Desabafo de um homem maduro
Depois de uma tarde cheia de compromisso, vou até o shopping para descontrair um pouco. Sento na praça de alimentação e começo a fazer algumas anotações, enquanto saboreava uma bebida. Acontece um tumulto quando um segurança passa conduzindo uma jovem que fora flagrada tentando surrupiar umas peças íntimas numa loja. Um jovem com aparência de adolescente senta ao lado com uma bandeja de lanche e comenta sobre o ocorrido, lamentando o constrangimento que menina estava passando. Começo a conversar apontando algumas razões para justificar uma atitude desse tipo, muitas vezes longe da orientação que os pais dão aos filhos. Esse foi o tema de nossa conversa que prosperou bastante. Eu tenho sessenta anos, com filhos e netos, embora aparente menos e até exiba uma boa forma física e intelectual. E fomos conversando, conversando, notando que ele prestava muita atenção para os meus comentários, intervindo com indagações que prontamente explicava. Pedi outro drinque. O menino continuava conversando, mesmo já tendo terminado o seu lanche. Era simpático, atencioso, delicado e bonito.
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Já por volta das sete horas, disse que já estava indo para casa e perguntei-lhe onde morava. Era no caminho que eu passaria e então lhe ofereci uma carona. Ele aceitou. E no trajeto continuamos conversando, num tom paternal e amistoso. Chegou na entrada do condomínio onde ele morava, parei. Enquanto ele se despedia, aproveitei para dar um conselho, sugerindo que ele fosse o jovem que demonstrava ser. Ele diz - Tio, estou impressionado com o senhor. Eu também gostei muito de você - respondi. É uma pena que a gente termine aqui a nossa conversa. E vem em minha direção para me dar um beijo. Para e me olha fixamente, e de forma surpreendente beija-me na boca. Mais surpreendente ainda é que retribui o beijo, puxando-o para mais perto de mim, abraçando aquele belo jovem de forma quase incestuosa. E ficamos nos beijando, até que lhe disse: - Vamos sair daqui. E rumei para um motel. Uma única palavra não foi dita. Ao entrar na suíte, o menino agarrou-me, pulando para me beijar. E me acariciava o rosto, penetrava as mãos nos meus cabelos e deitamos na cama. Embolamos como dois namorados fundidos num só corpo. Só o instinto nos conduzia - ele pelo impulso da juventude; eu, não sei porquê! Nada me justificava participar de toda essa loucura, que crescia a cada instante enquanto íamos tirando nossas roupas. O menino era lindo, um corpo liso quase sem pelo algum, pele macia como a de um bebê. Eu, ao contrário, não sou bonito, com uma barriga próspera. Meu pênis estava rígido, duro como um ferro. O dele também, com uma base de pelo ligeiramente aparado. Uma só palavra não era dita entre nós. Só gemidos e afagos cada vez mais constantes e fortes. O clima de excitação erótica era uma verdadeira explosão - um menino e um quase velho, do mesmo sexo, se amando de forma ardente e incontrolável. Nos permitimos de tudo, chupei-lhe com toda vontade que conseguia, o que também era feito por ele, que sem nenhuma experiência era conduzido por uma chama ardente de sexo que parecia infinita. Depois de uns quarenta minutos de sexo ininterrupto, gozamos plenamente. Senti ele ejacular todo em minha boca, salpicando seu esperma volumoso em meu rosto, que ficou lambuzado de prazer e de emoção. Meu coração batia forte, acelerado. Sem controlar ainda a situação, vi aquele garoto esparramado na cama com os braços e as pernas abertas com um pênis meio duro no centro daquele palco magnífico. Acariciei o seu rosto bem suavemente, beijei levemente os seus lábios. Ele não reagiu, permaneceu olhando para o teto espelhado. Continuamos em silêncio. Alisei o seu peito, beijando a sua barriga e repetidamente aquele lindo cacete macio e quente. Ele sentou e ficamos de frente. Olhava fixamente dentro dos meus olhos e beijou-me outra vez, agora de forma mais contida, natural. Deitei e ele ficou massageando as minhas costas, minhas nádegas e beijou intensamente o meu ânus, penetrando uma língua morna de textura aveludada. Que tesão delicioso. Acariciando minha bunda, ora um lado, ora outro, senti quando seu pênis começou a percorrer de baixo para cima e de cima para baixo na divisão das duas bandas. O movimento era de um erotismo enorme, sentia comprimir o anelzinho, piscando e desejando algo no lugar, e o menino começou a penetrar (ele parece que sabia tudo que eu queria que ele fizesse) suavemente. Senti aquele pau macio entrando de forma lenta. Comprimia o ânus e sentia estar preenchido. Que coisa deliciosa, incomparável. Ele entrava e saia. Virei, ele se colocou novamente por cima, deixando o meu pênis encostar em sua barriga e começou a masturbar-me ao tempo em que metia gostosamente em minha bunda. E foi crescendo, crescendo novamente o clima até que ele começou a gozar, eu tomei o meu pau de sua mão e provoquei em mim um gozo jamais alcançado, com aquele pequeno deus despejando amor enfiado em minhas entranhas, num orgasmo fantástico. Permanecemos ainda algum tempo deitados, até que disse que estava na hora de ir embora. Calados, fomos ao chuveiro onde tomamos banho naturalmente, bebemos água e partimos. Chegou seu condomínio, ele beijou-me suavemente tipo selinho e desceu. Vi-o sumindo por entre os moradores. Ao chegar em casa é que dei por mim, a luxúria que tinha vivido, a loucura que havia cometido. Momentos lindos deliciosos, inesperados e irresponsáveis - todo nosso amor foi praticado de forma natural, sem camisinha, sem lubrificantes artificiais. Pior: não restou sequer um endereço, um telefone ou proposta de um novo momento. Tenho ido ao shopping e permanecido horas e horas, olhando cada jovem que passa entre os milhares que por ali circulam e não vejo meu rapaz, que não sei nem o nome; passo em frente do seu condomínio todos os dias e nunca o vejo.
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Escrevo este relato, não com o intuito de exibição ou alguma forma de prazer, mas tão só como uma espécie de desabafo, livrando-me de complexo de culpa ou de um remorso que me persegue e me tira o sono. Pensei em contar a minha mulher, mas não tive coragem, acho que ela jamais entenderia que o seu marido, um homem de 60 anos, depois de velho se prestaria a uma relação homossexual com um menino de 20 anos. Além do mais, nunca, em tempo em algum, ela soube que tivesse qualquer relacionamento dessa natureza, tendo-me como um marido exemplar, sexualmente normal e participativo das obrigações conjugais. Felizmente agora estou mais aliviado - por favor, sem trocadilho.