Comum & Extraordinário - Capítulo 16

Minha vida está ótima. Meus pais sabem sobre mim, me aceitam por completo. Estou namorando o gato do meu professor de física, até marcamos de viajar para fora no próximo mês. O Thallison finalmente deixou de me perseguir e foi cuidar de sua própria vida... Mentira. Tudo mentira. Minha vida estava como sempre, e nada do que eu relatei acima realmente aconteceu. Se você acha que eu vivo um conto romântico com pitadas de erotismo está redondamente enganado. Não que eu não queira um relacionamento futuramente, muito pelo contrário, só que na situação em que me encontro, não vejo escolha a não ser continuar o que eu estava fazendo, que era transar ocasionalmente com o Caio e com o Rodrigo.

Falando em Rodrigo, quatro dias haviam se passado desde que ele me viu ficando com o Caio, e desde então ele não me procurou mais, muito menos fez questão de olhar na minha cara durante suas aulas na semana. Se ele está com raiva é sem motivos, até porque, ele provavelmente está comendo outro por ai, pintando o sete e aprontando, então eu tenho o mesmo direito. Nossa, falando assim até parece que estamos em um relacionamento extra conjugal, onde, como punição por uma traição, o parceiro traído faz o mesmo. Estranho. Resolvo então parar de prestar e dar atenção a essas ideias e termino meu trabalho de redação enquanto escutava música.

Eu estava distraído, deitado em minha cama, quando meu pai bate na porta do meu quarto. Tiro meus fones e peço para que ele entre. Meu pai estava todo arrumado, muito bem vestido. Olho para ele e sorrio.

- Sua mãe e eu vamos sair. Só voltamos de madrugada...

- Tudo bem...

- Vamos a uma festa na cidade. Se você quiser ir, esperamos você se arrumar.

- Não, podem ir. Eu vou ficar por aqui mesmo e descansar um pouco.

- Tudo bem... Como sua mãe não preparou o jantar, eu deixei dinheiro em cima da bancada da cozinha. Compre alguma coisa quando estiver com fome. Pode ser?

- Claro. Bom passeio para vocês...

- Obrigado... Eu já ia me esquecendo. Sua mãe pediu para você pegar o vestido dela na lavanderia. Ela o deixou lá na semana passada para tirar uma macha.

- Lá no centro? - Pergunto. Eu não estava com a mínima vontade de sair da cama.

- Sim, e não reclame... Fique bem. Te amo. - Meu pai se aproxima de mim e beija minha testa.

- Também te amo pai... - Me levanto de minha cama.

Resolvo trocar de roupa para ir ao centro de uma vez, já que ainda eram seis da tarde e a lavanderia fecha as oito. Visto uma calça, uma camisa simples, calço meu tênis e saio do meu quarto. Passo na cozinha e pego o dinheiro que meu pai havia deixado para mim e saio de casa, indo direto para o ponto de ônibus. Espero cerca de dez minutos até que ele aparece. Entro, pago minha passagem, vou para o fundo, me sento em um banco completamente desconfortável, o único vago, e coloco meus fones de ouvido, os fiéis escudeiros. Faço uma rápida playlist com artistas da Suécia e fecho os olhos ao som de Asbjørn.

Quando cheguei no centro, já eram sete da noite. Já havia escurecido e as luzes dos postes já estavam acesas, iluminando tudo a minha volta. Os barulhos da cidade e do transito, eram impedidos de chegar aos meus ouvidos devido a intensa batida de ‘Bulshit Baby’ do Ms. Henrik. Atravesso a rua e de repente me deparo com uma cena um tanto quanto suspeita. Thallison conversava intimamente com um homem a sua frente. Eles pareciam rir de alguma coisa, pareciam flertar um com o outro, já que haviam toques velados e discretos por parte de ambos. Resolvo me aproximar e me esconder atrás de um carro, onde posso observar a cena mais de perto. E os vejo se movendo e saio de onde eu estava para os seguir. Eu me sentia um retardado naquele momento, mas que ali tinha, tinha. Depois de eles andarem por alguns minutos, os vejo entrar em um carro escuro. Me apavoro momentaneamente, mas me acalmo quando vejo um táxi passar ao meu lado. Dou sinal e entro no veículo pago.

- Siga aquele carro preto. - Aponto o carro para o motorista. Isso era tão emocionante.

O motorista, sem falar uma palavra, segue o carro. Com alguns minutos depois, já havíamos saído do centro e indo em direção a área industrial da cidade, onde se encontram as usinas e algumas fábricas de tecido. Quando nos afastamos ainda mais da cidade, percebo que estávamos os seguindo em direção aos Motéis da área. Um sorriso se brota em meu rosto. Essa seria uma oportunidade de ouro para mim.

Peço para o motorista ir diminuindo a velocidade a medida que os vejo parando e entrando em um específico Motel não tão frequentando. Dizem que o estabelecimento estava prestes a se fechar devido a baixa ida de clientes ao local. Assim que o carro deles entra, peço para o motorista parar perto da porta.

- Você pode me esperar? Não demoro muito... - Eu digo antes de sair.

- Olha rapaz, eu tenho que fazer dinheiro. Não posso ficar lhe esperando.

- Pode deixar o taxímetro rodando.

- Você vai demorar muito? - Ele se vira para trás e é ai que eu percebo que o taxista era um gato.

- Eu? - Me enrolo com as palavras. - Não... Não sei, provavelmente não. Eu te pago o dobro da corrida, só me espere, por favor.

- Tudo bem. Eu espero. - Merda, eu estava precisando do Rodrigo.

Eu entro no motel sorrateiramente, tomando cuidado para não ser visto pelos dois. Quando chego na portaria, sou barrado pelo vigia do lugar. Ele me encara, como se estivesse esperando alguma coisa, e como não digo nada, ele inicia a conversa.

- O que você quer? - Ele me pergunta de braços cruzados.

- Entrar.

- Menores de idade não podem entrar. O aviso na frente do estabelecimento deixa isso bem claro.

- Sim, eu sei, mas eu preciso entrar para outros fins, não para fazer sexo.

- E quais fins seriam esses? - Ele desarma um pouco.

- É o seguinte. - Resolvo mentir para ele. - Um daqueles caras que entrou aqui é meu namorado. Eu já estava suspeitando que ele me traía há alguns meses, mas sempre que eu perguntava isso a ele, ele negava. Então hoje quando ele me deixou em casa, eu peguei um táxi e o segui até o centro, onde ele se encontrou com aquele filhote de capeta. - Acho que eu merecia um Oscar pela minha atuação de ‘Namorado Traído’. Eu quase acreditei.

- Se acalma. - Ele diz depois de constatar que eu estava “Possesso”. - Não posso deixar você entrar para fazer um barraco aqui.

- Eu não quero fazer barraco. Eu só quero flagrar aquele filho da puta com outro, só isso. - Coloco minhas mãos na cintura e me finjo de impaciente. - Só me diga em qual quarto ele está, e se possível, me dê uma chave reserva, porque eu sei que você tem.

- Meu rapaz, eu não posso fazer isso.

- Por favor! - Eu me ajoelho em sua frente, o deixando constrangido. - Eu preciso o pegar em flagrante, jogar na cara dele todas as mentiras que ele me contou, tudo o que ele aprontou comigo. Eu juro que não vou fazer barraco, não vou quebrar nada, eu juro.

- Meu rapaz... - Ele tenta desconversar.

- Eu posso te dar dinheiro, eu tenho dinheiro, só me dê as chaves do quarto... - Eu praticamente derramava lágrimas. Meus olhos já lacrimejavam.

- Isso pode dar problema para o meu lado.

- Não vai, eu prometo. Aqui, toma... - Eu tiro uma nota de cinquenta da minha carteira e entrego para ele. - Quando eu sair, te dou mais.

- Se isso feder pro meu lado... - Ele parecia finalmente ter aceitado.

- Não vai, eu juro... - Eu já havia me levantado.

- Espere ai. - Ele vai até sua guarita e pega um molho com três chaves e me entrega.

- Quarto 69? - O quão irônico era isso?

- O que eu posso fazer. O rapaz só entra se for nesse quarto. - Ele parecia ter se arrependido do que falou, e foi então que eu percebi e resolvi voltar na minha história.

- Então aquele desgraçado já veio aqui antes? - Finjo estar com raiva, e mais uma vez, eu deveria ser indicado para o Oscar.

- Cara, foi mal, eu... - Eu o interrompo.

- Quantas vezes? Só me diz quantas vezes!

- Não sei, umas quatro ouFilho da puta! - Saio pisando forte e o deixo falando sozinho.

Quando sumo de sua vista, resolvo me recompor e fazer o que tinha que ser feito. A medida que eu me aproximava do quarto, meu coração disparava. Eu estava com medo de ser pego, é claro, mas eu também temia não conseguir fazer nada quando chegasse na porta, então, quando vejo a porta de madeira com o número ‘69’ em cima, para por um momento. Coloco meu ouvido ali, tento escutar alguma coisa, mas tudo o que eu ouvia eram barulhos de beijos. Resolvo prestar ainda mais atenção.

- Vamos tomar um banho primeiro. Eu estou sujinho... - Era a voz de Thallison, só que dessa vez, bem melosa e quase feminina.

- Tudo bem querida. - Querida? WTF?

Quando os escuto caminhando e rindo para o banheiro, coloco as chaves na porta, e sem fazer barulho algum, as giro, duas vezes. Pego a maçaneta e rodo e aos poucos, entro no quarto. A ideia vem a minha mente no exato momento em que vejo um arranjo de flores de frente para a cama, bem perto. Pego meu celular, o coloco para filmar em alta definição, o escondo atrás da planta de modos que ele possa gravar tudo o que se passa na cama e então resolvo sair do quarto, mas o tempo não estava ao meu favor. Eles estavam voltando, e eu tinha duas opções. Corria até a porta correndo um risco altíssimo de ser pego pelos dois, ou me enfiava debaixo da cama, que estava praticamente ao meu lado, então resolvo não contar com a sorte e me esconder debaixo da cama mesmo, e assim que me encolho todo ali, dois pares de pés voltando, mas há um porem, alguém usava salto alto, e eu torcia para que fosse o outro cara, o desconhecido, porque se fosse o Thallison...

Eles voltam a se beijar, a falar muita sacanagem um para o outro, e eu confesso que eu estava sim excitado, qual o problema. Escutar os gemidos daquele homem estava me dando tesão, porque os do Thallison eram muito femininos, femininos até de mais. Para quem se portava como macho alfa na escola, aqui ele estava bem diferente.

- Chupa meu cacetão vai, engole ele todo sua puta. - O homem disse.

- Quero ele todo na minha boca, bem fundo na minha garganta. - A voz do Thallison estava completamente feminina.

- Quer? Então seja uma boa putinha e fica de joelhos pro seu macho. - Escuto um barulho de estalo, um provável tapa na cara. - Me obedece!

- Desculpa... - Sua voz era até meiga.

Eu podia escutar o barulho do sexo oral, sério. Thallison sugava o pau do homem como se fosse um aspirador de pó. Nada contra quem goste de fazer muito barulho, mas se fosse comigo, não sei se eu acharia tão agradável assim. Depois de um tempo chupando o cara, Thallison finalmente se coloca de pé.

- Tira a calcinha vai, bem devagarzinho... - Oi? Calcinha? - Isso, que delícia... - De repente eu vejo uma calcinha vermelha de renda cair no chão e minha boca se abre na hora. Meu Deus, Thallison estava usando uma calcinha.

- O que você quer que eu faça agora? - Thallison pergunta.

- Rebola para mim vai, dança bem gostoso.

Vejo os pés de Thallison se moverem pelo piso do local, indo e voltando para perto da cama. Ele se agachava, levantava novamente. Ele fazia de um tudo ali. Quando o outro cara o pede para parar, Thallison para, resmungando.

- O que você quer que eu faça agora? - Thallison novamente pergunta.

- Fica de quatro na cama. Quero ver essa sua buceta rosinha... - O cara não parecia estar realmente excitado com a situação.

Vejo os pés de Thallison se aproximando da cama e me encolho ainda mais. Olho para cima e vejo o colchão afundar um pouco. Quando dei por mim, Thallison já gemia muito. O que eu ouvia podia facilmente se passar por um gemido feminino.

- Isso, fode minha boceta com força, arromba ela, estoura minha boceta! - Thallison gritava a plenos pulmões.

- Que delícia... Larguinha do jeito que eu gosto... Rebola no meu pau sua puta! - Ele grita e novamente escuto um estalo.

- Isso, bate na minha bundinha vai, deixe ela toda vermelha... - Thallison gemia muito alto.

- Tu adora um pau socado bem fundo nessa sua buceta né viado do caralho? - Ele bate mais uma vez na bunda do Thallison.

- Sim... Adoro um pau grandão que nem o seu socado na minha boceta...

- Geme para mim sua puta dos infernos, geme! - Ele bate mais uma vez.

- Isso! Fode comigo! Fode sua puta! Me arromba toda!

- Rebola na minha tora sua vagabunda! Rebola gostoso!

- Isso! Fode com força meu macho! Fode sua vagabunda!

Tudo bem. Involuntariamente eu estava excitado, até porque, eu não gozava desde a última vez que havia transado com o Caio, ou seja, quatro dias. Então não era de se estranhar que eu tinha uma ereção que não queria abaixar. O papel do Thallison não era o que me fazia sentir tesão, e sim o comportamento agressivo do outro cara que me fazia lembrar o Rodrigo, e era por isso que minha ereção não queria ir embora. Eu fiquei escutando aquilo por minutos e mais minutos.

Meus ouvidos estavam doendo devido a intensidade dos gritos, e eu não estava mentindo ou brincando em relação a isso, porque eles eram realmente altos. Minutos depois, eles pareciam estar gozando.

- Vou gozar! Caralho! - Anuncia o cara que estava com Thallison.

- Isso! Enche a buceta da sua puta de porra!

- Quer leite na buceta é?

- Quero... Enche ela de leitinho quente, enche...

- Então toma... Caralho... Porra! - O cara finalmente goza, gemendo alto, batendo mais uma vez na bunda do Thallison.

- Isso! Que delícia... Engravida a sua mulherzinha... Enche a bucetinha dela de porra...

- Caralho... - Ele dava seus últimos gemidos

- Que delícia de caralho... Deixa eu chupar ele...

- Chupa essa porra.

Novamente escuto o Thallison chupar aquele homem, e como havia sido antes, com muito barulho.

- Engole tudo vai, sente minha porra descendo na sua garganta, quentinha...

- Que delícia... - Thallison diz.

- Satisfeita? - Ele pergunta.

- Sim, muito satisfeita. - Thallison se coloca de pé.

- Agora passa o meu dinheiro. - Meu Deus, eu não acredito.

- Calma Carlão...

- Thallison, eu já gozei, já fiz tudo o que você queria, agora eu preciso do meu dinheiro, por favor. - O cara havia assumido outra personalidade, uma completamente diferente, eu diria até um pouco submissa.

- Quer voltar para a sua esposinha com câncer? - O Thallison volta a usar sua voz normal.

- Senhor Thallison, por favor, eu preciso do dinheiro... - Ele praticamente implora.

- Eu sei, se não sua mulherzinha morre de câncer e blá, blá, blá. Eu já sei de toda história. Toma!

Thallison provavelmente jogou o dinheiro no homem, já que ele se abaixou para pegar as notais que caiam no chão, e quando ele fez isso, o que eu temia aconteceu, acabei sendo visto. Quando o cara me viu de baixo da cama, me encarou por alguns segundos. Fiz um gesto de ‘Silêncio’ para ele, torcendo para que ele não falasse nada, o que acabou dando certo. Ele se levantou como se nada tivesse acontecido.

- Satisfeito?

- Obrigado, senhor...

- Dá próxima vez eu quero inverter os papeis. Estou morrendo de vontade de te ver vestindo uma calcinha bem apertada. Deve ficar um tesão de mulher.

- Senhor Thallison, eu...

- Cala a boca! - Escuto o Thallison bater no rosto do homem.

- Eu posso fazer meu pai te demitir a qualquer momento, ou já se esqueceu de seu pequeno roubo na delegacia...

- Eu precisava para o tratamento da minha esposa. Ela estava morrendo...

- Que morra! Eu não me importo com aquela corna da sua esposa com câncer. Eu filmei você roubando o dinheiro apreendido na sala de evidências. Eu filmei tudo! Então é bom você considerar o que estou falando.

- Sim, senhor Thallison.

- Ótimo. Agora eu vou me trocar e sair daqui.

- Tudo bem, eu espero o senhor...

- Nada diss. Arruma um jeito de ir de táxi, ou vai a pé, já que é acostumado a correr atrás de bandido.

- O centro da cidade é longe...

- Pouco me importo! Vá depressa, ou quando você chegar em casa, sua esposa já pode estar gelada!

- Então eu já vou...

- Depois de mim!

Escuto Thallison se afastar e voltar para o banheiro. Alguns minutos depois, ele volta vestindo suas roupas normais, como tênis e calça jeans. Ele se aproxima do homem e eu escuto um barulho de beijo, que pareceu ter sido inicialmente recusado pelo homem, mas Thallison havia insistido.

- Agora eu vou embora. Espere uns vinte minutos para poder sair.

- Tudo bem...

- Semana que vem eu te ligo Carlão delícia. Quero rebolar nesse teu pauzão o mais rápido possível...

- Ok senhor.

- Até mais gostoso...

- Até mais senhor.

Quando a porta daquele quarto de motel se fecha, considerei várias hipóteses. Eu poderia me fingir de desentendido e ficar ali em baixo, quieto, como se nada tivesse acontecido. Eu poderia me fingir de morto quando o cara resolvesse me puxar pelos cabelos. Poderia tentar um acordo, provavelmente envolvendo dinheiro, ou eu poderia não fazer nada porque o cara não quer nada comigo.

- Você já pode sair daí. Ele não vai voltar mais.

Ok, não tinha como eu me fingir de morto. Relutantemente, começo a sair de debaixo da cama. Eu estava um pouco receoso por causa da situação, mas uma coisa me dizia para eu ficar tranquilo, então confiei em meus instintos. Assim que me coloquei de pé, me deparei com um homem de pele morena sem camisa. Ele tinha quase dois metros de altura e os olhos bem escuros e tristes. Ele estava apenas de calça. Sua camisa vermelha ainda estava no chão, mas por pouco tempo. Ele se afasta um pouco de mim, pega sua blusa no chão e a veste.

- O que você está fazendo aqui? O que quer comigo?

- Seu nome é Carlos? - Resolvo perguntar.

- Sim, é, agora me responda, o que está fazendo aqui?

- Conseguindo provas contra o Thallison, e parece que eu consegui.

- Contra ele?

- Sim, ou você acha que vim aqui espiar tudo como amigo daquele infeliz?

- Eu não sei. Os adolescentes de hoje em dia estão cheios de merda na cabeça.

- Bem, eu não sou um desses adolescentes, apenas estou me precavendo.

- Ele está te chantageando também? - Ele se interessou.

- Ainda não, mas tenho certeza que não irá demorar.

- Então porque está aqui, já que ele não te fez nada?

- Bem, eu não chamaria uma tentativa de homicídio de “Nada”.

- Ele tentou te matar? - Ele perecia estar chocado.

- Me afogar, na verdade. Não sei se foi ele ou outra pessoa quem me puxou para o fundo da piscina, mas que isso é coisa dele eu não tenho dúvida.

- Toma cuidado com ele.

- Eu sei... Mas porque você está sendo chantageado? O que aconteceu?

- Bem, há alguns meses atrasas eu recebi um chamado de um provável assalto. Quando cheguei no local, consegui pegar os ladrões. Com eles havia uma bolsa com quase dez mil...

- E como sua esposa está com câncer, pensou em usar o dinheiro para pagar o tratamento dela.

- Isso, o que não seria tão surreal assim, já que frequentemente algum dinheiro some da sala de evidências, então não me preocupei com isso, apenas peguei o dinheiro depois de prender os ladrões.

- Mas o Thallison te filmou...

- Sim... - Ele parecia muito triste.

- E como ele conseguiu isso?

- O pai dele é delegado na delegacia onde trabalho, então não foi difícil para ele.

- Delegado? - Eu realmente estava ferrado.

- Sim, e não é um dos bons e justos.

- Meu Deus... Mas e sua esposa, ela está bem?

- Não, e aos poucos eu estou desistindo, assim como ela... O câncer é terminal. Já tentamos vários tratamentos, mas não deu em nada.

- Sinto muito... - Eu podia ver uma tristeza profunda nos olhos dele.

- Não sinta, não foi sua culpa...

- Mesmo assim. Deve estar sendo difícil para você.

- Obrigado pelas palavras...

- Não precisa agradecer... Carlos, eu... - Eu tinha que contar para ele sobre as filmagens. - Eu tenho tudo o que aconteceu aqui gravado.

- O que?

- Eu consegui entrar no quarto quando vocês estavam no banheiro. Coloquei meu celular para gravar tudo... - Eu vou até onde deixei meu telefone e o pego, voltando em seguida para perto de Carlos. - Está tudo gravado, mas se você quiser, posso apagar tudo...

- Qual o seu nome? - Ele me pergunta.

- Jonathan...

- Jonathan, não precisa... - Ele não olhou nos meus olhos. - Minha vida já está na merda há muito tempo, então esse vídeo não vai fazer a diferença...

- Carlos, independente do que acontecer daqui para frente entre eu e o Thallison, eu não vou te envolver no assunto. Eu prometo...

- Tudo bem... Eu vou deixar meu telefone com você. É do meu interesse que o Thallison seja desmascarado. Se precisar de ajuda, é só me ligar. - Ele pega um cartão em seu bolso e me entrega. - Agora eu estou indo. Ainda tenho que encontrar um táxi...

- Vai comigo. Eu tenho um me esperando lá em baixo. Não custa nada o dividir com você...

- Tem certeza? Eu não quero incomodar.

- Tenho. Vamos.

Saímos daquele quarto e fomos caminhando em direção a portaria. Quando avisto o guarda do motel, ele logo vem em minha direção, entranhando a companhia ao meu lado. Dou uma desculpa esfarrapada para ele e lhe entrego mais uma nota de cem e as chaves do quarto. Carlão caminhava ao meu lado, com a cabeça baixa, assim como eu, mas sou impedido de seguir em frente quando trombo em alguém.

- Jonathan? - Me, fodi.


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Comentários

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26/07/2015 10:42:47
* carro
26/07/2015 10:42:30
Vou destacar duas frases do capítulo. " Siga aquele cartão!" Eu sempre quis fazer isso. " Engravida sua mulherzinhà" Que porra é essa? KKKKKK O capítulo foi muito bem escrito e envolvente, com ganchos pra deixar com vontade de ver o próximo. Espero que o Jonathan não dê uma de Nina e deixe essa gravação a salvo do Thalisson. E fiquei comovido com o drama do policial com a esposa doente. Thalisson é um filho da puta em grau máximo
25/07/2015 02:23:31
É o Rodrigo...
24/07/2015 22:32:57
Ishi
24/07/2015 15:20:11
Bom demais. Quem será?
24/07/2015 08:25:52
NÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAO, ESPERAR ATÉ DOMINGO NÃO OMG :O


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