- Nossa, como você é lerdo!
- Eu não vou ficar aqui sendo ofendido. Eu me virei mais uma vez e dessa vez ele não me segurou.
- O que ele queria?
- A gente brigou mais cedo e ele queria pedir desculpa.
- E ele é só seu amigo mesmo?
- Claro! Ele é um pouco idiota, mas é legal.
- Então ok! Só não quero ter que brigar com ninguém pra ter você.
- Pra me ter?
- É! É a primeira vez que eu quero alguém de verdade. Eu nunca insisti tanto pra... Pra pegar alguém, mas eu sinto que por você vale a pena.
Ele me levou ao restaurante, nós comemos (obvio), conversamos e quando estávamos saindo a Lua me liga.
- To chegando, você ta em casa?
- Não!
- E onde você ta?
- Muito ocupado!
- Você ta com algum homem, não ta?
- Sim!
- É o Guilherme?
- Não!
- O Lipe?
- Também não!
- O da praia então?
- Exatamente!
- Eu quero detalhes.
- Mais tarde!
- Quando for pra casa me liga.
- Pode deixar!
- Que papo monossilábico. Quem era?
- Uma amiga.
- Ok! Quer tomar um sorvete? Já perdi aula mesmo.
- Acho melhor eu ir pra casa!
- Tem certeza? Ele me pegou pela cintura e me beijou.
Foi meu primeiro beijo e foi perfeito.
- Acho que ainda não é a hora! Disse o afastando.
- Ta bom! Você que sabe! Eu vou te levar pra casa.
- Não precisa minha casa é ali pertinho.
- Então eu te levo ali.
A gente foi conversando e depois de me deixar no portão ele foi embora.
Eu cheguei em casa e subi pro meu quarto. Queria contar pra Lua como meu almoço foi perfeito.
Quando entro no meu quarto, encontro o Guilherme mexendo nos meus livros.
- Demorou, hein! Pelo visto, foi bom, né?!
- Primeiro: não é da sua conta, e segundo: o que você esta fazendo no meu quarto? Acho que já deixei bem claro que eu não quero falar com você.
- Eu acho que eu não deixei bem claro o que eu quero com você! Ele diz chegando perto de mim.
- O que você quer eu não sei, mas se chegar mais perto vai ganhar um tapa.
- Você quer me bater? Com esse braçinho? Ele riu.
- Sai do meu quarto! Agora! Sai do meu quarto!
- Você lerdo mesmo, ou você ta querendo me atormentar?
- Eu só vou falar mais uma vez. Sai do meu quarto, agora!
- Por que a gente não consegue conversar civilizadamente? Por que sempre tem que acabar assim?
- Porque eu te odeio e não tem nada que vá fazer eu gostar de você. Você é um idiota!
- E você é um fresco.
- Grosso!
- Mimado!
- Babaca!
- Frouxo!
- Ahhh! Se você soubesse o quanto eu te odeio, garoto. O quanto eu te odeio!
- É frouxo sim. Porque não assume os sentimentos. Não tem coragem de dizer o que sente.
- O que você sabe da minha vida? Quem é você pra dizer o que eu sinto?
- Eu sou a pessoa por quem você sente.
- Sinto. Por você eu sinto raiva, ódio, desprezo. Nunca, nunca na minha vida eu vou me interessar por um grosso, idiota como você. Caras como o Miguel merecem meu amor (Eu mesmo sem perceber acabei assumindo pro Guilherme que eu gostava de garotos, mas na hora nem liguei).
- Nunca? Você nunca se apaixonaria por mim? Ele diz se aproximando de mim.
- Nunca! Never! Jamais!
- Não mesmo?
- Não. Nunca.
- Tem certeza? Ele diz se aproximando mais.
- Tenho. Claro que eu tenho. De você eu quero distancia.
- Nem se eu fizesse isso? Ele diz me pressionando contra a parede.
- Nem... Eu digo tentando empurra-lo, mas em vão.
- E se eu fizesse isso? Ele diz e começa a beijar meu pescoço.
Eu não consigo dizer nada só suspirar.
- E isso? Ele diz segurando o meu rosto.
- Não se atreva a...
E ele não me ouviu. Ele me beijou.
Foi um beijo perfeito. Eu havia acabado de dar meu primeiro beijo, mas o segundo foi melhor. Entre um beijo e outro ele me encarava,mas não dizia nada. Até que ele tentou enfiar a mão dentro da minha calça.
- Para. Digo afastando ele.
- Desculpa! Eu não faço mais, mas me beija.
- Claro que não! Eu ainda quero distancia de você.
- Você não vai me beijar?
- Não!
- Então eu vou te beijar a força.
- Tenta que eu grito.
- Grita! Ninguém vai ouvir mesmo. Seu irmão saiu.
- Sai de perto de mim! Eu disse indo em direção a porta.
- Você acha mesmo que eu vou te forçar a alguma coisa?
- Acho! Do jeito que você é estúpido.
- Estúpido é você! Que ta aí se fazendo de difícil mesmo sabendo que gosta de mim tanto quanto eu gosto de você.
- Agora você gosta de mim. A poucas horas atrás você nem queria falar comigo.
- Ciúmes! Foi tudo ciúmes! Eu tava com raiva de ter te visto no maior love com aquele loirinho na praia. Eu tava tentando te conquistar e ele aparece do nada e te leva.
- E me leva? Eu sou fácil agora!
- Me desculpa! Eu gosto de você! Não sei porque, mas gosto. Eu olho pra você e junto com a raiva vem um sentimento que eu...
- Que você nada! Sai da minha casa.
- Eu vou sair, mas fique sabendo que eu gosto muito de você, de verdade, e que quando você estiver preparado pra aceitar que também gosta de mim eu vou estar te esperando.
Ele saiu e eu deitei na minha cama.
- Será que ele tem razão? Será que eu to apaixonado por ele? Aquele idiota! Aquele idiota lindo.
- Thalles, posso entrar?
- Claro, Lua! Digo limpando as lagrimas que começavam a cair.
- Eu encontrei o Guilherme saindo. Aconteceu alguma coisa?
- Muitas coisas aconteceram, mas eu não quero falar sobre isso.
- E sobre o garoto da praia?
- Metade do que aconteceu é culpa dele, então não!
- Eu tava tão curiosa!
- E eu to mal. Da pra me consolar?
- Ok!
Eu fiquei o resto da tarde com a Lua, conversando, brincando e ela conseguiu me animar.
- Eu tenho que ir embora!
- Dorme comigo?
- Acho que não ficaria legal.
- Você dormiu com metade da escola, qual é o problema?
- Exatamente esse! Se eu dormir com você, você perde a fama de bichinha mal comida, seu nojento.
- Então fica só mais um pouco.
- Eu tenho que ir mesmo!
- Ta bom! Vai.
Ela saiu e eu fui tomar banho.
Quando saí, fui pro meu quarto e fiquei lá até pegar no sono.
Acordei no outro dia as seis estava chovendo e eu estava com uma dor que se eu levantasse minha cabeça explodiria.
Quando foram sete horas, meu pai foi ao meu quarto (esse sim, diferente da minha mãe ligava muito pra gente).
- Thalles, você não tem aula hoje?
- Tenho, mas to com muita dor de cabeça. Posso ficar em casa hoje?
- Claro, Tah! Me liga se precisar ir no medico.
- Ta, pai!
- To indo trabalhar.
- Beijo! Digo me virando e fechando os olhos.
Quando meu pai saiu o Lipe me ligou.
- To aqui embaixo, vem!
- Eu não vou pra escola hoje. To passando muito mal.
- Ok! Passo aí quando sair.
- Ta bom!
Eu desliguei e dormi a manhã toda. Acordei sentindo uma mão acariciando meus cabelos.
- Ai, Lipe, você me assustou!
- Lipe? Você me confundiu com o Felipe? Disse com a voz irritadaDicas do dia:
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E eu to vendo que tem gente lendo, mas ninguém comenta. Eu queria muito saber o que vocês tão achando. Pra ver se paro ou continuo. Por favor se der, se tiverem conta comentem. ^^
