Ele deitou na sua cama e dormiu. Eu deitei na minha, e tentei dormir, mas não conseguia.
O Nícholas entrou no quarto. Eu fingi que estava dormindo. Fiquei tenso já, e com pau duro, porque imaginei que ele fosse me atormentar. Mas não, ele só entrou, olhou, e foi para sala.
Eu pensei, pensei, pensei. Lembrei de tudo que o Gu tinha me falado, e voltei a pensar, pensar, pensar. Vou descrever o raciocínio que eu tive, pra vcs entenderem o porque da minha escolha, que eu lhes contarei no final desse post:
Eu tinha duas possibilidades:
1) Voltar com o Nícholas, e correr o risco de tudo acontecer de novo. Eu sabia que a probabilidade era grande de todo esse inferno, todo esse sofrimento, voltar a me perturbar. Afinal, não era a toa que ele a namorada brigavam praticamente todo dia. Se ele fosse tudo de bom, isso não ia acontecer (claro que eu sabia, também, que a culpa pelas brigas não era só dele. Mas, enfim, vcs me entenderam, né?)
2) Falar com o Alex, e levar uma vida que, supostamente, seria mais estável, menos turbulenta. Mas, claro, eu tinha que conversar com ele... porque ninguém me garantia que ele ia querer me namorar.
Daí eu pensei no que o Gu tinha me falado, que com o Alex, eu não poderia ficar acabando, e voltando, e acabando... enfim, plagiando a fala do Gu, não poderia ser aquela " baderna" não.
Então eu comecei a pensar que, pra eu namorar o Alex, eu tinha que realmente gostar dele, porque não seria justo ficar brincando de marido e mulher com ele. Eu bem sabia o quanto ele já sofria internamente com esse negócio de namoro. Eu, definitivamente, não tinha o direito de tomar uma atitude tão desonesta com ele.
Agora, o problema era: eu amo o Alex? Ou, pelo menos, se eu namorar, vou amar de verdade?
Aí, me veio na cabeça o Gu dizendo que, eu e o Nícholas, poderíamos brigar, fazer o que quiséssemos, que, depois de uns dias, estaríamos um louco pelo outro. E, o pior de tudo, isso é verdade. Eu realmente creio nessa teoria do Gu.
Aí tive certeza que eu não amava de verdade o Alex.
Conclusão:eu ia voltar pro Nícholas.
Eu tinha decidido. Foi algo aliviante, tomar uma decisão. Independente de ser a certa ou a errada, eu precisava decidir. Não podia ficar naquela insegurança, naquele dilema.
Mas, ao mesmo tempo, eu fiquei com um sentimento de fracasso. um sentimento de que eu tinha dado o braço a torcer. Que bosta, eu queria fazer o Nícholas sofrer. Eu queria vê-lo implorando pra que nós voltassemos, e eu lá, sem me importar com ele. Ai, eu queria me vingar por completo. Isso é culpa do meu orgulho, já falei! hauahuahaua
Mas, nesse caso, eu tive que fazer o meu ego adormecer, porque era o que eu queria. Era o que me deixaria feliz. E seria uma tontice tamanha sofrer, pra fazer alguém sofrer. Ainda mais porque eu corria o risco de sofrer, por não estar com ele, e ele nem dar bola pra mim, depois de um tempo. Aí ia ser foda...
Me levantei da cama, disposto a falar com o Alex. Eu precisava contar que nossa relação tinha começado e terminado naquela transa. Diga-se de passagem, muito boa, enquanto durou, mas que, no momento, não me dava tesão nenhum lembrar dela. Isso era um sinal mais que óbvio de que eu tinha feito a escolha certa.
Fui para a sala, e o Alex estava dormindo no sofá. Eu fiquei pensando se deveria acordá-lo. Mas, resolvi deixar para depois, porque, senão, eu ia acordá-lo pra dizer: "Eu não te amo de verdade e a gente não vai mais namorar! Agora pode voltar a dormir."
É, era melhor mesmo deixar para depois. Hauhauahuahua
O Nícholas cochilava na cadeira da sala. Tão lindo, hauahuahau...
Voltei pro meu quarto, agora com uma paz interna, deitei na cama e dormi, quase que imediatamente.
Voltei pro meu quarto, agora com uma paz interna, deitei na cama e dormi, quase que imediatamente.
Acordei, estava sozinho no quarto. O Gu já havia acordado. Ouvi uma barulheira na sala, e fui ver o que ocorria.
Todos os moleques da casa já tinham chegado, e estavam jogando truco. Nossa, era uma gritaria. O Gu estava aos beijos, sentado no sofá, com a menina que ele estava ficando, ou namorando, sei lá.
O Nícholas estava sentado na cadeira, ainda. ele me olhava e fazia umas caras sexys... Que tonto, como se fosse me dar tesão ver aquelas caras dele. Se fosse na hora do sexo, ver aquelas caras seria motivo pra eu gozar. Mas, eu tinha acabado de acordar, hauahauhau, ele estava parecendo um retardado, fazendo aquelas caretas. A minha vontade era de rir.
Eu precisava ir ao lab, retirar umas amostras de uma máquina, e congelar.
Avisei todo mundo que eu ia lá, rapidão, e já voltaria.
Adivinhem só? O Nícholas quis ir comigo, claro.
Ele foi, durante o caminho, me falando putarias, que nem ele sempre falava, antes de começar a me ignorar. E eu mantinha a minha postura de durão. Eu queria tê-lo, mas a gente teria ter aquela conversa que já deveríamos ter tido, antes mesmo de voltar do congresso.
Entramos no departamento. Estava tudo escuro. Não havia ninguém, era sábado. Entramos no lab. ele trancou a porta, e já foi desabotoando a calça dele.
Enquanto desabotoava, foi se aproximando de mim, falando que ele não aguentaria esperar nem mais um segundo por mim. Eu só deixei ele fazer o que queria, por enquanto.
Ele começou a me beijar. Eu não o beijava, só permitia que ele ficasse lá, me lambendo a boca, os lábios.
Ele ficava apertando minha bunda. Eu estava muito excitado. Mas, mesmo assim, eu me afastei e disse:
- A gente precisa conversar muito seriamente.
Nícholas: Vamos deixar pra conversar depois que gozarmos.
E voltou a tentar me beijar, mas, dessa vez, eu não deixei.
Eu: Não, tem que ser agora.
Nícholas: Fala logo, então.
Eu: É uma conversa, não um monólogo meu. Não vou ser eu que vou falar sozinho.
Nícholas: Sobre o que que vc quer conversar?
Eu: Vc jura que vc não sabe?
Nícholas: Não... foi porque eu te agarrei hj?
Eu: Não é possível, vc está me zuando.
Nícholas: Eu não sei, caralho. Fala logo.
Eu: Nícholas, vc simplesmente me ignora, de uma hora pra outra, e acha que tudo ficaria normal? Que eu ia te esperar voltar a ter bom humor, e, então, voltaríamos a transar?
Nícholas: Eu não te ignorei.
Eu: Como não?
Nícholas: Não te ignorei não. A gente só não transou. E eu não fiquei em cima de vc, porque eu queria ver se me satisfazia com mulheres, mas vi que não consigo, eu preciso de vc.
Eu: Vc nem falava comigo.
Nícholas: Porque vc se afastou de mim. Não perguntava nada a mim. Eu responderia na boa, sem problema nenhum. Eu tentei ter uma relação de amigo com vc, mas não consigo, eu quero mais.
Eu fiquei besta de ver como ele encarava a situação. Eu nem sabia o que falar pra ele. Não tinha como contestar. Ele não mentiu, eu o evitei mesmo. Mas só fiz isso porque ele estava diferente comigo também. É impressionante como duas pessoas olham pra mesma situação, e interpretam totalmente diferente.
Eu: Vc se acha no direito de, do nada, sem explicar, parar de falar com a sua namorada, porque vc resolve ser só amigo?
Nícholas: Não, claro que não.
Eu: Então, vc não fez nada diferente disso comigo!
Nícholas: Mas a gente não namora! Essa é a diferença.
Eu fui ficando passado, a cada frase que ele falava. Não era possível que eu estava ouvindo aquelas asneiras. AFE, foi me dando raiva dele.
Eu: Ah, então, Nícholas, se depois de transarmos 3 vezes em dois dias, ficarmos naquele clima de começo de namoro durante os dias seguintes, vc ainda não acha que eu mereço a consideração que vc tem com as namoradas, é melhor a gente se afastar. Essa vida insegura não é o que eu quero pra mim.
Nícholas: Não, eu preciso de vc, Josh.
Eu: É, vc precisa de mim, e eu te amo. Já te falei isso. Mas, pelo jeito, se não houver um pedido formal de namoro, vc acha que pode fazer o que vc fez, né? Então, eu não quero mais nada com vc.
Nícholas: Não, eu não vou mais te tratar daquele jeito mais. Eu preciso de vc.
Eu: Nícholas, chega.
Nícholas: Mas, por que? Eu estou te falando que eu preciso de vc! Por que vc não aceita? Qual é o problema?
Eu: Vc só pode estar louco. A gente acabou de conversar sobre o problema.
Nícholas: O problema é a gente não namorar oficialmente?
Eu: Nossa, como vc é rápido pra entender as coisas!
Nícholas: Sério que é esse o problema? Me avisasse antes, é muito fácil de resolver.
Nisso, ele se ajoelhou, segurou minha mão esquerda entre as suas mãos e falou, com uma voz um pouco cansada:
- Josh, vc quer namorar comigo?
Eu estava quase chorando. Não de emoção, mas porque eu estava com a mente cansada, estava com vontade mandar tudo a merda. Aí ele me vem com esse pedido lindo, no meio de uma situação pra lá de tensa. Eu não sabia o que pensar mais.
Eu lhe perguntei:
- Vc quer me namorar?
Nícholas: Quero, claro.
Eu: Igual vc namora com as meninas?
Nícholas: Sim.
Eu comecei a chorar. Desabei. Falei do Alex, mas estava fazendo igual.
Ele se levantou, começou a acariciar o meu rosto, e falou:
- Não fique assim. Eu te amo, Josh. Eu quero vc, pro resto da minha vida.
Eu, chorando: Eu não acredito em vc. Logo vc arruma uma desculpa pra dar um gelo em mim.
Nícholas: Não, nunca. Pode acreditar. EU TE AMO, EU TE AMO.
Eu comecei a parar de chorar. Mas ainda estava muito confuso. Ele começou a passar o dedão nos meus lábios e falou:
- Eu te amo, Josh. De verdade. Eu amo esses lábios, esse rostinho lindo, esse olho fundo.
Eu fiquei olhando fixamente para ele. Ele continuou passando o dedão pelo meu rosto, muito levemente.
Nícholas: Josh, me de mais uma chance. Eu te garanto que nós seremos muito felizes juntos. Só me de essa chance, por favor.
Eu continuei olhando para ele. Ele foi aproximando o seu rosto do meu, e, muito devagar, começamos nos beijar. Foi um beijo muito longo, acho que mais de 10 minutos nos beijando.
Eu continuei olhando para ele. Ele foi aproximando o seu rosto do meu, e, muito devagar, começamos nos beijar. Foi um beijo muito longo, acho que mais de 10 minutos nos beijando.
Ainda com as mãos no meu rosto, ele parou de me beijar, afastou o seu rosto um pouco do meu, muito pouco, pra ser sincero. Nossos narizes se tocavam. Ele disse:
- Nossa, que saudade dessa boca.
E voltou a me beijar, de forma mais agressiva. Eu sabia que agora a coisa ia acontecer.
O clima era de sexo, como as outras vezes. Aquele ar de briga, de discórdia, havia ido embora. Eu estava meio que entregue. Não tinha muita ação, iniciativa. Estava passado, cansado. Se ele não comandasse a transa, ela não ia acontecer.
Ele me pegou pelas axilas, e me pos sentado na bancada. Começou a desabotoar minha bermuda jeans, desabotoou a sua também. Ela caiu das suas pernas. Ficou amarrotada no chão.
Ele apertava o meu pau, por cima da cueca, e ia me beijando o corpo inteiro. Eu estava largado em suas mãos. Não havia muita diferença para ele, naquele dia, fazer sexo com uma boneca inflável, ou comigo.
Ele começou a chupar o meu pau, ainda por cima da cueca.
Eu me deitei na bancada, e fiquei curtindo aquele boquete maravilhoso, como sempre foram os que ele tinha me feito.
Ele me chupou até minha cueca ficar encharcada de saliva dele. Retirou-a, então, e caiu de boca no meu pau.
Eu continuava sem ação, só curtindo o prazer.
Ele me virou, e começou aquela lambição de cu. Nossa, como eu amo quando ele faz isso. Ficou lá, lubrificando o buraquinho, até que ele tirou a sua cueca também, e se deitou em cima de mim, na bancada. Enfiou aquele pinto grande dele, e começou a bombar.
Ele estava diferente nessa transa, porque não falava bobagens. Aliás, não falávamos nada. Sabe quando vc está com tanta fome, que, quando faz o seu prato, vc come com muita voracidade, e não tem nem tempo pra conversar?
Ele estava assim. Foi uma transa silenciosa. Era silencio intercalado por curtos gemidos.
Ele ficou bombando, e eu lá, deitado de bruço, levando aquela pica na bunda.
Ele fode uma pessoa como ninguém. É demais... e, como já disse, ele demora muito pra gozar. Muito mesmo. Ele ficou montado em mim, na mesma posição, mais de 20 minutos, acho. Eu já estava com dor na perna, no ombro... e meu cu, então, nem preciso contar o quanto já doia.
Ele bombou por um tempão, e começou a acelerar, acelerar. Eu sentia o seu pinto entrando e saindo de mim numa velocidade frenética. De repente, eu ouço um gemido longo, alto, de alívio. Em seguida, ele começa a soltar aqueles jatos quentes, dentro do meu cu.
Ficou gozando um tempão. Me virou de novo, e começou a me chupar. Eu gozei tudo em sua boca. Ele engoliu.
Ele voltou a me virar, agora de lado. Ele também se deitou na bancada, ao meu lado, me abraçou, me beijou e falou:
- Josh, eu te amo. Agora, nós namoramos, oficialmente.
Eu fiquei lá deitado, olhando pra ele, com um sono... a discussão havia me cansado mais do que fazer esporte. Estava esgotado de verdade. Fiquei assim por uns 20 minutos, até que disse:
- Bom, agora eu preciso fazer o que tinha que fazer, aqui no lab, e daí voltamos pra rep. To com um sono, preciso dormir. (Falei isso e já comecei a me mexer, pra levantar)
Nícholas, pondo a mão sobre mim, para me fazer deitar de novo, falou:
- Não, não... fique aí deitado. Pode dormir um pouco. Eu congelo as amostras. Pode deixar comigo.
E se levantou, colocou a roupa, e foi fazer pra mim.
Eu fiquei deitado, com o olho fechado. Claro que não resisti, e adormeci.
Ele me acordou muito rapidamente. Parecia que eu nem tinha dormido nada. Olhei pra ele e falei:
- Mas já fez tudo?
Nícholas: Já sim. Faz uma hora que vc está dormindo aí! Hauhauhauhau.
Eu: Nossa, uma hora?
Nícholas: Aham. Eu congelei, usei a net, fiquei observando como vc é lindo, quando dorme. Tudo pra passar a tempo. Mas, agora, está na hora de a gente voltar pra rep.
Eu: É, vamos então.
Me levantei, pus minha calça, e saímos.
Chegamos na rep, estavam todos sentado na mesa, mó clima de velório.
Eu, preocupado, perguntei:
- O que aconteceu aqui?
Luciano: O Vinicius ta indo embora, Josh.
Eu: Nossa, porque, cara?
Vinicius: Eu vou trancar a facul. Não estou gostando do curso. Vou prestar vestiba no fim do ano, de novo.
Eu: Ahh, que pena, meu. Mas, se vc não gosta, está mais que certo. Não adianta ser cabeça dura, se formar no curso, e, depois de formado, não trabalhar na área.
Vinicius: É, eu falei com meus pais, e eles acham que eu devo largar, também.
Fui pro quarto bastante triste, por causa do Vinicius. Nossa rep era muito estável. Morávamos juntos já fazia 3 anos e meio, quase. A única mudança que havia tido, era o que o Nícholas havia entrado, há 5 dias. Desde que o Alex entrou, era o mesmo povo. Quase uma família.
Por outro lado, o Nícholas ia ter um lugar definitivo lá, com cama mesmo, e não só colchão. E, ia acabar aquela chatice de ir buscar o colchão na edícula de noite, e levar pra lá ao amanhecer.
Melhor ainda, era que tinha livrado um lugar no meu quarto! Consequentemente, dormiríamos o Nícholas, o Gu e eu, no mesmo quarto.
Isso me deixou muito feliz.
Deitei na cama, ainda muito cansado. O Nícholas ficou sentado no pé da minha cama, lendo um artigo.
Eu lembrei do Alex. Precisava falar com ele (o Alex), que nossa relação não iria continuar.
Precisava contar ao Nícholas também, do ocorrido.
Eu: Nícholas...
Nícholas: Fala.
Eu: Feche a porta.
Nícholas: Por que?
Eu: Fecha a porta, por favor.
Nícholas: Ta bom. (Levantou-se e fechou.)
Eu: Preciso te falar uma coisa.
Nícholas: Pode falar.
Eu: Lembra que eu havia te contado sobre o Alex?
Nícholas: Aham, que que tem?
Eu: A gente transou.
Nícholas, meio supreso: Vc e o Alex?
Eu: É claro, se eu falei A GENTE.
Nícholas: Mas como?
Eu: Trasamos, ué. Aconteceu.
Nícholas: Quando?
Eu: Hoje.
Nícholas, mais assustado ainda: Hoje?
Eu: Pára, Nícholas, que coisa chata. Se eu to falando que foi hoje, é porque foi hoje. Se fosse ontem, eu te diria ontem.
Nícholas: Mas como que isso foi acontecer?
Eu: Ahh, sei lá, eu puxei o assunto dele ser gay, daí ele começou a chorar... aí surgiu um clima, e aconteceu.
Nícholas: Chorar?
Eu: Mas porque vc está com essa mania de questionar o que eu falo?
Nícholas: Nossa, que viado. Altão, bonitão, e fica chorando por aí?
Eu me irritei com esse comentário dele. Primeiro que não tinha nada a ver o Alex ter chorado com ele ser gay. E, segundo, EU havia chorado hoje, na frente dele.
Eu: Que que vc falou, Nícholas?
Nícholas: Ah, que é estranho ele ser tão alto e ser um gay enrustido.
Eu: Nícholas, vc é muito besta. Não sei se vc percebeu, mas vc está transando com um homem. Então, vc também é gay, por mais que vc não aceite. E, ainda, fica falando dos outros, como se tivesse moral.
Nícholas: Eu não sou gay.
Eu: bom, não vou entrar nesse assunto, porque senão a gente vai brigar feio. Mas, vc precisa parar de ser preconceituoso.
Nícholas: Não é questão de entrar no assunto, ou não. Vc falou que eu sou gay. Eu não sou!
Eu: Ah não?
Nícholas: Não, eu não curto outros homens, só vc. Eu não tenho vontade de me vestir de mulher, eu não tenho vontade de ver o pau dos outros homens. Eu só curto vc.
Eu: Vestir de mulher? Nícholas, que absurdo. Vc acha que todo gay quer ser travesti?
Nícholas: Ah, sei lá. É melhor a gente parar, porque vai sair briga.
Eu: É, melhor mesmo. Eu só queria te dizer o que ocorreu com o Alex.
Me virei, e fiquei pensando como ele era besta. Eu precisava melhorá-lo. Era minha missão, enquanto namorado dele, faze-lo mudar essa cabecinha de bagre.
Fiquei pensando o que será que ele pensava sobre mim? Ele me via como gay, eu tinha certeza. E ele, era o hétero que come meu cu. Até parece... Resolvi perguntar a ele:
- Nícholas, vc me considera gay?
Nícholas: Que?
Eu: Como vc me ve? Na sua cabeça, eu sou gay?
Nícholas: Não, na minha cabeça vc é meu namorado.
Eu: Ta, sou seu namorado. Mas sou gay?
Nícholas: Não.
Eu: Nícholas, eu gosto de outros paus, além do seu. Mas eu não tenho vontade nenhuma de me travestir. E, então, eu sou gay?
Nícholas: Ah, sei lá. Que assunto besta.
Resolvi deixar pra lá, ele ia fugir eternamente da minha pergunta. Mas, eu tinha certeza que ele me via como um viado. Não que eu não seja, mas ele também é, e não admite.
Passou um tempo, e o Gu entrou no quarto. Deitou-se na sua cama.
Eu fiquei pensando que era a minha chance de fazer uma maldade com o Nícholas. Ele precisava aprender a aceitar ser gay. Então, eu falei ao Gu:
- Gu, decidi.
Gu: Hauhauahu, nem precisa me falar da decisão, eu já sei qual é!
Eu: Pois é. E hoje foi muito bom, apesar de tenso. Depois te conto tudo.
O Nícholas me olhou com uma cara feia, porque sacou que eu estava falando da nossa transa. Eu, então, falei:
- Nícholas, me de um beijo.
Nícholas: Que?
Eu: Me beija, agora.
Nícholas: Josh, larga mão.
Eu: Nícholas, o Gu sabe que nós transamos. E sabe que nós voltamos, hoje.
Gu: Hauhauhau, pois é.
Nícholas: Mas vc é muito inconveniente, Josh. Se liga.
Eu: Vc tinha me dito que estávamos namorando. Eu não quero que seja algo público. Mas, o Gu já sabe. E vc sabe disso. Não tem porque escondermos. Então, ou vc me beija agora, ou está tudo acabado, pra sempre.
Ele não hesitou. Ajoelhou-se na cama, se esticou e me deu um beijo sem graça. Rapidamente, ele tentou parar o beijo, mas eu me agarrei nele e não permite que ele se afastasse. Fiquei beijando, um bom tempo. O Gu só ria.
Ouvi passos no corredor, e o soltei correndo.
Ele voltou a sua posição original, sentado na cama. Eu disse, baixinho:
- Salvo pelo gongo.
Nícholas: É, por muito pouco que a gente não é pego. Tem hora pra se fazer essas coisas. Vc não tem juízo.
Eu: Ah, olha quem fala... quem foi que falou tudo que o Gu ouviu?
O Gu ficava rindo la na cama. O Nícholas nem respondeu.
O meu sono começou a voltar. Fiquei quieto e acabei adormecendo.
Acordei com o Vinícius fazendo as suas malas, pra ir embora, definitivamente.
Eu: Mas vc já vai embora hoje?
Vini: Sim. Meus pais estão vindo me buscar.
Eu: Puxa, que pena. Eu achei que ia ficar mais um tempo.
Vini: Não, eu tenho que começar a fazer cursinho o mais rápido possível.
Eu: Que coragem de voltar a essa vida de vestibular.
Vini: Não tenho outro jeito, né.
Eu me levantei e fui para a sala. Já era quase 19:30 h.
Lucas: Ow, vamos na balada, hoje, Josh?
Eu: Quem vai?
Lucas: Acho que todo mundo.
Eu: Que horas?
Lucas: Só estamos esperando os pais do Vini chegarem, pra gente dar tchau.
Eu: Ah, vou ver. Acho que vou sim.
Quando eram oito e pouco da noite, os pais dele chegaram, demos tchau, e o Vini foi embora.
Aí cada um foi se arrumar. Eu perguntei ao Nícholas se ele iria, ele confirmou que sim. Então eu fui me trocar também.
Fomos à balada. Estava uma fila enorme. Ficamos na fila. Eu evitava ficar com o Nícholas, pra não dar bandeira.
Aquele clima de putaria já estava na fila. As meninas com mini saia, uns bombadões com calça e regata, alguns sem camisa.
É claro que o Nícholas era um dos mais assediados. Isso me incomodava.
E eu percebi que o Alex ficava sempre do meu lado. Aí que eu me lembrei de que eu não havia falado com ele ainda. Putz, que bosta. Eu ia ter que acabar com o fogo dele, se ele estava pensando em algo nessa noite.
O Nícholas percebeu que o Alex estava querendo algo. Ficava me olhando feio.
Mas eu não tinha coragem de falar com o Alex. Eu tinha acabado de transar com ele, e, agora, já ia dispensar.
E, pra falar a verdade, eu tinha medo dele começar a chorar, como ele tinha feito nesse dia, mais cedo.
Entramos, a balada estava bastante cheia. Ficamos lá na pista de dança um tempo. O Gu já estava aos beijos com a menina de sempre. O Lucas começou a xavecar um feiosa que ele encontrou.
O Luciano e o Ricardo sairam atrás de 2 amigas, que eles tinham se interessado.
Ficamos nós tres lá, o Alex, o Nícholas e eu. O Alex sempre em cima de mim. Eu me sentia tenso. Tinha medo de o Nícholas se inervar, e falar bobagem pro Alex.
Eu falei que ia ao banheiro. O Alex falou que ia junto. O Nícholas, imediatamente, falou que ia também.
Era a minha chance de falar para o Alex que tudo estava acabado. Então, pedi ao Nícholas pra que ele ficasse, pois já voltaríamos.
Enquanto íamos ao sanitário, o Alex falou no meu ouvido:
- Vc entra numa cabine. Depois de um tempo eu entro lá também.
Eu: Alex, a gente precisa conversar.
Alex, já com uma cara preocupada, respondeu: O quê?
Eu: Nós não poderemos continuar juntos.
Alex: Por que?
Eu: Porque seria uma sacanagem minha com vc. O que aconteceu, foi muito bom, mas foi algo de momento. A gente não se ama de verdade.
Alex: Então, está tudo acabado?
Eu: Infelizmente, sim.
Ele fez uma cara triste.
Eu: Mas não fique assim. Vc é lindo demais, cara. Tenho certeza que vai chover homem em cima de vc. Seja mais aberto a isso, que vc vai arrumar alguém pra sua vida. Não me resta dúvida quanto a isso.
Alex: É, eu vou ver o que vou fazer.
Eu: Mas não fique chateado comigo, por favor. Eu quero muito ser seu amigo, poder compartilhar dos bons e dos maus momentos dos seus futuros relacionamentos.
Alex: Fica sussa, eu não to chateado com vc. To decepcionado com a situação, mas sem mágoas.
Eu: Isso, além de lindo de morrer, vc é incrivel.
E nos abraçamos. Voltamos a pista. O Nícholas me olhava bravo. O Alex, estava desconfortável.