SURPRESAS DO CORAÇÃO - PARTE XV

Um conto erótico de Grey
Categoria: Homossexual
Contém 1995 palavras
Data: 23/06/2016 00:01:28

XV

- Hoje é sexta-feira! – Exclama o grandão sem se importar com os demais ao entrar no camarote. Ele esbanjava alegria. O grandão usava bermuda esverdeada da Nike, opção não aleatória, mas rigorosamente escolhida porque não era pesada, era leve, o que a tornava adequada para ocasião. Quanto à camisa optou por uma gola pólo branca que valorizava os bíceps fartos.

Por minha vez, o grandão escolheu minha roupa. Também usava bermuda alinhada à eleição de Mauricio para noite, contudo, uma distinção: minha bermuda não era esverdeada, era azul fraco com detalhes no bolso, a camisa era Calvin Klein apertado no peito. Como eu, não tão quanto ao grandão, tinha o corpo malhado Mauricio argumentou que seria bacana ostentar de vez em quando. Entrei na dele.

- Tudo isso por causa do Safadão? - Questionei o grandão.

- Também, mas não só por isso. Minha alegria é porque vamos curtir muito essa noite, e no fim da noite eu irei te comer gostoso. – Falou baixinho no meu ouvido a parte de me comer gostoso.

O efeito da declaração de Mauricio fez meu pau dá sinal.

No espaço havia um numero razoável de pessoas, na nave do show gente para todos os lados, lotado, o que comprovava o fenômeno que tinha se tornado Wesley Safadão. O camarote ficava de frente para o palco.

- Tô a fim de vodca, Caio. Hoje vou beber todas. – Deu a noticia já indo à busca da bebida. Sumiu em meio ao povo , que cantavam, dançavam, outros falavam alto concorrendo com a banda que estava no palco comprometido na função de abrir o show de Wesley Safadão. Fiquei próximo a uma mesa de merchandising da Skol tomando água com gás.

Neste ínterim que Mauricio saiu atrás de vodca explosões de fogos de artifícios, fumaças, flash de luz anunciava que o então astro, Wesley Safadão entraria no palco cuja entrada triunfal evidenciou o quanto era de primeira a estrutura e a equipe do forrozeiro.

Ao terem ciência que aquela era a introdução da entrada do cantor o povo foi ao delírio, assobios, gritarias, histerias de todo os tipos e natureza acontecia numa naturalidade típicas destes eventos. Ele entrou no palco e neste instante apenas sentir ás mão de Mauricio repousarem sobre os meus ombros e me arrastarem furando a massa no fim de priveliagamente ficar na frente do povo que do nada se aglomerou.

Por isso, comigo mesmo reclamei de qual o proveito de termos optado pelo camarote se não havia vantagem nenhuma em relação aos que estava na nave do show? De vantagem apenas conseguia ver a bebida incluso no pacote. Cheguei ao cumulo de comparar com os camarotes disponibilizados em Minas Gerias, cheguei à conclusão que estava faltando organização.

Enfim, conseguimos abrir caminho em meio a tanta gente que surgiu de repente, pois antes de Wesley entrar tinha um quorum razoável, porem nada se comparava do momento em que ele adentrou no palco.

- Oi Mauricio.

Encontramos no dito local que Mauricio queria estar, porque proporcionava acompanhar o cantor, ninguém menos que a moça que flagrei tendo os seus mamados por Mauricio.

Fiquei apreensivo, mas, por obvio não dei demonstração.

- Oi Janaina. - Respondeu ao cumprimento dela educadamente abaixando a cabeça para falar no ouvido dela já que o som era muito alto. Portanto ele se aproximou dela.

- Então, o nome da loira é Janaina. - repetir para mim mesmo em volume baixo. Depois, revirei os olhos e me concentrei na multidão que loucamente acompanhava as musicas, sabiam a letra decorada, deliravam cantando juntamente com o Safadão.

- Esse aqui é o Caio, - Trouxe-me pelos braços a fim executar a apresentação. E completou informando. – É o Engenheiro que tá comandando a construção da estrada de Mariana. – Gritando, pois se assim não agisse Janaina não escutaria por causa da zuada do local.

- Já vi você. – Disse Janaina sem adentrar nas circunstancias em que ela tinha me visto. Também falava alto concorrendo com a zoada da festa. – Muito prazer Doutor Caio.

- Todo meu o prazer Janaina.

De onde ela tirou a idéia do Doutor, eu não sei. Se não fosse inconveniência teria explicado, doutor é um título, assim só quem pode ser designado, e o pode ostentar, portanto, o titulo de doutor é quem fez doutorando. Eu não sou doutor, porque ainda não fiz o doutorado. Deixei passar.

Depois da minha analise interna, de caso pensado a inteirei.

- Os amigos de Mauricio são meus amigos também.

Escolhi bem as palavras na intenção de sedimentar estrita relação de amizade entre eles, assim evitar qualquer margem para eventual segunda intenções da parte dela.

- Amizade? Não definiria como amizade as nossas peripécias, se é que o Engenheiro me entende.

Insinuou-se completamente para Mauricio. Um embucho de raiva alojou-se na minha garganta por não poder esclarecer as coisas á Janaína. Caso as circunstancias autorizassem certamente faria entender que aquele homem de um metro e noventa, cabelos cortados estilo militar, moreno claro e usando cavanhaque era meu homem, meu homem. Porém, como não poderia definir as coisas, engoli em seco fuzilando com os olhos Mauricio.

Janaina se atracou ao corpo de Mauricio. Esfregou-se nele. O jeito fui eu aproveitar para exercitar a paciência.

- Mauricio vir pro show com mais duas amigas. Se quiser posso ajeitar o meio de campo pro Engenheiro. Tenho certeza que uma das minhas amigas vai adorar terminar á noite com o teu amigo.

Mauricio tirou a mão dela entorno de sua cintura. Fitou-me e reparou que não estava conseguindo segurar a situação, apesar de estar fazendo das tripas coração para agüentar. Diante do meu olhar desconfortável ele embocou a vodca toda na boca e a tomou numa lapada. – Depois foi impossível não fazer cara feia dada à intensidade da vodca.

Ela vira atenção para mim.

- Topa ficar com umas das minhas amigas? – Quis saber.

- Porque não? – Retruquei entrando na farsa já que não tinha como deixar claro que eu e Mauricio estávamos juntos nos conhecendo melhor.

- O nome delas é Bia e Solange. – Disse comprometida em me ajudar.

Janaina retornou a colar o corpo no de Mauricio no tempo que conversava comigo.

- Como elas são?

- O que? – Ela não escutou devido o volume do som.

Eu repetir:

- Como elas são?

Janaina jogou o braço entorno do pescoço de Mauricio e levou o ouvido próximo a minha boca para compreender o que eu lhe perguntava.

Novamente perguntei.

- Como elas são?

Agora ela compreendeu.

Eu estava ao lado direito de Mauricio, enquanto ela do lado esquerdo. Ou seja, Mauricio estava no meio, porém isso mudou na feita que Janaina levou o ouvido próximo a minha boca no propósito de compreender o que lhe perguntava. Na nova posição ela ficou na frente de Mauricio com o braço entorno do pescoço dele dialogando comigo.

- São lindas, muito lindas. Tenho certeza que tu vai gostar. – Afirmou exalando confiança.

- Humm... Tenho bom gosto para mulher. – Asseverei passando a idéia que realmente estaria com interesse.

- Mas tem que ser. – Janaina concordou comigo quase gritando no meu ouvido por causa do som.

Durante o tempo que conversávamos Mauricio calou. A atenção ficou depositada por inteiro no show. Ou tentou.

- A Solange é mais bonita que a Bia. – Observou Janaina.

- Espero que ela goste de moreno. – Brinquei.

- Tenho certeza que sim. Ela ama homem malhado e alto.

- Tenho um metro e setenta e cinco. – Confessei dando tudo de mim para ser civilizado.

- Perfeito. – Janaina respondeu sondando a postura de Mauricio. E se aproximando dele.

À medida que Janaina conversava comigo ela se aproxima mais e mais do corpo de Mauricio.

- Elas tão pra aparecer. E quando elas aparecerem farei a apresentação. Enquanto elas não aparecem aproveita e vamos curtir o show.

Voltou à atenção ao show. Ousada, além de tá frente de Mauricio - meu lugar vale ser ressaltado – ela pegou as mãos de Mauricio e colocou entorno de sua cintura. Colou no corpo dele. Encaixou a bunda dela na região da genitália dele.

Com certeza o pau dele já despertou. Logo Maurício que é taradinho. Fui feito refém destes tipos de pensamentos obsessivos.

Janaina estava investindo em Mauricio furiosamente. Ela estava decida terminar á noite possibilitando uma trepada daquelas, inesquecível cuja intenção era visgar o coração de Mauricio. Janaína estava completamente apaixonada por ele. E no fundo eu a entendia, por mais que fosse duro ver aquela cena, entendia a ousadia de Janaína. A moça estava somente lutando pela sua felicidade, para tal finalidade utilizava as armas que dispunha, sem medo.

Ela não objetiva me afrontar, na verdade isso era a ultima cosa que lhe passava pela cabeça. Então, não podia persistir a raiva que queria prevalecer no meu coração tendo ela como objeto. A culpa não era dela. A culpa era das circunstancias, das convenções sociais que não aceitam o relacionamento entre dois homens. Manifestar carinho em publico? Nem pensar. Janaina não tinha nenhuma culpa, aliás, era estava fazendo a parte dela... tão somente.

Ele olhou por cima dos ombros em minha direção. Ela não reparou já que estava compenetrada no show.

Para minha surpresa Mauricio se desvencilhou dela.

Não pretendo constrangê-lo, longe de mim tal coisa; decidi arrumar um pretexto para abandonar o lugar, pois era demais. No mais, poderia estar de alguma forma intimidando o grandão. Ora, ele sempre foi heterossexual, sei lá... Pode ser que o que até agora o que vivemos não significou nada e opte por Janaina e minha presença cercea o seu desejo e conseqüentemente não permite que a decisão de ficar ou não ficar com Janaina não aflore.

Cabia a ele decidi sem pressão. E a minha presença o pressionava de certa sentido.

- Gran... – Quase o chamava pelo seu apelido. Mas rápido concertei. – quer dizer, Mauricio, eu vou atrás de uma bebida pra gente.

- Traga vodca.

- E tu Janaina?

A essa altura ela estava do lado dele.

- Vodca também.

Mauricio me fuzilou com olhos. Era claro a mensagem “não me deixa sozinho com essa mulher”. Mesmo decodificando a mensagem, ainda persistir no plano de deixá-los, caberia a ele decidi entre nós dois.

- já volto.

Vinte minutos depois.

Rasgando o aglomerado de gente alucinado: dançando, pulando, bebendo sem importarem com nada, sem pensarem no amanhã me deparo com uma cena que foi uma facada no coração cujo efeito foi à bebida cair da minha mão, porque perdi o tato: Mauricio e Janaina aos beijos embalados por Wesley Safadão.

Uma dor forte, daquela bem doida, atravessou meu coração, revirou minha alma. Respirei fundo, tomei o controle sobre minhas emoções, porque não poderia chorar ali, seria um total vexame um homem de o meu tamanho chorar.

Recobrei as minhas forças, não sei de onde tirei, sei que as recobrei e tratei de abandonar aquele lugar.

Tudo foi muito rápido.

Ainda adjacente ao espaço, que era o parque de exposição de Pinheiro, atrás de uns carros estacionados, indubitavelmente os donos estavam no show do Safadão, agachei-me e extravasei a dor que segurei lá no camarote, mas que agora furiosa rompia os grilhões que impus para evitar vexação. De tão furiosa parecia que queria violentar minha garganta, dilacerar meu coração tal era a dor, á angustia.

Chorei. Chorei. Chorei. Muito.

Aumentava mais a angustia que parecia que estava sendo fatiado em pedaços meu coração, era uma dor que cortava, sufocava meu peito principalmente da parte que lembrei que, o beijo era a comprovação que ele havia optado por ela, logo o que vivemos não significou nada.

O plano de deixá-lo, por crer que a minha presença o intimidava a tomar a sua decisão, de fato, foi à melhor opção. Eu estava certo.

O que fazer? Esperá-lo ou dá um jeito de ir embora? Definitivamente esperá-lo não era um a boa idéia, eu não queria vê-lo, não queria tamanha era à dor.

Assim sendo, procurei a rodoviária de Pinheiro. Não havia ônibus para Mariana naquele horário- duas horas e trinta minutos da madrugada- eu olhei no visor do celular.

- Há taxis. – Informou um senhor de certa idade.

Ele me indicou e eu sem pensar em perigo dado o horário, topei.

Fui de táxi para Nova Correia, município de Mariana.


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Comentários

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Tadinho do Caio, o Maurício partiu o coração dele!!!! 😢👏😍✌

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cade a continuaçao ...esse conto e mt top estou ancioso pro proximo capitulo continuaa

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Cheguei a chorar nessa cena! É muito ruim ser humilhado!

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Tô com o coração partido!! Excelente conto!! Posta mais rsrs

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