Capítulo XVII Colisão
No dia seguinte acordei, estava sentado no sofá ( raramente eu dormia sentado no sofá, mas havia um motivo especial) com Rogério deitado no meu colo. Ele dormia feito um anjo e não tive coragem de acordar ele. Quando ele acordou tomou um susto e ficou sentado ao meu lado, calado por alguns minutos até começar a falar com uma voz sonolenta:
_Há quanto tempo você estava acordado?
_Ah, acho que meia hora...
_E porque não me acordou? Não quero ser um incomodo.
_Porque não vi necessidade. Você nunca será. Não é meu amigo?
_Sou sim. Então. Nunca será incomodo , pelo contrário.
_Valeu cara.. o que vamos comer? Acordei com uma fome.
_Já faço o café.
Era um sábado, não tinha nada pra fazer. Então fiz um café e ficamos assistindo animes pela manhã. Rogério era uma boa companhia ele não reclamava muito. Mas eu sabia porque, ele estava muito abalado pela separação. Ele aparentava gostar muito dela por isso eu evitava falar nela.
O estranho foi que depois que ele foi pra casa não recebeu nenhuma ligação dos familiares, e como eu achava que poderia ser uma assunto que poderia deixá-lo triste decidi evitar também.
Pela tarde eu combinei com Ana de sair para tomar um sorvete, e como ele não tinha afinidade com Rogério resolvi não chamar ele. Além do mais nós só saiamos pra conversar besteiras mesmo. Como sempre foi muito divertido, tanto que cheguei era de noite. A casa estava toda fechada, com as luzes desligadas. Estranhei, provavelmente Rogério teria saído, mas ele não me avisou nada e tínhamos combinado que sempre que um saísse de casa avisaria o outro. Verifiquei os quartos e ele não estava, na biblioteca também não, então resolvi ir no banheiro. Chegando lá ouço um choro abafado, triste e solitário. Ele estava diante do espelho chorando e me viu quando cheguei, virou se rapidamente em minha direção e abaixou a cabeça.
Tive medo da reação dele, não sabia como ele reagiria a um abraço, então por alguns instantes permaneci parado apenas o observando. Mas depois me deu um aperto no coração e não agüentei, abracei ele com toda minha força ( não sou tão forte kkkkk). Ele gostou, retribuiu o abraço me agarrando também e colocando a cabeça no meu ombro. Podia sentia as lágrimas dele caindo sobre minha blusa, o que me doía era não poder fazer nada.
Passamos o tempo todo sem dar uma palavra, quando eu de uma hora pra outra de uma forma meio rude disse: “Já chega”. Achei que ele estivesse irritado com a situação do abandono então nem liguei. Desci e preparei o jantar. Ele comeu e foi dormir cedo. No domingo não fizemos absolutamente nada a não ser jogar e assistir uns filmes na TV.
As semanas se seguiram, eu e Rogério não nos víamos muito pois ambos trabalhávamos e de noite eu fazia um curso de Pós- Graduação. Sempre nos encontrávamos no almoço e todos os sábados nós almoçávamos num restaurante famoso da cidade. Mas em um sábado especial ele recebeu o convite de uns amigos para jogar um pouco de handebol, esporte preferido dele. Só que precisavam de mais uma pessoa pra completar o time, Rogério insistiu muito, pela primeira vez me vi negar algo a ele mas eu não gostava de esportes, só que ele foi insistente de um jeito que me obriguei a aceitar.
O jogo era de noite, eram oito rapazes, quatro em cada time. O incomum naquela noite era que não havia nenhuma namorada na bancada aquela noite. Rogério sabia que eu não sabia jogar então me deixou como goleiro do time dele.
_Victor, vem cá.
_Oi, fala.
_Olha cara, não se preocupa que não vou deixar a bola chegar em ti. Mas se chegar não se preocupa ta.
_Beleza, quero sair daqui inteiro só isso... kkkk
_Te prometo que vai agora vamo!!!!
O jogo começou, o nosso time tinha dois feras e o do adversário tinha somente um o que nos deu a vantagem, como prometido poucas bolas chegavam até mim. Só que teve uma hora que um dos jogadores estava cansado pediu pra trocar comigo e eu resolvi trocar ele não parecia bem. Foi nessa hora que um dos jogadores adversários vinha com a bola e um companheiro pegou a bola e me passou em seguida vieram todos em minha direção e na tentativa de desviar de um cara, acabei me batendo com outro dez vezes maior que eu, caindo no chão e desmaiando. Simplesmente não vi quando aconteceu, só cai no chão e nada mais.
O jogo foi parado, e os garotos me colocaram no carro. Quando me acordei Rogério estava no comando do carro muito preocupado, dividindo sua atenção entre mim e o transito. Ao me ver acordar ele para o carro, e me pergunta:
_Oi, está tudo bem?
_Tá sim, eu só não lembro bem o que houve.
_Você e o Pedro se bateram, você desmaiou e eu estou te levando para o hospital.
_Não, não precisa, me sinto bem. Vamos para casa.
_Tá legal, vamos, mas promete que se sentir algo nós vamos. Tudo bem?
_Tá bom. Prometo.
Quando chegamos em casa ele me mandou deitar no sofá que iria preparar algo, passou alguns minutos na cozinha ele chegou com um prato, com uma aparência não muito agradável, mas comi. Segundos depois coloquei tudo pra fora, ele havia queimado o arroz e colocado sal de mais na carne. Ele me olhou com uma cara e caímos na gargalhada.
_Estava tão ruim assim?
_Desculpa cara, mas tava sim.
_Pow, foi mal. Faço um sanduíche que é uma beleza, topa?
_É eu to muito faminto.
Minutos depois ele voltou com uma bandeja com alguns sanduíches e dois copos com nescal.
_Fazia tempo que eu não cozinhava pow, foi mal.
_Não esquenta, amanha faço algo descente pra comer.
_Tu lembra o que aconteceu?
_Só de quando peguei a bola, depois tudo escureceu. Kkkkkk
_Você apagou, eu te chamava e tu não acordava, estava desesperado. O pessoal queria ir junto mas convenci que eu iria sozinho. Cara não foi nada bom. Bem eu não deveria ter te chamado e insistido tanto, foi minha culpa.
_Que isso? Eu não sou criança. Fui porque quis neh. Agora vamos comer.
Não me agradava nada ver ele triste, principalmente se sentido culpado por me causar um dor. Passamos algumas horas ali assistindo filmes e acabei dormindo. O dia tinha sido cansativo, então depois de todo aquele movimento, dormi e nem vi. Quando acordei, passei pela situação que jamais imaginei passar. Acordei, sentindo algo passando por cima de mim, era uma das pernas de Rogério ele havia dormido comigo e estava apenas com um pequeno calção e o corpo todo a mostra. Seu corpo tocava o meu e eu podia sentir todo o calor dele. Me sentei na cama e parei pra pensar, mil coisas passavam em minha cabeça. Mas de qualquer forma pra mim aquele dia seria perfeito.
Oiii pessoal. mais uma vez desculpa o atraso. Devido a uns problemas não consigo mais publicar todos os dias... mas agradeço o carinho e as críticas abraços a todos ....