Meu protetor me fez mulherzinha dele

Um conto erótico de Lucas Ramos
Categoria: Homossexual
Data: 11/05/2016 15:15:57
Última revisão: 22/05/2016 13:59:39

Eu já tinha 18 anos e nunca havia estado com uma mulher, o que era um problema pra mim, claro. Eu era tímido e, desde criança, muito inseguro. Nunca fui um garoto propriamente franzino, mas sempre fui muito magro e, para resumir, me sentia indefeso diante de tudo. Desde que me entendo por gente, esse sentimento de fragilidade sempre esteve presente em mim, e mesmo aos 18 anos, já um homem, eu sentia a mesma coisa, só que muito pior, porque estava numa cidade estranha, morando com estranhos e pela primeira vez entrando numa universidade, num mundo completamente novo (e amedrontador) para mim!

A primeira vez que senti uma segurança maior foi naquela idade em que os garotos começam a se afirmar uns diante dos outros, lá pelos oito ou nove anos. Minha salvação foi Alexandre, um colega da rua que acabou se transformando em meu protetor. Nós dois fazíamos parte da mesma turma do colégio e isso acho que foi a principal razão que fez com que ficássemos muito próximos. Depois, fomos descobrindo muitos interesses em comum, especialmente alguns jogos de tabuleiro, que jogávamos em casa quando não brincávamos com os outros colegas na rua. Era graças a ele que eu conseguia algum lugar quando se repartiam os times para jogarmos futebol. Eu jogava muito mal e, claro, ninguém me queria na mesma euipe. Mas Alexandre semprer acabava me encaixando no time dele.

Quando fui desafiado a primeira vez para uma briga, foi Alexandre quem intercedeu e se pôs à minha frente, impedindo que eu apanhasse. O garoto que me ameaçava era visivelmente mais forte do que eu, mas Alexandre tomaria aquela atitude mesmo com qualquer outro que não tivesse vantagem (como fez depois, várias vezes). Ele me conhecia bem e sabia que eu nunca conseguiria encarar uma briga, e que mesmo com o garoto mais fraco da rua eu sairia derrotado. E foi por causa dessas brigas que aconteceu algo que na época não dei conta (porque era ainda muito ingênuo), mas que mais tarde vi que fora definidora da minha personalidade.

Eu andava sozinho quando senti um empurrão e depois a voz ameaçadora de um garoto de quem havia escapado uns dois dias antes, graças a Alexandre, que além disso tinha batido nele. “Agora vamos ver como vai ser, sem o Alexandre aqui!”, ele anunciou, logo me dando um soco na barriga. Antes de outro golpe, eu saí corendo pelo matagal de um dos muitos terrenos baldios que haviam no bairro, mas ele me perseguiu e me pegou de novo. Me derrubou no chão, me bateu mais, mas consegui me levantar e voltei a correr. Desesperado, embrenhei-me no mato e foi assim que consegui escapar. Quando cheguei em casa, morri de vergonha quando minha mãe perguntou porque eu estava todo arranhado (por causa dos galhos das plantas, durante a fuga) e mais vergonha ainda à noite, diante do meu pai, quando viram que meu olho estava meio arroxeado.

No dia seguinte, tentei simular que estava doente para não ir a aula, mas minha mãe me obrigou. Estava com vergonha que os outros alunos me vissem daquele jeito e, mais ainda, com vergonha que Alexandre me visse. Entrei na escola meio me esgueirando, na medida do possível mas, claro, na sala de aula eu não tinha como me esconder nem evitar Alexandre, que sentava ao meu lado. Só entrei na sala no último instante e, quando sentei, evitei olhar pra ele. Ele me perguntou baixinho o que tinha acontecido e não respondi, mantendo o olhar na professora, que começlava a aula. Ele logo entendeu e insistiu, perguntando quem tinha feito aquilo comigo. A professora nos deu uma bronca e ele teve que parar de falar. Insistiu mais algumas vezes, mas tanto eu não respondia como a própria professora lhe lançava olhares de recriminação, fazendo com que ele não tivesse resposta. Nossa professora era muito rígida, autoritária mesmo, e ninguém podia conversar durante as aulas.

Eu sabia que não iria escapar na hora do recreio, e foi o que aconteceu. Ele insistiu muito, ficando comigo longe dos outros garotos, ao contrário do habitual, até que fomos pra um canto mais isolado do pátio. Eu falei que contaria, mas não na frente de ninguém. Mesmo assim fiquei sem coragem de contar. Acho que ele se irritou com a minha voz meio chorosa e, pela primeira vez, falou duro comigo, parecia até que ele agora era quem ia me bater. Acabei confessando tudo e dando o nome do garoto que tinha me batido, já chorando mesmo. Ele ficou revoltado, praguejou contra o menino mas, diante do meu choro, se acalmou e procurou me acalmar também. O recerio ia acabar e se eu entrasse na sala com cara de quem tinha chorado as coisas iam ser piores ainda, pois eu teria que tornar pública a história, diante das óbvias perguntas da professora, ou quem sabe até da inspetora ou mesmo da diretora da escola, sabe lá.

No fim do turno, voltamos juntos para casa, como era habitual, e ele disse que iria me vingar. Eu tentei demovê-lo, com medo que sobrasse mais pra mim e até que ele mesmo acabasse machucado, mas ele disse que não ia desistir. Lá pelas tantas volteri a ficar choroso e ele passou a me confortar, chegando mesmo a andar abraçado comigo, para que eu não ficasse tão nervoso. Disse coisas como “eu estou aqui contigo”, “não fica assim porqeu eu cuido de você”, “você sabe que eu não deixar ninguém te fazer mal assim”, e essas coisas foram realmente me acalmando, a tal ponto que, quando rememoro aquela situação, percebo que no fundo senti um certo prazer naquilo tudo. Claro que não na época (a esta altura nós devíamos ter uns dez anos, só! Não percebia nada claramente), mas hoje tenho quase certeza de que em algum momento, ou mesmo em vários momentos ali naquele percurso e em dias seguintes, senti uma certa satisfação em ter apanhado do garoto para em troca ter sentido aquela proteção tão carinhosa de Alexandre.

Dito e feito, Alexandre pegou o menino que tinha me batido e encheu-lhe de porrada, na frente de todo mundo. Chamava o moleque de covarde, que era fácil bater em alguém menor do que ele (e, na verdade, todos tínhamos a mesma idade e eu não era nem um pouco menor do que meu agressor!), enquanto batia no garoto. Eu vi tudo, pois Alexandre me chamara em casa e me obrigara a ir com ele para assistir tudo. No final, falou assim: “E quero ver você ou qualquer um se meter com ele, pra ver o que acontece!”.

Dali fomos pra casa dele. Não tinha ninguém lá (os pais trabalhavam fora, a irmã acho que estava no colégio e eles não tinha empregada) e ele fez um lanche pra nós. Eu estava muito nervoso com tudo mas conseguia me conter, pra não dar mais vexame, mas depois do lanche, quando estávamos jogando, com o tabuleiro no chão, em cima do tapete, eu acabei desabando num choro. Ele veio até mim e me abraçou, me consolando, dizendo que já estava tudo bem, que tudo já tinha acabado.

Mas não tinha, porque a emenda tinha sido pior do que o soneto: a valentia de Alexandre e minha atitude de ter ficado conformado em ficar sob a sua guarda fez com que os demais garotos passassem a falar mal de mim, e não demorou muito para que disessem na minha cara que eu era “a mulherzinha do Alexandre”. Claro que, naquela idade, ser “mulherzinha” não era bem uma acusação de ser viado, porquê não tínhamos essas noções ainda claras. A expressão se referia mais a eu ser um frouxo e ao ridículo de Alexandre tomar as dores de um frouxo. O aspecto sexual era bastante turno na história. Mas aquilo era uma tremenda ofensa.

Numa brincadeira de esconde-esconde, fizeram a acusação na frente de Alexandre, numa piadinha de que nós dois iríamos nos esconder juntos. Ele ficou fulo da vida e quis partir pra porrada, mas outros meninos evitaram. Ele acabou indo pra casa, irritado e sem mais vontade de jogar e eu, claro, fui atrás dele. Tive que apertar muito o passo para conseguir acompanhá-lo, enquanto ele ostensivamente me ignorava, até que perto do portão da casa dele ele foi explícito e me mandou embora, dizendo para eu largar dele.

No dia seguinte, na aula, ele sequer me olhou. No recreio, se afastava discretamente nas vezes que tentei me aproximar e, no fim da aula, saiu apressado para que não voltássemos juntos. Foi assim por três dias até que, para minha surpresa, eu o encontrei na calçada, junto do portão da escola, me esperando para que fossemos juntos. Então fez as pazes comigo, disse que não tínhamos que nos preocupar com os outros garotos, que ele gostava de mim, que eu era o melhor amigo dele e que se quisessem achar que eu... Bem, a frase dele foi mais ou menos assim: “se quiserem dizer que você é a minha mulherzinha, então eles que achem isso e você fica sendo a minha mulherzinha, que se dane”.

Eu escutei aquilo e fiquei meio aparvalhado, sem saber o que dizer, porque ele nem me perguntava o que eu achava daquilo, apenas dizia que estava tudo bem em eu ser visto como “mulherzinha” (e ele não!) porque o que importava era que nós éramos amigos. Eu não sabia o que dizer e acabei não dizendo nada mesmo, ficando meio no ar que eu consentia em ser chamado de “mulherzinha” e que, no fundo, ele mesmo concordava com isso. Claro, a conclusão óbvia era essa: não tinha importância nenhuma me verem como “mulherzinha” dele porque ele mesmo me via assim!

Ele falava isso com naturalidade, enquanto caminhávamos, e era claro que sua intenção era fazermos as pazes e continuar tudo como antes. Não daríamos importância às sacanagens dos outros garotos, só que o preço a pagar pra isso só eu pagaria. Ele fala de um jeito como se não houvesse nada de mal nisso, como se fosse um mero detalhe. Eu fiquei tão aparvalhado diante daquilo tudo que nem me lembro o que mais conversamos depois daquilo, apenas uma vaga noção de que ele continuou em clima de conciliação comigo, com ar muito fraternal, compreensivo, de certa forma até carinhoso.

Quando cheguei em casa, minha cabeça estava toda embaralhada e almocei sem nem prestar atenção no que estava comendo e, aliás, pelo resto do dia não prestava atenção em nada que estava fazendo. Não saí para brincar na rua (coisa que não tinha feito mesmo desde que Alexandre brigara comigo, no dia do esconde-esconde) e fiquei vendo televisão. Tentei ir pro quarto pra deitar e ver se dormia, esquecia de tudo, mas minha mãe estranhou e, pra não chamar a atenção, disfarcei fingindo que estava estudando para uma prova. Depois, voltei à TV e assim foi até a hora de dormir.

O dia seguinte transcorreu normal na escola, eu disfarçando para Alexandre que tudo estava bem e tal. À tarde, ele foi em casa me chamar pra brincar, eu resisti mas ele insistiu tanto, dizendo que eu não precisava ter medo porque eu estava com ele, que acabei indo. Cheguei muito desconfiado quando encontramos com os outros colegas, e tudo pareceu correr bem. Nos dias seguintes, tudo parecia normal, com a única diferença que eu não ficava mais sozinho. O próprio Alexandre me falou para só sair pra brincar quando ele fosse lá em casa me chamar, pra irmos juntos, ou quando eu da janela visse que ele estava presente nas brincadeiras. Aquilo me incomodou mas ao mesmo tempo me tranquilizou e, embora eu achasse a situação estranha, me fez feliz.

Estava na cara o que estava acontecendo e, mesmo na minha inocência de dez anos, é claro que percebi: eu tinha sido transformado em “mulherzinha” mesmo, embora não no aspecto sexual. Mas era como Alexandre agora me tratava, e como os demais colegas estavam me vendo. Eu não era mais só um garoto acovardado que tinha um amigo que tomava minha defesa: eu simplesmente tinha me transformado, ou me transformaram, num garoto que já não era mais um garoto como os outros. Alexandre sempre me mantinha a seu lado e me enchia de atenção, perguntava sempre se eu estava bem, respondia por mim, decidia se eu entrava ou não nas brincadeiras e o que faria nelas, e assim por diante. Fazia isso sem qualquer embaraço e na frente de todos, e todos pareciam ver isso com naturalidade.

Claro que num bando de garotos de dez, nove, onze anos, não deixaram de implicar com a história da “mulherzinha”. Se referiram a mim dessa forma algumas vezes, para implicar e, claro, na frente mesmo de Alexandre, já que agora ele estava sempre comigo e não me deixava mais ficar sozinho com os outros. Na primeira vez eu gelei quando fizeram a brincadeira, mas Alexandre logo tomou a frente e, em bom humor, falou pra que me deixassem em paz do jeito que eu era, e se eu era a “mulherzinha” dele ninguém tinha nada com isso e simplesmente mudou de assunto, continuou a brincadeira, sem dar muita importância à provocação. Nesse dia, se ainda havia alguma dúvida, ficou mais do que claro que eu não era mais igual aos outros e que minha posição de “mulherzinha” tinha sido assumida por todos – inclusive por mim e pelo próprio Alexandre. Houve mais algumas provocações desse tipo nos dias posteriores, mas a todas Alexandre agiu da mesma forma, respondendo com bom humor por uma ou duas frases ou apenas dando um sorriso camarada. Então, em pouco tempo aquela provocação perdeu a graça e os garotos pararam de fazê-la, aceitando que agora, na turma de garotos, havia mesmo uma “mulherzinha”.

Como eu disse antes, no início me senti desconfortável com aquilo, mas com o tempo fui me acostumando. E acabei por admitir que estava adorando aquilo (claro, que sem formular isso tão claramente na minha cabeça, afinal eu só tinha dez anos!). E gostava não só porque Alexandre estava agora me tratando abertamente como sua “mulherzinha” mesmo como porque os demais garotos passaram a me ver assim, sem problemas. Ninguém mais implicou comigo, ninguém mais me bateu ou me chamou pra uma briga, porque afinal, qual q graça de bater numa menina? Ainda mais quando a menina tem um protetor, não é?

Essa felicidade que passei a sentir estando nesse lugar tinha um preço. E o preço é que ninguém mais teve o menor respeito por mim. Como eu disse, ninguém mais implicava comigo ou me ofendia ou batia, mas em compensação também ninguém mais me levava a sério. Quando íamos decidir o que brincar, ou qualquer outra coisa, eu simplesmente era ignorado. Ninguém esperava que eu decidisse nada, pois consideravam que era Alexandre quem decidiria e eu o obedeceria. Mas eu não me sentia ofendido com isso, porque Alexandre me fazia sentir bem, confortável, nessa posição. Ele não se preocupava em nada em esconder que gostava de me ver daquele jeito, e que gostava de estar à frente, de ser o que decidia por mim e que cuidava de mim.

Pode parecer incrível, mas o fato é que esse jogo entre mim e Alexandre não se transformou em sexo. Mesmo quando estávamos sozinhos, e depois que ele me tomou como sua “mulherzinha” estas situações foram se tornando cada vez mais frequentes, nunca rolou nada claramente sexual entre nós. O máximo que ele fazia era andar abraçado comigo e, algumas vezes, me dava uns beijinhos, mas no rosto. Sim, a sós ele agia como meu namorado, mas acho que, assim como comigo, nem passava pela cabeça dele fazer algo mais comigo. Não tínhamos despertado para o sexo ainda, assim como os outros colegas.

Essas atitudes dele de namorado surgiram muito aos poucos, e foi a partir de quando começamos a brincar de “fazer piquenique”. Eu não sei se essa ideia partiu dele ou de mim, mas o fato é que um dia ela surgiu: fazermos um lanche ao ar livre, numa das muitas áreas sem construção que havia em nossa região – algumas delas com vegetação baixa entremeada por arbustos ou árvores. Então íamos só nós dois e passávamos a tarde juntos. Ele geralmente levava comida e bebida (às vezes só biscoitos ou pedaços de bolo, às vezes até sanduíches) e fazia questão de pagar pelos refrigerantes, que comprava no caminho (algumas vezes, trouxe de casa). Isso porque, como ele ficava em casa sozinho, era mais fácil pra ele pegar essas coisas na dispensa ou na cozinha do que pra mim. No fundo, nós sabíamos que nossos pais, ou os adultos em geral, achariam estranha aquela “brincadeira” que, no fim das contas, mostrava como nós gostávamos de estar um com o outro sem mais ninguém por perto, isolados de tudo (claro que íamos para terrenos mais distantes de nossas casas e das dos outros garotos).

Desde o primeiro desses piqueniques, ficou clara a minha tarefa: cabia a mim organizar a “mesa”, bem como cuidar pra que tudo saísse perfeito e ele ficasse satisfeito. Ele se sentava, ou encostava numa árvore, eu me apressava em dar algo pra ele beber, e ele ficava assim, tranquilo, me olhando estender a toalha, arrumar as coisas, e mesmo cortar um pedaço de bolo pra ele, encher novamente seu copo e tudo mais. Sim, intuitivamente, nossa divisão de tarefas a sós era muito clara: a ele cabia a tarefa masculina de prover “nossa casa”, enquanto a mim cabia “arrumar a casa” e servi-lo da melhor forma possível. Não sei se percebíamos isso claramente, mas nenhum dos dois escondia o quanto gostava daquilo.

O passo seguinte foi quando ele trouxe um avental e me mandou usar, dizendo que nunca tinha acontecido nada, mas um dia eu poderia sujar a roupa e alguém descobrir tudo. Depois de um tempo que usei, ele sugeriu que eu tirasse o short, pra que o avental ficasse melhor e eu, antevendo que assim o avental se transformaria numa sainha, aceitei sem questionar. Logo depois, ou talvez ao mesmo tempo, não lembro, ele passou a tirar a camisa assim que percebíamos que não havia testemunhas para nos ver juntos. Fez isso inclusive algumas vezes antes de chegarmos ao local do piquenique, ainda quando ainda caminhávamos, com ele pondo a mão no meu ombro e, depois, me enlaçando pela cintura.

Daí pra frente, sempre por iniciativa dele, as coisas correram rapidamente para que nos assumíssemos como um casal de um homem, que obviamente era ele, e o de uma mulher, que era o papel que fui passando a fazer à medida que me submetia à feminização que ele fazia comigo. Foi aí que ele passou a me fazer sentar juntinho dele, a ficarmos abraçados por quase todo o tempo, e de vez em quando ele me dar uns beijinhos no rosto. Depois que me chamou, sorrindo, carinhosamente, de “mulherzinha” dele pela primeira vez (embora os outros garotos tivessem feito isso e ele tivesse agido como que concordando, ele nunca tinha me chamado assim), depois disso ficou normal ele me chamar assim – claro, só quando estávamos sozinhos. E é claro que eu, agindo como uma dona de casa diante do marido, usando um avental que tanto eu quanto ele assumimos que simulava um vestido, recebendo carícias e beijinhos como se ele estivesse com sua namorada e sendo chamado carinhosamente de “minha mulherzinha”, claro que aos poucos fui ficando mais delicado, falando com um tom de voz mais doce, imitando mesmo a forma como as meninas agiam. Passei inclusive a observar como minha irmã, que era mais velha, agia com o namorado dela, e passei a imitar. Ele ia gostando cada vez mais de mim assim.

Com o tempo, algumas vezes entremeamos esses piqueniques com tardes na casa dele, sozinhos, e aí minha atuação como sua “mulherzinha” era mais clara, porque havia todos os instrumentos para que eu desempenhasse claramente meu papel para agradá-lo: a cozinha, uma mesa de verdade, louça para lavar depois etc. Mas isso era só de vez em quando, pois tanto ele como eu tínhamos medo de, por algum acaso, sermos pegos no flagrante (alguém podia chegar mais cedo, por exemplo, ou esquecermos alguma fresta aberta da janela e nos verem).

Na frente dos outros, claro, não ficávamos dessa forma. Alexandre continuou me tratando como antes – protegendo-me, sendo excessivamente atencioso, tomando as decisões por mim e demonstrando claramente que eu estava sob seu comando e proteção diante dos outros garotos, mas nada que que havíamos avançado na nossa relação ele fazia em público. Eu, da minha parte, também não. Mas nós não combinamos isso: foi natural, porque os dois sabiam que nosso “namoro” tinha que ser em segredo, e que nem eu nem ele ganharíamos nada se os outros soubessem como éramos na nossa intimidade.

Todo esse processo durou uns dois anos, e juro que em nenhum momento qualquer um dos dois tomou qualquer atitude para chegarmos às vias de fato. Se ele pensou nisso alguma vez, desistiu. Mas acho que, assim como eu, nem passava pela cabeça dele que pudéssemos fazer alguma coisa mais física. Tanto é assim que, embora não fosse uma coisa frequente, ficamos algumas vezes nus um na frente do outro sem que nada demais ocorresse. Houve, sim, vezes que eu ou ele dormiu um na casa do outro (poucas vezes, na verdade) e na hora de trocar de roupa ou se despir para o banho, nenhum dos dois deu maior atenção ao que aquela intimidade dos corpos poderia gerar. Tanto que, por mais estranho que seja, simplesmente não me lembro do pau dele (que, como o meu, logicamente devia ser ainda infantil). A única coisa que me recordo disso foi a surpresa que tive quando notei que ele estava começando a ter pentelhos, enquanto eu continuava liso. Mas isso me despertou mais curiosidade (e um pouco de admiração, claro) do que atração física. A mesma coisa com os pelos do suvaco, que tinha percebido também umas vezes nos piqueniques, quando ele ficava sem camisa. Mas nem uma coisa nem outra despertaram reação sexual em mim. Despertava admiração e um pouco de inveja, porque ele estava virando homem e eu não, mas nada além disso. Bom, tinha um pouco de curiosidade também, claro, mas nem me lembro de eu ter tocado nesse assunto com ele.

Eu já tinha 12 anos quando meus pais se mudaram para uma casa maior, num bairro mais urbanizado. Quando soube da mudança que iria conter, corri para os braços dele e chorei muito. Ele também ficou muito emocionado mas, claro, conteve qualquer lágrima, se dedicando apenas a me confortar. Foram algumas semanas, acho, até que a mudança realmente ocorresse, e foram dias de muita tristeza entre nós dois, recheados de juras de fidelidade e amizade eterna. Ele me abraçava, fazia cafunés em mim, enquanto eu, choroso, ouvia ele me chamar de mulherzinha dele com carinho, e que nunca íamos ficar separados.

No início, ele tentou me visitar quase todos os dias, mas isso não era possível, pois do antigo bairro até a minha nova casa era preciso pegar ônibus, e os pais dele não permitiram isso com frequência. Mesmo assim, por alguns meses nos víamos com frequência, e nos fins de semana era comum passarmos o dia todo um na casa do outro (quando eu ia pra casa dele, ele nem pensava em irmos brincar com os outros meninos; ficávamos só nós dois sozinhos). Mas, claro, com o tempo essas visitas foram se esparçando. Eu estava numa nova escola, fui fazendo novos amigos e tendo novas rotinas, e pra ele também ia ficando cansativo ter de ir me visitar num bairro tão longe. Era natural que fossemos nos distanciando, ainda que eu tivesse mantido aquele amor no meu coração e ele, tenho certeza, também. Mas a vida é assim, e foi assim que aconteceu.

* * *

Dependendo dos comentários, posso continuar a contar o que aconteceu depois, ok? Essa é a primeira vez que escrevo e não sei se vão gostar.


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Comentários

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31/10/2019 15:34:35
continua pelo amor de Deus
14/10/2016 00:45:30
Continua
25/08/2016 18:27:23
Continua por favor
14/05/2016 23:23:39
Muito bom!!!!
12/05/2016 21:15:40
amei ❤️
12/05/2016 02:23:53
Que achado delicioso!!! Espero que você continue a história! S2
12/05/2016 01:54:46
continua logo
11/05/2016 23:44:55
delícia de conto
11/05/2016 20:06:32
Amei pela inocência do conto. ❤
11/05/2016 19:53:18
Meu lindo seu conto é ótimo continue
11/05/2016 19:19:15
puxa, que coisa mais linda. continua por favor.
11/05/2016 18:55:56
Continua meu querido, seu conto é recheado de uma inocência, nenhuma maldade entre ambos, só tenha cuidado na escrita, revise antes de postar, mas fora isso está perfeito.
11/05/2016 18:08:01
Gostei bastante! Quero continuação
11/05/2016 16:59:34
Aii eu ameiii de paixão tão fofo e romantico continua logo pfv!!
11/05/2016 16:49:30
Gostei, descreve eles no decorrer da história
11/05/2016 16:40:03
Continua, quero ver se vocês se reecontraram novamente.
11/05/2016 16:03:27
Não tenho muito o costume de comentar aqui na casa, mas devido a esse conto simplesmente lindo, inocente e sem maldade, decidi fazer esse esforço. Adorei a estória e espero que venha a segunda parte sobre oque houve entre os dois personagens. Aguardo ansiosamente, Abraços.
11/05/2016 15:59:35
Caramba.


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