A história de nós três - Parte 02 - Pai, mãe, sou gay!
Olá... Então gente... este conto não acho que não servem para aqueles curtem algo sexual. É um romance, uma história de amor e aprendizado com pitadas de romance gay. É bom relaxarmos e curtimos uma leitura leve. Para curtir a primeira parte basta clicar no meu nick que está acima. Por favor, comentem lá em baixo e dê sua nota aqui em cima. A participação de vocês é essêncial para mim.
“Meu Deus? E agora? Será que o meu irmão vai esquecer a promessa que fizemos e vai contar tudo para os nossos país? Eu serei expulso de casa? Estou realmente desesperado e não sei o que fazer.”
Meu irmão não esboçou reação alguma. Ligou o carro e seguimos para casa, fiquei envergonhado demais, lógico quem não ficaria. Não conseguia olhar para o Paulo. Me senti culpado depois de jogar toda a novidade em cima do meu irmão. Sabia que ele ia precisar de um tempo para digerir tudo aquilo. Cheguei em casa tomei um banho e deitei, não consegui dormir, o despertador tocou e eu levantei, tomei um banho rápido e fui para a escola sem tomar café. Não conseguiria encarar meu irmão, não naquele momento.
Quando cheguei na escola vi o Márcio e os amigos deles conversando, todos rindo e apontando para a minha direção. Minha amiga chegou perto de mim e perguntou.
- Você é louco?
- Como assim? O que foi Andréa?
- O Márcio está falando para todo mundo que você tentou agarrar ele na festa da Renata.
- O quê?
Eu estava perdido. Sabe aquela sensação que todo mundo está olhando para você? Eu sei. Ouvia os risos e comentários. Foi então que o inferno colegial começou na minha vida. Passei o semestre todo sendo empurrado, humilhado e ponto de referência de toda a escola. O Márcio é quem mais infernizava a minha vida. Acho que ele sentia prazer em me ver sofrer.
- Paulo.
- O que foi, Pedro?! - ele disse sem tirar os olhos do livro.
- Podemos conversar…
- Agora vou sair. - ele disse levantando e saindo do quarto.
Meu irmão passou dias sem falar comigo. A pressão da escola se tornou algo insuportável, todo dia era um bullying diferente. Minha vida não poderia estar pior. Naquela tarde, eu cheguei em casa, entrei no banheiro e peguei duas navalhas, posicionei no meu pulso direito e pude sentir o ferro querendo me cortar. Naquele momento pensei: é isso. Agora tudo vai acabar?
- Tú é louco?! – gritou meu irmão. – Pedro o que significa isso? Me diz? Quer matar os nossos pais? – meu irmão me abraçou.
- Eu não aguento. Não sou forte para viver desse jeito. As pessoas falam de mim, você parou de falar comigo e tem nossos pais.
Eu não conseguia respirar, o meu irmão me segurou e beijou no rosto. Ele sempre me passou segurança, mas aquilo foi diferente. Pude sentir o coração dele acelerado, ele realmente estava preocupado comigo. O meu irmão me amava.
- Não faça isso, por favor. Não se mate. - meu irmão pediu chorando.
Começamos a chorar os dois no banheiro. Pedi desculpa e contei o que estava acontecendo. Paulo disse que lembrou o que havia acontecido anos antes na praia e falou que a promessa ainda estava de pé. Ele falou que quando nossos pais chegassem do trabalho iriamos conversar. Apesar do apoio do meu irmão, eu não estava preparado para a Grande Revelação. Pensava em ir para a faculdade e me formar. Mas meu irmão falou que quanto mais demorasse, mais eu me negaria a contar.
Nossos pais chegaram de uma festa da amiga da Priscila. Paulo informou que precisaríamos conversar no escritório para ter uma privacidade maior. Meu pai olhou sério para nós, acho que ele pensou que fosse algum problema com o Paulo, e não comigo.
Ahhh... Uma coisa que eu esqueci de contar. Meu pai se chama Rodolfo e minha mãe Paula, eles se conheceram no colegial no estado do Pará. Juntos decidiram vir para São Paulo, eles lutaram por uma melhor condição de vida e conseguiram se estabilizar. Meu pai se formou em administração, e minha mãe marketing. Eles construíram uma rede de lojas e acabou virando uma empresa de comerciais.
Ansiosos eles queriam saber o motivo de uma conversa tão particular. Entramos na sala e meu coração estava para pular do meu peito. Eu amava todos e não queria mentir. Naquela situação a única que ficou de fora foi a minha irmã Priscila, eu a achava muito nova para aquela conversa. E eu tinha vergonha exclusivamente dela, pois, afinal, eu era o seu irmão mais velho.
- Mãe. Pai. O Pedro tem uma notícia para dar a vocês. Pode falar.
- Eu...eu... – olhei para o meu irmão e ele consentiu com a cabeça.
Esse foi um dos momentos mais difíceis que eu já tive na vida. Quando eu falei para os meus pais, pareceu que o tempo parou. Lágrimas escorriam dos olhos de minha mãe. Meu pai colocou a mão na cabeça. Eles ficaram chocados. Passamos a noite conversando e apesar das negações, eu não apanhei e nem fui jogado para fora de casa. Agradeço até hoje ao meu irmão.
- Então, é isso? - questionou meu pai. - Podemos, podemos procurar um psicologo… ou….
- Meu amor. - falou a minha mãe. - Não. Vamos ter que enfrentar isso juntos.
- Me perdoem, mas… eu preciso sair. - disse meu pai saindo do escritório.
- Meu filho. Não importa o que aconteça. Nós te amamos. - a minha mãe falou me abraçando e saindo em seguida.
Comecei a chorar, o meu irmão me abraçou forte e enxugou minhas lágrimas. Decidimos comer, ele queria celebrar aquele momento. O Paulo era um ser humano iluminado por Deus. Ele declarou que aquele seria o Dia do Assume.
Tentávamos seguir a vida normalmente, meus pais ainda não se sentiam a vontade com a minha escolha e por muitas vezes demostravam isso. Encontrei um verdadeiro apoio em meus irmãos. Acho que a minha relação com os meus pais veio melhorar depois de três anos. Meu pai foi difícil, ele quase não falava comigo. Minha mãe impôs uma condição , se um dia eu encontrasse um namorado ela gostaria de conhecê-lo.
Na escola as coisas continuavam a mesma coisa. Mas eu estava mais tranquilo, meu irmão sempre me procurava na hora do intervalo para saber se eu estava bem, até a minha irmã depois que soube passou a me vigiar. Éramos realmente os três mosqueteiros. “Um por todos, e todos por um”.
Conheci um menino chamado Fernando. Ele era realmente lindo, tinha 16 anos e estava no primeiro ano, fazíamos uma matéria extraclasse juntos. Lembro que demorou um pouco para começarmos a namorar, em segredo, claro, o Fernando não era assumido. Nossa primeira vez foi na casa dele. Até esse dia eu estava em dúvida se era gay ou não. Senti o corpo dele no meu foi como um teste, eu realmente gostava de homem.
Infelizmente, nosso relacionamento durou pouco tempo, os pais deles conseguiram um emprego nos Estados Unidos e ele teve que ir. Cheguei a visitá-lo algumas vezes, mas decidimos para o bem dos dois terminar. Naquele ano, o tempo do tenebroso vestibular foi o pior. Eu não sabia o que fazer. Tentei três faculdades , não me interessei, atté que optei pelo curso de Publicidade. O tempo passou e eu fui me apegando ao curso, então decidi que era aquilo que eu queria para a minha vida.
Eu fico pensando, como as coisas podem acontecer em nossas vidas, um dia estamos bem no outro não estamos. E as armações do destino que entrelaçam a vida de outros com a nossa. Comecei a fazer a faculdade de publicidade um pouco tarde aos 19 anos.
Minha irmã Patrícia era o cérebro da família, entrou para a faculdade de medicina, a primeira da turma. Meu irmão já estava trabalhando como engenheiro numa empresa de telefonia celular. Nossos pais sonhavam que um dia nós trabalhássemos nas lojas da família. Mas ninguém tinha vocação para tal serviço.
Eu estava namorando um rapaz que estudava na mesma faculdade que eu, nós nos conhecemos numa festa e quando eu percebi ele estava ali estudando na sala 505 ao lado da minha. Passamos uns meses no cortejo até que finalmente rolou. Na verdade depois do primeiro ano, nossa relação ficou estagnada e ele pediu um tempo. Eu lembro que briguei com ele, eu chorei e ele saiu correndo. Estava arrasado, com o coração partido.
Naquela tarde eu não estava com cara de muitos amigos, para completar uma chuva torrencial estava desabando na cidade. Sentei na calçada com os olhos vermelhos, fiquei contemplando a chuva que caia. No outro lado da rua, uma garota também brigava com um homem dentro de um carro, eu pensei: “Pelo menos alguém está na pior comigo”.
De repente, ela saiu do carro e começou a vir na minha direção, correndo desesperada, tentei gritar, mas a voz não saiu. Um carro acertou a moça em cheio, ela caiu perto de mim e o motorista fugiu. Ela estava vestida com uma capa preta, quando tirei percebi que ela estava grávida.
Alguém me ajude?! Liguem para a ambulância. Mas essa agora... será que ela morreu? Moça acorde..
*Se vocês curtiram, por favor comentem e votem no meu conto e ajudem a divulgar também para amigos e colegas. Agradeço vocês e boa leitura.
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