O FRUTO Cap. 13 Vingança

O FRUTO Cap. 13

Sentia-me um lixo, enquanto Matheo ia e vinha sobre meu corpo, sentia-me sujo... “Como ele pode fazer isso?”

Fui tomado por uma raiva enorme. Não era assim que eu imaginei minha primeira fez. Tomado à força em uma arquibancada em uma festa, por dois monstros. Queria morrer, deixar de existir. Seria uma vergonha, uma chaga que eu carregaria pelo resto da minha vida. Eu nunca me senti assim antes. Eu podia sentir a fúria dentro de mim, como ondas, irradiando do meu peito para o resto do meu corpo. A esperança de que aquilo acabasse estava diminuindo a cada segundo que passava, a dor lembrava-me do quanto inútil eu era. Por um momento uma voz sussurrou em minha mente;

“Não é real, você pode acabar com isso rápido. Basta você querer”.

“Mas como?” Devolvi desesperado.

“Você tem forças para livrar-se dessa ilusão, você pode sim fazer isso.”

Repensei nisto, parecia loucura, mas queria acreditar, eu precisava. Odiava-me por ter esperanças e tinha medo de que aquilo fosse mentira.

Abri os olhos e vi Marcus segurando meus pulsos. Enquanto Matheo pressionava seu membro mais fundo de mim.

Respirei fundo e me toquei de uma coisa; o olhar deles. Por mais que o olhar de Marcus fosse de um azul gélido, ele passava sentimentos e o olhar de Matheo sempre faiscava de desejo por mim. Seus olhos continuam castanhos amarelados, mas não transmitiam nenhuma emoção. Seus olhos eram somente orbitas vazias e sem vidas. Esquadrinhei minha mente, e fui tomado de uma sensação, era como se houvesse alguém dentro de minha cabeça me obrigando a ver aquilo. A mesma voz falou em minha mente com autoridade;

“Expulse-o”

Obriguei-me a tirá-lo de minha cabeça, precisava fazer isso, reuni minhas forças e o expulsei. Imediatamente meu mundo mudou.

Estava de volta a arquibancada, sentado onde Matheus deixou-me. Era estranho, era como se aqueles terríveis momentos que passei, que todo o terror que me tinha sido imposto não passasse de uma lembrança antiga. “Mas como?” Questionei-me.Era estranho perceber que todo o terror que eu tinha sofrido não passava de uma alucinação.

::::::::::::::::::::::VERSÃO DO DANIEL::::::::::::::::::::::

Mas como?

Nem mesmo Caius, com todo o seu poder conseguiu expulsa-lo de sua mente tão facilmente. “Mas que raiva” Nem mesmo o ancião, não conseguiu se safar antes de algumas horas. E ele tinha passado apenas por alguns momentos de tortura.

“Você me dará trabalho” Pensei.

Esse plano era perfeito, obrigar o fruto a ter terríveis lembranças dos gêmeos facilitaria minhas investidas, os afastaria e deixaria o fruto com medo deles. Mas eu esperava que o pouco do terror que eu tinha feito a ele, surtisse efeito.

Fui tirado dos meus pensamentos quando vi que David, procurava por algo, eu estava bem escondido, mas não podia cometer nenhum erro. Sai dali e voltei ao baile, como se nada tivesse acontecido.

“Esse baile promete”

:::::::::::::: VERSÃO DO DAVID ::::::::::::::::::::

Respirei fundo e acalmei minha mente.

- Preciso voltar ao baile. Ainda tenho contas a acertar. – Falei alto para mim mesmo.

Voltei ao baile não encontrei os gêmeos. Uma sensação de alivio tomou conta de mim, eu sabia que era bobagem minha, mas eu ainda estava assustado pelo que houve.

“Por que eu não sou normal?”

Marcelle dançava com Guto, pude perceber que ela estava feliz. Por mais que ela odiasse admitir, sim, ela era louca pelo Guto. Lembrei-me do aviso que Matheus tinha dado a ele

“Se você magoá-la, vou quebrar suas duas pernas.”

Ah Matheus, porque você não tinha se declarado antes? Por que eu tinha que ficar balançado por um idiota prepotente e seu irmão gêmeo?

Fui até a mesa de bebidas. Precisava molhar minha garganta. Foi aí que algo me fez ir para o lado, bem no momento em que um copo de ponche era jogado bem onde eu estava. “Mas que merda foi essa?” Falei rápido. Alice segurava o copo vazio e exibia um sorriso maligno. “Vadia!” Pensei.

A vagabunda iria jogar ponche em mim, por sorte meu corpo moveu-se para o lado no instante em que o liquido passou rapando por mim.

- Ops, foi sem querer – Falou num tom de voz carregado de ironia.

Pensei em simplesmente me virar e deixa-la lá, mas algo dentro de mim inflamou-se. “só posso ter feito programa com Maria Madalena, e não tê-la pagado” Pensei.

Não dessa vez!

Simplesmente peguei um copo de ponche e virei no seu vestido. Vou explicar: A vagabunda estava linda, usando um vestido longo costa nua na cor vermelha sangue. O liquido desceu sobre o pano do vestido fazendo uma enorme mancha no vestido.

- Ops! Isso também foi sem querer – Mandei na lata.

Não ia suportar mais, já tinha passado por poucas e boas na mão dela. E não deixaria mais que isso se repetisse. Prometi a mim mesmo que não deixaria mais ninguém me humilhar. Eu tinha mudado, e para melhor.

Alice me olhou como se não me reconhecesse. Como se a pessoa na frente dela não fosse aquele garoto com o qual ela sempre humilhava, tinha se transformado em uma pessoa que revidaria a altura. Só para reforçar falei em alto e bom som;

- Isso é só o começo, Na próxima vez que você cruzar meu caminho eu vou te pisotear sem dó alguma.- Falei

Meus olhos faiscavam, eu precisava daquilo, dessa sensação de poder. Ah como é bom mostrar que não sou fracote Pensei.

Alice virou-se e saiu correndo para fora da área de pesca. “Dramática”

Virei e percebi que todos me olhavam incrédulos, virei de costas enchi meu copo e fui andando até uma mesa. Sentei-me e fingi que o peso do olhar deles não me incomodava. Marcelle veio como uma tempestade em minha direção. – Como você pode?- Perguntou bruscamente. De começo não entendi, pensei até que ela tinha tomado às dores da irmã. Fui tirado de minhas suposições como som de uma risada alta.

- Porque você não me avisou antes? Eu daria uma unha para filmar essa cena –

Imediatamente a angustia que acumulava em minha garganta se dissipou. E sorri também.

Guto nos obrigou a irmos para a pista de dança. Lá tocava um remix de “G.U.Y” da gaga dançamos essa e muitas outras. Eu sabia que ainda tinha que me resolver com os gêmeos. Mas isso eu poderia fazer em outra hora. Dançamos até umas onze e pouca da noite, até que fui vencido pelo cansaço. Despedi-me do casal que agora dançava agarrado “MakeYouFeelMy Love” da Adele. Andei até a saída do ginásio e pude perceber que a noite estava linda, mas um pouco fria.

Andei pelo caminho que fazia normalmente, não queria ir de taxi, precisava colocar meus pensamentos em ordem. Afinal eu sempre ia por ali,não teria perigo algum, não é? Errado!

Seguia normalmente até chegar próximo a o bosque, o frio aumentou e estranhei o silencio, afinal deveria ser normal ouvir os sons da floresta. Mais a frente, eu entendi o motivo do silencio. Ali na minha frente surgiu um sujeito todo de preto, “Como eu não vi ele se aproximar?” Pensei. A nossa distancia era de uns vinte metros, ele rumou para frente, diminuindo a distancia. Automaticamente parei. Afinal eu estava só e aquele caminho não era exatamente muito seguro. Pelo contrario, era um convite para qualquer coisa de ruim. “Que burro! Por que não vim de taxi?” Respirei fundo, abaixei-me e fingi amarrar meu cadarço, quando na verdade ponderava em um modo de fugir. Olhei para o homem e pude perceber que ele vinha em minha direção, cada vez mais rápido. “Ah foda-se!” Pensei. Virei de costas e corri, minha intenção era chegar ao ginásio. Foi aí que eu percebi que não conseguiria, o sujeito tinha amigos.

Continua.