Concurso-tema-apagão: No elevador
Não era para acontecer, mas naquela noite cheguei tarde e, para minha surpresa, Angélica ainda conversava com Norberto e Armanda no hall de entrada.
- Que foi? - sorri para a morena - Esqueceu as horas?
Angélica sorriu e segurou minha mão.
- Tô chegando agora também... - aceitou meu beijo na face com carinho - Tamos fazendo o simuladão... - Armanda também sorriu e me beijou.
Norberto olhou o relógio, quase dez horas.
- É isso garotas, o tio já chegou e... - virou-se para Angélica - Tá tarde, amanhã cedo tenho que ver aqueles documentos...
- Tá cedo amor... - Angélica abraçou o namorado - Fosse amanhã a gente ainda nem tinha saído...
Eu estava cansado, o dia cheio e o calor infernal sugara minha vontade dos tempos de mocidade.
- Tá meninas... - afaguei o ombro de Armanda - Vou subir...
- Espra tio! - Angélica falou - Subo contigo...
Beijou o namorado e caminhamos lerdos para o elevador, lá fora carros apressados zuniam buzinas nervosas, nos coletivos apinhados trabalhadores ansiavam sonolentos pelo calor das casas.
- Vamos! - minha sobrinha ainda virou para ver o namorado bater a mão antes de arrancar sempre apressado - Esse cara parece que é elétrico...
Rimos os três, o elevador parecia mais lerdo que sempre, no visor os números pulavam sem pressa - o outro, de serviço, ainda não tinha sido liberado da infindável manutenção depois que dona Amélia tinha conseguido emperrar a porta de proteção.
- Tá cheroso tio... - Angélica ceirou meu cangote - Tá de sacanagem, né seu safado... - riu e me abraçou forte - Tadinha da tia...
- Sacanagem nada moleca... - farfalhei seus cabelos - E isso foi presente dela...
- E a Zulmira?
- Tenho nada com ela, é minha secretária e... Amiga...
Ela sorriu, percebeu a pausa que fiz que bom poderia significar mil situações em sua cabeça fértil. Armanda, encostada na parede, também sorriu e se minha sobrinha tivesse visto com certeza não teria mais dúvidas. Outro dia havia encontrado a garota na saída do motel, Zulmira em meu carro.
- Puta merda! - Armanda inquitou-se - A bosta desse elevador não chega nunca!
Ia responder quando, porfim, o maldido trintinou e abriu a porta. Entramos, Armanda apertou o 14º e eu o 12º - nunca entendi direito esse negócio de não ter o 13º andar em nosso prédio.
- Minhas pernas estão ardendo... - Armanda sentou no chão - Hoje na academia quase não consigo a série 3...
Sorriu e olhei para ela sentada massageando a batata da perna esquerda sem se importar em eu ver a calcinha bege.
- Fecha essas pernas pequena! - Angélica também tinha visto - Deixa de se arreganhar pro tio, sua devassa!
Era brincadeira, eu sabia, mas o dia cheio e cansativo da colega deixara os nervos à flor da pele.
- A xoxota é minha e mostro pra quem quiser... - respondeu ríspida - Vê se larga do meu pé, merda!
Também me espantei com a ferocidade da garota, Angélica olhou para mim, no rosto uma máscara de espanto e depois para a amiga.
- Que bicho te mordeu?
Talvez Armanda fosse replicar, mas apenas um som de espanto. A luz apagou, o elevador parou.
- E agora essa... - ouvi Angélica se mau dizer - A merda agora borrou...
Não era a primeira vez que tinha ficado preso no elevador.
- Calma filha... - puxei-a para mim - Volta logo...
- Tio! Tio! - Armanda parecia apavorada.
- Volta logo Armandinha, preocupa não... - tentei tranqüiliza-la - Nunca ficou no escurinho do cinema?
- Senta perto de mim... - senti o toque da mão nervosa em minha perna.
Angélica continuava colada, também dava para perceber estar com medo. O breu era a única imagem que conseguiamos enchergar. Passeei a mão pelo braço de minha sobrinha.
- Vamos sentar e esperar? - sussurrei ao seu ouvido.
- Não me solta... - a voz trêmula, um medo quase tangível como se lá não fosse menos de mero e meio quadrado - Senta tio...
Tateei a escuridão, toquei na parede de aço frio, Armanda guiou minha perna, sentei, não tinha soltado a mão de Angéica.
- Senta filha...
Puxei a mão de minha sobrinha, ela sentou em meu colo sem saber que sentava, deixei que sentasse. Armanda achegou-se para mais perto enquanto Angélica se acomodava melhor. Ficamos calados ouvindo os sons do vazio, alguns gritos xingados ao longe, ramber de portas abertas e batidas e nada mais. O tempo parecia tão lerdo como fora para chegar o elevador.
Em meu colo Angélica não se mexia, estava quieta inundada por seus medos pessoais, ao lado imaginava ainda Armanda de pernas abertas e da calcinha bege riscada ao centro mostrando onde residia o sonho do pecado.
- Me abraça tio... - Angélica, a voz macia - Me abraça...
Abracei-a, senti a respiração acelerada quiçá pelos medos. Do lado Armanda calada.
- Assim não tio... - espantei, não tinha sido proposital segurar o peito esquerdo.
Mas deixei minha mão, sentia o peito estremecer, ouvia a respiração forte.
- Espera... - pediu e tirou minha mão - Tu tá de pau duro seu sacana... - sussurrou em meu ouvido - Pronto...
Pegou minha mão e colocou novamente sobre o peito, senti a maciel da pele, tinha aberto a camisa de cetim.
Já a tinha visto só de calcinha, mas nunca havia feito nada. Respirei já agoniado, meu pau parecia estourar dentro da cueca. Do lado Armanda ouvia, não tinha como não ouvir, naquele silêncio pesado, os sussurros, os gemidos.
- Tão fazendo sacanagem, né seus depravados... - a mão fria e melada de suor apertou a minha - Não vão trepar aí... - riu.
Não dava para rir, estava por demais entregue ao tesão e nem Angélica que deveria estar de olhos fechados.
- Hum!
Também não hava como ver que Armanda estava bolinando na bunda de Angélica, mas senti que estremecia e que uma mão mexia nervosa em minha braguilha, também não deu para ver o dedo atolado na xoxota de minha sobrinha, mas senti que ela se mexeu e também senti o toque, da ponta do meu pau, na xoxota que não poderia ser de Armanda.
- Que é isso Angélica? - minha voz embargada - Deixa disso menina... Tua amiga...
- Ela tá com o dedo em meu cu... - suspirou e se jogou para frente.
Estava melada, o pau entrou serelepe escorregando pelo túneo morno. A escuridão breu não deixava ver Armanda esfregando a ponta do dedo em sua xoxota e muito menos os movimentos de entra e sai na bunda de minha sobrinha. Mas sentia Angélica se mexer, sentia o pau entrar e sair.
Foram minutos tensos de entrega, no cubículo do elevaror exalava o doce aroma de sexo, poucos gemidos era o que se escurava, nada mais.
- Tio... Tio... - o murmurio lamentado - Ai! Tio... Tio...
Os movimentos mais fortes, quase animalescos.
- Mete... Vai Manda, mete...
Armanda deve ter metido, Angélica gemeu forte, não mais sussurros, gemidos cada vez mais fortes e um outro alto, quase um grito. Ela tinha gozado.
- Porra tio... Foda gostosa... Porra! - gemeu quase doído - Dentro não tio... Não era pra gozar dentro...
Ela sentada, esfregava o sexo não tinha como ser diferente...
Puxei seu corpo, beijei sua boca, senti o hálito forte e quente. A lingua macia lambia minha lingua.
A luz voltou, Armanda quase deitada de pernas abertas, o dedo dentro da xoxota e eu beijando minha sobrinha, meu pau ainda duro enfiado no corpo da garota que eu vira nascer, minha sobrinha afilhada e agora, minha outra mulher...