Uma semana havia se passado desde o nosso primeiro beijo, eu e o Pedro não sabíamos como agir um com o outro, estávamos evitando um ao outro, ambos estávamos inseguros e com medo do que havíamos começado.
Era um sábado à tarde, meu pai havia saído com amigos e me deixou dinheiro para pedir comida, mas me deixou bem claro que não era para eu sair, ele sempre é bem claro em tudo, nunca deixa sombra de duvidas. Eu estava assistindo TV, alguém bate na porta, ao abrir a porta quase caio para trás, era o Pedro. Perguntou-me se estava sozinho e se poderia entrar, com um gesto de cabeça respondi afirmativamente as duas perguntas. Ele entrou e sentou-se, ofereci um suco e ele aceitou. Eu sentei no sofá, tenso, nervoso olhando fixo para a TV sem prestar a mínima atenção no que estava passando, ele estava na poltrona, como sempre muito a vontade.
Me perguntou como eu estava, disse que percebeu que eu o estava evitando na escola, queria saber o que tinha acontecido. O que tinha acontecido? Como se ele não soubesse. Nós havíamos nos beijado! Foi isso que aconteceu, ele age como se fosse a coisa mais simples do mundo!
Ele me disse que havia pensado muito no aconteceu entre nós, que não conseguia parar de pensar naquilo e que queria falar comigo para decidirmos o que iríamos fazer. Eu estava no mesmo barco, passei noites inteiras pensando no beijo dele, no toque dele, isso não me saia da cabeça, queria falar para ele o que eu sentia e agora ele estava ali, bem na minha frente e eu não conseguia falar nada, apenas olhava para a TV.
O Pedro sentou no sofá bem perto de mim, eu por reflexo me afastei, queria estar perto dele, mas o medo era maior. Ele segurou o meu braço e disse que estava tão confuso como eu, disse que já havia ficado com um garoto a um tempo, que ele se sentia atraído por garotos tanto como por garotas e que estava atraído por mim e sabia que eu sentia o mesmo por ele. Sim, era verdade, mas não era apenas atração da minha parte, eu sentia algo a mais por ele, algo que eu poderia classificar como amor.
Contei a ele do Kauê e de toda minha vida, ele me contou do garoto com quem ele havia tido sua primeira relação gay, era um vizinho dele, ele tinha 14 ano e o então vizinho 15. O Pedro já havia transado com uma garota, mas sempre via aquele garoto encarando ele de forma insistente, certa tarde sozinho em casa viu que o garoto estava olhando para a janela o quanto dele, ele apareceu na janela apenas de cueca e fez um gesto convidando-o para vir até ele. O menino não esperou o segundo convite, o Pedro abriu a porta e os dois não falaram nada, simplesmente transaram, e isso se repetiu por diversas vezes, sempre que estavam sozinhos em casa eles transavam, até que o garoto se mudou.
Perguntei se o que ele queria era ter alguém com quem transar novamente, se queria um menino para ele se divertir quando estivesse cansado de sair com as garotas, e que se fosse isso deveria sair dali e ir procurar em outro lugar, pois eu não era igual o vizinho dele.
Ele me olhou com as sobrancelhas contraídas, me olhava insistentemente sem falar nada, e sem falar nada me segurou no braço e apertou, doeu, mas eu tentei não demonstrar a dor, simplesmente o encarei de volta. Pedro chegou bem perto de mim, eu pude sentir sua respiração quente em meu rosto e então me disse: “tu acha que se eu quisesse só trepar eu iria passar por tudo isso cara?”. E essa pergunta foi a resposta para todas as minhas duvidas sobre ele. Beijei-o, senti meu coração tão forte que fiquei com medo de ele explodir, e senti o coração dele do mesmo jeito. Nesse dia começou o nosso namoro secreto, eu estava feliz, mas não sabia que teria muito que passar por causa do Pedro, só o que eu sabia era que eu estava feliz e que isso me bastava no momento.
Agora eu tinha um namorado, mas eu nunca tinha tido um namorado, então não sabia como me comportar, sabia que tinha que ser discreto, em publico tínhamos que ser amigos, pois nenhum de nós tinha interesse em assumir publicamente o namoro. O problema era quando estávamos apenas nós dois, nos beijávamos, e acariciávamos, mas comecei a perceber que para o Pedro isso já não era mais o suficiente, ele queria ir alem, queria transar, e foi então que começou o nosso primeiro problema de casal. Já estávamos namorando há dois meses quase o que para mim era pouquíssimo tempo para haver sexo, mas para o Pedro o tempo já havia estourado.
Eu tinha ido a casa dele depois da escola naquele dia, como sempre naquele horário os pais de Pedro estavam trabalhando e nós estávamos sozinhos. Já estávamos relativamente íntimos, não tínhamos vergonha de nos abraçar e nos beijar e de dizer que um amava o outro. Começamos a nos beijar, o beijo é delicioso, e o abraço dele é quente e me faz sentir único em todo o universo. Os beijos foram evoluindo, as caricias também, as nossas mãos descobriam e exploravam o corpo um do outro. O sinal vermelho acionou, estava na hora de parar, me afastei dele e ele me puxou de volta, me perguntou por que eu sempre fazia aquilo, por que eu sempre fugia quando “as coisas esquentavam”, eu simplesmente disse que não era hora, mas não esperava que isso fosse suficiente para que ele entendesse.
Pedro se levantou da cama, estávamos no quarto dele, e sentou-se olhando para o chão, eu não sabia o que mais dizer, estava muito confuso, pois é claro que queria transar com ele, mas estava com receio, era cedo me mais em minha opinião. Disse para ele que era cedo demais, ele sem me olhar disse: “sempre é cedo”, e nessas três palavras eu pude perceber a decepção dele, pois apesar de eu ter certeza que os sentimentos dele por mim eram verdadeiros, a necessidade dele de sexo era bem maior que a minha.
Sem mais nada para dizer me levantei calcei meus tênis e disse “até logo”, e sai do quarto. Enquanto eu me dirigia à porta, ele veio atrás de mim, parou na minha frente e me abraçou com força dizendo: “te amo cara, sinto por você o que nunca senti por outro cara, mas preciso mias que seus beijos e seus abraços. Preciso de você inteiro”, e ouvindo isso percebi que tinha uma decisão a tomar, pois, de forma gentil, porem clara, ele estava me pressionado. Não disse nada, apenas o desviei e sai.
No caminho para casa fui pensando nisso, durante o banho pensei nisso, na cama pensei nisso até pegar no sono. Ao levantar pela manhã estava decidido a falar com ele e a resolver esse assunto de uma vez, pois se tem algo que nunca gostei é ser pressionado, nem mesmo de forma gentil. Enviei uma mensagem dizendo que precisava falar com ele, e ele me respondeu que iria me esperar na praça as 18:30 horas.
Ao chegar à praçinha ele já estava lá sentado, me sentei ao lado dele e disse que tinha pensado muito em nós, ele não falou nada, apenas me olhava. Continuei dizendo que tinha me decidido a transar com ele, se era isso que ele queria, pois eu também queria no entanto estava com um pouco de medo, mas que estava convencido que era a hora. Ele me disse que esperou muito para ouvir aquilo e que seria muito bom para os dois. Então acertamos que seria na próxima sexta-feira, pois meu viajaria na quinta-feira e voltaria apenas no sábado à noite.
A semana passou , e a sexta-feira chegou, eu estava nervoso, havia avisado meu pai que tinha convidado um amigo para dormir em casa, ele não criou problemas, apenas disse que não deveríamos mexer em suas coisas. O Pedro chegou as 17h00min. Jantamos pizza, ele tomou refrigerante e eu suco, após isso olhamos TV. Estávamos abraçados, eu sentia o calor dele, e ele o meu. Beijamo-nos e as caricias começaram, e foram esquentando, ele me disse que era melhor irmos para o meu quarto, e fomos. Chegando lá, deitamos na cama, desliguei a luz e deixei apenas o abajur ligado, o quarto ficou em uma meia-luz bem aconchegante. Tiramos nossas roupas lentamente enquanto nos beijávamos, ele me dizia que estava adorando, que não aguentava mais “punhetar” e perguntava se estava bom para mim, eu disse que sim. Já nus, ele pós a camisinha. Continuávamos nos beijando a nos acariciando, ele tocava em mim em lugares que me faziam arrepiar, ele me virou de bruços e perguntou se eu estava bem, disse que estava. Senti ele posicionar seu pênis e precioná-lo contra mim e aquela dor começou, tentei me livrar e ele parou dizendo para me acalmar, que era assim no começo mas que depois passava e que era para eu me concentrar nos beijos e toque dele. Foi isso que fiz, ele beijava meus ombros e me acariciava, a dor continuou, porém mais suportável. Enquanto me beijava fazia movimentos leves com os quadris e eu o sentia em mim, sentia seu corpo se movendo sobre o meu, seu cheiro, seu calor, e na verdade, eu estava adorando. Com o passar de alguns minutos a dor sumiu e o Pedro começou a fazer movimentos mais rápidos e fortes, suas mãos apertavam minha cintura e ele gemia de forma ritmada e contínua. Ele me virou de forma tão brusca e repentina que cheguei a me assustar, ele olhou nos meus olhos e me pediu desculpas, veio para entre minhas pernas e o senti novamente entrando em mim, mas agora sem dor. Ele continuava os movimentos rápidos e fortes, e eu via o rosto dele, suado, com uma expressão de prazer, ele me beijou e disse que estava adorando, sua voz era ofegante. Nesse momento ele se inclinou para trás deixando a coluna em forma de arco, movimentou-se ainda mais rápido, e gemeu muito alto, como um leão furioso, segundos depois caíu sobre mim, exausto, suado, como se estivesse corrido quilômetros no deserto, mas com uma expressão de alegria e satisfação. Ele deitou-se ao meu lado e começou a me masturbar, senti a mão quente dele em mim, e logo uma sensação maravilhosa me invadiu. Tomamos banho, um de cada vez, pois eu não quis tomar banho com ele, depois nos deitamos na minha cama, ele segurou minha mão e disse: “foi muito bom Julian, já nos amávamos, agora somos um do outro cara” e com essas palavras eu dormi como nunca havia dormido antes.
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