O Primogênito. 36
Eu não me lembro direito o conteúdo completo da carta,porque depois de um tempo eu apaguei, mas vou tentar por de uma forma que vocês entendam os principais tópicos.
Oi Kadu, quando você estiver lendo essa carta com certeza eu estarei bem longe, espero que um dia você possa me perdoar, mas o que eu fiz foi por amor.
Enquanto eu trabalhava na boate, eu conheci um homem maravilhoso, ele apareceu em um momento que eu estava precisando muito, sempre fui muito sozinha e nunca tive uma família perfeita. E ele despertou em mim um sentimento muito forte e então aconteceu que eu engravidei e ele ficou um pouco confuso porque ele não tinha planos para ter uma responsabilidade dessa e não aceitou esse fato e voltou para a sua terra, e foi nesse momento que você me estendeu a mão da amizade e me ajudou sem pedir nada em troca, depois de uns meses nos encontramos de novo e ele parecia um novo homem e aos poucos voltamos a conversar as escondidas porque eu precisava saber se ele tinha mudado mesmo,
no dia que o Alan nasceu eu estava confusa e com medo porque eu não conseguia falar com ele para ir ao hospital e você
estava tão feliz que eu não consegui impedir que você desce um nome para o meu filho, mas logo me arrependi por que com o tempo criou-se um vinculo muito forte entre você e o Alan e eu sabia que o que estava fazendo era errado então por medo eu deixei que essa mentira continuasse, então quando o Alan fez seis meses o pai biológico dele disse que queria construir uma vida nova em sua terra e que queria fazer parte da vida do Alan reconhecendo o seu papel de pai, enfim iriamos ser uma família como sempre sonhei então com o tempo eu tentei diversas vezes conversar com você, mas o medo de te decepcionar era maior e o medo de você não deixar ele ir comigo tomou conta de mim, então procurei um advogado e pedi que ele me ajudasse a tirar você como pai do meu filho e no lugar o pai dele e então as escondidas dei inicio ao processo e foi feito um exame de DNA e através dele o Juiz reconheceu e deu favorável, você deve estar se perguntando como eu consegui dar inicio a esse processo sem você saber, não foi difícil, você tem o habito de assinar coisas sem ler então foi assim, kadu você é muito mais homem do que muitos héteros e sofro por fazer você sofrer, sei que te decepcionei, mas no coração não se manda, fiz o que tinha que fazer e me perdoe por te usar, queria que fosse diferente, sei que errei e entenderei se você nunca me perdoar, mas fiz o que o meu coração mandou e peço que não nos procure mais, seremos muito felizes e levarei você no meu coração para sempre, te amo muito meu amigo bjs.
Jakeline
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
A carta em si era bem maior eu só resumi, eu reli e ficou meio estranho porque coloquei só as partes importantes .
Acho que fiquei naquele apartamento até pouco mais de quatro da manhã andando de um lado para o outro chorando e tentando pensar em alguma coisa e acabei dormindo no chão frio. Quando acordei era por volta das oito e vinte da manhã e a primeira pessoa que tentei falar foi com o Adriano, mas o celular dele estava desligado e pela hora ele deveria estar trabalhando então fui pra casa e nem comi nada eu só tomei um banho e imprimi a carta da Jake e fui procurar um advogado e eu tinha alguma esperança de resolver essa situação, mas o advogado disse que se foi reconhecido a paternidade do italiano lá não havia nada que poderia ser feito, já que eu não era o pai legitimo dele.
Voltei pra casa pior do que sai, não tinha outro jeito nem se eu fosse lá na Itália as cegas e se por acaso eu achasse eles não tinha como trazer o Alan de volta, a única coisa que eu podia era me conformar. Quando era por volta de meio dia o Adriano me ligou chamando para eu ir almoçar com ele no shopping eu não estava com fome, mas precisava conversar com alguém e até pensei em conversar com o Deivison, mas o máximo que ele poderia dizer era:
D:Relaxa e goza Kadu.
Então era melhor conversar com alguém mais maduro e o Adriano parecia uma pessoa que podia me ajudar. E ai quando estávamos na praça de alimentação do shopping eu contei tudo pra ele tentando não chorar e quando terminei ele se levantou e contornou a mesa e me abraçou não se importando com quem tivesse vendo.