Eu Encontrei Você (Num Lugar Sem Esperança) - Cap. 17

Um conto erótico de Th£o
Categoria: Homossexual
Contém 1255 palavras
Data: 13/12/2012 18:20:22

- Vai ficar calado? – suas palavras me acordam. É real. – Aff, não vou perguntar de novo! – diz ele virando a cabeça para o lado.

“Morar com ele, ou seja, tentarmos viver juntos ou algo parecido com isso?”. Estou com a garganta seca e meus lábios estão trêmulos. Seu rosto continua virado pro lado, sem fitar-me. Suas mãos estão entrelaçadas uma na outra sobre a barriga. “Será algo sagrado para ele e o fim para Vinícius”, penso. Posso sentir minha traqueia pulsando de nervosismo. Qualquer escolha será letal e guiará para destinos diferentes. Decido fazer minha última escolha insana, ou pelo menos assim espero.

- Eu quero... - digo, timidamente.

- O quê? – sua cabeça vira-se rapidamente para mim quase em forma de susto.

- Eu quero... eu aceito morar com você.

A cada segundo que se passa seu semblante muda de expressão... de cor... ganha vida. Um sorriso curado e vívido aparece em seu rosto. “Sou tão importante pra ele assim?”. Ele volta a apertar a minha mão, carinhosamente. Seus olhos brilhantes me encorajam... sim... eu sou capaz. De repente, confio-me a responsabilidade de ser feliz ao lado dele... pelo menos enquanto a sua sombra estiver unida à minha.

- Que bom... é... então, se você quiser, pode ir hoje mesmo... o Silveira vem me buscar lá pelas 4 da tarde, daí você vai pra lá depois que sair do trabalho. Vou anotar o endereço pra você... – diz ele, pegando um papel numa gaveta. – você tem uma caneta? – abro a mochila e tiro uma do estojo. “Nunca o vi tão puro e animado”. Ele escreve o endereço, rasga uma parte do papel e me entrega. – Tá aí, é bem fácil, não tem erro! – diz ele, devolvendo a caneta.

- Hum... legal. É... eu vou indo então, tô atrasado pro trabalho.

- Tudo bem... é... até... mais tarde né?

- É... até mais tarde.

Levanto da poltrona e coloco o endereço do apartamento dele no bolso mais seguro da minha calça. Vou em direção à porta. Olho para trás. Está fitando as persianas e a luz que vem delas ilumina o seu rosto... deslumbrante. Em seguida sua cabeça se vira pra mim.

- Tchau – diz ele, sorrindo como uma criança ansiosa.

- Tchau – respondo, sentindo todos os meus músculos formigarem.

Ando até o elevador e aperto no botão para chamá-lo. “Acabei de aceitar a proposta mais inexplicável da minha vida”. Uma felicidade acompanhada de sei lá o quê ecoa de uma forma dentro de mim que me faz ter vontade de gritar. Estou dando piruetas olímpicas internamente. O elevador chega. “Vinícius!!”. Entro. Tenho alguns andares até o térreo para pensar numa maneira de contar a proposta de Rafael sem que a nossa relação vire pó.

Encontro-o na recepção. Está sentado e com um semblante visivelmente impaciente. Ao me ver se levanta.

- Nossa... você demorou demais! – diz ele, franzindo a testa.

-Foi mal... – respondo, em seguida inspiro todo o oxigênio que o meu pulmão suporta para anunciar o que foi conversado lá em cima. – Eu preciso falar uma coisa pra você...

- Aff, depois, tô morrendo de fome! Tem um restaurante aqui perto, lá você me conta... vamos!

Solto o ar.

***

O estacionamento está vazio. Descemos do carro. Pelo tempo que conheço Vinícius, um fato que chega a ser comum é ele ficar mal-humorado quando está com fome. “Vou contar depois para o grau da briga ser menor”, penso. Atravessamos a porta envidraçada e vamos até uma mesa.

- Vou ao banheiro lavar as mãos. – digo, buscando um pretexto para pensar sozinho no que vou dizer, não quero que ele perceba minha aflição.

Ao voltar, observo-o se servindo. “Depois...”, penso. Sento na cadeira e espero ele voltar.

- Não vai se servir?

- Vou, estava esperando você voltar... – respondo, evitando fita-lo nos olhos.

- Hum... pode ir... você tá bem?

“Estou tendo um infarto internamente”.

- Sim... acho que estou com fome também... vou me servir. – anuncio, saindo em seguida.

“Você tem mais alguns segundos até chegar à mesa das saladas”, penso internamente. Pego uma colher de arroz, porém, minha tremedeira faz com que eu leve apenas poucos grãos ao prato deixando a maioria cair no compartimento de feijão. A velhinha que está atrás de mim na fila me olha de cara feia. Sirvo-me de purê, carne e umas batatas assadas, depois volto pra mesa.

- Pensei que estivesse com fome... – diz ele, analisando o meu prato.

- É... hum... isso é o suficiente. – retiro os talheres do plástico.

- Não vai malhar hoje? Tem que comer mais...

- Eu sei... como mais quando voltar do trabalho.

Comemos em silêncio. Não posso deixar de ficar impressionado com capacidade de Vinícius de perdoar... ou de fingir que esqueceu. Analiso seus gestos, seu rosto se contraindo em cada mastigação. Tenho certeza de que qualquer pessoa no meu lugar estaria admirada com essa cena. Eu estou, porém, sinto a necessidade de algo mais avassalador... mais intenso.

- O purê tá bom? – pergunta ele.

- Sim... sim... tá ótimo. – digo, dando uma garfada no purê e levando a boca.

- Hum... esse frango também tá ótimo, prova... – habilmente ele corta um pedaço de frango e leva a minha boca.

- Nãaao, não quero! – digo, afastando o rosto.

- Come logo! Você precisa comer se não quiser perder massa muscular.

- Eu já disse que vou comer e não quero frango.

- Vamos, come logo! Anda! – diz ele, sorrindo.

- Não, Vinícius! Eu não quero! Tá surdo! – digo, chamando a atenção de metade do restaurante. Ele se assusta, colocando o garfo novamente no prato.

- O que foi? Eu tava brincando...

- Eu não quero frango, só isso!

Viro a cabeça. Ele continua me fitando, tentando entender minha reação explosiva. Estou abraçando os meus joelhos internamente.

- Você tá muito estranho! Vai me falar o que conversou com aquele... com ele? - franze a testa.

- Eu ia te falar...

- O quê? Fala logo! – posso ouvir sua respiração ficar instantaneamente ofegante.

- Calma! Se você não se acalmar eu não vou fal...

- Fala logo!

Seu rosto está em chamas e os olhos dominados por fúria. Suas mãos estão agarradas aos talheres como se fossem entortá-los.

- Ele... me chamou para morar com ele... e eu aceitei.

Olho para o seu rosto. Sua boca está semi-aberta, como se o oxigênio não conseguisse mais entrar normalmente. Em seguida, ele apoia os cotovelos na mesa e cobre o rosto com as mãos fechadas. “Acabou... pra sempre”, penso.

- Me desculpa... eu resolvi fazer isso porque não quero mais ser um entulho na tua vida, cara. Você me ajudou muito, eu te agradeço, mas...

- Mas você resolveu ficar com ele... pela milésima vez. – diz ele, completando a frase.

Silencio por alguns instantes. Estou em pânico.

- Vinícius, não é assim, cara... me entende... olha pra mim... – digo, tentando descobrir seu rosto.

- Não me toca, filho da puta! Não me toca, entendeu! Eu tenho nojo de você, nojo! – ele descobre o rosto. Seus olhos estão vermelhos, fervendo de ódio. Fico assustado. Posso sentir os olhares de todas as mesas e inclusive de quem passava fora do restaurante nos fitando. Calo-me. – Você... mais uma vez... mais uma maldita vez resolveu ficar com aquele drogado inútil... tudo bem... agora não venha, ouviu bem?! Não venha continuar agindo como se fossemos amigos porque não vai ser mais assim. Acabou.

Estremeço com o tom de sua voz e os espinhos que acompanhavam cada palavraOi, gente! Esse sou eu postando séculos depois... vocês ainda lembram onde eu parei? Risos. Bom, estou postando o cap. 17 agora e me comprometo a postar o 18 mais tarde. Porquê eu demorei a postar?! Resposta: as aulas da faculdade REcomeçaram e eu estou andando pela rua que nem um zumbi. Enfim gente, beijos! )))))


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Comentários

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Ai fiquei triste pelo vinicius mais por outro lado muito contente com a decisao que o lippo tomou espero que dee tudo certo. Ai perfeito e fiquei muito preocupado que vc sumiu mais eu sei bem como que e faculade ai ten que ter saco pra aguentar

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Eu adorooo esse conto,tu não tem idéia!!Muito bom mesmo...fiquei com muita peninha do Vinicius,tadinho dele. E coitado do Lippo por ter que escolher. Mas ainda assim,torcia pelo Rafael,e acho que vai render muito eles morando juntos,rsrs. Ahh posta logo pra compensar hein guri,eu leria 5 cap por dia facinho,hahaha...

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Eu também fiquei com um pouco de pena do Vinícios, mas eu acho que ele fez a escolha certa, prefiro o Rafael mesmos com seus problemas com as drogas ao invés do Vinícios não sei porque mais quero que o Lippo fique com ele, mas essa decisão dele não significa que as coisas vão ser fácies , acho que será bem complicada isso sim. Esta maravilhoso seu conto, gostando muito dele.

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Fiquei com dó do Vinicius, mas feliz pela decisão. Nota 10... Parabéns

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Eu sei como é, as aulas da minha faculdade também recomeçaram. Eu gosto do Rafael, e muito, ele é intenso, excitante, mas eu acho que o romance deles não vai dar certo e no final ele vai ficar com o Vínicius

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