Amando O Cara Errado 16.2

O vi sair enfurecido e voltei pro meu quarto, arrasado.

O pior é que tinha fingir está bem, já que não poderia contar ao Junior nada do que havia acontecido.

Junior – Cadê o mala?

Eu -...

Junior – Desculpa, cadê o Alexandre?

Eu – Já foi embora...

Junior – O que ele te fez? Você tá parecendo bem aborrecido.

Eu – Não, nada. Tá tudo tranqüilo. Me fala de você, o que foi que rolou com você e a Sarah?

Ouvir ele falar parece ser uma idéia melhor do que falar sobre meus problemas.

Junior – Não sei exatamente o que aconteceu. Não me lembro de ter feito nada errado. Nada que pudesse ter a aborrecido.

Eu – Você não notou nenhuma atitude estranha dela?

Junior – Ela anda meio distante, só isso.

Eu – Será que ela não conheceu outra pessoa?

Junior – Não! Não, ela não faria isso comigo.

Eu – Mas ela já terminou com você Junior...

Junior – Você só tá dizendo isso por que não gosta dela. Nunca gostou!

Diz um pouco alterado.

Eu – Não mesmo. Nunca escondi isso! Você sabe e eu sei como ela é, então não tente fingir que isso não é uma coisa que ela faria.

Disse no mesmo tom que ele.

Junior – Valeu mesmo, “amigo”.

Ele diz levantando da cama e caminhando até a porta.

Seguro seu braço.

Eu – Junior espera. Desculpa.

Ele para e me encara.

Eu – Você gosta dela, eu não deveria ser tão insensível em relação a isso.

Mesmo que eu não tenha dito mentira nenhuma. Ela é uma galinha e todos sabem.

Eu – Eu mais que ninguém, sei como é gostar de alguém e não ser correspondido. Pelo menos você ficou a garota que gosta... Mesmo que por pouco tempo.

Ele suspira.

Junior – Acho que ter e perder é pior do que nunca ter tido...

Dado pela minha própria situação, ter o Xande e perde-lo... Era melhor nunca ter acontecido.

Após isso, resolvemos tudo o que restava fazer em relação ao trabalho.

Junior – Luc, eu vou nessa...

Disse depois que acabamos.

Junior – Tô cansado. Quero ir dormir um pouco.

Eu – Tudo bem, vai lá. Descansa e fica bem.

Junior – Valeu. Você também...

E vai embora e eu fico ouvindo minha “Lista da tristeza”.

Quando começou a tocar “Stop Crying Your Heart Out” do Oasis, já queria está morto.

Estava jogado na cama esperando o Xande chegar.

“Your soul is haunting me and telling me that everything is fine, but I WISH I WAS DEAD!”

Cantava eu, em dueto com Lana Del Rey.

Eu – Eu também queria Lana, só você me entende nessa vida.

Como já estava consideravelmente tarde, resolvi ir a casa do Xande explicar o que houve.

Toco a campanhinha, mas quem atende é sua mãe.

Eu – Oi Dona Marta, boa noite. O xande tá em casa? Preciso muito falar com ele.

Marta – Não Luquinhas, ele não tá em casa. Desculpe.

Eu – Será que eu não posso esperar por ele aqui?

Ela fica em silencio uns segundos.

Marta – A verdade é que ele já chegou. Chegou muito bêbado, subiu direto pro quarto e disse que não queria falar com ninguém, especialmente com você.

Fico triste.

Marta – O que houve? Brigaram?

Eu – Sim...

Não expliquei o que houve, por razões obvias. Fui pra casa, tentar dormir.

Antes de dormir, vou até minha janela que é em frente a sua e o vejo, também me olhando.

Ficamos algum tempo nos encarando, mas ele logo fecha a cortina e apaga as luzes.

No dia seguinte, provavelmente, ele não me levaria pra faculdade, então acordei mais cedo pra ir de ônibus. Mas como pobre sofre, eu ainda assim perdi o ônibus, tive que esperar outro e cheguei atrasado na aula.

Quando entro na sala, o vejo no mesmo local de costume, mas quando sento ao seu lado ele levanta e vai pro outro lado da sala.

Ele nem olhava na minha cara.

Passo toda a aula sozinho, observando ele de longe, que “conversava” com a Renata, que é amiga e da mesma laia que a Sarah.

Digo “conversando” daquele jeito dele, respondendo o que ela perguntava, apenas.

Já no final do dia, no estacionamento, vejo ele indo embora com ela na garupa da moto!

Não acreditei naquilo, ela sentada no meu canto, agarrando meu namorado! Eu queria matar o Alexandre, reunir as esferas do dragão, ressuscitá-lo só pra poder matar ele novamente.

Quer dizer que eu sou condenado por um simples abraço, mas ele pode sair por aí com uma vagabunda a tira colo.

Ele pode até está com raiva, sem motivo, diga-se de passagem, mas eu juro, JURO, que se ele me trair, se ele pelo menos beijar ela. Eu nunca mais falo com ele na minha vida!

Vou pra casa e fico esperando ele aparecer. O que aconteceu DUAS HORAS depois. Fiquei duas horas esperando e me martirizando imaginando o que Renata e ele estavam fazendo.

Ele entra em casa e eu vou correndo atrás. Quando chego em seu quarto ele está batendo naquele saco de pancada.

Eu - A gente tem que conversar...

Xande – Sai daqui Lucas!

Eu – Não! A gente vai conversar. Agora!

Continua.

Como estavam reclamando do tamanho do conto anterior, fiz esse pra complementa-lo. Como é só um complemento, é pra ser curto mesmo.

Obrigados pelos comentários.

Continuem votando e comentando. Grande abraço a todos.