Na sala de aula, há dois estudantes que despertam a minha curiosidade. Um tem olhos grandes que revistam toda a sala e indagam cada pessoa dentro dela. São olhos sonhadores e prontos para se perderem em algo que os interesse. O outro tem o porte e o rosto do ator que fez Ben Hur no cinema, provavelmente quando era novo e seu nome Benjamin o altero para Ben. Ambos, como eu, estamos na mesma sala do Curso de Direito
O sonhador, Damásio, agrada-me sobremaneira porque eu o identifico mais comigo. Meu nome é Ariela faço Direito porque pretendo dedicar-me à magistratura. “Também serei um dia juiz”, Damásio havia confessado a mim. Eu e ele somos introspectivos e Ben é insinuante e sorridente e tem o olhar de um gavião.
Sempre que há trabalho em grupo, damos um jeitinho de ficarmos os três juntos. E em caso de pesquisa, marcamos o apartamento de um ou de outro. Somos de cidades diferentes e moramos provisoriamente no município da Faculdade. Depois de formados eu e Damásio seremos mandados para onde o concurso decidir. Ben voltará a sua “cidade de origem” como ele diz com um sorriso.
Há uma irmandade entre nós como se fôssemos imprescindíveis para nossa subsistência. É como um fogo que nos perpassa e vivenciado nos pequenos e casuais toques. Sei que isso é sentido por todos e vejo que os dois disfarçam como podem o sentimento, mas o ressaltam quanto a mim.
Estamos no último ano, novembro, perto das provas finais. Enfurnados em meu apartamento, estudamos sem parar. A proximidade nossa nos conforta e dá alento para ir fundo nos estudos. As dúvidas são sanadas de imediato. Cada qual tem muitas dicas de superá-las. Pensamos em conjunto.
As refeições são pedidas por telefone e estudamos enquanto comemos. Na hora de dormir cada um procura seu cantinho. O tempo para dormir é pouco. Queremos nos dar bem nos exames. Para ganharmos no andamento da preparação, os meninos tomam banho juntos, só eu tomo em separado. Sem que estipulássemos, a regra surgiu de exigência da sociedade.
Estamos exaustos e Damásio resolve tirar um cochilo. Ben, se aproxima como ave de rapina, pega minha mão e beija-lhe o dorso. Agradou-me. Puxo-o para mim para atiçar a labareda. Ele soma a sua e o incêndio começa. Beija-me com ardor. Eu correspondo. “E se Damásio acordar?” pergunto. Ben enrola-se nas palavras e, pelo que depreendo, ele quer que o chamemos. “Participando ele…” Damásio chega e envolve-me por trás, beijando-me a nuca e a orelha.
Entre os dois me sinto vulnerável e ao mesmo tempo segura. Enquanto me despem, curto todos os movimentos e meu fogo é domado por eles. Quando abro os olhos, os dois já estão pelados. Ver as ereções transtorna-me, dificulta minha objetividade (fazer o quê?) meu comportamento torna-se descompassado e ataco em todas as direções. Depois de lamber e ser lambida, posiciono-me entre os machos, Damásio nas costas e Ben com a língua em meu mamilo. Peço um tempo e distribuo preservativos para eles. Sabia que ia ser possuída ao mesmo tempo.
Levanto a cabeça de Ben, novamente em meus mamilos, e nos beijamos. Damásio intenta com seu pênis penetrar-me o ânus. Ben ajuda-o, enquanto eu abro minhas nádegas. Damásio encaixado em mina bunda, pega o pau de Ben e o introduz em minha vagina.
Os movimentos, quem é quem, ficam indefinidos, mas causam-me um alvoroço. Quem me beija, quem me toca, quem me penetra dá-me uma euforia que vai num crescendo. Há um instante em que as três bocas se beijam, as mãos alçam vôo e pousam nos volumes, na epiderme, eriçam pelos. Entre gemidos uníssonos, chegamos a um orgasmo louco. Uma trinca de gozos, Bem, Damásio e eu, Babi.
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