Gustavo.

Eu: Não sou seu genro, mas até.

Me levantei e saí junto com Thiago. Ele chorava e eu não sabia o que fazer.

Eu: Não chore.

Thiago: Odeio ele.

Eu: Ele é seu pai Thiago.

Thiago: Preferia que não fosse.

Eu: Quer ir para a sala, ou prefere conversar?

Thiago: Vem aqui.

Demos a volta no colégio e saímos no jardim, o portão para a rua estava fechado, então não sabia onde nós iríamos. Ele me puxou entre algumas árvores, e chegamos em uma árvore a beira de um lago cristalino, era lindo.

Eu: Que lindo Thiago.

Thiago: Eu vinha aqui com meu avô, quando ele era diretor da escola, sabe o colégio foi passando de geração por geração da minha família. Eu sempre gostava de vir aqui, quando precisava ficar um tempo sozinho, desabafei muito com essa árvore e sempre fez eu me sentir bem, meu avô dizia que costumava trazer meu pai aqui, porém ele nunca aproveitou isso aqui, mesmo quando criança ele tinha a ambição de ser o mais rico do mundo, e esse é um dos motivos que eu odeio ele, apenas pessoas da família vem aqui, mas poucos aproveitam o que esse lugar tem oferecer.

Eu: Thiago eu não sou da sua família.

Thiago: Mas é alguém muito especial para mim, e meu avô dizia que qualquer coisa que você precisar desabafar, esse lugar vai ter ouvir como um amigo de muitos anos.

Eu: Claro, então você trás vários amigos seus aqui? Para quando precisarem desabafar, saber onde é o melhor lugar?

Thiago: Você é a primeira pessoa, na qual senti que realmente poderia conhecer esse lugar.

Eu: Me sinto honrado.

Thiago: Bobo.

Eu: Esse lugar passa uma sensação de paz.

Thiago: Meu avô sempre me disse que esse é um lugar mágico, se seu coração for puro, ele vai atender as suas preces, mesmo que demore um pouco, só você saber pedir.

Eu: Você deve gostar muito de seu avô.

Thiago: Amava, eu considerava ele como um pai, aliás eu chamava ele de pai, só parei porque ele me pediu.

Eu: Um dia quero conhecer ele.

Thiago: Infelizmente ele...

Eu: Ele?

Thiago: Faleceu.

Eu me assustei.

Eu: Desculpe.

Thiago chorava e eu o abracei.

Thiago: A única pessoa que me amava,se foi, e eu não consegui fazer nada.

Eu: Calma.

Thiago: Aquele dia meu pai morreu para mim, ele preferiu ir e uma viagem para conhecer novos professores estrangeiros, do que ir no enterro do próprio pai.

Aquilo me cortava o coração, conversamos mais um pouco e escutamos o sinal tocar.

Eu: Vamos?

Thiago: Me promete uma coisa?

Eu: O que?

Thiago: Isso vira um segredo nosso.

Eu: Tudo Bem.

Saímos dali, e Thiago melhorou bastante, aquele garoto mexia demais comigo, só não entendia o porque e nem como.

Oee gente, Pela Demora, Tem Capítulo Duplo :) Espero que curtam.

Bjs amos vocês =3