Fogo que arde sem se ver II

Recapitulando...

Moro numa cidade não muito grande e de uma hora para outra vejo minha rotina e vida mudar totalmente com a chegada do filho da melhor amiga de minha Mãe. Tenho 18 anos chamo-me Giuliano e a história que vou contar é mais que uma homenagem para a pessoa que eu mais amo na face da terra...

- Giul me abraça bem forte; isso mesmo bem forte. Não se preocupa também é minha primeira vez.

- Desculpa se eu não conseguir ta bom?

- Eu te amo e isso é o que importa. Só isso.

- Vini, promete que nunca vai me abandonar?

- Prometo, e o que sentimos um pelo outro é mais forte que qualquer coisa ou pessoa. Até além da vida vou enfrentar tudo por nosso amor.

Acordei ofegante. Estava chorando aos prantos agora como se uma dor insuportável estivesse dentro de mim. Como se tivesse sido rasgado por dentro. Isso é errado, eu não posso amor o Vini. Essa cidade não é o lugar mais receptível para o sentimento que estou sentindo. Mas eu amo o Vini. Mas e se ele não me amar? E se o que eu sinto for apenas uma coisa momentânea? Senti vontade de desaparecer só para não ter que responder a todas aquelas perguntas.

- Giul sua mãe pediu pra ficar aqui com você hoje porque ela vai ter algumas encomendas e não quer te deixar sozinho, afinal o bebê dela está machucado.

- Para de ser zuado Vini. Já faz 4 semanas que você chegou e amanhã eu vou tirar o gesso!! Graças a vc estou assim!

- Graças a você estou assim...

Ele me beijou de uma forma inexplicável, foi como se o mundo tivesse desaparecido ao meu redor. Mas eu ainda era o homem da casa. Não sou um desses viadinhos que traziam desgosto e dor para o lar em que foram criados com tanto amor. Num impulso empurrei Vini e dei um soco em sua cara. Lágrimas brotaram do meu rosto e eu comecei a chorar.

- Vini me perdoa. Mas eu não posso. Eu não estou preparado. Você é só... Vini me perdoa vai embora daqui. Me deixa em paz. Desaparece. Não volta mais.

Vini olhou para o chão e bateu em retirada. Chorei até não ter mais forças. Deitei em baixo da minha cama e fiquei lá até pegar no sono. Eu estava louco e apaixonado por ele, mas achava tudo muito errado para enfrentar. Teriam muitas conseqüências e muito em jogo. Minha vida em jogo.

- Eu fiz uma merda. Destruí tudo que eu sempre busquei, mas eu não posso decepcionar a Mãe.

- Por que eu sofro tanto Deus? Porque se sou sua imagem e semelhança,eu não sou normal? Por que nasci para ser desse jeito?

- Você é assim porque simplesmente nasceu assim.

Vini estava ali na minha porta chorando e com o sangue em seu rosto ainda.

- Eu não poderia deixar a única pessoa que eu já amei de verdade sozinha aqui. Me perdoa por ter sido rápido demais mas eu ainda não desisti de você.

Eu me levantei com dificuldade mas logo me encontrava em seus braços. Pedi pra ele deitar comigo e me fazer companhia. Ele se deitou e me pôs em seu colo. Eu não precisei falar mais nada.

- Giul, eu te amo e quero que você me responda... Você me ama?

- Amo, e qro q vc saiba disso.

- Então me prova?

Subi até seu rosto e o beijei como se nunca o houvesse feito. Matei minha sede daquele menino que para mim já era um homem. Nossas bocas se encontravam em frenesi. Tocávamos nossos corpos conhecendo cada parte um do outro, era como se eu estivesse em um sonho. Esperava que nunca fosse acabar. Olhei para seu rosto machucado. Fui até minha caixa de curativos e limpei a ferida que eu mesmo havia provocado. Ele sorriu.

- GIUL eu nunca fui tão feliz. Nunca. E tudo graças a você. Giul eu amo você com todas as minhas forças. Mesmo você quase me matando. Pelo jeito vc queria mesmo se vingar pelo seu pé!

- Claro que não. Você me fez mudar de idéia sobre tudo o que aconteceu. Foi tudo muito rápido mas claro que valeu a pena. Tudo vale apena se a alma não é pequena. Fernando Pessoa sabe muito bem disso.

- Então você aceita estar ao meu lado como namorado também?

- Outro diria que estamos indo rápido demais, mas eu discordo. A vida é rápida demais para se perder tempo esperando o que já se sabe que deve ocorrer. Eu aceito. Mas não estou pronto para assumir mesmo porque somos muito novos e nossas famílias são conservadoras.

- Vai ser nosso segredo.

- Concordo!

- Giul eu ainda preciso te provar uma coisa.

Vini sorriu com aqueles olhinhos puxados e aquelas covinhas, aquele cabelo grosso perfeitamente alinhado com seu rosto. Aqueles braços lindos que saiam das magas dobradas daquele seu moletom cinza. Ele veio até mim e tirou minha blusa. Continuou chegar mais perto . . .

Se quiser bater um papo, existem pessoas lá fora que entendem você, bom, eu sou uma delas