Roots

Um conto erótico de Aline
Categoria: Homossexual
Contém 1215 palavras
Data: 21/08/2013 00:06:28

Eu a vi no meio da multidão, meu olhar a seguiu até que ela entrou no banheiro e inconscientemente eu fui atrás. Não Para conter a ansiedade, pedi um drink no bar ali perto, sem tirar os olhos da porta, mas assim que o tive em mãos eu decidi ir atrás dela lá dentro, talvez flagrá-la lavando as mãos, mas assim que eu entrei no lavabo onde várias mulheres lavavam as mãos, eu a vi saindo de uma das cabines acompanhada. Abraçada com uma loirinha. Ela sorriu ao me ver ao mesmo tempo que meu sorriso se desfazia.

-Você por aqui? – Ela me disse com uma voz afetada

-Como vai, Sofia?

-Muito bem, adorei lhe ver. – Ela piscou e saiu ainda abraçada com a loirinha.

Voltei para os amigos com quem tinha saído, e poucos minutos depois recebi um whatsapp dela: “Quer fazer algo hoje? ;)”, eu queria, “Me encontra lá fora”.

Não precisei me esforçar para inventar uma desculpa para ir embora, e logo eu estava no estacionamento esperando por ela. Embrulhada num lenço, ela saiu do ar condicionado e foi tocada pelo ar úmido da noite. Ela pediu um momento para fumar antes de entrarmos no carro, mas eu não me contive:

-Por que você sumiu?

-Eu tinha que me despedir da Priscila, a minha amiga...

-Não. Não agora. Por que você sumiu por tanto tempo?

-Eu não sumi, você também não me deu mais notícias...

-Eu falei com você há algum tempo, mas você nunca me respondeu.

Ela soltou a fumaça devagar e me olhou nos olhos:

-Desculpe, eu não devo ter visto. – Era mentira.

Os dois primeiros motéis que tentamos estavam lotados, e nós não queríamos esperar:

-O que fazemos? Não conheço mais nenhum motel, e meu quarto está em reforma...

-Vamos para minha casa. – Ela disse

-Não tem nenhum problema?

-Eu moro só.

Dirigi calada enquanto ela me guiava. Ela nunca tinha me dito que morava só, muito menos me convidado. Na verdade, eu não sabia quase nada sobre ela, me sentia traída a cada novo pequeno detalhe descoberto sobre sua vida.

-Eu não sei de nada sobre a sua vida, não sei o que você faz, não sei dos seus horários, nunca pude convidá-la para nada, você simplesmente decidia quando queria aparecer...

Ela olhava pela janela as gotas d’água se chocarem contra o vidro escuro.

-Eu faço faculdade. Vire à direita, eu moro naquele apartamento azul.

Assim que ela abriu a porta, o cheiro forte de cigarro se soltou pelo corredor. Ela acendeu a luz e iluminou a sala pequena. Um sofá baixo, tapete felpudo e uma poltrona, no centro um grande cinzeiro e um narguilé.

-Você quer beber algo? Pode abrir a geladeira se quiser, deve ter um vinho lá. Deixa eu dar uma olhada no quarto.

Mais por curiosidade, eu fui até a cozinha. Procurei pelo vinho, era uma espumante, e servi apenas uma taça que encontrei. Quando ela voltou, eu estava olhando a pilha de livros ao lado do sofá.

-Você tem muitos livros...

-Esses eu vou dar.

No quarto, ela me mostrou, tinha uma estante cheia deles. Corri o olhar pelos títulos e me perguntei quem era a aquela pessoa ao meu lado, percebi que eu não fazia idéia de quais eram seus interesses. O quarto tinha muita personalidade, e eu tentei capturá-la observando-o. A cama tinha um dossel feito de lençóis que mais parecia uma barraquinha cigana, a colcha era estampada e mesmo assim conversava com as outras estampas e cores do quarto, assim como com o armário de madeira esculpida. O quarto tinha um cheiro próprio, mistura do cheiro de abafado, livros e do perfume que ela usava.

-Você se guarda muito bem, né? – Eu deixei escapar o comentário, talvez para provocá-la

-Eu tento, mas sempre me acham.

Ela me beijou. Fazia alguns meses que não nos víamos, e mesmo assim eu senti como se nunca tivesse parado de beijá-la um só instante. Nossas línguas se acariciavam, buscavam-se e meus lábios pareciam conectar-se aos dela de forma que nossas almas podiam escapar rapidamente para encontrarem-se e retornar.

Nossos corpos também buscavam um ao outro, e quando as roupas que vestíamos tornaram-se uma barreira, automaticamente as mãos foram se desfazendo de cada uma das peças, até que pudéssemos nos abraçar e sentir por inteiras.

-Tem tanta coisa que eu não sei sobre você... – Eu comecei a falar novamente.

-Ah, eu gosto de guardar algumas surpresas. – Ela me disse sorrindo aquele sorriso safado que eu conhecia, que me excitava, mas que eu desprezava um pouco.

-É? E você tem mais alguma surpresa além do fato de ter uma vida real?

-Tenho. – Ela se levantou e pegou algo no armário, um strapon. – Gostou?

-Uhum... – E esse som me saiu quase como um gemido, pois ela já se metia entre minhas pernas para me beijar onde eu mais a queria.

Meu clitóris foi envolvido pela maciez e quentura de seus lábios, e como se estivesse me beijando na boca ela o beijou. Em alguns minutos eu já não agüentava mais, e antes de me penetrar com o strapon, ela me virou de quatro e me deu um último beijo no clitóris que se transformou numa lambidinha que foi até o meio das minhas costas. Os músculos que não estavam contraídos se contraíram quando ela me pegou pela nuca e começou a movimentar-se dentro de mim.

Primeiro, as estocadas, depois um vai-e-vem que mandava espasmos por todo meu corpo, eu sentia o orgasmo se aproximar implacável e não tive controle nenhum sobre ele, meus membros tremeram e ele se apoderou de mim, me derrubando na cama. O corpo dela pesando no meu era a única coisa que me prendia à realidade, demorei um pouco para voltar a mim pois a respiração dela na minha nuca não deixava que a minha voltasse ao ritmo normal.

Ela enrolou um cigarro, e acendeu. Tragava e prendia um pouco a fumaça antes de soltá-la. O cheiro característico de erva enevoava o quarto e eu a assistia deitada ao seu lado, o Sol nascia escondido atrás da janela que só lhe deixava passar alguns raios.

-Então você não esperava que eu tivesse uma vida real...

-Pensei que você só existia à noite e desaparecia pela manhã.

-Talvez seja verdade, ainda não amanheceu completamente e você tem de ir agora, não é?

-Não...

-Eu tenho aula hoje, não falta muito.

-Eu te deixo lá.

Ela continuou a fumar o seu cigarro.

Em algumas horas, eu acordei quando ela se levantou da cama. Novamente eu a assisti, primeiro enquanto ela se despia, observei seu corpo nu e tentei memorizá-lo. Mas logo ela vestiu uma calça folgada, e a amarrou na cintura com um cinto, vestiu uma regata, jogou o lenço sobre os ombros, não parecia em nada com a mulher fatal de vestido curto da noite anterior. Não penteou o cabelo, deixou-o cair naturalmente emoldurando seu rosto, um lado mais longo que o outro, e sorriu para o espelho.

-Você quer algo pra comer? – Ela me perguntou, jogando uns três livros na mochila colorida.

-Pode ser você mais tarde?

Ela sorriu, olhou para o chão e disse: -Acho que sim, mais tarde a gente se fala.

Eu a deixei na faculdade e voltei para casa já pensando na noite, mas ela não respondeu minhas mensagens.


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Comentários

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Oi, que bom que gostaram do conto. :) obrigada pelos comentários e elogios. Vampira, não sou bi não hahaha Por que pareci bi? Kk sou sapatã. E, Eloíse, os outros contos são histórias relacionadas, mas não necessariamente fazem parte dessa história. No "encomenda" a narradora é Aline, que também é "Ela" no "despedida"... Está um pouco confuso, né? Haha

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Aline gostei. Li todos os seus contos e achei o primeiro sensacional. Me desculpe perguntar mas, vc tem muito jeito de ser Bi!!! Vc é?! Rsrsrsr

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AINDA NÃO ENTENDI MUITO BEM ESSA RELAÇÃO DE VCS, OU SE TRATA DE VARIAS HISTORIAS MAS TA OTIMO O CONTO

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