O “Príncipe” do exército - Parte 7
PARTE 7
- O que é que está acontecendo aqui? – Disse Felipe saindo de trás de um galão de óleo que ele tinha derrubado. Até fiquei tranquilo ao ver que era ele. Ao ouvir o barulho, toda a cena de uma rigorosa detenção passou por minha cabeça.
- Felipe, o que ta fazendo aqui? – Perguntou Emerson assustado.
- Quer dizer que fazem essas gracinhas escondidas e nem chamam? – Falou se aproximando de nós.
- E por que te chamaríamos? – Falei.
- Por que a diversão poderia ser muito melhor. – Disse ele apertando seu pau por cima de sua farda.
- Como sabe que estávamos aqui? – Perguntou Emerson
- Eu te segui. Vi que ficou esperando alguma coisa, e esperei também ali escondido. Até ver tudo isso. – Disse ele se aproximando do Emerson, que de imediato ergueu suas calças.
- Que isso cara? Até parece que eu nunca vi seu pau, não precisa ficar com vergonha de mim, sabe que eu e ele já fomos bem íntimos não é? – Falou Felipe passando a mão no pau do Emerson.
- Sai fora Felipe. – Falou Emerson empurrando ele.
- Como assim já foram bem íntimos? – Indaguei.
- Eu e o Emerson já namoramos.
- Hã? – Perguntei surpreso. – Namoraram? Por que não me disse nada Emerson?
- Não era coisa pra se falar. Não era pra ninguém saber disso Felipe. – Emerson disse já irritado.
- Relaxa Emerson, eu sei que você e o Davi estão se curtindo, ele deveria saber disso. Acho que é questão de confiança não é? – O Felipe parecia um tanto quanto sarcástico em suas palavras.
- Por acaso esse trauma que você tem de homem tem a ver com ele Emerson?
- Eu e o Felipe nunca namoramos, aquilo não foi um namoro, foi uma diversão, sexo, tesão, parceria, tudo menos namoro.
- Eu sei Emerson, mas seu novo namorado deveria saber do nosso casinho.
- Eu e o Emerson não estamos namorando Felipe. – Falei secamente com ele.
- Não. Ótimo – Ele deu um sorriso. – Vamos então voltar ao que vocês dois estavam fazendo, e nos divertir, já que é só sexo mesmo. – Falou ele voltando a passar a mão no Emerson, e aquilo me deu uma raiva, que a vontade foi de quebrar o Felipe todo, mas eu me mantive calmo, aparentemente pelo menos.
- Não acho uma boa ideia Felipe. – Falou Emerson alterado.
- Como não? Vai ser bem excitante. Não acha Davi? Vamos gente.
- Não Felipe. – Falei alterado também.
- Qual é gente. Vamos Emerson, lembra dos velhos tempos, da nossa apresentação como gogo boys fardados na festa de despedida de solteiro da Luciana. O que aconteceu depois, e você Davi, daquela dia no banheiro, a noite na sua cama, sério vocês dois, parem, vamos nos divertir.
- Outra hora Felipe, tenho que ir pra faculdade. – Falei juntando minha mala e me despedindo dos dois. – Acho bom dos dois voltarem agora pro serviço, e tchau pra vocês, e Emerson, outra hora conversamos. – Falei e saí correndo pra pegar o ônibus a tempo e não me atrasar para aula. Durante a noite pensei muito no Emerson e na situação toda que aconteceu, nas coisas que o Felipe disse, tive vontade de ligar para ele, mas não sei. Ainda sentia o Emerson distante, e preferi não ligar.
* * *
Na quarta o Emerson tirou serviço de sentinela em sua bateria. O que impossibilitou nosso contato, e como o horário é curto, ao sair já tive de me apressar para aula. Na quinta feira eles passaram o dia em serviço externo em uma das vilas militares do exército, em quanto eu permaneci em nosso quartel. E como para mim o final do ano estava se aproximando e as provas chegando, eu saía do quartel e ia direto para a aula, depois seguia para casa, por voltas das onze, dormia e acordava as cinco para ir ao quartel. O resto da semana inteira se seguiu assim. E não houve como me encontrar com nenhum dos dois novamente. E eu não tirava Emerson da minha cabeça. O que me chateava era o fato dele não me procurar. Eu ficava só pensando nele. e isso me custou uma bronca daquelas do meu superior imediato por estar meio desligado, e ter por conta disso cometido alguns erros bobos, erros que alias não costumava cometer.
Na sexta-feira, não tive cabeça para estudar e resolvi faltar a aula e chamar o meu amigo Arthur para tomar umas cervejas. Ele levou a namorada e a amiga dela, com quem eu tinha marcado de sair naquele fim de semana. A garota era uma simpatia só. E como eu estava meio que nas nuvens, o Arthur me disse quando fomos ao banheiro que ela estava me achando diferente, meio esnobe e desligado. Ah, as mulheres e seus sexto sentido. Quando voltamos à mesa me retratei e tivemos uma noite interessante. Mesmo não tendo nenhum compromisso sério firmado com o Emerson eu me sentia traindo ele, mas mesmo assim, pra não ficar com má fama diante a menina e o meu amigo e sua namorada, tive que ficar com a garota. A noite ela só não foi dormi em minha casa porque tinha muita coisa a fazer de manhã cedo. E eu nunca fui o tipo de homem que usa mulher apenas para me masturbar.
Sábado acordei por volta das nove horas. Eu planejei tirar o dia para estudar, lavar algumas peças de roupa e procurar não pensar no Emerson. Mas o destino tinha outros planos para mim naquele fim de semana.
Eu entendi isso quando o Emerson chegou a minha casa depois do almoço.
- Eu preciso falar com você. – Disse-me ele tentando fugir dos meus olhos.
- Vamos entrar. – Disse levando-o para dentro.
Sentei no sofá e ele preferiu ficar de pé mesmo e começou a falar.
- Cara, tudo o que tivemos foi muito massa, único e sem igual. Jamais tinha tido isso, dessa forma e intensidade com qualquer outra pessoa. – Falou ele olhando em meus olhos. - Mas isso não é muito certo. Não tem como ficarmos juntos. Eu não sou gay. Eu voltei com minha namorada e estamos em paz.
Enquanto ele falava isso tudo, de pé, mesmo eu tendo pedido para ele sentar, eu me enxertia olhando para ele, com seu all star preto, bermuda xadrez azul e branca, camiseta gola pólo. Com uma vontade danada de tirar peça por peça e levá-lo mais uma vez para minha cama. Mas tudo isso virou um pouco de raiva, ciúmes, sei lá, quando ele disse que tinha voltado para sua namorada.
- Acho que no quartel devemos nos falar apenas o essencial e vamos esquecer o que aconteceu entre nós. – Ele dizia, e sequer me olhava.
- Tudo bem então. – Falei me levantando do sofá. – Se era só isso, você já pode se retirar soldado. – Falei caminhando até a porta, abrindo-a para ele sair, ele desceu as escadas sem ao menos me olhar ou dizer tchau e foi embora.
Passei o pior fim de semana que já tive até então. Parecia um idiota apaixonado, com dor de cotovelo por ter levado um fora daqueles de quem gosta. Depois que o Emerson foi embora eu realmente perdi o chão. Não consegui estudar, não consegui deixar minha casa e nem minha cabeça em ordem. Passei o fim de semana inteiro pensando nele. E pior não era apenas no cheiro dele, no seu sorriso discreto, nem na lembrança do tom educado de sua voz. Eu percebi quando virava metade uma garrafa de vodka, naquela tarde ainda, que estava sentindo falta daquele garoto sem graça pelo qual estava apaixonado.
O Arthur apareceu e eu o mandei de volta para casa, disse que não estava com clima para coisa alguma. Ainda assim reapareceu mais tarde, quando eu já estava meio bêbado ele me arrastou para dar umas voltas com a namorada dele e a inseparável amiguinha dela. Não tive como não ser desagradável. Até insuportável, o tal do bêbado chato. O Arthur me deu uma bronca quando a garota foi embora, e levou com ela a sua namorada. E como ele não é nada burro, ele me perguntou:
- Por qual daqueles dois você esta sofrendo? – Disse-me segurando pelos braços.
- Como assim, qual dos dois? – Disse meio que saindo do porre.
- Cara, eu sou tudo menos burro. – Falou encarando meus olhos.
Fugi de seu olhar e não respondi nada, ele pareceu entender e o assuntou morreu ali.
Domingo passei o dia todo na horizontal, com uma dor de cabeça daquelas.
Na semana seguinte entrei de vez para dentro de mim, tentando sem muito sucesso não pensar em nada ou em ninguém, como se isso fosse possível. Vendo-o de longe, com mais frequência. No entanto mantinha a distância pedida pelo Emerson. E esse jejum durou por mais três longas e insuportáveis semanas. Tempo no qual fiz as pazes com o Arthur, a namorada dele, e por tabela a garota que estava afim de mim. Mas que, por respeito a ela fui mantendo uma relação de amizade. E nada mais. Não sou tipo que fica com alguém para parecer não estar sozinho.
Mas foi o Felipe que fez as coisas mudarem e foi por acaso.
Uma tarde sem graça, ele apareceu no meu setor, vinha deixar uma documentação para o comandante da minha tropa, e como tudo que chega tem que passar antes pelo meu setor. E por uma dessas do destino eu estava sozinho naquele momento. Ele me entregou a documentação, dei o visto de recebimento e antes dele ir embora ele me disse
- Souza, conheço uma pessoa que está sentindo saudades de você.
- E daí?
- Sei, lá, cabo. – Disse ele. – Algo me diz que o senhor também sente.
- E daí? – Voltei a insistir nisso.
- Sabe, cabo, o pior turno para se tirar serviço, é o segundo, tem um horário que dá um sono danado, e durante a noite, quando todos estão dormindo, a calma é tanta, mais tanta né.
- Não estou entendendo aonde quer chegar soldado.
- Tem um pessoal, que, aliás, anda chutando pedra, caladão que só vendo, que tenho certeza, adoraria receber uma visitinha, para a madrugada não ser assim, digamos tão sonolenta. Sabe como é o serviço de sentinela da bateria a noite, né. - O Felipe, disse isso, deu um sorrisinho safado e depois foi embora.
Realmente às vezes uma frase pode salvar o dia.
Continua...
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Gente fiquei contente que o último capítulo que postei ontem foi o mais lido, votado e comentado de todos até agora. Agradeço pelo carinho de todos, por voces que escrevo.
- The Crow ##: A cada capitulo, mais você comenta, cara, fico até emocionado com tamanha dedicação tem com esse conto, valeu, abraço! E tenho certeza que será o primeiro a comentar denovo, quando eu terminar esse conto te prometo um presente por isso.
- Bernardo.18: kkkkk, nem foi muito suspense ou foi? haha, obrigado cara.
- Jonas 33: valeu, obrigado
- danizinhaa: obrigado
- hpd: ele é muito desocupado, ai fica nessa expectativa haha, valeu, obrigado!
- Thomas.D.C.: Obrigado :)... Valeu, kkkkk, mas pq não curtiu o primeiro capitulo?
- Goleiro Bruno: Agora temos uma celebridade aqui? Que honra cara. Como ta ae na prisão? ta até com net ai, que vidão essa hem. contando os anos pra liberdade ja? kkkkk
- Luiz Dudu: valeu luiz :) obrigadooo e não ligo mesmo, eu apenas tenho pena desse pobre coitado
- Chel: Obrigado
- Tristan18: Muito obrigado, que bom que consegui meu objetivo de tornar o mais real possivel, fico contente, :) abraços
- Oliveira Dan: também acho q a alteza ta apaixonado kkkk, pena que não rolou a festinha ainda, vai depender de vocês e do meu senso de bondade kkkkkkk. obrigado cara :)
- CrisBR: obrigado, foi quem vc imaginouu? haha
- Luhh: finalmente deu ar da sua graça aqui hahaha. que booom que ta gostando, e n so o mais legal que existe kkkk, n some bjs
- Lucas19: obrigado, pois é, kkkkk
- Goleiro Bruno: Obrigado de novo cara, to vendo que será tão participativo no meu conto quanto o The Crow ## Abraços e bom final de semana pra tu ai no xadrez!
- Alphaboy: obrigadoo
- FabioStatz: isso que importa, eu escrevo pra quem gosta, pra quem não gosta, o choro é livre kkkkk, valeu pelo apoio cara, abraços
- JAIR: vlw por ler
- Bruno de Lucca: obrigado Bruno :)
- afonsotico: enquanto for romance será sim, haha, valeu cara
- dede88: obrigado
- Ru/Ruanito: O f... elipe? haha acertou né!
- Hogu: pois é, ta chique esse conto haha, valeu, e concordo com vc, é um troll / flamer bem carente, por isso tenho pena dele.
- Realginário: não seja sarcastico amor, é feio kkkkkk, mas foi assim mor, primeiro sexo agora romance kkkk, o que esta uma bagunça? não confunda-me kkkkk te amo <3
- iceboy1: será bom mais um militar opinando aqui, haha, só espero não ser o causador de má disciplinas de soldados em seus serviços por causa desse conto, (66) kkkkkkk
- Shot: kkkkkk eu sou mal. Foi o felipe mesmo, obrigado cara :)
- Mateus Stefaniny: ok
- por do sol: obrigado, foi ele sim ahaha
- : obrigado por sempre acompanhar querida :)
- caamilaa: oo minha linda chata, haha, que bom que esta gostando, bjs
- Hércules Silva: obrigado :)
- Will16: leu todos os meus contos? haha deve ter dado um trabalhão mesmo. Sim, nos terminamos no começo do ano. E ACD realmente foi bem sofrida para o Ber haha, e bota loucos nisso, tentei me basear em alguns fatos reais nessa historia. eu tinha até montado um capitulo com o tenente aparecendo, mas ai acabaria com o tema militar do conto, ja que se algo assim acontecer é muito provavel uma expulsão, portanto resolvi apagar e escrever de novo com o felipe aparecendo, e obrigado por ler abraços :)
- Lyz™: Vou tentar não te decepcionar, por enquanto estou conseguindo haha; estou né? obrigadoo por estar lendo
- lugrey: não demorei pra postar né? haha obrigadoo
- Iky: valeu meu amigo, que bom que esta sendo tudo isso, valeu mesmo, abraços
- diiegoh': obrigado
- João Ricardo: mto obrigado
- (Al): kkkkk ficou engraçado, bjs nas zunhas kkkkkk obrigado por ta lendo :) vlww
- Luuis Fillipe: obrigado
- Lucas M.: obrigado
- JoNaThAs: obrigado
- DebbieDestrouch: muito obrigado, e assim que conseguir, vou tentar postar lá sim,e obrigado por estar lendo, bjs
Uffa, finalmente, quanta gente kkkk, muito obrigado a todos, beijosss até segundaa com a parte 8! Tiauuu