Devaneio - Família Siren 2 - Capítulo 1
Boa noite, galera!
Como prometido, a continuação de Família Siren... Hora de conhecer outros membros dessa família... O primeiro volume termina com Marcel saindo da Califórnia, indo para Londres encontrar um primo para que pudessem ir para Paris... Tudo bem? E agora? O que aconteceu com esse primo até que Marcel o encontrasse? É isso que quero que saibam... Todos os detalhes serão dados ao longo dessa história... Essa é narrativa da vida de Jeremy Siren, a chama gélida de Londres... hehehehe
Vou dedicar este conto a minha amiga Mô, que estava ansiosa por este conto (hehehehe... te amo, amiga!), ao (AI) e ao dede88... Beijão a todos que lêem/comentam/votam ou fazem os 3... rs
Pessoal, espero, de coração, que gostem da história... Escrevo-a com o maior carinho, sempre pensando em algo para surpreende-los e agradar... Aos que puderem comentar, peço que o façam... Isso me ajuda a entender a visão de vcs, esclarecer algumas dúvidas e principalmente saber se estou atendendo às expectativas... Sem mais delongas, divirtam-se com as aventuras do nosso amigo frio... rs
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Lua cheia. Eu estava na sacada do quarto observando a luz da lua. Virei-me de volta para o interior do quarto onde um belo exemplar de homem repousava sobre a cama. Morto. Sim, eu o matei. Robert Angwar era um dos líderes de um grupo rebelde que atuava no Reino Unido. Uma pista fez-me chegar a ele e, após meu interrogatório, não poderia deixar rastros. A injeção letal que lhe apliquei já havia sido destruída pelas chamas da lareira, já que era uma noite fria no País de Gales. Vesti-me e escapei pela janela.
Olhei mais uma vez para o prostíbulo que me serviu para concretizar minha vingança. Estava feito. Segui pela rua tranquilamente até ouvir o grito de uma mulher que anunciava a todos que um homem fora encontrado morto no quarto. A histeria que se formou no recinto podia ser ouvida de longe. Soltei um sorriso leve e maligno. Alguém deveria tomar mais cuidado!
DEVANEIO
Era uma tarde tranquila em Londres. A luz do fim da tarde atravessava levemente as cortinas do meu quarto. O insuportável toque do meu celular não me permitiu continuar dormindo. A noite anterior havia sido muito exaustiva. Sexo e assassinato são muito desgastantes.
_ O que foi? – Disse com uma enorme voz de sono.
_ Jeremy, você enlouqueceu? Eu já soube que o sr. Angwar foi encontrado morto em um parque. Como você me explica isso?! – Melbourne, um conhecido do meu pai, gritava no outro lado da linha.
_ Primeiro, boa tarde ou boa noite pra você também. Segundo, isso é mentira. Eu matei aquele nojento em um prostíbulo de terceira categoria. Os galeses nunca foram muito bons em fazer boates. – Respondi com calma e recobrando minha consciência após o sono conturbado.
_ Você não tem juízo, seu moleque desnaturado. Seu pai está em coma e você… - Não o deixei terminar de falar e desliguei o telefone.
Mal havia chegado de Venice, Califórnia, e tive que ir atrás de Angwar. Um empresário muito bem-sucedido, mas que escondia uma vida criminosa. Ele era um dos integrantes de um grupo que contrabandeia informações e tecnologias. Os Trinos. Minhas investigações apontaram Angwar como um dos responsáveis. Na verdade, ele estava envolvido indiretamente.
Após encerrar a ligação, coloquei o celular no modo silencioso e fui agir minha vida. Tomei um banho, comi algo e fui visitar meu pai no hospital. Há 2 anos, ele estava saindo da empresa quando sofreu uma tentativa de assalto e levou um tiro. Ficou entre a vida e a morte. Escapou, mas permanece em coma todo este tempo. Jamais o abandonaria. Por isso decidi investigar por minha conta o que aconteceu.
Ele estava deitado naquela cama. Sua face expressava uma serenidade morta. Todo tratamento não estava adiantando de nada e eu já não possuía esperanças às quais me agarrar. Talvez fosse o fim. O fim de Jacob Siren.
Eu estava arrasado com tudo que vinha descobrindo. Eu poderia ser morto por isso, mas precisava continuar. O trabalho do meu pai havia sido roubado e ele quase foi morto. Bem, ele está morto a meu ver. Mesmo que os aparelhos digam que há sinais vitais, duvido muito que ele se salve. Eu precisava continuar. Precisava acordar todos os dias e encarar toda aquela dura realidade. Eu era, praticamente, órfão.
Minha mãe, Sarah Glowre, faleceu durante meu parto. Foi algo difícil para ela. A gravidez era de risco, mas ela decidiu seguir adiante, mesmo ciente das possíveis consequências. Eu devia isso a ela: manter-me vivo. Não deixaria que me matassem depois do sacrifício dela.
Saí do hospital e fui dar uma volta pela cidade. Detive-me por alguns instantes admirando a torre do relógio onde estava o Big Ben. Era um dos meus lugares favoritos. Infelizmente, tudo para mim perdeu o seu sabor. A vida não valia senão pela vingança. Eu precisava encontrar um dos três líderes dos Trinos. Eles precisavam pagar. Eu os mataria sem piedade. Imaginem quantos não devem ter sido mortos pela ganância deles. Isso jamais ficaria assim. Não poderia permitir.
Cheguei à minha casa para tomar um banho. Entrei no chuveiro e liguei a água quente. O calor da água penetrava minha pele deixando-me mais relaxado. Senti suas mãos percorrendo meu corpo. Seus lábios tocavam suavemente a pele do meu pescoço. Podia sentir seu corpo junto ao meu. Sentia saudades dele, seu toque, seus carinhos. Mas não era a realidade. Isso não passava de mais um dos meus doces devaneios. Não poderia me dar ao luxo de ceder à tentação. Não tinha tempo para romances. Duvidava que ele se lembrasse de mim. Duvidava que me desejasse tanto quanto o desejava. Duvidava de que essa história pudesse ter um final feliz. Finais felizes não existem. Pelo menos, não para Jeremy Siren.
Vesti meu pijama e encarei-me no espelho. Eu não me reconhecia embaixo de toda aquela amargura. Eu era bonito. Um corpo esguio, normal, bem sustentado, pele clara e macia, 1,78m de altura e algo em torno de 75Kg. Cabelos medianos, lisos e acastanhados. Olhos cor de mel, que emanavam uma energia intensa deles. Corpo sem pelos e um quadril bem trabalhado. Uma pena essa beleza ser ofuscada pela minha mente criminosa.
A vingança era uma das minhas razões de estar de pé. Eu quase não saía e apenas tinha dois amigos, John e Ashley. Eles me ajudam nas minhas investigações, mas apenas de longe. Jamais permitiria que eles entrassem em contato com esses bandidos. Eu, por outro lado, já havia me deitado com uns 10 deles. Deitado e assassinado. Não posso deixar tantos rastros. Sempre trocando de identidade. Sempre agindo como outra pessoa. A luz virginal que brilhava em meus olhos cedeu lugar à luz da sedução que eu emanava. Minha alma era vendida. Não havia salvação para mim. Há tempos estava em um caminho sem volta.
A campainha tocou e fui ver de quem se tratava. “Provavelmente algum conhecido, já que o porteiro não interfonou” Pensei.
_ Ainda bem que te encontrei. – Disse Ashley abraçando-me e entrando.
_ Pode entrar. Gostaria de uma xícara de café? – Disse debochadamente.
_ Faz tanto tempo que não te vejo ao vivo que me esqueço desse seu humor sarcástico, que eu amo. Não, obrigada! Odeio café, mas aceito um chá. – Disse com um sorriso no rosto.
_ Tudo bem! Vamos à cozinha. Pelo menos assim eu faço um chá para nós e você me diz o motivo da sua visita.
Eu amava a companhia dela. Lógico que ela sempre foi contra o fato de eu ter que seduzir todos aqueles homens. Isso nunca foi uma tarefa fácil. Às vezes eu precisava me comportar como um garoto de programa e mostrar um ar extremamente feminino. Outras, tinha que aparentar ser submisso, não ter amor próprio apenas para agradar “aos machos” que me seriam úteis. Não sei o que era pior: parecer um tapete diante daqueles homens ou deixar que um sentimento tão amargo endurecesse meu coração?
_ Bem, meu amigo. Eu vim ver qual o seu estado atual. Eu sei que tudo tem sido difícil e fico preocupada com você. John também está assim. Já foram dez mortes e você não conseguiu chegar aos líderes. O que vai fazer? – Perguntou-me bebericando um pouco do chá calmante que eu havia preparado.
_ Não sei. Todos aqueles homens eram de baixa patente entre o grupo. Vou ter que continuar até encontrar um que tenha a resposta de que necessito. – Respondi desanimado.
Mudamos um pouco o assunto e ela me disse que tinha vindo dormir em minha casa. Assistimos a alguns filmes e conversamos bastante. Isso me fez um bem enorme. Matar não era algo que eu gostava, mas não poderia permitir que nenhum daqueles homens pudesse me identificar e colocar em risco meus amigos, família e a investigação. Eu já estava cansado. Havia acabado de terminar minha faculdade de engenharia mecânica e tive que entrar nesse golpe do destino. Isso estava longe de acabar e essa era a única verdade existente.