Amando O Cara Errado 11

Ehhh que noite alegre, que felicidade, que vontade gigante de ir pra essa festa... Talvez se continuar repetindo isso pra mim mesmo, comece a acreditar que é verdade.

Bem, até agora não tá dando certo.

Xande – Você ta bem Luke?

Eu – Sim, sim. Tô ótimo!

Xande – Tá calado...

Eu – Eu sou calado Xande. Nos somos calados...

Xande – Você ta mais quieto que o normal. Não, a gente não vai. Só pra você ficar triste, negativo!

Eu – Xande, eu não posso ficar sofrendo pelo Junior minha vida toda. Ele mesmo já disse que só me ver como um irmão.

Xande – Tá certo. Segue em frente. Na verdade, nem sei o que você viu naquele cara... Nem bonito ele é.

Eu – Pera aí Xande, ele é bonito sim!

Xande – É por isso que gosta dele? Por que acha ele bonito?

Eu – Não, não é por isso. Ele sempre foi muito carinhoso comigo, ele sempre fez eu me sentir bem e...

Xande – Tá bom. Eu entendi.

Ele fala sério e depois fica em silencio.

Tenho que ter certo cuidado ao falar algo pro Xande. Ele é bem ciumento.

Eu – Não fica chateado Xande. Tu sabe que eu gosto muito de ti.

Xande – Mais do que gosta dele?

Eu – São formas de gostar diferentes.

Ele volta a ficar calado.

Xande – Chegamos...

Ele diz em frente a casa da Raquel.

Eu – Sim, chegamos.

Xande – Tem certeza? Ainda podemos voltar.

Eu – É uma festa Xande, não preciso nem encontrar com ele.

Xande – Caso encontre, eu estou aqui contigo.

Ele diz sorrindo.

Entramos na casa e fomos cumprimentar as pessoas. Depois de falarmos com Raquel e com algumas pessoas, ficamos só nos dois conversando.

Eu – Tá gostando Xande?

Xande – Serio? Preferia ta em casa.

Eu riu.

Eu – Também. Daqui a pouco vamos embora.

Xande – Ok. Tá afim de pegar um cinema? Ainda dar tempo de pegar a ultima sessão.

Eu – Claro. Quer assistir o que?

Xande – Qualquer coisa.

- Não acredito!

Disse uma bela moça vindo em nossa direção.

-Alexandre! Não acredito que é você!

Disse ela o abraçando.

Xande – Oi Alessandra.

Falou constrangido.

Alessandra – Você conhece a Raquel?

Xande – Sim, ela é da minha turma na faculdade.

Alessandra – Bacana. Ela é minha prima.

Será que ela não tava me vendo ou só não tinha educação mesmo?

Eu – Quem é sua amiga Xande?

Xande – Ela não é minha amiga.

Alessandra – Não?

Xande – Desculpa. Isso foi meio grosseiro.

Alessandra – Sabe o que também foi grosseiro? Você nunca ter me ligado depois do nosso encontro. Eu fiquei com saudades.

Xande – Foi mal... Andei meio ocupado.

Alessandro – E você ta namorando?

Xande – Não.

Alessandra – Otimo... Ôooh garoto, você pode nos dar licença que eu preciso falar em particular ao Xande?

Ela disse olhando pra mim.

Xande – Não me chama de Xande!

Alessandra – Por favor, você pode? Só uns minutos.

Eu – Tá, vou ao banheiro, já volto.

Alessandra – Não precisa ter pressa.

Ela diz em tom de brincadeira, mas sei que falou sério. Galinha!

Vejo Junior e Sarah. Ele olha pra mim, mas não vem falar comigo. Se vira e sai caminhando com ela. Era pra isso que ele me queria aqui? Pra me ignorar? Mas o que eu tava pensando? Não é a primeira, nem a segunda vez que ele me ignora por causa de uma garota.

Sigo meu caminho.

Caraca, se todas as outras festas que a Raquel deu foram assim, fiz muito bem em não ter vindo as anteriores!

Quer saber? Cansei daqui, vou chamar o Xande e ir embora!

Quando saio do banheiro e volto onde eles estão, vejo Xande e aquela garota se beijando.

Cara, senti uma coisa tão ruim, que não sei nem como descrever. E como desgraça pouca é bobagem, quando me viro, vejo Junior e Sarah se beijando.

Pronto, acabou minha noite. Saio de lá correndo... Sozinho, como sempre foi minha vida.

Como a casa da Raquel não era tão longe da minha, fui caminhando mesmo.

Quando vou chegando, vejo Xande sentado na calçada da minha casa.

Eu – Xande? Tá fazendo o que aqui?

Xande – Vi você sair correndo de lá. Imaginei que viesse pra casa, então vim ver como você estar?

Eu – Tô bem. Pode voltá lá pra sua “amiga”.

Digo entrando em casa. Subo e vou pro meu quarto.

Xande – Ela não é minha amiga. Você é. E você que ta precisando de mim.

Ele disse atrás de mim.

Eu – Vai se divertir Xande, você merece se distrair.

Xande – Eu não quero nada com ela.

Eu – Não diria isso depois de um beijo daqueles!

Ele sorrir, não sei por qual motivo.

Xande – Ela me beijou de surpresa. Ao contrário do Junior e da Sarah.

Isso mesmo Alexandre chuta cachorro morto.

Me deito na cama. Ele deita ao meu lado.

Xande – Não queria te chatear... Você quer conversar?

Eu – Não.

Xande – Se abre comigo Luke. Eu to aqui por você.

Ele me abraça, me prendendo junto ao corpo dele.

Eu respiro fundo.

Eu – Sabe Xande, as vezes eu fico pensando. Será que as pessoas olham pra mim e vêem “descartável, use e jogue fora” escrito na minha testa? Porque sempre foi assim, quando precisam de mim, me matem por perto, pedem conselho, apoio... Mas quando tudo melhora, sou descartado. “Agora eu estou bem, mas fica ali no canto me esperando. Quando tiver na pior de novo, te chamo pra vim cuidar de mim novamente”. E o pior é que sempre voltam. Sempre escuto todos que chegam e necessitando de assistência, mas a pergunta que fica é: Quem me escuta?Como é que eu fico? Por essa razão não tenho amigos de infância, nunca tive melhores amigos e dar pra contar em uma mão o tanto de pessoas que ficaram na minha vida por mais de 2 ou 3 anos. Talvez meu jeito desapegado leva as pessoas a acreditarem que não tenho nenhum sentimento verdadeiro por elas. Mas eu tenho, eu me apego as pessoas. Tenho medo de perdê-las. Mas acho que estou tão acostumado quando elas se vão que nem sofro muito. Junior finalmente encontrou alguém que ele goste, agora já posso ser descartado. Mas fico com essa duvida de por qual razão eu sou a pessoa passageira na vida das pessoas.

Sabem, eu não estava chorando, nem com vontade de chorar. Era só mais uma pessoa que iria me deixar. Rotina.

Xande – Eu não vou te deixar Lucas, Nunca!

Ele diz beijando minha testa.

Xande – Vou ficar com você pra sempre! Eu prometo.

Eu - ...

Quero muito acreditar que isso é verdade Xande. Eu sofreria demais se perdesse você também.

Acabo adormecendo em seus braços.

Continua.

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