Pessoas lindas, desculpa a demora... Mas é que eu tava sem idéia de como continuar. Agora eu já sei. =D Obrigado a todos que me dão apoio! Bjo =D
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Eu sabia que John era gay. Será mesmo que ele estava afim de mim? É claro que eu não podia simplesmente perguntar pra ele. Então, decidi que aos poucos abriria espaço para ele.
O resto de domingo foi bem tranquilo. Assamos pizza. Conversei com meus pais e com Diogo (meu melhor amigo no brasil) por mais ou menos uma hora pelo Skype. Contei tudo para ele, inclusive Jenny.
Na hora de dormir, na hora que estava somente eu e Tom no quarto, perguntei para confirmar:
- Tom, o John é gay? – Ele estranhou a pergunta, mas respondeu.
- Segundo ele, sim.
- Mas vocês são tão amigos! No Brasil eles são desprezados...
- Ele o cara mais gente boa e amigo da escola! Nunca fez nada para desagradar ninguém. Além do mais ele respeita a todos. O fato dele gostar de dois pintos no meio das pernas não é motivo para odiá-lo.
Concordei e mudei de assunto. Jenny me ligou e conversamos por um tempo. Pelo visto ela estava mesmo gostando de mim.
Por fim, dormimos.
A semana que se passou foi bem tranquila. Cada vez mais eu me tornava amigo de Tom, Tracy, John e Mark. Principalmente de John. Eu lançava sutis sinais para ele, como alguns sorrisos de canto de boca. E ele estava percebendo.
Mas Jenny estava torrando meus nervos. Sua voz me irritava.
Resolvi terminar com ela.. Ou melhor, cortar as esperanças dela. Eu não havia “oficializado” o pedido então... Nós não namorávamos. Ela ficou chocada e eu livre.
Como eu disse, John estava pegando meus sutis sinais. Mas não só ele. Outra pessoa também havia percebido.
Um belo dia, Tom ficou doente. Logo, ele não foi a aula. Eu fui sozinho, pois já sabia o caminho. Encontrei John e fomos juntos.
Assisti a aula e na hora de ir embora, encontrei Mark sentado sozinho em um banco. Cheguei para conversar.
- Mark! Beleza? – Ele me viu e abriu um sorriso.
- Opa! Que bom que te vi, tava mesmo querendo falar contigo!
- Diga!
- Vem comigo... – Ele levantou e começou a ir em direção ao prédio escolar. Seguimos para uma parte da escola que era mais frequentado por esportistas: o campo de treino.
Estava vazio. Não tinha ninguém lá... o que aconteceria a seguir?
Chegamos a um ponto critico. Antes de eu perguntar onde estávamos indo, ele me coloco contra a parede, me cercando com os braços.
- Que isso cara!? – Perguntei assustado.
- Você é safadão. Você acha que eu não percebi os sinais que você manda pro John? – Que merda era essa? Mark com ciúmes?
- Ciúmes? – Perguntei enfrentado-o. Não sabia o que pensar. Ele era mais forte do que eu... Mas, se ele fizesse o que eu tava pensando, não seria ruim...
- Só quero te falar, pra você, se for mesmo, cuidar bem dele. Você não sabe o que ele passou... – Nessa hora ele me soltou.
- Então me conte para eu não cometer erros.. Já que ele é tão importante para você...- Falei em tom amigável.
- Quando ele assumiu, começou a namorar um tal de Peter. No começo, mesmo sobre preconceito dos pais e da maioria da escola, ele era o cara mais feliz. Mas, quando as pessoas começaram a aceitar, Peter começou-o a fazer sofrer! John vinha para a escola de cabeça baixa, só chorava e não conversava com ninguém. Até que um dia ele chegou com um roxo na barriga. Ele jurou que caiu, mas eu sei reconhecer o roxo de um murro. Juntei todo o time e botamos Peter pra correr. Depois disso ele nunca mais foi o mesmo.
Eu já conhecia essa história. Era parecida com a minha história com Rodrigo. Não envolvia briga, mas sim mágoas. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Mil sentimentos estavam contidas nela: pena, medo, saudade e muitos outros. Mas Mark continuou:
- É triste eu sei... Eu vi como ele olha para você... E como você olha pra ele - Mark falou em um tom de voz calmo – Mas cuidado, se você machucar ele... Eu não ia querer ser você!
Dito isso, virou e saiu.
Sentei no chão e depois de alguns instantes comecei a chorar.
Todos os sentimentos que eu tinha por Rodrigo voltaram com força naquele instante. Mesmo ele sendo aquele babaca que me machucou, eu ainda sentia algo por ele.
Em contrapartida, havia John. O ruivinho gato que me tratou tão bem nas ultimas semanas. Era seu jeito, ele tratava a todos assim. Mas era perfeito, atencioso. Sexy...
Fiquei sentado lá durante algum tempo. Depois, lavei meu rosto e saí.
Voltei para casa pensativo. Tom, ainda um pouco doente, percebeu isso.
- Cara, o que aconteceu? Voltou estranho da escola hoje...
Eu estava na dúvida sobre o que fazer. Continuaria investindo no John? Pelo o que Mark havia contado, ele havia sofrido muito. E se eu o fizesse sofrer? Eu sei o que é sofrer por amor.
- Não aconteceu nada. Creio que seja saudade... – Na verdade aquilo que Mark disse me deixou na duvida.
Mas eu convivi uma semana com ela. Consegui bem disfarçar esse sentimento. Menos com John. Parei de lançar esses sutis sinais de que eu estava afim dele.
Eu tive a absoluta certeza que ele havia percebido esses sinais quando, uma tarde, me procurou em casa para perguntar:
- Edgar, eu fiz alguma que o deixou chateado? – Seu tom de voz era bastante “humilde”. Seu rosto estava meio vermelho, como de alguém que chorara.
- Não, por que? – Perguntei me fazendo de desentendido, mas sabendo exatamente qual era a resposta.
- É que você me tratou estranho de uma semana pra cá...
- Tratei? – Perguntei me fazendo mais de desentendido ainda.
- Sim. Parece que você está me evitando. Algum motivo especial? – Seu tom de voz era o de um patrão que cobra alguma explicação de seu empregado preguiçoso.
- Na verdade, sim – falei em um tom sério.
- Qual? – Ele deu quase uma ordem.
- Esse! – Puxei seu colarinho para um beijo.