Nem tudo é fácil
(Cecília Meirelles)
É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada.
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão?
Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
*
*
*
-Não quero deixar você esta noite - a voz grave de Eduardo murmurou suavemente no ouvido de Nicole.
Ela abriu os olhos e viu aqueles olhos azuis que tanto a encantavam.
-Então não deixe.
-Isto é um convite? - perguntou ele, enquanto a saboreava com a língua em volta dos lábios.
Os sentidos de Nicole imediatamente reagiram.
-Sim. É um convite.
Ela então envolveu os braços em volta do pescoço dele e abriu a boca para receber sua língua quente e forte, que começou a seduzi-la novamente, roubando sua respiração. Não era possível alcançar um orgasmo só com um beijo e, entretanto, Nicole se sentia perto disso.
Ela estava nervosa, percebia-se pelos movimentos que fazia. E ele estava excitado, e sabia que ela também podia perceber isso. Não havia como não ficar, o desejo que sentia por Nicole era único, desesperador.
-Onde fica o quarto?
-No final do corredor.
Segurando-a com firmeza, ele foi na direção do quarto, enquanto a beijava e explorava cada centímetro da sua boca. Sem parar de se beijarem a levou até a cama.
-Desejo você. - sussurrou ele, dando um beijo úmido no ombro dela.
-Verdade?
-Sim. Quer saber o quanto desejo você?
Nicole só balançou a cabeça confirmando.
Nesse momento ele se levantou da cama e acendeu a luz do abajur e começou a se despir na frente dela, sem perder o contato visual. Primeiro sapato, em seguida puxou a gravata, e tirou o paletó.
Ele se despia sem medo, botão a botão, sem em nenhum momento desviar o olhar, era uma conexão que ia além do sexo, que a emocionou e a deixou sem palavras. Ao tirar a última peça ficaram um bom tempo em silêncio um olhando para o outro.
Sem deixar de olhá-lo Nicole se levantou da cama e o abraçou.
Depois de um tempo ele abriu o zíper do vestido dela e desceu as alças de seus ombros. Tudo o que Nicole precisou fazer foi um movimento de quadris e o vestido caiu, sobre seus pés, deixando-a apenas de sutiã e calcinha.
Na hora que a viu só com as duas peças. Eduardo teve a certeza que Nicole levava a palavra sexy a um outro patamar.
O desejo que ele sentia foi além quando ela esticou o braço e passou a mão no peito dele, percorrendo-o lentamente até fechar em volta de sua rígida ereção. E quando ela começou a acariciá-lo, sabia que logo, logo perderia o controle se ela não parasse.
-Nicole...
-Sim?
-Preciso que pare - falou enquanto respirava profundamente tentando manter o controle.
Depois de um tempo ele sentou-se na beira da cama e puxou-a gentilmente, para que se encaixasse em seus quadris.
Enquanto a beijava, suas mãos iam deslizando e explorando cada ponto do seu corpo.
Colocou-a sobre a cama e levantou-lhe o corpo afim de tirar seu sutiã. Ao ver os seios de Nicole, não conseguiu resistir, levou-o a boca enquanto uma das mãos explorava o outro seio.
Na hora Nicole arquejou sentindo o clímax muito perto. Ele afastou-se um pouco, enquanto as mãos desciam sobre a extremidade da calcinha até tocá-la intimamente.
Sem perder tempo, tirou a calcinha e começou a acariciar com o nariz a pele macia da barriga de Nicole, lambendo ao redor do umbigo.
-Eduardo, o que está fazendo? - perguntou ela, quase sem conseguir pronunciar as palavras.
Ele ergueu o rosto para dizer:
-Estou prestes a devorá-la.
Ele colocou a cabeça entre as pernas abertas dela e capturou-a com sua boca, beijando-a intimamente.
-Eduardo!
Ele agarrou os quadris dela para mantê-la imóvel, enquanto sua língua continuava a devorá-la com intensidade. O suculento sabor dela levou-o ao limite o que o deixou ainda mais ávido. Depois de um tempo sentiu os músculos femininos ficarem tensos sob sua boca, e ela gozou.
Antes que pudesse recuperar o fôlego, ele posicionou seu corpo sobre o dela.
-Olhe para mim, Nicole.
Os olhares cruzaram-se, e quando ele viu os olhos dela cheio de desejo e paixão, ficou completamente satisfeito.
-Só vejo você e só desejo você. Só você.
Ele começou a entrar nela, cada vez mais fundo, o olhar preso ao dela.
-Diga meu nome.
Nicole mordeu o lábio. Ela sabia que se dissesse o nome dele naquele momento ficaria preso a ele, e seu coração seria dele.
-Diga.
Eduardo inclinou a cabeça e encarou-a, ficou parado, negando-se a mover os quadris até que ela reconhecesse o que estavam compartilhando.
-Fale meu nome.
Nicole afundou as unhas nas costas dele, incapaz de resistir por mais tempo.
-Eduardo.
Eduardo começou a mover-se dentro dela, deleitando-se na boca de Nicole, nos seios dela enquanto aumentava a pressão e intensificava o ritmo de seus corpos.
-Eduardo.... Eduardo... - gritou Nicole sem resistir.
Minutos depois, quando ela despencou, ele despencou junto. Nunca foi tão intenso, tão satisfatório, e soube naquele momento que não importava os protestos de Nicole, não a deixaria, de jeito nenhum.
Depois de um tempo ela envolveu os braços em volta do pescoço dele e abriu a boca para receber sua língua. Ele recomeçou a seduzi-la novamente, roubando sua respiração.
A atenção, o carinho dele a fez se sentir completamente apaixonada por ele nesse exato momento.
-Não consigo ter o suficiente de você, Nicole. É como se você tivesse se infiltrado em cada poro do meu corpo.
Minutos depois, chegaram ao êxtase novamente.
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Nicole acordou horas depois, o sol começava a sair e só então se deu conta de onde estava.
-Oh meu Deus! Eduardo, Eduardo... Acorda.
-Humm... depois Nic.
-Agora. - falou Nicole o empurrando da cama.
-Calma, Nic. São cinco horas da manhã.
No corredor, uma das portas se abriu.
-Oh, não - Nicole gemeu. - Você tem de sair daqui. Minha mãe daqui a pouco vai acordar.
-Estou nu caso não tenha percebido.
-E é exatamente por isso que você precisa sumir daqui!
-E onde você gostaria que eu e minhas partes masculinas fôssemos?
-Pela janela. Agora Eduardo.
-Ok, ok...
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Ao lembrar da sua fuga pela janela Eduardo começou a rir. Sentia-se como um adolescente.
-Do que esta rindo? - perguntou Ferreira, um dos mais antigos funcionários e seu mentor. - Algo pessoal ou trabalho?
Eduardo tentou desviar do assunto e disse:
-Trabalho.
Ferreira desviou os olhos dos papéis.
-Você tem certeza? Acho que é outra coisa.
-O que seria então?
-Uma mulher.
Eduardo sorriu.
-Ainda tentando me arranjar uma namorada?
-Não há nada de errado nisso.
Eduardo levantou-se e olhou para o relógio.
-Acho que está na hora de almoçarmos - disse Eduardo, caminhando em direção à porta.
-No que você pensa quando olha para ela? - perguntou Ferreira.
-Paixão e desejo. E no que você pensa quando olha para Alexa?
-A mesma coisa, e mais do que isso, penso em amor. Você deve encontrar uma mulher que o deixe louco de paixão e desejo e que também preencha seu coração com amor.
Eduardo sabia que sentia isso e muito mais por Nicole.
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2 MESES DEPOIS...
Tinham assumido o namoro há 2 meses atrás depois de muita pressão por parte de todos. Nicole ainda tinha receios, mas o amor falou mais alto.
Como sempre, estavam na casa dele, depois de um dia intenso de trabalho. Assim que entraram ele a agarrou, tentando seduzi-la. Apesar da personalidade forte de Nicole, Eduardo a amava e adorava provocá-la.
-Eu não estou no clima - ela avisou em voz baixa. - O tio Zé chegou então se afaste.
-Quem chegou? - perguntou Eduardo irritado.
-A menstruação, regra. Já ouviu falar? É quando...
-Tenho irmã Nicole. Sei o que é. Estou a ponto de morrer, e você me deteve.
-Fala como se fosse uma coisa enormeeee. Você é muito dramático sabia.
Ele abriu os olhos e a olhou intensamente.
-O que foi?
-Nada.
-Diz logo Edu.
-Já disse Nic.
-Aff. Estou naqueles dias.
-E?
-N.Ã.O.
-Por que não?
-Porque não quero!
Eduardo suspirou.
-Ok. Esta de TPM.
-Você é um idiota a TPM vem antes e não durante.
Eduardo começou a rir.
-Do que esta rindo?
-Nic pergunte a qualquer homem, e ele dirá que a TPM vem antes, durante e depois. Acredite amor.
-E vocês por acaso são peritos? - ela perguntou ironicamente.
-Querida, nós homens somos especialistas. Por isso somos bons em conflitos, aprendemos a conciliar e a fugir quando necessário.
Nicole pensou em jogar o vaso que estava na mesa na cabeça dele. Eduardo sorriu ao ver a expressão dela.
-Sabe por que se chama TPM?
-Eduardo não se atreva a fazer piadas. Ou juro que sofrerá as consequências - ameaçou ela.
-Porque a expressão vaca louca já estava sendo usada.
-Você vai ver agora.
Saiu correndo atrás dele pela casa, enquanto o Eduardo corria e sorria.