O amor é passageiro de ônibus - 25
Olá galera do CDC. Obrigado por estarem lendo o meu conto e desculpem-me pela demora, mas eu estou perdendo a inspiração nesse conto. Deve ser porque estou escrevendo mais dois contos além desse aqui. Mas me esforçarei a concluí-lo. Segue mais um capítulo:
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Eu não imaginava que ali, na biblioteca da faculdade, eu encontraria Sávio, o amigo motorista de Bira. Ele me olhou sério nos meus olhos e ficou por alguns segundos até que me disse:
SÁVIO: Paulo, nós precisamos conversar!
Eu respirei fundo e pensei Lá vem mais problemas pra mim... e fui até a bibliotecária, peguei a chave do reservado e dei sinal para ele entrar comigo lá. Após isso sentamos em cadeiras que ficavam uma em frente a outra, e o diálogo começou:
EU: Diga o que deseja, Sávio.
SÁVIO: Nós precisamos conversar sobre o seu relacionamento com o Bira. Apesar do que aconteceu naquela boate, eu não acredito nisso, cara. Eu duvido que você o traiu.
EU: Obrigado, mas eu acho que sim, pois eu estava na cama com a Érica, pelado, em um motel e com a camisinha usada ainda em mim. Como não acreditar que eu fiz sexo com aquela desgraçada?
SÁVIO: Pô Paulo, tu já foi mais inteligente! Tá na cara que isso foi uma armação para te separar do Bira.
Eu o escutei e imediatamente tudo fazia sentido pra mim.
EU: Mas é claro! A Érica vinha me ameaçando, dizendo que me separaria do Bira. Então ela que armou para que ele me pegasse na cama com ela. Mas que golpe baixo!
Sávio assentiu com a cabeça. Mas logo uma cara de curioso se formou nele.
SÁVIO: Mas existem uma questão a ser esclarecida. Como você foi parar lá, num motel, pelado, junto com a Érica?
EU: Eu não sei, Sávio! Eu só me lembro de estar na boate com o Michal e depois não me lembro de mais nada.
SÁVIO: Pois então investigue isso logo! Eu vou te ajudar a desvendar esse mistério. Temos que descobrir o que aconteceu desde a hora em que você conversava com o Michal até a hora em que o Bira te pegou na cama com ela.
EU: Você está certo! Vou passar na casa do Michal assim que as aulas acabarem.
SÁVIO: Mas o Michal não estuda com você aqui?
EU: Sim, ele estuda, mas ele não veio pra aula hoje. Mas eu vou na casa dele mesmo assim.
Eu estava confiante e feliz pela primeira vez depois do episódio do motel. Eu sabia que para o Bira poder me perdoar, eu precisaria descobrir o que aconteceu naquela noite. Eu iria a fundo nisso. Mas eu estava surpreso pela atitude do Sávio em me ajudar, e fui tirar satisfações.
EU: Sávio, posso te perguntar uma coisa? - Ele assentiu com a cabeça - Por que você está me ajudando? Por que acredita na minha inocência?
SÁVIO: Eu faço isso porque eu acredito no amor de vocês. Eu vi o quanto o Bira estava apaixonado por você; eu vi o quanto ele sofreu quando ele te humilhou na boate; eu vi a alegria que vocês emanaram quando cantaram aquela música de Bruno Mars. Vocês se amam desde o primeiro dia que se conheceram, e eu acho que vocês se amam ainda. E hoje eu vejo que ele está sofrendo por você ter traído-o (ele fez as aspas com as mãos) e você também sofre. Tá na cara que isso foi uma armação da ex dele, mas como dialogar com alguém que está com o coração ferido? Então vou provar a ele que você é inocente.
Eu já estava chorando por aquilo que ele me disse. Eu me levantei da cadeira, fui até ele e o abracei bem forte. Eu senti que ele tremeu nas bases com aquele abraço e o vi chorando também. Vi que ele olhava para a minha boca, como se desejasse beijá-la. Como ele vai me ajudar a reconquistar o Bira, acho que deveria fazer o que estava prestes a fazer.
Eu levei minha mão até o rosto dele e enxuguei as lágrimas que corriam pelo rosto dele, puxei o rosto dele para baixo pelo queixo, olhei-o bem no fundo dos olhos do Sávio, e aproximei o meu rosto do dele. Estávamos a centímetros de distância dos nossos rostos e ele perguntou com uma voz bem baixa:
SÁVIO: O que você está fazendo?
EU: Um ato de agradecimento.
E encostei os meus lábios nos dele. Ficamos uns cinco segundos num selinho mais estranho que já dei, mas eu sentia que ele queria me beijar. Quando eu começo a descolar os nossos lábios, ele segura a minha nuca e me beija de língua, morde de leve os meus lábios. Eu me entreguei ao seu beijo. Ele fazia isso de uma forma que parecia querer saborear o meu beijo assim como chapamos uma laranja. Confesso que fiquei mexido com o beijo de Sávio, mas eu amo o Bira, era do beijo dele que sinto falta. Logo o nosso beijo se desfez e eu pude ver que ele gostou do beijo, mas ainda estava envergonhado pelo que eu fiz.