A história de nós três - 2x08 "Chances"

Olá... então gente, desculpem eu estar sem publicar por um tempo é que estou de férias do trabalho e a vida vira uma loucura. Quero agradecer aos comentários do último conto... se eu me supero é exclusivamente por causa de vocês que me apoiam, comentam e me acompanham.

Minha recuperação foi rápida e durante a minha estadia no hospital conversei muito com o Dr. Emanuel um dos chefes da administração. De algum modo ele ficou sabendo do negocio que eu fechei no México e estava interessado em meus serviços para trabalhar na área de marketing do hospital. Eles haviam demitido o último gerente de publicidade e estavam querendo um novo pelo menos durante um ano. Fiquei feliz e assustado, afinal trabalhar para o meu pai na empresa da família é uma coisa, trabalhar por conta própria era outro.

- Afinal Pedro, você é o esposo do Mauricio, e nós confiamos plenamente em você. – disse o Dr. Emanuel.

- Claro Doutor... eu vou pensar no assunto. Espere apenas eu me recuperar. – falei.

Estava fervendo por dentro, teria a chance de trabalhar perto do meu marido. Eu realmente queria aproveitar essa chance, mas o que o meu pai pensaria... Lógico que ele relutaria bastante. Nunca pensei que a minha vida de publicitário daria certo, estava enganado. Totalmente enganado. O Mauricio foi liberado por alguns dias para ficar comigo em casa, já que eu teria que descansar bastante.

- Amor o Dr. Emanuel falou com você? – ele perguntou enquanto arrumava o Paulinho para dormir.

- Sim... eu gostaria de saber quem contou para ele do negócio realizado no México. – perguntei.

- Aí amor... eu estava feliz, meu marido estrela da publicidade local... e o hospital está procurando por um. – ele disse

colocando o Paulinho no berço.

- Boa noite meu amor! – falei da cama.

- Não quero dormir...

- Tem que dormir sim mocinho! – disse o Mauricio.

Eu estava com medo de dormir e acontecer outra loucura daquelas. E agradeci a Deus por aquela não ser a minha vida de verdade, eu já havia conquistado tantas cosias e não largaria mão daquilo por nada nesse mundo. Recuperei-me bem, e o meu primeiro compromisso foi participar de uma palestra na escola do meu irmão. Cheguei cedo levando alguns matérias para mostrar aos alunos. Vi meu irmão conversando com alguns coleguinhas e acenei. Ele correu para me ajudar e perguntou porque eu não esperei ele. Confessei que havia esquecido e saí correndo para preparar as coisas.

Na sala além de mim havia também outros pais. Fiquei meio intimidado eram advogados, médicos, especialistas em alguma coisa. Eu era um simples publicitário que ainda por cima trabalhava com o pai. A equipe do meu irmão me levou até uma sala onde eles mostraram como seria a apresentação, eles realizaram uma pessoa muito legal. Então chegou a minha vez de defender a equipe do Phelip. Eu estava mega nervoso a minha cabeça ainda doía um pouco, mas meu irmão era super esforçado e merecia aquele meu ‘sacrifico’.

- Olá... então gente alguém aqui sabe o que um publicitário faz? – falei meio que representando.

- Propagandas? – respondeu uma menina.

- Sim... também. Mas a área de publicidade abrange muito além do que as pessoas pensam... tudo começa num insight que depois se transforma em Brain Storm. Eu lidero uma equipe de 4 profissionais responsáveis pelas estratégias de marketing de uma empresa aqui da cidade.

A minha palestra foi um sucesso, respondi todas as perguntas sem pestanejar e é claro que o meu irmãozinho tirou 10. Depois fomos ao shopping tomar sorvete e conversamos sobre o futuro, diversão e para o Phelip... arghh... garotas.

- Pedro... como você... – ele disse se engasgando com o sorvete.

-Oi? – perguntei meio sem entender.

-Eu não tenho com quem conversar... então como você é... meu irmão mais velho... – ele disse ficando vermelho.

-Conta agora... – falei olhando sério para ele.

- Eu e a Fernanda queremos dar um passo a frente na nossa relação. – ele disse sem olhar para mim.

- Se Casar!!!!! Phelip que absurdo é esse você é jovem... como assim!!! Se casar é um absurdo!! Ela tá te pressionando?! – gritei na sorveteria enquanto todo mundo olhava.

- Calma... fala baixo! Não é casamento... é... é... a gente não transou ainda... e queremos fazer isso antes da formatura... afinal ela vai embora estudar na capital e eu a amo... quero que ela seja minha primeira. – ele disse ficando mais vermelho que um tomate.

- Aíí que lindo – falou o meu lado gay. – Fico feliz que você tenha me procurado para conversar. Eu lembro que procurei o Paulo também quando eu tive meu primeiro namoradinho. – falei me lembrando da cena.

- São Paulo – 8 anos antes.

- Paulo...

- Fala, entra ai Pedro.

- Eu preciso falar com você.

- Qual é o assunto man?! – ele disse batendo na cama para eu deitar.

- Sexo... – falei fechando os olhos.

Meu irmão rio alto. E eu fiquei com cara de panaca. Ele me chamou para sentar e perguntou se era aquilo mesmo que eu queria. Falou que não entendia muito bem como funcionava o sexo gay, mas uma coisa era essencial, o uso de preservativo. Ele disse que o nosso pai nunca havia falado de sexo com ele, e me explicou como devemos agir e acho que eu nunca ouvi alguém dizer como sexo com preservativo é importante.

- Hummm... o Pedrinho filhinho da mamãe vai virar homem!! – ele disse me abraçando.

- Não enche, se eu perder é com o Fernando... ele é o amor da minha vida! – falei enquanto víamos televisão.

Como eu era inocente naquela época. A mensagem que eu passei para o Phelip foi parecida, apesar de eu nunca ficar com uma mulher, tinha certeza que uma coisa era em primeiro lugar camisinha e em segundo lugar delicadeza. Afinal nós homens gays ou heteros, somos selvagens por natureza. Fomos à farmácia e eu comprei umas 4 embalagens de camisinha e um vidro de KY. (sei... sei... ky não é para gays, não... era a primeira vez da menina oras). Expliquei para ele como funcionava, peguei um pepino e um rolo de papel higiênico. Foi à coisa mais tosca que eu já fiz na minha vida, era agora o sexólogo Pedro Elias. E falei para ele que na semana antes que rolasse ele me avisasse que eu faria todo o esquema para ele.

Naquela mesma tarde a minha irmã trabalhava no hospital. Ela era muito centrada, mas que o Mauricio, minha irmã quando começou a trabalhar ficou meio mecânica, mais fria. Ainda tínhamos nossos momentos juntos e eu adorava, mas minha relação com o Phelip estava melhor do que a minha com ela. Ela estava dormindo numa parte isolada do hospital quando chamam o nome dela no interfone geral. “Priscila Soares, por favor, comparecer a sala de espera!”. Ela se levantou lentamente e foi em direção a entrada do prédio.Quando ela chegou e viu o Caleb com uma expressão nada amigável.

- Oi amor... – disse ela tentando beija-lo, sem sucesso.

- Sério... é o melhor que você consegue pensar... oi amor... Priscila você tem noção de que dia é hoje?!

- Uma... sexta? – ela disse meio sem graça mexendo no cabelo.

- Não hoje é quinta... quinta-feira... e sabe o que estamos comemorando hoje? – ele perguntou com os olhos vermelhos.

- Isso é um jogo? Posso pedir ajuda aos universitários? – ela perguntou meio sarcástica.

- Para de sarcasmo Priscila...

- Tá eu não sei que dia é hoje... - ela disse séria.

- Olha aqui! – ele disse entregando um envelope para ela e indo embora.

No envelope haviam duas passagens para o Hawaii para três dias. Ela pensou... pensou... quando de repente ela saiu correndo para o estacionamento do hospital. Mas o Caleb não se encontrava mais lá. Minha irmã começou a chorar e me ligou pedindo para que eu encontrasse com ele, pois, ela teria uma cirurgia para acompanhar e era valendo nota. Ela disse que achava que ele estaria no bar próximo a faculdade, e como eu estudei com o Caleb, eu realmente sabia que ele estava indo para lá.

Eu gostava de ser cupido, desde jovem sempre arrumava alguém para as minhas amiguinhas, arranjei a Luciana com o Paulo, depois a Luciana com Carlos... bem pelo menos os apresentei, a mágica aconteceu sozinha nesse caso. Infelizmente eu não poderia também, pois, me reuniria com o papai para falar da proposta do hospital. Liguei para o Mauricio que estava de folga e ele foi ao encontro do Caleb.

- E ai Caleb... tudo bem? – perguntou o Mauricio sentando numa cadeira próxima.

- Ele mandou você aqui né?! – Ele disse pedindo outra bebida para o Mauricio.

- Sim... eles podem tudo. – riu o Mauricio.

- Não sei seu eu teria essa coragem que você teve Mauricio. – ele disse olhando para frente.

- Eu amo o Pedro, e nós nos entendemos, eu sei que as vezes ele é mandão igual a irmã, mas eu o amo.

- Não é isso... eu digo de fazer medicina...

- Ser médico é maravilhoso, minha profissão é algo importante, não só para mim, mas para a sociedade. – disse o Mauricio pegando a bebida.

- Mas vocês não tem vida... a Priscila está se transformando em um robô. Eu tenho medo de perde-la.

- A Priscila é muito centrada e as vezes esquecidas, você entrou uma área complicado parceiro, os irmãos Soares não são brincadeira. – ele disse brindando.

- É que eu a amo tanto, e ainda tem a diferença de idade. Eu não sei Mauricio. – ele disse cabisbaixo.

- Mas se você a ama, não tem motivos para fugir. No caminho eu liguei para o chefe de cirurgia e pedi para liberarem a Priscila. Vai viajar amigo... não perde tempo com esses questionamentos bestas.

- Verdade... Mauricio cara nem sei como te agradecer... – ele disse sorrindo e pegando dinheiro na carteira e jogando em cima da mesa.

O Mauricio riu um pouco e me ligou. Falou que estava tudo certo e pediu para ficar mais um pouco no bar. Como ele foi um bom menino eu deixei. O Caleb chegou rapidamente no hospital e correu para procurar a minha irmã, eles deram um beijo caloroso no meio do corredor. Apesar da diferença de idade de quase 14 anos, os meus pais aceitavam, e era bonito de se ver. Acho que a minha família aprender a amar sem discriminação.

Cheguei no escritório do meu pai, eu estava muito nervoso. Ele se preocupou perguntou se eu não queria descansar mais, eu comece a gagueijar quando eu tentei falar o que me eu estava ali para dizer.

- Pai... eu... consegui uma vaga de emprego no hospital onde o Mauricio trabalha...

- Como assim... e a empresa? – ele perguntou se sentando.

- Pai... é que eu queria ver se eu poderia trabalhar por minha conta... formei uma ótima equipe aqui com o Sr... a Luciana está preparada para dirigir o pessoal. – falei me sentando.

- É que você criou esse setor... mas meu filho, se você quer colocar em prova a sua capacidade, quem sou eu para impedir?! – ele perguntou se levantando e me abraçando.

- Obrigado pai... estou com medo, mas sei que vou conseguir... Meu primeiro trabalho profissional!!!

- Pedro... você é um ser humano explendido, fez tanta coisa boa... tudo o que você está conquistando é obra de tudo o que você já fez em vida... e se não der certo, pelo menos você tentou, sempre vai ter uma vaga aqui para você. - disse meu pai.

“Sim... eu estava feliz por pela primeira vez alçar voo sem ajuda do meu velho, mas muitos problemas ainda colocariam o meu profissionalismo a prova”

O carnaval está chegando e eu vou parar de publicar alguns dias, e para não deixar vocês na mão, publicarei um conto extra sobre a data, na verdade foi o carnaval mais diferente que eu já tive na vida. Espero que vocês gostem. Um super abraço, se divirtam, bebam, mas tudo com responsabilidade como dizem: No trânsito... perca um minuto da vida, não perca a vida em um minuto, e sexo apenas com camisinha pelo amor de Deus!!!

Abraços, amigos, amigas, companheiros, curiosos e afins!!!!