Um Amor de Outra Vida (Parte - 07)
A mãe dele entrou de repente me salvando daquele momento porque simplesmente não saberia o que responderia...
Eu nunca senti atração por homem e nem sabia se realmente sentia algo por ele mesmo, ou só medo de perder a Mila, sempre a tive constante dentro de mim e agora descubro que ela na verdade é um garoto e ele vai para longe...
Saí sem falar nada e ele ficou alí...
Passaram-se alguns dias, eu ligava para perguntar como ele estava aos pais, e recebia a noticia de que estava se recuperando, eu estava completamente confuso sobre tudo!
No momento eu estava no park onde estive com ele a um tempo tomando um ar, deitado no gramado... Quando ao longe pude vê-lo bem, estava recuperado e andando com o tal de Ethan, ele sorria enquanto tomava um sorvete...
Essa foi a última vez que o vi, depois de alguns dias liguei para a casa dos seus pais e me falaram que ele havia ido com Ethan.
Depois de sua ida, voltei a minha monotonia de sempre, as vezes me pegava pensando nele e em como andava sua vida, também pensava no que nos aguardaria agora que nossas almas que estavam marcadas a ficarem juntas foram separadas.
Continuei namorando Emma por 9 meses e nos separamos, nos tornamos amigos, continuei dando aula e o tempo foi se passando... Pegava uma ou outra, mas não tinha como esquecer uma história tão peculiar, tão diferente... Viver uma experiência tão única te marca!
Um ano e meio depois da sua ída, eu na estava na rua, andando sem rumo, algo que ele me ensinou e eu adotei, descobri que é bom para pensar, colocar as ideias em ordem. Estava andando quando um cara me para, não usava mais o rastafare, seus cabelos agora estavam curtos, mas o reconheci, era o Harry.
Ele nem me esperou falar nada e nem se quer me cumprimentou, foi logo falando: Você escolheu o caminho mais difícil não? Estão distantes, se desencontraram.
Eu: Ele foi embora!
Ele: Porque você quis, estava nas suas mãos os destinos dos dois.
Eu: Foi melhor para ambos, do meu lado ele seria infeliz, sem mim vai ser completamente feliz.
Ele: Tem certeza? Será que não é o contrário? Que a felicidade dele está ao seu lado?
Eu: Se sim não sei, nos afastamos e agora ele vai seguir seu caminho sozinho e eu sigo o meu.
Ele: Você é mesmo teimoso não?
Eu: Como assim?
Ele: Suas almas se desencontraram pela morte, a dele ou dela voltou na sua mesma vida, o destino, a vida ou Deus, seja lá o que for, te mandou de outro País para cá, para bem próximo da sua alma gêmea e ainda assim você teimou em dizer não?
Eu não respondi nada.
Ele: Siga sua vida, quem sabe seus caminhos não se cruzam novamente e vocês se esbarram por aí?
Eu o olhei incrédulo.
Ele: Vocês são almas gêmeas, tudo pode acontecer, o mais louco já aconteceu, o resto é brincadeira!
Ele saiu, me deixando sozinho com meus pensamentos...
Depois de dois anos encontro esse cara do nada, acho isso um aviso, é como se o mundo me avisasse que não vai me deixar esquecê-lo de vez, que não vai tirá-lo da minha vida!
Depois daquele encontro, passei mais dois anos inteiros na minha vida de sempre, ensinando, saindo com alguns amigos, encontros casuais com mulheres e levando a vida...
Aquele ano meus amigos me deram uma ótima noticia, tinham uma banda e iriam embora para os EUA, tentar a vida, trabalhar com musica, me chamaram para ir com eles, aceitei.
Fomos para nova york, lá alugamos um AP e tocávamos em barzinhos toda noite, nossa vida começou a mudar, nos contratávam bastante, comprei um AP só meu e resolvi me instabilizar financeiramente abrindo meu próprio bar com música ao vivo, ainda saía com a banda, nos apresentávamos no meu bar também, mas era como um hobby, todos já tinham seu próprio negócio por fora, restaurante, bar, loja, enfim...
Eu estava muito bem, o sucesso do meu bar era enorme e se brincar da banda eu era o mais promissor financeiramente. Já se passavam 6 anos que não o via e dois que estava morando nos EUA, nem sabia dele, na verdade já estava esquecendo daquela história, o que me fazia lembrar era a tatoo, todas as vezes que me olhava no espelho de costas, lembrava dele.
Estava agora com 42 anos, e na aparência não havia mudado quase nada, apenas passei a máquina no cabelo deixando-o mais curto, estava mais forte, malhando pesado e fiz uma tatoo no braço, meu cabelo tinha uns fios grisalhos que resolvi deixar e minha barba serrada também! Estava mais másculo, mas era proposital, com mais idade o homem amadurece mais e quis levar isso para o lado bom do corpo, fazia sucesso por onde passava, verdade seja dita, mulheres e homens davam encima de mim.
Estava no meu bar, com alguns amigos, falávamos coisas banais: Mulheres e música.
Quando escuto uma voz...
Cantava Never Say Never da banda The Fray, eu reconhecia aquela voz.
Me virei e fui me aproximando do palco de acordo com que a música ia sendo cantada por aquela voz doce... Minha cabeça dava voltas ao som daquela voz, meu coração bartia descompassado, parecia um tambor, minhas mãos estavam frias e eu simplesmente não sabia o que estava acontecendo.
no momento do refrão quando chegou na parte que diz Don't let me go repetidas vezes eu parei na frente do palco, era ele.
Estava de olhos fechados e os abriu, percebi um espanto da sua parte ao me ver, mas a voz continuou firme e ele continuou cantando olhando no fundo dos meus olhos, na parte final onde repete-se a frase mais e mais ele me olhava e olhava com súplica...
Don't let me go;
Don't let me go;
Don't let me go...
Lágrimas deciam dos seus olhos e eu estava inerte, a frase do Harry a 4 anos atrás, que nós iriamos nos esbarrar por aí a quaquer momento, pairava pela minha cabeça! Como poderia ser possível? Nossas vidas tomaram rumos diferentes, estou em outro País, passaram-se anos e encontro ele da mesma forma que conheci a Mila e que o conheci, no palco cantando lindamente.
A letra da música era triste, era uma declaração triste de amor onde no fim a pessoa implorava para a outra não a deixar ir, não a deixar escapar pelas mãos que foi o que fiz com ele, antes de ir ele me pediu para não deixá-lo ir, eu escolhi o oposto e ele foi. Ele cantava sentindo a música, me olhava com uma tristeza enorme e juro, eu estava quase chorando naquele momento.
Há a parte instrumental, na qual ele não canta, neste momento parou, secou as lágrimas, olhou para baixo e depois para mim novamente.
Finalmente a música estava acabando, aquela música sempre me tocou e agora mais que nunca, pois se encaixava perfeitamente na nossa história.
Quando estava no fim, uma amiga minha veio até mim. - Alguém quer te ver, é importante!
Eu: Espera!
Eu tentei me soltar mas ela foi me puxando pelo braço e me arrastando no meio das pessoas, queria vê-lo mas as pessoas que estavam alí tapavam meu campo de visão.
Chegando lá, vi ser um cara que queria agendar um show no meu bar, era uma banda bem reconhecida e eu não podia perder, seria uma boa grana, mas minha cabeça estava nele, enquanto falava, tentava olhar para os lugares para vê-lo.
O papo acabou e eu corri para o palco, não era mais ele que estava cantando, perguntei a Jhony, o baterista da banda do bar quem era aquele garoto.
Ele: Não sei, ele veio aqui e pediu para cantar.
Eu: Onde ele está?
Ele: Não sei.
Percorri o bar, olhei no banheiro, saí para fora, mas ele já não estava mais lá. Que droga!
Após aquele dia eu não conseguia mais dormir direito! Sonhava com ele, pensava e pensava...
Será que ele sabia que aquele bar era meu? Será que sabia que iria me encontrar lá e por isso cantou aquela música?
Um mês se passou sem que eu o visse, ele não apareceu mais aqui.
Estava andando pelas ruas de moto (certas coisas nunca mudam.) quando o vejo andando com uma sacola na mão, parece que havia comprado algumas coisas...
Tomei um susto e passei a segui-lo devagar, o vi entrando em um prédio, pelo menos creio que agora sei onde mora! E isso chegou a me assustar pois sempre esteve tão perto de mim, mais perto do que eu pensava, achava que ele estava em outro País e ele estava a alguns quarteirões de mim! Como será que estava? Será feliz?
Sua aparência estava ótima, estava um pouco mais alto, creio em mim bater no ombro, seus cabelos continuavam ruivos mas agora maiores caídos na testa e por cima dos olhos um pouco para o lado direito, eram bagunçados e um pouco ondulados como se não quisesse arrumar, continuava com o mesmo estilo, calças rasgadas e blusas de bandas ou frases de impácto (de novo: Certas coisas nunca mudam).
Estacionei minha moto e fui entrando no prédio, mas quando ia passando pela porta esbarro forte em uma pessoa e ela vai caindo mas a seguro, nossos olhos se encontram, era ele...
Max derrubou a sacola no chão espalhando enlatados por todos os lados.
Eu: Te vi a um mês cantando no meu bar...
Ele me olhava e não conseguia decifrar o que estava sentindo, pensando, nada.
Continuei. - Quero falar com você, saber como você está.
Ele baixou a cabeça. - É melhor você ir!
Eu: Para com isso, vamos sair Max, conversar, matar a saudade. São o quê? 6 anos? É muita coisa. Aquele dia você saiu sem conversar. Depois que cantou sumiu!
Falava enquanto apanhava as coisas, ele só me olhava.
Continuei. - Quero saber como está, se está bem, o que aconteceu na sua vida durante este tempo.
Ele pegou a sacola das minhas mãos e falou rápido. - Vai, não posso ir com você... Vai logo! Eu tenho que entrar, vai agora!
Saiu correndo para dentro, assustado talvez... Era o que aparentava.
Porque agiu assim? Será que estava com raiva? Mas parecia mais medo! Medo de quê?
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Tradução da letra da música:
Há algumas coisas sobre as quais não falamos
Melhor continuarmos sem e simplesmente segurar o sorriso
Apaixonado e desapaixonando, envergonhado e orgulhoso
Juntos todo tempo, você nunca pode dizer nunca
Ainda não sabemos quando, mas de novo e de novo mais jovens do que éramos antes
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir...
Imagine que você é a rainha de tudo na medida em que os olhos podem ver
Sob seu comando eu serei o seu guardião
Quando tudo estiver desmoronando, vou segurar firme a sua mão
Você nunca pode dizer nunca, ainda não sabemos quando
De novo, de novo e de novo mais jovens do que éramos antes
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Nós estamos nos separando e ficando juntos novamente e novamente
Nós estamos nos distanciando um do outro, mas nós nos mantemos juntos
Nos mantemos juntos, juntos de novo
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir
Não me deixe ir...
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Gente adoro essa música ♡ vejam, ouçam, se apaixonem, ela é triste e me comove a alma! E quem já conhece ouça e se apaixone outra vez.
Ela se encaixa perfeitamente ao conto, sempre adorei esta música a anos e criei a cena perfeita para ela... Quando ouvirem imaginem Max cantando triste chorando e Sam o olhando a sua frente, completamente comovido...
Escrevi com um nó na garganta...
Amo The Fray, sou fã demais dessa banda, uma musica mais perfeita que a outra.
Gente e agora? Porque será que Max agiu assim?
Quem quiser falar com a gente:
Beijokas 💋💋